Ruby escrita por Neline


Capítulo 9
Una condena inapropiado




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- Chuck. - Murmurei. Minhas pernas doíam ainda mais agora que eu estava parada.

- Eu lhe fiz uma pergunta: Onde você pensa que vai? - Ele soava tão irritado que eu mal compreendia o que ele falava. Os olhos, que já eram naturalmente frios, pareciam pedras de gelo.

- Vou fazer o que precisa ser feito. - Falei, com a voz entrecortada pela respiração pesada. O cavalo de Chuck bufava, como se estivesse cansado do esforço feito. Percebi que na espada de que Chuck carregava na cintura havia sangue fresco, ainda gotejando na grama verde, mas não pareceu oportuno perguntar quem havia sido a vitima.

- Eu já lhe disse o que tem que ser feito! - Ele gritou, como se houvesse um barulho ensurdecedor entre nós, quando podíamos ouvir apenas o barulho que o vento fazia ao se chocar com as folhas das árvores.

- Sim, você disse! - Retribuí no mesmo tom, algo que nunca faria em qualquer outra situação. Ele pareceu tão surpreso com o volume da minha voz quanto eu, mas não o diminuí. - E os soldados morrendo, concordam com você? E as mulheres desses soldados, apoiam suas palavras? Os filhos que estão passando fome, te acham sábio? Pense, Chuck! 

- Eu só estou defendendo a honra da corte. - Ele devolveu, ainda mais irritado. Dessa vez, porém, seu tom de voz soou mais baixo, sob controle.

- Não. Você está defendendo a sua honra. 

- Estou defendendo a sua honra! - Suspirei. Meus pés pareciam estar em carne viva. Doía a cada passo que eu dava, mas caminhei até chegar perto dele.

- Você é o Rei, Bass. Às vezes, ser Rei significa deixar de fazer algo que é importante para você, e fazer algo que é importante para o povo. 

- Ter uma boa rainha é importante para o povo. - Suspirei.

- Existem várias boas mulheres nesse vilarejo.

- Está sugerindo que eu te deixe ir e case-me com uma mulher qualquer do vilarejo? Nunca ouvi tal absurdo na minha vida! - Eu não queria ter dito exatamente aquilo. Queria dizer que, caso ele precisasse de uma rainha, certamente encontraria uma boa mulher para fazer o trabalho.

- Não desejo isso. Mas não há outra alternativa, enquanto eu não conceder minha mão ao Carten, a guerra prossegue. Além do mais... Minha mãe, Chuck. Não posso abandoná-la. - Chuck fechou os olhos, e eu quis beija-lo. Poucas vezes na minha vida tive um impulso tão forte quanto aquele. Passei os braços envolta de seu pescoço e o beijei, com toda a vontade que eu tinha. Ele passou os braços entorno da minha cintura, me puxando mais para perto, e retribuiu o beijo com a mesma intensidade. Pensei em como seria estar longe dele, e apenas uma palavra me veio em mente. Insuportável. Viver longe de Chuck nesse momento seria simplesmente a coisa mais difícil que eu poderia fazer. - Não quero casar-me com Carten. Mas é minha obrigação. Jurei fazer o melhor pelo povo. Sabes que geralmente não sou tão altruísta, mas não costumo quebrar minhas promessas. Quero poder acordar de manhã e saber que fiz a coisa certa.

- E pretende saber isso antes ou depois de abrir os olhos e dar de cara com o Baizen? - O tom do meu esposo voltara a ser frio, irritado. Nada naquela situação era fácil para mim. Se ele apenas entendesse... 

- Não torne isso mais difícil para mim, Chuck. Eu tomei minha decisão. Farei o que precisa ser feito. 

- Enquanto eu estiver vivo, Blair, você jamais colocará os pés na Corte de Grensty. - Ele falou aquilo com tal ar de seriedade que meu corpo inteiro se arrepiou. Eu queria transmitir para ele o quanto estava preocupada, mas aparentemente, minhas preocupações estavam abaixo dele, e jamais o alcançariam.

