Herança de Amor escrita por Lewana


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oii lindas(o)

Primeiramente gostaria de agradecer ao apoio que vocês estão me dando...Obrigada mesmo, acho que sem o incentivo de vocês eu nem estaria no capítulo 11 *o* (ufa). Mas podem ficar tranquilos que nem vou estender a história muito não!^^

E, putz...eu morro de rir com a criatividade de vocês em escrever reviews e mandar MP..HASUHASUAHSUAS'

Queria lembrar a todos que leio todos os recados e considero bastante as sugestões :D

Então,vamos ao que interessa né... aí vai mais um capítulo.

Espero que curtam bastante!

Bjos

Lewana



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   Carolina acordou debruçada na mesa, dolorida e desanimada. Trabalhara durante horas e não descobrira por que Ted mudara o testamento.
   A luminosidade que entrava pela janela dizia-lhe que a manhã ia bem avançada. Lembrou-se da noite anterior. Laura dissera que a desejava, porém não fizera promessas nem falara no futuro. Sem dúvida ela a queria sexualmente, mas que segurança esse sentimento temporário poderia oferecer?
   Lutando contra a frustração, Carol foi se trocar. Tirou o vestido vermelho enquanto pensava que talvez a herança de Ted não valesse tanto esforço, que era melhor ir para El Paso, onde ainda tinha a oferta de emprego. Mas algo em seu íntimo recusava essa idéia.
   Pouco depois entrou na cozinha, onde Nilda polia a prataria e observou:
   - O ruim das festas é a limpeza no dia seguinte.
   Carol serviu-se de café, temendo a conversa que se seguiria, mas decidiu iniciá-la:
   - Imagino que saiba da briga de Laura com Rob e o que Sybil Perry me disse.
   - Estava ocupada na cozinha - assentiu Nilda, calma - e perdi o espetáculo, mas sei, sim.
   - Você tem o direito de saber a verdade... - Carol reuniu toda coragem: - Meu marido se matou.
   A senhora fitou-a, compreensiva:
   - Deve ter sido terrível para você.
   - Eu gostava de Erick. Tentei ser como ele queria, mas não deu certo. A pressão foi demais...
   - Tenho certeza de que você fez o possível.
   Nilda guardou os talheres e ia sair da cozinha quando Carolina perguntou:
   - E a briga de Laura e Rob? Quero que você saiba que...
   A senhora parou e voltou-se:
   - Já vi muita gente gananciosa e conheci muita gente que gosta de causar problemas. Você não é nenhuma das duas coisas. Até minha filha tola veria isso se não tivesse medo de abrir os olhos. Mas cada qual tem de alcançar a verdade a seu modo.
   Nilsa retirou-se, enquanto Carolina a observava, impressionada com a serenidade e sabedoria dela. Sentindo-se mais leve, terminou o café e olhou pela janela da cozinha. O céu estava coberto. Não era um bom dia para cavalgar, mas era o dia perfeito para ficar com seu filho.
    - Quem sabe uma das caminhonetes está disponível... - comentou com a criada. - Acha que dá para Eduardo e eu irmos para a cidade e voltarmos antes da chuva? 
    - Eduardo saiu com a dona Laura, como sempre senhora. Mas devem voltar para o almoço a qualquer momento.
    - Laura? Você quis dizer que Dudu saiu com Rob.
    - Não - a criada balançou a cabeça -, Eduardo está sempre com Laura. Ele a segue como uma sombra.
    De repente, Carolina teve certeza que havia mesmo motivos para duvidar de Laura. Se ela pretendia usar seu filho para afastá-la do rancho, nunca a perdoaria!
    Com um pressentimento angustiante, saiu correndo da cozinha para a cocheira, determinada a achar o filho de qualquer forma. Ia entrar na cocheira quando notou uma nuvem de poeira à distância. Dominando a impaciência, foi para a varanda e esperou.
    Um dos caubóis saiu do estábulo e abriu a porteira do cercado e em minutos o espaço foi ocupado por caubóis empoeirados e gado mugindo.
    O coração de Carolina pareceu parar quando viu Eduardo trabalhando com eles, montado em Zack, abanando o chapéu e gritando para conduzir as reses. Logo ele notou a mãe e acenou, sorrindo com orgulho.
    Conseguindo exibir um trêmulo sorriso, Carolina acenou de volta. Então, uma das reses decidiu passar por Zack e fugir. Horrorizada, ela viu quando o grande cavalo foi atingido de lado pelo animal. Dudu, que olhava para ela, foi pego de surpresa. Procurou equilibrar-se, mas Zack moveu-se para não cair e o menino caiu para o outro lado, onde a mãe não podia vê-lo.
    Carolina saiu correndo, mas uma pessoa chegou primeiro. Colocando o cavalo que montava entre Eduardo e o gado, Laura protegeu o garoto até todos os animais serem colocados no cercado. Quando Laura desmontou, Dudu já se recobrara e segurava as rédeas de Zack.
    - Você está bem? - Carolina passava as mãos pelo filho à procura de machucados.
    - Ele está bem - interveio Laura, seca.
    Furiosa, Carolina virou-se para ela:
    - Como se atreve a pôr meu filho em perigo desse modo?
    - Só estou ensinando o Dudu as mesmas coisas que Rob e eu fazíamos na idade dele. Diabos, se ele estivesse na cidade andando de bicicleta, iria cair também. Com um cavalo é a mesma coisa.
     - Ele podia ter se machucado muito ou até morrido!
     - Carol, isso pode acontecer também atravessando a rua. Você não pode manter seu filho preso à sua saia para sempre.
