Cappuccino escrita por Bluenakes


Capítulo 6
Chocolate With Limon


Notas iniciais do capítulo

( Chocolate com Limão .)



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Nina’s POV

 

— Alo? – disse a voz no telefone. Era a pessoa que eu mais queria perto e mim no momento.

 

— Lucas? É a Nina! – eu praticamente gritei. E as pessoas ao meu lado na rua me olhavam feio. Será que todos os ingleses são tão conservadores assim?

 

— Nina? Não conheço nenhuma Nina... – respondeu a voz do telefone, meu maninho fofinho! Eu amo ele, mas naquele momento eu tinha o amando um pouquinho menos.

 

— Para de brincar comigo, seu idiota, eu estou louca de saudades!

 

Era o segundo dia em Londres, e eu estava super empolgada, caminhando em uma rua perto do hotel onde estávamos. Sentia-me cansada, afinal tínhamos saído do aeroporto direto para o ensaio no palco e ficamos para o show. Eram cinco da tarde, e eu estava carregada de compras.

 

— Eu também, maninha.

 

— Olha o respeito moleque, eu sou mais velha! – respondi um pouco dura com ele, mas isso era só brincadeira.

 

— Como está indo a turnê?

 

— Ah, você sabe... Cansativa. Não estamos ensaiando muito então não conseguimos fazer uma apresentação sem errar. Está uma bagunça. É o sexto dia de turnê e já estamos na terceira cidade... – eu respondi, olhando uma vitrine, havia um vestido lindo nela... Vermelho tomara que caia...

 

— Imagino, quando vocês vão voltar para Atlanta?

 

— Ainda não sei, mas espero que seja logo... – Comentei. – Mas, eu preciso de um favor, Lucas...

 

— Fale.

 

— Amanhã é o aniversário do Justin, e eu quero dar um presente para ele... O que eu dou? – entrei na loja, a procura do de alguma vendedora, precisava experimentar aquele vestido.

 

— Nina, você praticamente vive com o cara e pergunta para mim, um mero mortal, o que dar de presente para o Justin Biba?

 

— Ele não é biba...

 

— Já pegou ele pra saber?

 

— Nossa... Não, ele é meu chefe... E tem a sua idade, ele nunca iria “ser pego” por uma velha que nem eu... Credo Lucas!

 

— Certo... Mas Nina, você o conhece bem, deve saber de algo que ele está precisando!

 

— Ta tirando onda com a minha cara? Ele é o Justin Bieber, não precisa de nada! – assim que o disse, sinalizei para a loira com o crachá da loja, o vestido da vitrine.

 

— Já perguntou isso pra ele?

 

— Não... – respondi um pouco envergonhada. A vendedora foi até o estoque com um sorriso no rosto.

 

— Sei lá, Nina, dê algo que ele vá se lembrar de você... E eu tenho que ir, são 10 da noite aqui, e amanha tem aula!

 

— Certo, vai estudar, vagabundo!

 

— Nina!

 

— OK, meu vagabundo preferido! – E assim ele desligou o telefone, meio irritado. Lucas era meu irmão menor, não era o meu trabalho irritá-lo, era e sempre seria minha obrigação!

 

Desliguei o telefone e logo depois a vendedora veio com o vestido em mãos e me guiou para o provador e o experimentei.

 

Olhei para o vestido no espelho. Era aquele. Eu o comprei, mas ainda tinha um problema para resolver...

 

 

 Justin, Justin, Justin, o que faz você se lembrar de mim, Justin?

 

 

Eu caminhava na mesma rua, passando por mais lojas e edifícios, na direção oposta voltando para o hotel, pensando no que o meu irmão me disse. Precisava achar algo que faria Justin se lembrar de mim... Isso seria complicado, por mais que eu o conhecesse a quase dois anos, eu não sabia o que dar para ele. Ele tinha tudo o que um garoto de 17 anos precisava... Embora não fosse a pessoa mais bem vestida do mundo... Cara, eu simplesmente odeio quando ele coloca calça jeans, sneaker colorido, camisa xadrez com vermelho por cima de uma camiseta roxa, gorro de lã e aqueles óculos brancos sem lentes... Vai dizer, o Justin Bieber vestindo isso, todos acham ele lindo, um cara comum vestindo isso na escola... Fracassado, Mané...

 

O pior de tudo, é que mesmo o conhecendo há tanto tempo, era difícil de dizer como ele era. Era como se eu passasse tanto tempo com ele e ao mesmo tempo distante. Mesmo nos ensaios, Justin preferia ficar sozinho, a conversar com os outros. Dava pra ver que ele se sentia sozinho e isolado. E mesmo quando tentava falar com todos, não conseguia, os assuntos que conversávamos eram sobre coisas que ele nunca mais iria fazer como um garoto normal... Quem nós éramos na escola, os lugares que íamos, o que faríamos depois da turnê... Enquanto tínhamos um futuro para decidir, ele parecia ter sempre sua agenda a seguir...

 

Perto do hotel, havia uma cafeteria. Toda de madeira, em uma esquina. Ela era um tanto rústica, e havia poucas pessoas nela, mas uma me chamou a atenção, de touca e um grande óculos, sentada logo na janela, olhando papeis a frente, com uma xícara no canto da mesa e um pedaço de bolo de chocolate.

 

Entrei no estabelecimento e pedi para o garoto um bolo de limão com nata e uma coca-cola.

 

— Olá, estranho. – eu falei, e o garoto em minha frente me olhou através dos óculos escuros. Dando um sorriso ladeado.

 

— Olá, estranha.

