Chocolate Derretido escrita por LyaraCR


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Já era pra isso estar morto e enterrado, mas toda vez que eu releio, acaba saindo mais um pedacinho dos extremos da minha mente e acabo escrevendo, postando e esperando que gostem! Grande beijo a todos os que leram e deixaram reviews!



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Já havia algum tempo que estavam parados alí, dentro do carro, vigiando um possível local importante... Bobby havia chegado há dois dias, e John estava ocupado demais com o mesmo. O caso estava muito mais complicado do que podiam imaginar, e por Deus, estava achando isso bom enquanto devia lutar para resolvê-lo. Era fato: estava ficando louco. De verdade.

Ao seu lado, no banco do carona e com uma cara de poucos amigos, Sam folheava algumas anotações tentando lê-las no escuro, o que estava deixando Dean irritado.

— Vai ficar cego assim...

O mais novo o olhou, fechando o caderno, fingindo obedecer apenas por um instante antes de pegá-lo e começar a ler outra vez, um sorriso escarninho no canto dos lábios.

— Tem como ligar o som?

Perguntou. Dean o olhou com uma cara de incredibilidade.

— Está me pedindo pra ligar o som enquanto estamos de tocaia?

— O que tem?

Se fez de desentendido. O outro bufou e voltou-se a sua janela.

— Não vejo porque o pai nos mandou aqui... Não parece ter nada de errado...

— Há muitas coisas erradas, Dean...

Apenas um sussurro, que por azar, o mais velho ouviu por partes, entendendo ou supondo o resto. Sam largou o caderno e deitou o banco. Estava calor alí dentro, e mal podiam aguentar, porque não podiam arriscar abrir as janelas e serem atacados por qualquer coisa. O Impala estava no meio do mato, disfarçado de nada, camuflado. O garoto remexeu-se no banco, tentando encontrar uma posição um pouco mais agradável para seu corpo, falhando miseravelmente. Aparentando a total perda de paciência, assentou-se, apenas para retirar o casaco e a camisa, restando apenas a regata branca contra seu corpo. Deitou-se de qualquer jeito outra vez.

— Por que parece que estamos no clima do deserto quando estamos no meio de uma floresta?

— Por que parece que você só sabe reclamar?

Dean disse, áspero, observando a mansão ao longe nem tão longe assim... Depois das coisas que aconteceram entre ele e Sam, estava cada vez mais difícil tratar o outro normalmente. Preferia ser ríspido a ataca-lo e fazer sexo com ele do modo que sempre imaginara. Não, sexo não, porque com Sammy, seu Sammy, sexo é pouco... Fazer amor com ele, estar dentro daquele corpo quente e deixar sua boca brincar com a dele, morder, chupar, deixar sua língua tocar a dele e descobrir seu sabor...

— ...Hein Dean?

Deixou abruptamente seus devaneios quando Sam o tocou o braço.

— Se a coisa aparecer, vai ser mais tarde! Nenhum espírito em sã consciência vai facilitar nosso trabalho aparecendo às oito da noite!

— ...

Ficou calado, tentando processar. Sua mente estava ocupada demais se lembrando do dia da cozinha, do dia do chuveiro, da noite de ontem...

 Estava deitado em sua cama, lendo qualquer coisa sobre carros. O local estava quente e a chuva ameaçava mais uma vez despencar sem piedade dos céus. Seu pai e Bobby haviam ido para um dos bares sondar alguns fatos. Sam estava deitado na própria cama, olhos fechados, de bruços, apenas um short branco, mais velho, encobrindo seu corpo, que brilhava mesmo na penumbra. Realmente as coisas estavam quentes... Não só pelo clima, mas por Sam estar alí, daquele jeito. Dean se deixou pecar por um momento, observando-o desde os tornozelos até a nuca, depois o rosto.. como quis tocá-lo, Deus, como quis... Mas sabia, ele não estava dormindo. Sam só dormia quando sua respiração realmente se acalmava... E agora, estava tão acelerada e errática quanto a sua. Ele sabia estar sendo observado, e sabia muito bem disso...

— Por que não tira os olhos de mim?

Dean corou até a raiz dos cabelos quando ouviu a voz rouca. Disfarçou por um momento e então tentou responder de forma convincente:

— Estou vendo se você está vivo.. Não posso?

— Você acha que eu estaria morto com você respirando desse jeito perto de mim? Parece um minotauro pronto para atacar...

— ...

