Love Story escrita por Fernanda Lima


Capítulo 1
Capítulo 1 - O maluco (bonito) do banheiro




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  E então eu saía, mais uma vez, em direção à escola. Como eu queria faltar hoje... mas depois de amanhã teria prova e eu não queria tirar nota ruim. Afinal, não queria ser uma fracassada que nem a Juliet. 

  Aula no sábado é sempre uma desgraça. Mas alguém precisava colocar comida em casa.

  Entrei na sala. Eu havia sido a primeira a chegar. Então sentei-me. Nesse momento, senti uma coisa desagradável. Mas não era qualquer coisa. 

  - Merda! Quem foi o **** que grudou um chiclete na cadeira?! - quando gritei, uma menina que estava entrando na sala olhou para mim e levantou as sobrancelhas.

  Estava saindo do banheiro, já desistindo de tentar desgrudar o chiclete da calça e amarrando o casaco na cintura para ver se escondia a mancha de gosma mastigada rosa e água. Estava muito frio, e eu só usava uma baby look por baixo do casaco. Quando terminei de amarrar o casaco, levantei a cabeça e levei um susto.

  Tinha um maluco parado à minha frente, bem no fim do corredor do banheiro.

  - Ah! - gritei de susto.

  - Você é Anne da sala 6? - ele me perguntava, de um modo estranhamente natural, enquanto eu o encarava e assentia, provavelmente com uma expressão de pavor. - Mas é claro que é. Só você tem esse cabelo vermelho esquisito. - levantei as sobrancelhas e fiz bico com a palavra esquisito.

   Mas essa não foi a pior parte. Após esse comentário desnecessário, ele saiu andando, e pude ouvir uma risada vindo da esquina do corredor.

  - Mas é cada um que me aparece. - comentei comigo mesma. Mas até que ele era bonitinho. Cabelo compridinho, bem escuro, olhos verde-água... Tanto faz.

  Após mais uma oportunidade de aprendizagem desperdiçada, me levantei da cadeira cabisbaixa, e quando ia saindo da sala, quem me aparece? O maluco do banheiro.

  - Oi! - eu o olhava com desconfiança.

  - Boa tarde. - Eu disse, afetada.

  - Anne, foi mal por mais cedo. Eu não queria te zoar. Sério! - aquilo não o estava ajudando a recuperar sua cota comigo. - É que... bem, tenho um amigo que gosta de você. Quando te olhei, pensei logo "até parece que uma gostosa dessas vai dar chance pro mané!" e achei graça. É só isso.

  - Como é? Volta na parte sobre o seu amigo. - agora estava desconfiada mesmo. E soltei. - E eu nem te conheço, olha como me chama. Eu tenho nome, e pelo que parece, você sabe muito bem qual é. Então não vem com esse papo de "gostosa" pra cima de mim. Homem é tudo igual, acha que chama a mulher como quiser. Agora, para de me olhar com essa cara de idiota e me explica essa história que eu tenho que voltar logo pra casa. - eu estava realmente zangada.

  - Calma, ANNE. - ele fez questão de destacar meu nome, dessa vez. Soltei um "humpft", satisfeita. - Foi mal. Deixa eu te explicar. Não, não, peraí, deixa eu me apresentar primeiro. Meu nome é Luke, sala 2. Prazer. - Ele estendeu a mão para mim e eu o cumprimentei. - Então. Meu amigo é o Victor. Ele tá de olho em você tem uns dois meses, tipo, desde as férias de inverno. 

  - E o que você quer que eu faça? - Cruzei os braços.

  - Fica com ele, ora.

  Não consegui me conter naquela hora. Mas aquele garoto era abusado demais para o meu gosto. Estendi minha mão esquerda e acertei sua face com vontade.

  - AI!! - Ele pôs a mão no local atingido na hora. - O que eu fiz dessa vez? Foi só uma proposta, não precisa vir de violência! - Ele gritava comigo, e as pessoas que passavam olhavam com curiosidade. - Ruiva é sempre assim, nervosinha, só sabe resolver tudo na base da violência.

  Mas ele não disse aquilo. Não disse mesmo. Nessa hora, pus minha mão em seu ombro e disse:

  - E playboy é sempre assim, pode ser o mais canalha, o mais feio - apesar de não ser o caso dele - , e sempre acha que tá pegando geral. Novidade pra você: ruiva não é flor que se cheire. Se chegar perto demais, o fogo arde pro seu lado.

  Saí andando como se nada tivesse acontecido. Mas ele tinha um pouco de razão... eu o conhecera há algumas horas, e meu primeiro presente foi um tapa. 

  - Desgraçada! Petulante! - Eu ouvia de longe. E respondia na minha mente: "muito obrigada". 

  Andava para casa de consciência limpa, mas apressada. Juliet ficaria preocupada se eu demorasse.

 


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