Escolhas... escrita por Borboleta Negra


Capítulo 4
Escola




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Capítulo 4

Escola

_O que?!

_Isso mesmo que você ouviu. Vou pagar escola para você, Michael e todos os garotos. Eles precisam de estudos. Você vai estudar na mesma escola que Josh e Michael também, o resto dos garotos vai para outro colégio. Não se preocupe, vou pedir para alguma empregada levá-los de volta para o bueiro.

_Rachel, você não precisa fazer isso..._Reclamou a menina de cabelos claros._É sério.

_Sem reclamações!_Ela falou levantando o dedo indicador._Agora, pode voltar para a casa.

Emilly bufou.

_Sim, senhora.

Rachel sorriu em frente ao sarcasmo da amiga e virou-se para subir as escadas, enquanto Emilly pegava sua bolsa e casaco.

Era a terceira semana de trabalho dela. Rachel estava fazendo enormes gentilezas, na quais ela tentava recusar em vão. Rachel era muito teimosa. Então Emilly aceitou os presentes. O mais novo deles era esse. Escola. Emilly havia saído da escola na oitava série, pois estava sendo difícil cuidar de todos os garotos e ainda estudar. Por isso estava atrasada um ano. Ela explicou isso para Rachel, mas ela insistiu para que a menina estudasse com Josh por algum período do seu trabalho. Era muita mordomia.

Rachel falou que iria arranjar um apartamento grande para eles, então Emilly decidiu que iria ganhar menos com o trabalho. Um salário menor foi proposto e ela aceitou. Era o suficiente para comprar roupas, comida e alguns brinquedos.

_Vai haver alguma festa hoje?_Emilly foi tirada pelos pensamentos por sua própria voz, que saiu assim que ela avistou Drew entrando nos domínios de Rachel.

_Olá para você também._Falou sarcasticamente._Parece que sim._Respondeu.

_Ah, tudo bem. Como vão as coisas?

_Nenhuma novidade._Ele afirmou._E as suas?

_Vou para escola de novo. Como eu perdi o primeiro ano, Josh vai me ajudar.

Drew fez uma careta.

_Que saco._Reclamou o mesmo._Ás vezes eu acho que Rachel está te empurrando para ele.

_Ela não faz por mal._Ela disse docemente, com a resposta na ponta da língua.

_Eu pensei que Josh já estava na faculdade.

_Ele tem 18 anos, mas está no segundo ano ainda. Parece que ele perdeu um ano nos Estados Unidos e depois recuperou.

_Entendo._Respondeu._Vou entrar para ver o que Rachel quer de mim. Até mais.

_Tchau._Respondeu e começou á caminhar.

Drew tinha uma mulher e um filho. Sua mulher se chamava Christiane e seu filho Chris. Pareciam ser uma família equilibrada. Continuei andando e desci pela escada para minha “casa”.

_Mãe!_Ouviu um grito quando chegou e se virou, para receber um abraço apertado de Daniel.

_Olá Dan._Respondeu, correspondendo o abraço.

_Eles estavam com saudades suas._Ouviu a voz de Michael e levantou a cabeça com um sorriso no rosto.

Que logo se desfez. A frieza do olhar de Michael á fez estremecer com medo. Por que estaria tão nervoso? Emilly percebeu que Michael, ao invés de falar “nós” disse “eles” e esse sinal não era nada bom.

_Preciso falar com você._Encerrou, encaminhando-se para o seu quarto.

Emilly suspirou e afagou os cabelos ruivos de Dany. Logo os outros vieram abraçá-la também. Ela suspirou fundo e pediu licença, indo para seu “quarto”. Michael á esperava sentado, olhando fundo em seus olhos castanhos, com um olhar frio e amedrontador. Que fez as lágrimas subirem aos olhos de Emilly. Que fez com que elas caíssem enquanto seu coração se apertava. Ela havia feito algo de errado.

_Está demorando demais._Ele falou finalmente, se levantando e indo até ela lentamente enquanto falava._O que faz enquanto não está aqui?

_Trabalho._Ela falou chorosa, já sabendo o que ele insinuava.

_Tanto tempo assim, gracinha?_Perguntou nervoso, parando á um metro do corpo de Emilly. Sua voz saia dentre seus dentes trincados.

Ela apenas assentiu.