Dean ficou calado. Não sabia o que responder. Sam andava meio... áspero para seu lado. Precisava cortar as asinhas dele antes que voasse alto demais e acabasse por mandar e desmandar sua pessoa quando bem entendesse...

Deixou-se olhar o corpo do mesmo mais uma vez, e então, deparou-se com os olhos esverdeados entreabertos, mais escuros que o normal... E uma das mãos do mais novo tocando leve e displicentemente seu membro por cima do short, como se quisesse disfarçar seu próprio estado, dissimular que sua mão apenas estava alí...

— Dean...

Quase que um gemido. Seu coração tomara um dos maiores impulsos de sua vida naquela noite.. olhou para ele sem maldade aparente.

— O que foi?

— Liga o som? Eu não quero me levantar pra fazer isso...

Como um bom servo, obedeceu. Levantou-se, o som ficava perto demais da cama de Sam, o que o fez se aproximar e sentir o cheiro doce que se desprendia do mais novo... Por que diabos ele estava tão... atraente? Até mesmo seu cheiro doce... Queria se afogar naquele aroma...

Seu dedo tocou o botão do som, ligando-o numa rádio local qualquer. As músicas que Sam gostava. Provavelmente havia deixado na estação.

O mais novo deixou sua mão alcançar a barra da camisa de Dean, puxá-lo sem nem mesmo pensar duas vezes... Ele olhou em seus olhos...

— Como consegue ficar vestido num clima como esse?

Indagou sem querer realmente uma resposta. O mais velho se abaixou, perto demais, perigoso demais, antes de apenas se deitar ao seu lado.

— Ainda não está calor o bastante para que eu a tire...

Sam havia entendido bem? Aquilo havia sido uma indireta? Não sabia, mas logo entendeu, quando o outro o fez deitar-se de costas contra o colchão, parando praticamente por cima de seu corpo, atacando seu pescoço com os lábios vorazes... Teve que gemer. Era muito forte o que estava sentindo. Se lembrava de estar pensando essas coisas de forma ininterrupta nos últimos quinze minutos.

— Dean...

Sim, agora aquilo havia sido um gemido, mais letal para o autocontrole de Dean do que o veneno de uma Mamba Negra. Deixou-se tocar o mais novo apenas para perceber que ele estava...

— Animadinho, Sammy...

Disse, provocando.

— ...

Não obteve resposta... Ele estava mais preocupado em menear seus quadris e aproximá-los ainda mais dos toques do outro.. As testas agora estavam coladas, as respirações se misturando...

— Eu quero te beijar... Quero muito...

O mais velho teve que dizer... Enquanto seu corpo se esfregava contra o de Sam, enquanto sua mão o tocava de forma despudorada, seus lábios tenros e rosados tocavam o canto dos dele, provocando ao mesmo tempo que sendo provocado por ele... Era a única barreira que não queria romper no momento, porque sabia, as consequências seriam desastrosas depois...

— Dean... Por favor...

— Pelo que está suplicando?

— Pelo que você quer, só uma vez...

— N-não Sammy, por favor... Não faz isso comigo..

Sentir os lábios dele se mexendo contra os seus era algo totalmente erótico, e se sentia queimar por dentro... Mesmo que apenas de canto, era delicioso...

Sentiu as mãos do mais novo escorregarem por seu corpo. Logo se desfez de sua camisa, de seus jeans, enquanto ele se desfazia de sua bermuda... E mais uma vez estavam impedidos apenas pelas roupas íntimas...

As coisas se esquentaram em poucos segundos, Sam voltando a ficar de bruços, se oferecendo... Aquele olhar capaz de aniquilar a sanidade de qualquer um por cima do ombro largo, os cabelos bagunçados, colados a testa suada...

Dean tocou-lhe o corpo sobre a boxer cinza... Era tão... firme, ao mesmo tempo que tão macio, tão promissor... Posicionou-se por entre as pernas levemente abertas dele, e começou a arremeter contra o outro corpo devagar, enquanto mordiscava seu ombro, de leve, enquanto mordia seu pescoço... E Sam gemia... Tentava se conter, dava pra ver, mas estava impossível... Sentir Dean alí, como se estivessem fazendo, era quente demais para que aguentasse calado...

O mais novo acabou por abaixar a própria boxer, incitando o irmão a fazer logo o mesmo, enquanto deixava-se escorregar de modo ameaçador contra o corpo de baixo... Dean tocou os cabelos de Sam, puxando-os de leve...