- Chuck! Pelo amor de Deus, entenda! A cada palavra que nós trocamos aqui, a cada argumento que tu usas para não me deixar ir, uma pessoa morre na guerra! E não falo apenas da nossa corte. Os soldados de Carten não devem nem ao menos saber pelo que lutam. Você acha justo que eu podendo fazer tudo isso parar, não o faça? - Nós ficamos em silêncio. Chuck estava, claramente, em uma guerra interna. Eu o entendia. Já havia passado por aquilo também, há uma noite atrás. Chorei tanto que as lágrima ensoparam meu travesseiro. Demorou, mas eu finalmente admiti para mim mesma que eu faria o que tinha que ser feito. Ser egoísta era uma característica minha que eu deveria deixar para trás assim que coloquei a coroa da cabeça, e escutei meu povo gritado "Deus salve a Rainha!". Eu precisava fazer aquilo.

- Você não pode impedir essa guerra, Blair. - Franzi o cenho. Essa era informação nova. É claro que eu já havia considerado como eu era insignificante para causar tudo isso, e sabia que o verdadeiro culpado por essa guerra era Carten. Não eu, nem Chuck, mas sim Carten, com aquele ego enorme e insanidade total. Mas para abrandar isso, eu servia. Teria participação direta nas decisões da corte e acabaria com essa maldita rixa. Logo, eu era o fim da guerra.

- Não compreendi.  - Chuck andou um pouco. Foram apenas cinco passos, mas eu senti cada um deles na minha alma.

- Carten está fazendo essa guerra porque quer casar-se contigo. Se tu fores, farei uma guerra para te trazer de volta. Sua mãe... Existem grandes chances de ela já estar morta. E se não estiver, Carten a usará como objeto de chantagem mesmo depois do casamento, para te impedir de tomar decisões no reino, para conseguir o que quiser de ti.

- E como você sabe disso? - Perguntei, assustada, pensando racionalmente.

- Porque é isso que eu faria se estivesse no lugar dele. - Ficamos em silêncio por alguns minutos. Os barulhos da guerra pareciam muito mais distantes agora. Cada um estava imerso em seus próprios pensamento, e eu não o interrompi. Fiquei imaginando quantas vezes ele havia se colocado no lugar de Carten nas últimas horas, o quanto ele pensou para conseguir chegar a uma conclusão.

- Como ficamos, então? 

- Você vem comigo. - Olhei envolta. O que eu podia fazer? Queria ajudar meu povo, mas e se simplesmente não pudesse? E se não houvesse nada que eu pudesse fazer para salvar meu povo, além de rezar? Me dei por vencida, sentindo-me estúpida e fraca.

- Tudo bem. - Chuck me beijou. Eu percebi que sentiria muita falta desses beijos espontâneos caso tivesse ido embora, e fiquei feliz por ter ficado.

Ele me ajudou a montar no cavalo. Eu geralmente achava aquele ato difícil, embora adorasse cavalgar. Logo, ter que montar me tirava todo o prazer da cavalgada, e me privava de praticar. 

- Teria sido mais difícil te colocar sobre esse cavalo se você estivesse vestida. - Chuck disse, por cima do ombro, com um tom malicioso, e eu gargalhei, lembrando do meu vestido pela metade.

- Então sinta-se agradecido por eu ter me aventurado com a tesoura. 

- Vou sentir-me agradecido quando eu me aventurar com ela e arrancar o pouco tecido que sobrou desse vestido. - Aproveitei que ele não podia me ver, e dei eu mesmo um sorriso malicioso. Lembrei, então de um detalhe que havia me prendido a pouco.

- De quem é o sangue na sua espada?

- Nate Archibald. - Chuck falou, frio, e eu me senti paralisada. - Crime contra a Coroa.

Blair no tuvo en cuenta que detrás de un pleito, había ocultado otros tantos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Fico esperando minhas reviews, haha.
XOXO, Neline.