Justin’s POV

Era meu aniversário. Era a data que eu mais gostava de comemorar, além do aniversário de Jazmyn... Meu aniversário era a única data que eu saia com meus amigos e não tinha uma agenda pra seguir...

Eu havia acordado aquele dia em um hotel, perto das 10 da manhã... Em Roma. Levantei da cara lentamente, com um pouco de dor no meu pescoço, havia dormido mal apoiado no avião e isso era a pior coisa que eu podia ter feito, juro que nas próximas turnês, vou pedir para que os vôos sejam durante o dia... Dormir mal me destrói.

Tomei um banho e vesti a primeira roupa que vi pela frente, uma calça jeans escura, uma camisa preta e um sneaker vermelho com branco. Não estava com vontade de fazer nada além de dormir, mas eu sabia que a dona Pattie iria me cortar a felicidade. Fui para a sacada da cobertura o hotel. Olhando a paisagem que Roma. Era a segunda vez que eu ia a Itália, já conhecia o local, mas não era nada como nos filmes, ou nas histórias, nos romances de novela... A Itália era mágica de um modo que as pessoas só sabem quando vão lá...

Toc, Toc, Toc.

- Justin? – perguntou a voz da minha mãe atrás da porta. – Está acordado, amor?

- Sim, só um minuto. – gritei de volta, arrumando um pouco da bagunça que tinha feito durante a noite, procurando onde estava a roupa que eu usava como pijama. Depois, simplesmente abri a porta, e encontrei minha mãe segurando Jazmyn e Scooter logo atraz.

- Feliz aniversário, filho. – ela falou, dando-me um abraço com Jazz entre nós. – Que os seus sonhos continuem se realizando...

- Obrigado, mãe. – posso jurar que ia chorar feito um bebe abraçando a minha família. Acho que o meu pior defeito era esse, ser emotivo... Chorão. Mas não tanto quanto a minha mãe...

- Não acredito... Meu filinho está crescendo! Dezoito anos! Não é todo dia que isso acontece... Você já é maior de idade em alguns países...

- Mãe... – eu tentei interromper, enquanto ela me passava Jazz, quem se engatara no meu pescoço dando um abraço apertado demais...

- Ai vão vir as suas namoradas pra tirar você de mim, e depois você vai me trocar por uma garota sem sal que eu não vou gostar...

- Mãe... – tentei mais uma vez, antes que ela falasse algo bem pior...

- Ai quando você tiver filhos ela não vai deixar eu ver eles...- Minha mãe chorava, e me doía ver assim. Mas quando isso acontecia (sempre que acontecia), eu virava as costas e ia embora, não era o jeito mais educado de lidar com a situação, mas funcionava!

- E ai, JB! Parabéns, meu! – disse Scooter, me abraçando assim que desligou o telefone. - Pronto para as novidades?

-  Manda.

- Festa. – falou ele, animado.  Scoot ficava ligadão quando tomava muito café... – Seu aniversário. Quem você quiser. No salão do hotel. Nós já estamos atrasados para o ensaio.

- Poxa Scoot, é o meu aniversário! – reclamei, tirando um tufo do meu cabelo das mãos de Jazz, que brincava com eles quieta. Me deixando mais próximo de ser careca.

- Man, o Show deve continuar! – ele falou animado, quando chegamos no elevador.

Resmunguei algumas palavras censuradas para menores de 18 anos que Scooter não ouviu... E pedi que pelo amor de Deus, Jazz não as repetisse JAMAIS, se ela dissesse isso para a minha mãe, eu estava ferradinho da Silva...  Tudo ia muito bem. O café da manhã fora tranqüilo, recebi vários abraços, até do pessoal do hotel... Eu não sabia o que, mas algo faltava naquela manhã... Ou então era apenas uma preocupação... Não era tão certo, mas algo apertava meu peito, e me fazia sentir pesado, quando estava sozinho.

- Vamos, Justin, essa musica tem um tom baixo... Você consegue! – incentivou-me Helen.

- I'm just trying to be cool, cool, cool… What u'r expect me to do, oh yeah… I'm just trying to find, find, find…Sweet love of mineeee – desafinei mais uma vez. Devia ter escrito musicas com um tom mais baixo, minha voz está cada dia mais grave, o que faz com que eu desafine mais...

- Pausa, Galera! – Disse Helen, mas uma vez. Já era a segunda pausa em menos de uma hora.