_E o... Josh?_Ele perguntou friamente._Ele está bem?

Assentiu de novo.

_Bem demais para o meu gosto. Passando tanto tempo com você._Ele comentou trincando ainda mais os dentes.

_Michael, eu não estou te traindo._Ela falou.

_E quem me garante isso?_Perguntou trocando o peso de perna.

_Sua confiança._Ela limpou o rosto molhado e os olhos, que não lacrimejavam mais._Meu juramento.

Michael se calou. Ele sabia que ela não sabia mentir, que sua consciência não deixava.

_O que eu jurei?_Ela perguntou._Você se lembra?

_Iria me amar eternamente._Ele falou.

_Até que o céu leve minha doce alma.

_Até que meu espírito me deixe. Até quando me for permitido._Ele acabou o pequeno poema sem rimas.

E ele se lembrava muito bem daquele dia.

 

“_Michael!_Ela o chamou, sorrindo, enquanto dançava sobre a cerca que os separava da água._Olhe para mim!_Sorriu inocentemente, balançando o vestido branco e longo.

_Que saco, Emilly._Ele bufou, olhando para um lado diferente._Já temos 15 anos.

_Grande coisa!_Ela gritou sobre o som do vento que balançava seu corpo delicado e que passava por entre os dedos, fazendo cócegas.

Ele a olhou. Ela estava linda... Como sempre.

_Cuidado para não cair._Ele gritou, indo ao encontro dela em passos lentos.

_Eu não vou!_Ela gritou e assim que ela disse a ultima silaba, uma lufada de vento á fez se desequilibrar e cair nos braços prontos de Michael.

_Percebi._Ele brincou, á colocando de pé e abraçando sua cintura.

Emilly levou seus dedos delicados até uma mecha do cabelo dele que estava sobre os olhos e começou á mexer ali, a enrolando nos dedos e olhando nos olhos dele.

_Você é linda._Repetiu a pequena frase que já se tornara muito comum entre os dois.

_Você já disse isso._Ela brincou.

_Está mais linda hoje._Comentou.

_Por que?_Ela perguntou curiosa.

_Acho que sabe a resposta._Inclinou o rosto para encontrar seus lábios com os dela, num beijo calmo._Porque eu te amo._Sussurrou contra os lábios agora rubros dela, que ainda roçavam nos dele.

_Eu te amo mais._Ela falou e quando Michael foi contestar, ela colocou os dedos sobre seus lábios, o impedindo docemente._E eu juro sempre te amar. Até que o céu leve minha doce alma. Até que o meu espírito me deixe... Até quando me for permitido.

E para acabar o pequeno e doce depoimento, ela selou seus lábios com os dele novamente. E Michael soube que sem ela, sua vida não existiria.”

 

Eles ficaram em silencio. Ela frisou os lábios em uma linha fina e deu um passo na direção dele. Michael rapidamente se pôs á sua frente e a abraçou.

_Me desculpe.

_Sim._Ela respondeu, enlaçando o pescoço dele com os braços finos.

Eles só ficaram se olhando. E ele a beijou. Só isso. Ela não sentiu nada. Nada, absolutamente. Culpava á si mesma, não devia ceder os pensamentos para um homem que só a atraia. Mas não podia bloquear os pensamentos, apenas ocupá-los com coisas tolas, mas para depois ele retornar á sua mente. Eles pararam de se beijar e só então ela percebeu que havia pensado, durante o beijo inteiro, somente nele. Não em Michael. E Josh novamente atrapalhava seus pensamentos, que quando deviam se virar para a pessoa á sua frente, viajavam uma grande e extensa avenida para chegar á ele. Quando na verdade era mais fácil focalizar na pessoa que a beijava...

Ou não.

_Eu te amo._Ele sussurrou.

O coração dela pulou. E se contorceu. Alto mutilou-se. Feriu-se. Apenas por três simples palavras um grande e extenso buraco que sugava todas suas energias e deixava apenas um rastro fino e sedoso de infelicidade.

_Está tudo bem?_Michael perguntou, franzindo o cenho e se afastando para olhá-la nos olhos.

Engoliu seco. Péssima mentirosa! A voz dentro de sua cabeça gritou. Assentiu e sorriu fraco, para depois aninhar sua cabeça ao peito dele. O mesmo foi um pouco para trás, até seus pés se encontrarem com o colchão e ele poder se jogar com Emilly por cima. Os dois riram quando foram de encontro ao colchão.

