Chocolate Derretido escrita por LyaraCR


Capítulo 4
Capítulo 4




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A estrada ao amanhecer parecia calma, agradável. Seu corpo estava levemente dolorido, assim como sabia que o de Dean também estava. Apenas os dois no carro, seguidos por John e Bobby no carro do mesmo, indo para qualquer cidade, qualquer outro caso. Para ser mais preciso, a continuação do caso da cidade anterior... Havia algo muito mais complexo a se fazer do que apenas salgar e queimar alguns ossos...

— Dean... Eu tô cansado...

Sam praticamente sussurrou, mas o outro o ouviu. Não sabia o que fazer. Não podia simplesmente parar de dirigir, parar num motel para fazer uma boa massagem nas costas do mais novo... Sabia, era o que ele precisava.

— Eu sei.. Eu também estou.

— Acho que a gente devia ter tirado um tempo a mais pra dormir...

— Tem certeza?

O olhar sugestivo que o mais velho deu em sua direção, fez toda a pele de Sam se arrepiar. Sabia que estavam indo e indo e indo por um caminho sem volta, mas o que é que ele podia fazer? Sorriu para o mais velho tão mal intencionado quanto ele, e bem sabiam o que tudo aquilo significava...

Entraram no quarto em silêncio, como se tudo estivesse ruim demais para merecer quaisquer palavras. Não era verdade. Era apenas medo de seu pai e Bobby verem o que estava claro como água, verem que havia algo mais, algo no ar, mesmo que não entendessem de início de que se tratava.

A porta se fechou. As luzes não se acenderam. Eram duas da manhã no despertador de números azuis que jazia numa das mesas de cabeceira. Mas nenhum deles pareceu se importar.

Logo estavam um contra o outro, as costas de Sam contra a porta, sua boca tomada pela do mais velho, seus pulsos fortemente agarrados pelas mãos dele como se tivesse medo que fugisse...

Dean...

Afastou-se para sussurrar o nome do mais velho enquanto ele aproveitava para atacar seu pescoço. Sam sentia suas pernas fraquejarem, uma onda de calor quase que desesperadora tomar o seu ser...

Dean...

O mais velho finalmente lhe deu atenção, as testas coladas enquanto aqueles olhos esverdeados emanando todo aquele brilho luxurioso se colavam aos seus. A situação era perigosa demais para que tentassem conter instintos e continuar em "modo de segurança". Segurança... O que menos tinham agora. Sentiam que estavam afundando no pecado e nada podiam fazer. Talvez ir embora dali seria uma das melhores coisas do mundo. Precisavam de um novo caso, de algo que lhes ocupasse a mente além de certas coisas que serviam de tormento incessante.

Dean, para! Tá machucando.

O mais velho afastou-se. Pouco percebera que estava prensando Sam contra a cama, força demais, atrito demais, pressão demais nos pulsos nem tão delicados. Refreou-se.

Sammy... Eu acho que to ficando louco... Desculpa.

N-não, não entende assim, por favor... Eu só... tenho medo. Papai e Bobby estão no quarto ao lado. Eles podem ouvir. E.. bom, acho que precisamos manter isso em segredo.

Eu sei... — Dean se assentou na cama apoiando os cotovelos nos joelhos e a face contra as mãos — eu te beijei... Deus...

Por favor, não vem se arrepender agora. Não vê que se aconteceu, é por que era pra acontecer? Por que agora parece que quer tornar tudo mais difícil se culpando?

Não é isso...

Tudo bem, não importa. Vem, vamos dormir...

Sem relutar, o mais velho obedeceu. Deitados juntos, cochilaram por alguns instantes.

Sam acordou com um calor estranho em seu corpo. Por pouco pensou estar em apuros, mas quando tudo fez sentido, percebeu que Dean estava deliciando-se com seu sono, acariciando, mordiscando... pôde sentir o corpo forte colado ao seu, pôde sentir o calor que agora sabia, se desprendia do mesmo.

O que diabos...

