Ruby escrita por Neline


Capítulo 8
De escape frustrado


Notas iniciais do capítulo

ENJOOOOOY ;*



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- Senhora Blair? - Serena disse, abrindo a porta do quarto enquanto fazia uma reverencia. Revirei os olhos.

- Só Blair, Serena. Já tivemos essa conversa. - Ela se aproximou, as mãos firme segurando a bandeja de prata com meu café da manhã.

- Como queira, majestade. - Suspirei, me contendo. Meu mal humor não deveria ser descontado na pobre serviçal. 

- Charles está no Castelo? - Perguntei, tocando minhas torradas com o garfo, de leve. Não estava com fome, e o barulho de espadas e tiros ao longe me embrulhavam o estômago.

- Não senhora. O Rei saiu cedo. Disse que deveria falar com o comandante do exército da Corte para ver os progressos da guerra. Já faz três dias... - Ela soltou as últimas palavras quase em um sussurro, mas eu concordei com a cabeça.Chuck havia me mantido trancada nesse quarto desde que chegamos, algo que me pareceu fofo e protetor no começo, mas que me dava nos nervos agora.

- Serena, vou dar uma volta pelos Jardins. Os ares desse quarto estão me sufocando. - Minha empregada sorriu, como quem se desculpa.

- Mil perdões Rainha, mas o Rei deu ordem severas a todos os empregados para que a senhora não saísse de seus aposentos. 

- Não creio que lhe pedi permissão. Disse quevou. - Ela me encarou espantada. Depois disso, contorceu o rosto em uma careta, e foi até a porta, correndo.

- Me perdoe. - Ela falou, antes de trancar a porta. Mesmo assim, me levantei da cama, e me vesti. Vestir-me era uma tarefa que exigia tempo. Felizmente, eu tinha tempo. Quando ai de trás do biombo, e passei meus olhos pelo quarto, um envelope bege me prendeu atenção. Andei até ele, vendo que alguém provavelmente o passará por baixo da porta. Não havia nada escrito nele, então passei meu dedo pela aba, rompendo o selo de cera. O papel que repousava lá era da mesma cor que o próprio envelope. As letras prostradas ali eram delineadas, calmas, e bem desenhadas. Decidi parar de analisar os aspectos estéticos da carta, e ler seu conteúdo.

"Belíssima Blair Waldorf. É uma lástima que a senhora tenha sido arrastada do meu castelo com tão pouca delicadeza. Garanto-lhe que minhas portas estarão sempre abertas para recebe-la, e ter o prazer da sua graciosa presença. Sua mãe, a doce Eleonor, pode lhe dizer que as acomodações do meu reino são tão ou mais aconchegantes que as de Bourbon. E meu prezado primo, como está? Ocupado demais com a guerra para dedicar a sua esposa alguns minutos de atenção? Sua mãe tem reclamado constantemente de dores nas costas. Creio eu que seus aposentos não estivessem preparados para uma estádia demasiada longa. Espero que possa visita-la em breve, no nosso casamento, para que essas dores nas costas não se agravem.

Os melhores votos...

Carten Baizen, Rei da Corte de Grensty, e seu futuro esposo."

E naquele momento, eu soube de duas coisas. Primeiro, havia um traídor no castelo. Segundo, eu precisava sair dali, o mais rápido possível.

Olhei em volta, completamente indignada. Estava presa no meu próprio qurto, enquanto minha pobre mãe sofria nas mãos do Baizen. Tinha que sair dali, cada pedaço da minha alma sabia disso. Precisava salvar minha mãe, meu povo, e meu Chuck, que se colocará em perigo pelo próprio orgulho. E por mim. Era injusto que tantas pessoas estivessem morrendo na frente de batalha pelo egoísmo do meu marido. Se eu seria infeliz? Provavelmente. Mas o que era minha felicidade perto da vida de todo um povo?