_Patético._Ela o xingou com um sorriso brincalhão.

_Idiota.

_Irritante.

_Infantil.

_Chato.

_Tola.

_Argentino!

_Tudo tem seus limites, querida._Ele falou rindo, enquanto ela também ria._Não me xingue tanto.

_Não entendo o que sua família tinha contra a Argentina._Ela falou curiosa, pondo suas duas mãos sobre o tórax de Michael e pousando delicadamente sua cabeça sobre elas. Michael observou atentamente a demonstração de leveza.

_Nem eu. Só está no meu sangue.

_Quando vai ver sua mãe?_Ela perguntou, tocando num assunto quase intocado e perigoso.

_Eu não sei._Ele falou._Até hoje meu pai não deu noticias de como ela está.

_Ela irá se recuperar do coma, eu prometo._Emilly o reconfortou, passando os dedos gentilmente pelos cabelos negros do rapaz.

Ele assentiu.

_Tenho novidades!_Ela falou sorrindo, saindo do assunto._Rachel nos ofereceu escola!

_Não acha que ela está oferecendo muita coisa?

_Daqui a pouco teremos um apartamento, conforme ela. A obriguei á pagar menos para mim, daqui a pouco eu vou virar uma lady e ela irá morar debaixo da ponte.

_Tem razão._Ele concordou._E quando irão começar as aulas?

_Daqui a dois dias, o tempo que ela vai levar para arrumar tudo.

_Entendo.

Ficaram em silencio por alguns momentos, até que Emilly decidiu fazer um lanche para as crianças. Enquanto isso pensava no que ia fazer... Daqui á dois dias.

 

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_Bom dia alunos, iremos receber dois alunos novos hoje. Michael e Emilly, gostariam de se apresentar?

Para Emilly isso não foi uma pergunta e sim uma afirmação. Seria muita falta de educação recusar. Michael se levantou da carteira onde sentava, muito longe de Emilly, no único lugar vago além do dela, que agora estava ocupado pela mesma. Ele se posicionou de frente para a turma e falou seu nome, idade e falou onde morava. Todos se chocaram, no mesmo instante se viu os olhos se arregalando e as bocas se abrindo simultaneamente. Logo começou o murmurinho e Michael foi se sentar. Depois meninas começaram á conversar com ele, sendo notadas por Emilly que rolava os olhos. Foi para frente da sala e quando chegou ali fez uma careta de desconforto. Muitas pessoas olhavam para ela ao mesmo tempo e ela não gostava nada disso.

_Chamo-me Emilly, mas todos me chamam de Emy. Moro com Michael e com os meninos que ele contou.

_São namorados?_Uma voz que ela não reconheceu perguntou ao fundo.

_Sim..._Respondeu meio hesitante._Eu tenho 17 anos, como ele. Não conheço meus pais. Acho que é tudo._Olhou para o professor aguardando uma permissão para sair da tortura e ele assentiu com a cabeça.

Emilly sentiu suas bochechas queimarem enquanto via todos os olhares nela. Todos, menos os das garotas que já estavam se engraçando para Michael. Não, ela não se importava. Michael não a trocaria por outra qualquer. Varreu o auditório grande e forrado por uma cor amarronzada com seus olhos castanhos, mas nada lhe chamou atenção. A aula começara e ela começou á prestar atenção nas palavras sábias do professor que dava aula no lugar em que antes ela se apresentou. Era estranho aos seus olhos o jeito daquele lugar. Para ela, estudaria em uma sala de aula, daquelas brancas com janelas que davam para alguma paisagem simples. Mas ali não tinha janelas. Nem paisagem. Apenas uma porta de uma cor clara e o resto do salão com a cor mais escura. Ela passou os dedos pela parede ao seu lado esquerdo, sentindo o carpete que a cobria, seus dedos foram ligeiramente lixados por ele.

Tentou sem sucesso prender sua atenção na aula, mas isso não foi possível. Ela deixou seus olhos percorrerem suavemente a sala de novo e depois os permitiu que se virassem para trás curiosos.

 

Remember those walls I built?

 

(Lembre-se daquelas paredes que eu construí?)