— Por favor, Sammy... A gente não pode fazer isso...

— Eu não consigo ter força de vontade o bastante para te parar...

Dito isso, Dean conteve-se para não se afundar no corpo do outro... Tinha que pensar num jeito de se aliviar, de aliviá-lo de tamanha tensão... Mas não foi o dono da descoberta do século, não...

— Assim...

Sam disse, enquanto encaixava o membro de Dean entre suas nádegas, de modo que ficasse alí, como se estivesse penetrando, mas sem fazê-lo realmente... E os corpos começaram a se mover... Faltava tão pouco para que passassem adiante... Mas não, sabiam que não podiam... Tudo se torna aceitável, desde que dentro de certos limites...

— Sammy...

Dean gemeu, mudando a posição que estavam, deitando-se na cama, acolhendo Sam contra seu corpo enquanto ainda se esfregavam, agora tendo espaço o bastante para tocar-lhe o membro negligenciado... Sam estava quente demais, e os gemidos quase que camuflados pela música, não mais contidos, só faziam com que quisesse cada vez mais e mais se enterrar nele de verdade. Devia ser tão quente e apertado...

O ritmo dos corpos era embalado por uma sincronia perfeita, o calor do momento deixando de parecer totalmente errado, eles cada vez mais e mais próximos do que queriam agora... E de repente, Sam foi o primeiro a perder o controle, apertando as nádegas contra o membro de Dean enquanto se deixava derramar contra a mão do mesmo, quem levou os dedos até os lábios, lambendo, beijando Sam em seguida enquanto também se esvaia... Aquele beijo proibido acabara de acontecer, sem nem pensarem e então, as línguas estavam se tocando de um modo que Dean sabia, nunca havia feito com ninguém, nunca havia sentido tamanha intensidade com ninguém. O pecado estava já, em boa parte, consumado. Não queriam se separar, não queriam que o momento acabasse.

Um som vindo do andar de baixo fez com que tivessem tempo apenas de se separarem e se vestirem... Os adultos haviam chegado.. E agora, as coisas estavam ainda mais confusas...

— Dean...

Sam gemeu perto demais de seu ouvido, trazendo-lhe de volta a realidade enquanto sentia onde a mão do mais novo estava... Tão tomado por sensações e lembranças, pensamentos, permanecera inerte mesmo com o que estava acontecendo, acordando só então...

Tomou-lhe o pulso, jogando-o contra o banco deitado com força antes de dar um jeito e acabar por cima dele, arrancando o cinto do mesmo, o botão de seu jeans e abaixando sua boxer...

— Dean... Não faz isso...

Sam gemeu, olhos fechados, enquanto o mais velho pressionava os membros com força com sua mão enquanto roçava-se contra o corpo ligeiramente menor... As respirações estavam ofegantes, sua boca mordiscava o queixo de Sam, mordiscava o pescoço já bem maltratado...

— Eu quero transar com você...

O mais velho viu-se chocado ante as palavras do outro, Sam dizer isso de modo tão natural, tão... Deus! Seu corpo consumiu-se em chamas enquanto sem pensar, atacava-lhe os lábios, enquanto de uma forma mais que promíscua gemia contra a boca dele, engolindo os gemidos dele e tendo os seus engolidos pelo mesmo, esvaindo-se junto a ele, ao mesmo tempo, arrepiando-se completamente, assim como sabia que havia acontecido com ele...

As respirações foram se acalmando com o passar dos segundos, e logo tentaram se recompor. O celular de Dean chamando era motivo o bastante para fazerem isso bem rápido...

— Sempre tem algo pra interromper...

Sam reclamou, enquanto olhos cheios de lascívia deitavam sobre seu ser, principalmente sobre aqueles lábios rosados, lábios agora profanados pelos pecados de si mesmo e de Dean, quem falava ao telefone atordoado o bastante para parecer bêbado, concordando com o que quer que fosse, logo desligando.

— Acho que o trabalho está chegando ao fim...

Foi tudo o que disse, olhando de maneira sugestiva para o corpo de Sam que ainda permanecia deitado alí, ao seu lado, no banco. Tudo estava louco demais e estavam aceitando sem problemas... Não queria pensar que aquilo tudo poderia se tornar um inferno da noite pro dia, não...

Arrancou o Impala, deixando o local em rumo ao encontro de seu pai... A noite de trabalhos seria longa agora que a real razão de tudo havia sido descoberta...


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