Abri a gaveta, puxando minha velha tesoura de lá. Estava um pouco enferrujada, mas cortou meu vestido até a altura do joelho. Era quase como estar despida, porém aquilo não importava agora. Cheguei perto da janela, e olhei para baixo.  Os quatro lances de escada que eu tomava todos os dias para chegar aos meus aposentos não pareciam tão altos. Só agora eu me dera conta que estava a cerda de 8 ou 10 metros do chão. Não poderia pular, conclui enquanto controlava o instinto de bufar. Era o único lugar por onde eu poderia sair. Olhei para os lençóis. Clichê, mas funcional. Joguei-os no chão, assim como as cobertas, e comecei a amarrar-lhes as pontas. Testei-as rapidamente. Quer dizer, caso elas fossem fracas demais, eu descobriria. Do pior jeito, e logo. O armário de sapatos  era o móvel mais próximo a janela, além de ser pesado o suficiente para não sair do lugar. Amarrei a ponta da longa corda improvisada ao pé do armário, e a lancei pela janela. Olhei novamente para baixo. Minha corda era um metro, mais ou menos, mais curta que a distância entre mim e o chão. Não era muito, eu poderia pular sem problemas. Eu esperava.

Escorregar pelos lençóis foi uma sensação alucinante. Tocar os pés no chão, oi tranquilizador. Percorrer o jardim, tentando não ser vista, foi emocionante. Então, percebi que sair do meu quarto era fácil. Sair do castelo era outro patamar.

- O que a Senhora está fazendo aqui? - Meu coração foi a boca. Então me virei. Nate me encarava. Ele estava com uma armadura no peito, já o capacete estava em sua mão esquerda. A espada estava fincada na grama. Seu rosto estava coberto de pó, e alguns cortes sangravam em seu braço.

- Preciso da sua ajuda. - Falei, antes que pudesse pensar.

- Para voltar a seu quarto, suponho. - Ele sorriu para mim. Lembrei de meus trages, nas estava sem tempo para corar.

- Para sair do castelo, na verdade. - Pensei que se alguém houvesse atirado uma flecha nas costas de Nate naquele momento, ele haveria se assustado mesmo. Sua face se contorceu em um espanto desesperador, e suas palavras saíram atropeladas.

- Não posso! Isso é loucura! Ajudar-lhe a fugir seria como um crime Contra a Coroa!

- Acalme-se! Eu preciso. É para o bem do povo. Quanto antes me for, mais vidas serão poupadas. - Minha voz, em contra peso, saiu falha. Mal percebi que estava a ponto de chorar, até que o dedo dele levantou meu queixo.

- Perdoe-me, Rainha, mas devo leva-la de volta ao quarto. 

- Não percebe? Isso é uma guerra de vaidade. Não posso me dar ao luxo de entrar nela. Tenho que zelar pelo meu povo, não por mim. Por favor, Nate, não estou te pedindo isso como rainha. Estou pedindo isso como pessoa. Alguém que tem amigos e não quer vê-los mortos. Que tem uma mãe. Que tem um esposo. Por favor. - Ele me encarou. Aqueles olhos azuis estavam obviamente confusos. Então ele piscou com calma, e respirou fundo.

- Vou lhe levar pela saída dos fundos, e faço questão de acompanhar a senhora até a entrada do bosque.

- Obrigado, Nate. Acaba de salvar vidas. - Sorri para ele, e logo depois nós corremos até o pequeno portão, esquecido e coberto de vegetação. Nate arrancou-as com um golpe de espada, e depois empurrou o portão. A floresta ficava a menos de 10 metros dali, mas ele fez questão de me acompanhar. 

- Blair Waldorf, saiba que eu lhe admiro. É a melhor Rainha que a Corte de Bourbon já teve. Saiba que me culparei eterna por deixa-la ir. 

- E tu és o melhor cavalheiro que eu já conheci. Na guerra, sacrificios devem ser feitos. Fique com o coração em paz, sabendo que tomaste a decisão certa. - Me curvei rapidamente, e voltei a correr.

 Minhas pernas doíam, mas eu não tinha ideia que aquilo era o menor dos meus problemas. Entre tropeços e quedas, entre o barulho da guerra há um quilometro ou mais de mim, escutei claramente o galope de um cavalo. Minha respiração falhou, e paralisou ao ver o grande cavalo negro me ultrapassando, e parando logo na minha frente, barrando minha passagem.

- Onde você pensa que vai? - Chuck rugiu, saindo da galopa, com seu olhar transbordando ódio.

Ella no sabías queChuck Basscon suorgullo herido era más peligroso queun ejércitofurioso.


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Notas finais do capítulo

Entãããão, gostaram? A partir de agora a história vai ficar muuuuuito quente. É. Em todos os sentido, huh.

Deixem reviews lindinhas (e se tiver algum lindinho lendo, me avise, que a gente casa, ok?) *-*

XOXO. Neli ;*