Love Story escrita por Fernanda Lima


Capítulo 2
Capítulo 2 - Vingança?




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  Prova.

  Segunda-feira.

  Deus, por que você me odeia tanto? Provas, segundas-feiras e matemática realmente não combinam.

  Eu andava em direção à escola, passando na frente de várias lojas. Eu ia passando na frente de uma sapataria, e olhando os modelos enquanto andava. Avistei um sapato vermelho com salto agulha ma-ra-vi-lho-so.

  - Será que eles aceitam cartão de créd... - E então eu tropecei numa parte quebrada da calçada e caí de cara no chão.

  Já era de se esperar. Eu catei minhas coisas e reclamei sobre as calçadas brasileiras, quando passei em frente a um beco. POR QUE, meu Deus, por que eu fui olhar para ver o que tinha ali?!

  No meio do beco, perto da porta da sapataria, estavam dois garotos se beijando apaixonadamente.

  E um deles era o tal de Luke, de sábado.

  Parece que ele fez isso só para se vingar de mim. Descobrira minha fraqueza. A minha única, iminente, terrível fraqueza. Eu não me aguentei.

  -KAAAAAAAAWAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!! - Eu soltei um grito desesperado e saí correndo, feliz e furiosa, antes que os dois me vissem.

  Durante a prova, eu não conseguia pensar em mais nada. "Então quer dizer que o Luke é gay?", "Deve ser bi, aquele idiota me chamou de gostosa" e "OMGGGG, KAWAII DESUUUU!!!" me passavam na cabeça o tempo todo. Ele tinha planejado tudo aquilo, eu tinha certeza.

  - Restam 30 minutos de avaliação, se apressem. - Escutei a voz do professor vindo do fundo da sala, e todos esses pensamentos me fugiram da cabeça na hora. Vejamos... a distância focal da elipse 2x²+y²=2 é... 

  - Fudeu.

  Eu saí da sala, furiosa com a prova e com o fato de Luke ter sido um dos fatores fundamentais para o meu fracasso. Então, quem me aparece na saída da escola?

  - Como foi a prova? - Perguntou, aparentemente esquecido do que acontecera no sábado.

  Mas ele não podia ter feito essa pergunta.

  - Ah, quer ser cínico agora? Pois bem, sua vingança definitivamente funcionou. Feliz? - E andei cerca de três passos, virada de costas para ele, me segurando para não arrancar os cabelos ali. Quando eu simplesmente ouço:

  - Você viu, não é?- E uns cinco segundos depois, está Luke na minha frente. Mais dois segundos, e ele estava me beijando, com a mão em minha cintura, abraçado fortemente em mim.

  Eu fiquei o "processo" inteiro com os olhos abertos, em estado de choque demais para pensar em dar um (outro) tapão na cara dele.

  - E então? - Ele pergunta, com o rosto a uns dois centímetros do meu, com a expressão séria. Ele tinha perfume de... eu não sei explicar, mas era muito bom. - Vai ser nosso segredo?

  Então... tudo isso era...

  - E-eu não planejava contar para ninguém. - Não consegui manter meus olhos fixos nele nessa primeira frase, mas então recuperei minha compostura. - Mas o que o seu namorado vai achar disso? - Disse, numa tentativa de atenuar o clima. Ele continuava com o rosto colado ao meu.

  - Não se preocupe com isso. - Então ele me deu um selinho e simplesmente saiu andando. Eu fiquei ali, parada, processando o que havia acontecido. Uma raiva começou a brotar no meu peito, quando ele me aparece de novo. Eu estava pensando, "desde quando ele fala desse jeito sério? Da última vez estava tão descontraído", enquanto observava ele chegando.

  - A propósito, me dá seu celular? O Victor me pediu ontem, depois que você foi embora. Antes de me agredir, pensa na situação do cara: ele gosta de você, só quer teu telefone. E eu já falei com ele pra não te chatear, beleza? E então, me passa. 

  Eu não acredito que ele simplesmente estava falando como se nada tivesse acontecido. 

  - Sinceramente... eu não estou nem aí para a situação do seu amigo, agora me deixa ir que eu preciso fazer o almoço para a minha irmã. - Desta vez eu não estava provocando, estava sinceramente indignada com ele. - Tenha um bom dia. 

  Tantas coisas me rodeavam a cabeça, que eu até me esqueci do sapato. "O que será que se passava na cabeça daquele garoto?", era minha maior dúvida.

 


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