Estávamos ensaiando no palco do Coliseu, onde seria minha próxima apresentação, na outra noite. Aquele lugar era incrível, mas era difícil de acertar nos equipamentos e o palco tem medidas um pouco diferentes, além do mais, não tínhamos ensaiado muito sem Ethan. Precisávamos muito disso. Saí do palco e fui para o meu camarim.

Se tem uma coisa legal é isso, o camarim é o único lugar onde posso ficar sozinho e me concentrar... Decididamente não conseguia me concentrar. Era um sentimento de preocupação que não me deixava em paz...

Toc, Toc, Toc. Veio da porta.

- Justin? – perguntou a voz. Era Nina. – Posso entrar?

- Claro – gritei de volta. E ela entrou silenciosamente. – O que foi?

- Nada. – respondeu, escondendo algo atrás do corpo.

- O que você está escondendo ai? – perguntei largando o suco do limão misturado com mel. Uma nojeira só, mas é ótimo para a voz. Nina havia ficado um pouco vermelha.

- Então, nossa, como você cresceu Justin! – ela disse. Desviando o assunto e dando o sorriso amarelo que eu gostava e acabava sorrindo do mesmo jeito.

- Não começa, Nina. O que você tem aí? – eu já disse que a curiosidade me deixa completamente louco? Pois agora todo mundo sabe. Odeio ficar curioso sobre alguma coisa...

- Ta bom, ta bom! – ela disse, e me entregou uma partitura. – É o seu presente de aniversário. Eu não sabia o que dar, e tinha visto seus versos, eu só quis tentar montá-los em uma musica.. não está muito boa mas...

- Está incrível! – eu a cortei. – Você toca, certo?

- Só guitarra, mas...

- Vamos tocá-la hoje à noite. – eu decidi.

- Mas... Mas... – ela começou a gaguejar mais vermelha do que já estava. Eu cheguei mais perto, dando um beijo na bochecha dela, a calando de vez.

- Obrigada, Nina, esse é o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar.

- De... De nada. – disse ainda chocada... E assim saiu do camarim, me deixando sozinho com meu limão com mel. E então eu havia notado uma coisa. Eu estava da mesma altura que a garota que eu gostava.

- Obrigada por terem vindo pessoal. Gostaria dedicar essa musica a vocês, escrita pela minha amiga Nina Knight.

O som da Guitarra começava a musica, era baixinha, realmente um fundo. Nina a tocava concentrada, sem olhar para a platéia. Ainda estava chocada por ter conhecido a Selena... Ela era muito fã da Selena e quase desmaiara ao ver... Foi uma cena muito engraçada. Foco, Justin, foco!

I just sit here, waiting for you to call

And then I wonder, if you're even calling at all

(Eu apenas sento aqui, esperando você me ligar

e então eu pergunto, se você está realmente ligando)

So many thoughts in my mind

Wishing you could be here all the time

(tantos pensamentos em minha mente

desejando que você poderia estar aqui o tempo todo)

Cause I'm lost without you

And I can just doubt you

And there's something about you

I just can't live without you (2x)

(Porque eu estou perdido sem você

E eu posso somente duvidar de você

E há algo sobre você

Eu simplesmente não posso viver sem você (2x))

Assim que a musica acabou, nós agradecemos e saímos do palco. Alguns vieram nos parabenizar. Usher falou um pouco comigo enquanto estávamos ali, mas eu já não prestava atenção, me sentia perturbado ao ver Nina conversando com Chris e Joshua, ela estava simplesmente linda com aquele vestido vermelho... Só me dei conta no outro minuto, quando já havia convidado-a para dançar, e ela já tinha aceitado. E cara, que merda, eu estava suando frio.

- Todos gostaram da musica. – ela comentou sorridente. Enquanto colocava os braços em meus ombros, e eu as mão em sua cintura. E acima de tudo, eu devia agradecer aos céus por ela estar de sapatilha...

- É verdade. – minha voz vacilou um pouco e eu começava a ficar um pouco ofegante. Estávamos no canto da pista, perto da porta do salão. E um silencio constrangedor nos atingiu. – Nina... Eu preciso te dizer uma coisa...

- Só falar. Sou toda ouvidos. – ela sorriu para mim. E eu senti que poderia fazer aquilo.

- Eu... Eu te...

Bang!

O barulho cortou o que eu ia dizer. Todos começaram a gritar a minha volta. Eu olhei para a porta e lá estava Jasmine V com uma arma na mão apontada na minha direção e Nina caiu sobre mim, e quando eu a segurei pelas costas, notei um liquido quente em seu vestido na região do rim direito. O vermelho do sangue era distinguível com o do vestido.

Tudo o que eu ouvi ela dizer foi o meu nome.

... Continua.