 

Sentei-me ao lado de Justin, largando minhas compras na cadeira a nossa frente. Logo depois o garoto que trabalhava lá trouxe o meu pedido. Eu o olhei melhor, era alto, loiro e olhos azuis, era lindo. Eu sorri para ele, e murmurei um “obrigada” e ele sorriu de volta, colocando um papel perto do prato do bolo. Quando o peguei vi o que estava escrito: “Jason Kirg, 6697-8854. O garoto queria que eu ligasse pedindo um encontro com ele, o tal Jason devia ter notado que eu tinha o achado muito bonito... Comecei a rir, mal sabia ele que eu iria embora dali a três horas.

 

— Você não tinha uma entrevista agora? – perguntei me voltando para Justin, que mesmo debaixo dos óculos escuros, mantinha uma expressão rígida e distraída. – Justin?

 

— Sim?

 

— Entrevista? Agora? – Justin pareceu pensar um pouco. O garoto estava pálido.

 

— Estou fugindo dela. – respondeu, olhando para as partituras a sua frente. E tomando um pouco do café na xícara. – O seu é melhor.

 

Era um cappuccino.

 

— É só um cappuccino como todos os outros. – eu respondi, as vezes Justin tinha algumas manias estranhas, mas nada o deixava menos bonito, menos gentil, ou menos ele mesmo.

 

Justin tinha se calado. Já juntando as partituras e a caneta que usava. Eu peguei a sua mão, e ele parou o que estava fazendo.

 

— Posso vê-las? – perguntei, ainda sorrindo.

 

— Cl-claro! – ele me entregou as partituras meio que gaguejando. Eu ri dele, havia ficado vermelho de vergonha, mais fofo a cada momento.

 

Assim como peguei, eu as larguei... Eram apenas alguns versos soltos, nada formado, nada que rimasse muito, o que era estranho. Eu já tinha visto Justin fazer uma musica, era algo um pouco demorado, mas tinha uma estrutura, rimas, e eventualmente alguém dava outra palavra para colocar no lugar de uma...

 

— Falta de criatividade?

 

— É mais um bloqueio, não consigo escrever musicas desde... – sua voz vacilou um pouco, fazendo-me parar de comer meu bolo de limão e olhar para o de chocolate, quase intocado... Justin não podia ver algum tipo de doce sem atacar.

 

— Justin... Sei o que você está passando, só precisa de tempo para se acostumar com a falta que ele faz.

 

— Nina, não é só isso. Eu não consigo nem respirar direito, eu não tenho tempo pra nada e também teve isso da Jasmine e do Ethan... E agora acho que eu estraguei tudo com o pessoal, estamos com um dançarino a menos... Agora não temos nem um número de abertura.

 

— Hey, não se preocupe com os dançarinos, Helen já sabia que isso poderia acontecer, e nos fez improvisar um pouco. Relaxe, Bieber! Além disso, Ryan pode muito bem cantar Omaha Mall de inicio como fizemos ontem à noite! – respondi passando a mão em seu ombro coberto pelo casaco preto de inverno.

 

— Ok...

 

— Vamos, anime-se um pouco. Essa turnê ainda não é um fiasco completo! – eu tentei animá-lo, mas apenas consegui deixá-lo mais triste.

 

— Eu esqueci a letra de Stuck In The Moment.

 

— Pelo menos não foi Baby! Cara, você sabia que tem versão rap e funk dessa musica?

 

Justin deu uma risada gostosa, mostrando um pouco de vida.

 

— Sério? Versão rap? Só você pra me fazer rir quando eu penso na morte do meu pai.

 

— Pare de pensar nisso, JB! – eu o repreendi, dando um tapa no ombro esquerdo.

 

— Preferia morrer a ver ele morrendo...

 

— Justin, não tente atropelar a natureza, os filhos podem viver sem os pais, afinal é assim com quase todos. Mas um pai jamais poderia viver sem um filho.

 

Abracei meu chefe com os braços por cima de seus ombros e sem demorar ele me abraçou de volta, colocando uma mão em minhas costas e outra afagando meus cabelos.

 

— Tudo vai acabar bem, e se ainda não está bem, é por que ainda não acabou.

 

— Vou me lembrar disso.

 

Justin tirou o rosto do meu ombro, me deu um beijo na bochecha e colocou o rosto no mesmo lugar, acabei de apertar mais o abraço.

 

— Vou estar com você sempre que precisar.

 

— Então você vai ficar sempre do meu lado, Nina. – ele respondeu, com a vez vacilante. – melhor voltarmos para o hotel, minha mãe deve estar preocupada.

 

— Vamos. – respondi, desfiz o abraço e peguei minhas compras, ou algumas, já que o garoto tinha pegado metade das sacolas.

 

 

 

A coisa mais difícil daquele dia não havia sido a minha tentativa fracassada de fazer com que o Bieber se sentisse melhor. Era não ter conseguido um presente para ele. Eu havia procurado mais tarde ao redor do hotel, mas nada que chamasse a atenção, nada que ele fosse gostar, muito menos que ele não tivesse. Aquela hora, eu já estava no avião, era meia-noite e 20 e eu ainda não tinha nada. Lembrei dos pedaços de letra que Justin havia escrito. Eram sobre não poder viver sem alguém importante... Peguei o caderno dentro da bolsa, junto com uma caneta, tentando encaixar as rimas...


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Notas finais do capítulo

OI galera! Desculpem a demora, mas é que andei um pouco ocupada... Queria agradecer a Jess, que betou o cap. Valeu Jess! Pessoal, Comentem, Critiquem e INDIQUEM A FIC! Obrigada, e espero que tenham gostado do cap! BizuBizu!



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