Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak


Capítulo 7
Capítulo 6 - Meu nome é Elliot.




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[Narr. Anne]

Faltei à escola,e disse para a Raimunda não voltar em casa para trabalhar.

 Queria que o Elliot estivesse aqui, ele poderia me ajudar.

Uma vaga lembrança do dia que conheci o Elliot passou pela minha cabeça.

Foi no jardim, eu tinha 10 anos, fazia seis meses que havia acontecido o acidente. Estava debaixo de uma macieira do jardim, comendo maçãs. E uma flecha acertou logo acima de minha cabeça, acertando a árvore.

Quase me engasguei com a maçã e tremi de medo.

Um menino que parecia ter uns 14 anos, alto e de cabelos ruivos e longos saiu do meio das árvores. Mas não me assustei pelo fato de que a flecha quase me matou, e sim de que existia alguém lá além de mim.

                Ele veio andando na minha direção com uma expressão séria, segurando um arco e flecha.

                -Quem é você? E o que faz na passagem? – Ele mirou a flecha em mim.

Não disse nada, só consegui ficar encarando com um ar de medo.

                -Responda. – Ele disse com voz firme.

                -E-Eu sou uma menina. – Foi à primeira coisa que vem a mente.

                -Eu sei que você é uma menina, mas não foi isso que perguntei. O que você é? – Ele repetiu mirando a flecha em mim.

Repeti a pergunta em minha mente. Lógico que eu sou humana. - Pensei.

                -Eu sou...humana.

                -Não, você é de Dream Land ou de Nightmare Land?

                -Nenhum dos dois, eu sou uma humana e sou do Brasil.

-Humana? – Ele repetiu em voz baixa franzindo a testa, em seguida abaixou o arco.

-Sim, você não? – Perguntei meio tom de ‘’dã’’.

Ficamos um instante sem dizer nada, então eu disse.

                -Você...quer uma maçã?

Ele ficou frustrado, mas logo sentou-se debaixo da macieira comigo.

Se desculpou, pois nunca havia visto uma humana. Perguntei o que ele era então, um pouco com medo da resposta, e ele disse:

-Meu nome é Elliot. Sou um elfo paladino da família Vanyar, da floresta cinzenta de Dream Land.

-Hum...prazer Elliot, meu nome é Anne, da família Hanson, e moro no Rio de Janeiro.

Ele sorriu.

                -O que é este lugar? – Perguntei.

                -É o que fica entre a realidade que não existe para você, e o seu mundo.

Explicou bem hein. – Pensei.

-O que tem além dessa floresta? – Eu perguntei.

                -Um mundo diferente do seu.

                -Diferente como?

                -Ele é dividido por duas terras, Dream Land e Nightmare land.

                -Hum...nunca ouvi falar.

                -Porque ele é selado com duas chaves. E cada chave fica nessas duas terras, sendo protegidas a qual quer custo para não serem roubadas.

                -Por que não? Vocês têm medo do meu mundo?

                -O seu mundo tem medo de nós.

                -Eu não tenho medo de você. – Eu disse.

                -Humpf, á alguns minutos atrás tinha. – Ele respondeu com um sorriso provocador.

                -Estava assustada, é diferente.

Ele sorriu.

-Por que meu pai, ou meus amigos não conseguem te ver quando dormem? – Perguntei.

                -Por que você é...especial

                -Como especial? É algum tipo de deficiência?

                -Você é...como chamaríamos no nosso mundo...um sonhado. São pessoas que podem visitar esse mundo, tanto Dream Land quanto Nightmare Land. São pessoas raras. É algum tipo de...poder que é passado de geração em geração, quando a pessoa morre.

                -Você é real?

                -Eu sou real, este mundo é real.

Ele se levantou e foi andando em direção ás árvores, parou e disse:

                -Adeus, Anne Hanson.

                -Espere!

Eu me levantei e corri para abraçá-lo.

                -Não vá, eu não quero ficar sozinha.

Meu estômago interrompeu o meu flashback.

Fui na cozinha pegar algo para comer, abri a geladeira e encontrei maçãs. Peguei uma, sorrindo como boba me lembrando daquele dia.

Derrepente algo fez barulho no meu quarto, como se algo tivesse caído.

                Fui ao meu quarto devagar, com a maçã na mão. A porta do meu quarto estava encostada. Fui abrindo devagar para olhar o que tinha lá dentro e...

Encontrei o Elliot.

                -Elliot! – Disse correndo em sua direção para abraçá-lo. Finalmente algo bom aconteceu!

                -Uh, oi Anne. – Ele respondeu meio assustado.

                -Pensei que você não poderia ir além do jardim, o que está fazendo aqui?

                -Claire, uma das integrantes do conselho de Dream Land me mandou eu vir te buscar.

                -Me buscar?

                -Roubaram a chave de Dream Land, Anne.

                -Quem ?

                -Não temos certeza...

Franzi a testa e olhei bem a expressão do Elliot.

                -Foi ela não é? – Eu senti o tom da minha voz mudar.

                -Precisamos ir, agora.

                -Antes preciso lhe mostrar uma coisa.

Ele abriu a boca para dizer algo, mas fui correndo para o meu quarto, e peguei a foto – a do suposto reflexo da menina no vidro – que estava na mesa do meu quarto.

            Peguei a foto e mostrei ao Elliot.

                -O que aconteceu com o seu pai?

               -Eu não sei. – Eu disse com um nó na garganta. – Ele simplesmente não veio.

                -Já basta, Anne. – Ele disse com uma voz meio tensa. – Vamos voltar á Dream Land. – Ele se virou.

                -Espere. Co...como você veio ?

Acho que deu para entender.

Ele suspirou. Acho que eu nunca o vi tão sério .

                 -Chave réplica. Como já diz o nome, é uma réplica da chave original. A diferença é que só pode ser usada duas vezes. Uma vez para ir, e outra para voltar. E não é tão poderosa quanto a original. Os membros do conselho me deram, está...chovendo em Dream Land. – Ele retirou do bolso, uma chave dourada do tamanho da palma da minha mão, inteiramente enfeitada e esculpida.

                Ele fez um gesto de como quem tivesse abrindo uma porta no ar, em seguida empurrou literalmente o nada como quem estivesse abrindo uma maçaneta, e um portal surgiu na minha frente, dava para ver dentro dele.

O jardim... – Pensei semi-boquiaberta ao ver o jardim do outro lado do portal.

-Não acha que seria mais seguro se eu ficasse aqui? Não me sinto confortável, indo na direção de alguém ou algo que roubou o item mais poderoso de Dream Land e seqüestrou o meu pai.

Que por algum motivo, não me levou junto... – Pensei.

            -Eu não ficaria seguro em estar em um lugar, sabendo que o que veio até o quarto do seu pai na sua casa, pode fazer de novo. – Ele fez uma pausa e entrou no portal.  -Então, você não vem? – Ele sorriu.


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