Questionou, ou ao menos tentou fazê-lo baixinho. Dean riu, rouco, puxando-o pela cintura, e Sam quase deixou escapar um grito rouco quando sentiu que o mais velho não vestia nada, quando sentiu a clara e evidente animação dele contra sua pele. Só então percebera que sua boxer também se encontrava abaixada. Ardeu. Mordeu a própria mão para não gemer, porque os dedos dele brincavam com a fenda em sua glande, sua sensibilidade aguçada demais, e o membro dele forçava-se, sem realmente querer entrar.

Dean! — alertou baixinho — O que pensa que está fazendo?

Eu estou descontrolado, Sammy... ouvir você respirando baixinho, — falava ao ouvido do outro, rouco demais para alguém em um grau de excitação aceitável. Parecia realmente descontrolado, assim como dissera — e ter os braços ao seu redor... Seu cheiro...

Dean, papai, Bobby... Qual dessas coisas você não entendeu?

Você não tá falando coisa com coisa... Cala, Sammy...

Tampou a boca do mais novo com a mão que antes maltratava seu membro. Forçou-se apenas um pouco, sentindo Sam se forçar na direção oposta, vindo com força. Dean sentiu o corpo menor relaxar, e quase, por uma ínfima fração de tempo, não se afundou nele. Se afastou, ajeitando a roupa íntima de Sam, ajeitando-se, vestindo o que havia tirado. Fitou o teto. Seu corpo estava completamente arrepiado.

Dee... Você não vai conseguir dormir.

Apontou o óbvio, tocando por sobre a peça de algodão branca, o membro intumescido. O mais velho travou os dentes. Ver Sam se posicionando sobre seu corpo, olhos nos seus, e deixando sua língua ir de encontro à seu peito, trilhando um caminho promíscuo abaixo, o fazia querer gritar, toma-lo pelos cabelos, apertá-lo contra a cama e...

O despertador tocou. Já eram cinco e vinte. Hora de ir embora. Sam se levantou, dando brecha para o outro finalmente soltar a respiração que nem notara prender e tombou na cama...

Dean! Mas que droga!

Praguejou.

Levanta Sammy, é hora de ir embora.

Eu quero descansar!

Ah, não quer não! Por que dormimos a noite toda, não é mesmo?

Dean disse, com uma sobrancelha erguida e um sorrisinho prepotente de canto, levantando-se em seguida, estendendo a mão ao mais novo, convidando claramente para fazer o mesmo.

As horas escorreram lentamente, até que chegaram àquela cidade que sequer prestara atenção ao nome. Dean dormia no banco do carona, e sentia-se a ponto de fazer o mesmo, porque sim, seus olhos ardiam, sua vontade era deixar a cara tombar sobre o volante e pronto.

Estacionou frente ao motel pequeno, um tanto quanto mais jeitoso que os outros por onde costumavam passar. Olhou para o irmão e o tocou o ombro.

— Acorda...

Em poucos instantes, estavam num quarto grande, que na verdade comportava dois quartos. Sam olhou para Dean, quem se ajeitava frente ao espelho do banheiro... Sabia que o olhar promissor do irmão não o deixaria sair ileso esta noite, mesmo que fosse perigoso demais. Na verdade não se importava de todo. Sentiu, quando ele passou por sua pessoa, o toque displicente em sua coxa. Arrepiou-se e o seguiu até a mini-cozinha.

John e Bobby estavam assentados à mesa, uns cinco mapas diferentes, muitos celulares e livros por toda parte. Por suposto, aquele caso teria mais consequências graves para gente viva...

Dean pegou uma cerveja e voltou em direção ao quarto, sendo seguido depois de alguns instantes pelo mais novo, quem sentia-se vigiado todo o tempo. Talvez fosse coisa de sua cabeça, mas não podia se deixar render aos encantos e provocações do outro, ao sorriso de canto e a mão deslizando um dedo por certos locais disfarçados, chamando.

Sabia, seria difícil.


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Notas finais do capítulo

Continua...