     - Eu não me machuquei, mãe! - garantiu Eduardo.
     Carolina percebeu que perturbava o filho e decidiu ir com calma:
     - Querido, você tem de ter mais cuidado. Só vai ter aulas de equitação quando eu estiver junto.
     À beira das lágrimas, Eduardo repeliu a mãe:
     - Eu sei montar sozinho! Não sou mais criança, sou um domador de cavalos de verdade, assim como Laura!
     Chocada com essa reação, Carolina voltou-se para Laura:
     - Você é a culpada! Fez isso para eu ser forçada a deixar o rancho, que é o único modo de separar Eduardo de você!
     Laura olhou-a com intensidade, desejando que Carolina compreendesse:
     - Essa idéia pode ter passado por minha cabeça a princípio - reconheceu -, mas não fiz isso.
    Carolina balançou a cabeça: arriscara-se a perder o respeito próprio na esperança de Laura interessar-se por ela, mas não arriscaria seu filho, de maneira nenhuma.
    - De agora em diante, não se aproxime do meu filho.
    - Mãe, não!
    Ignorando os protestos de Eduardo, ela ia voltar para casa, mas Laura segurou-a por um braço:
    - Mas que droga, Carol! Você está exagerando.
    - Tire as mãos de mim!
    - Que diabos está acontecendo aqui? - Rob aproximou-se.
    - Não é da sua conta - retorquiu Laura. - Deixe que eu cuido disto.
    - Não fique me dando ordens como se eu fosse um moleque ou um dos empregados! Trabalho aqui tão duro quanto você e ainda tenho de aguentar seu mau-humor?
    - Continuo sendo a administradora do rancho e sou eu quem dá as ordens. Se não quiser me obedecer, pegue suas coisas e dê o fora!
   Virou as costas para Rob e segurou Carolina, quase arrastando-a na direção da casa. Com certeza, a última coisa que Laura poderia esperar era a mão que a segurou pelo ombro e puxou-a com força, provocando nela um reflexo instantâneo. Ela soltou Carolina e, girando já com os punhos fechados, atacou.
   Rob caiu no chão e ficou sentado, olhando para Laura com uma expressão quase cômica de incredulidade.
   Laura fitou o irmão com o estômago se contraindo de angústia. Desde que Rob nascera protegera-o e cuidara dele. E Rob toda vida a apoiara, fazendo seu trabalho sem reclamar, sorridente, e sempre com uma palavra de encorajamento quando era necessário. No entanto, reconheceu Laura, nos últimos anos, a única coisa que lhe dera em troca haviam sido ordens ríspidas ou respostas secas. Até aquele momento: agora o agredira!
   Cheia de remorso, estendeu-lhe a mão, dizendo:
   - Lamento muito, Rob.
   Ignorando a mão estendida, Rob levantou-se sozinho e lançou-lhe um olhar de profundo desprezo, que machucou mais do que se a tivesse dado um soco.
    - Eu também lamento, Laura - a voz de Rob era áspera. - Lamento por você. E pela mulher que se tornou.
    Ferida pela atitude do irmão, Laura foi para seu cavalo, montou e saiu a galope, sabendo que nunca poderia esquecer o que fizera e dissera. Acabava de perceber, também, o que se tornara: uma mulher amarga e egoísta que vira refletida nos olhos tristes de Rob.
    Vendo-a afastar-se, Carolina sentiu impulso de confortá-la pela dor que sentia, mas repreendeu-se: aquela mulher fizera seu filho, ficar contra ela de propósito!
    Determinada, voltou-se para Dudu, que saiu correndo e chorando. Carolina chamou e correu atrás, mas o garoto trancou-se no quarto dele.
    Ela parou do lado de fora, com vontade de chorar também. Ao longo do casamento infeliz, do suicídio de Erick, da morte de Ted e agora com o ressentimento de Laura, sempre tivera Eduardo ao seu lado. Será que perdera isso também?
   - Dudu, por favor abra a porta e vamos conversar.
   Não houve resposta. Carol achou melhor esperar que ele saísse por espontânea vontade e foi para seu quarto.
   Sentou-se à mesa e ligou o computador, mas não conseguia se concentrar na voz de Ted.
   Pensou em pegar Eduardo e ir embora imediatamente, porém algo mais que orgulho parecia segurá-la ali. Sentia-se responsável pelo desentendimento entre Laura e Rob. E quem sabe não havia mesmo exagerado em proibir seu filho de cavalgar sem sua companhia... Será que Laura importava-se mesmo com seu filho e com ela? Ou estava apenas bancando a tola?
    Ergueu-se, esticando o corpo dolorido, e foi para a cama. Estava cansada. Talvez poderia pensar melhor se descansasse um pouco. Com um suspiro, fechou os olhos.

~//~

  Acordou sobressaltada. O quarto estava quase escuro. Sabia que tinha algo a fazer, mas o que era? Então, lembrou. Dudu!
  Lavou o rosto e foi bater à porta dele.
  - Dudu?
  Nenhuma resposta. Será que ele também adormecera? Com cuidado, girou a maçaneta e empurrou a porta, que abriu sem resistência.
  Entrando, chamou o filho outra vez. Na penumbra, precisou de um momento para perceber que não havia ninguém no quarto.
  Acendeu a luz e viu as gavetas abertas e vazias. Em seguida, descobriu o bilhete grudado no espelho.
 
  Querida mamãe. Vou viver sozinho, assim vocês param de brigar.
                 
                                             Amor, Eduardo


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Notas finais do capítulo

Reviews?