Well, baby they're tumbling down

 

(Bem, querido, elas estão desmoronando)

And they didn't even put up a fight

 

(E elas nem resistiram á queda)

They didn't even make up a sound

 

(Elas nem fizeram som)

 

E lá estava ele. Com sua barba rala. Seu porte ereto. Seu rosto sério. E os olhos hipnotizantes. E ela só percebeu que o encarava quando ele levou os olhos angelicais em direção os seus. E seu coração se abriu novamente.

 

I found a way to let you in

 

(Eu encontrei o jeito para deixar você entrar)

 

But I never really had a doubt

 

(Mas eu nunca realmente tive mesmo duvida)

 

Standing in the light of your halo

 

(Quando em frente á luz da sua auréola)

 

I got my angel now

 

(Eu tenho meu anjo agora)

 

Ele deu ombros em sua direção, como se perguntasse “o que está olhando?”. Ela desviou o olhar, virando-se para o professor que relembrava á platéia, ou alunos, algo sobre Portugal ter invadido o Brasil por medo de Napoleão. Seus pensamentos foram tirados de órbita quando um papel tocou rudemente suas costas. Ela pegou o papeu ao lado dos pés de alguma pessoa que ela não conhecia e depois olhou em volta, encontrando o olhar debochado dele.

 

It's like I've been awakened

 

(É como se eu tivesse sido despertada)

 

Every rule I had you breaking

 

(Tantas regras que eu tive que quebrar)

 

It's the risk that I'm taking

 

(É um risco que eu estou correndo)

 

I ain't never gonna shut you out

 

(Eu nunca vou lhe deixar de lado)

 

Afinal, era um de seus únicos olhares. Sorrisos. Ela olhou curiosa par ao papel e o desdobrou. Havia um desenho ali. Aparecia um homem de palitinhos colocando as mãos sobre a cintura em uma pose heróica e atrás dele, uma menina de palitinhos louvando-o de joelhos, com um triangulo como saia. Emilly se reconheceu por causa do cabelo, com sua franja e seus cabelos lisos e longos. O único detalhe era que sua personagem tinha uma boquinha, na qual babava e olhava para o bonequinho com admiração. Seus olhos castanhos se arregalaram sob os cílios longos.

 

Everywhere I'm looking now

 

(Em todo lugar que eu olho agora)

 

I'm surrounded by your embrace

 

(Você me cerca com seu abraço)

 

Baby I can see your halo

 

(Baby, eu posso ver sua auréola)

 

You know you're my saving grace

 

(Você sabe que você é minha graça salvadora)

 

Emilly olhou para trás lentamente e seus olhos pousaram em um certo homem loiro com a expressão debochada que ele gostava de ter. Ela pegou sua caneta negra e rabiscou qualquer coisa sobre a folha com raiva. Á amassou bruscamente e jogou com toda sua força para Josh. Ele pegou a folha que foi alvo da ira boba de Emilly e a abriu.

“Idiota.”

Era o que estava escrito sobre seu personagem principal.

 

You're everything I need and more

 

(Você é tudo que eu preciso e mais)

 

It's written all over your face

 

(Isso está escrito em todo o seu rosto)

 

Baby I can feel your halo

 

(Baby, eu posso sentir sua auréola)

 

Pray it won't fade away

 

(Rezo para que não desapareça)

 

Seu sorriso debochado cresceu e Emilly percebeu isso enquanto franzia o cenho em um fúria tola. Milly se zangava tão fácil. E era tão interessante e divertido irritá-la que ele fazia-o. Mas ele não sabia o quão certo estava em seu desenho tosco e ridículo. Emilly estava entregando seu frágil coração para ele.

 

N/A:

Olá meus amores

*-*

Como vão?

Eu não demorei, como sempre, mas não me xinguem se nada vier á minha mente.

E um capitulo beeeeeeem grande, como de costume.

Ah! E o que está em itálico e entre "aspas" é uma lembrança, certo?

Gostaram do capítulo?

E, er... Queria pedir uma coisinha hihihi

Vocês podem por favor indicar essa fanfic para alguém?

Ç-Ç

Estou com duas leitoras e uma pessoa acompanhando a fic que até agora não deu as caras nos reviews!

Preciso de reviews, no ultimo capitulo não tive nenhum!

T-T

Beijos, meus anjos e os trechos são da música Halo da Beyoncé, achei que já estava na hora de uma músiquinha na fic.


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