Escolhas... escrita por Borboleta Negra


Capítulo 3
Um Apelido Só Para Você




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Aviso:

A partir desse capitulo (contando com esse) todos os outros serão contados em terceira pessoa.

 

Capítulo 3

 

Um Apelido só para Você

Josh enlaçou lentamente sua cintura com um dos braços e com o outro, segurou sua mão. Ao mesmo tempo olhava em seus olhos. A música lenta estava no meio, era linda, tocada no piano... Linda e suave como seu toque.

Deus, o que ela estava pensando? Talvez enlouquecendo. Ele era só mais um homem. Gentil e delicado, malicioso e misterioso. Seus olhos eram fáceis de ler naquele momento, mas logo depois eles foram cobertos por uma máscara invisível, da qual seus olhos castanhos e pensamentos não podiam ultrapassar.

Ela tinha que levantar os pequenos pés para que conseguisse tocar os ombros firmes largos do homem em sua frente, para que seu peito tocasse no dele. Se ela não conseguisse sentir o coração palpitando lenta e serenamente dentro do peito dele, diria que era um sonho. Um vampiro de uma história de amor ou terror qualquer. Um quadro pintado por Picasso ou Da Vinci.

_Emilly..._Seu nome sendo falada em sua voz rouca a causou mais arrepios na nuca, seu hálito de menta era aspirado por ela, afastando os pensamentos tolos e facilmente descartados de sua mente infantil._É um nome bonito.

_”Josh” também é._Murmurou ainda abalada.

_Posso escolher um apelido para você?

_O que?

Ele riu sarcástico enquanto os dois corpos balançavam sob a música lenta.

_Tenho uma mania curiosa._Ele olhou para baixo, mas logo seus olhos se encontraram com os dela._A mania de escolher apelidos para cada pessoa que conheço, que sei que vou ter uma convivência no mínimo longa. Um apelido só para mim.

Sorriu com a possibilidade, mesmo que ele não sorrisse. Ótimo, agora estava sendo impulsiva.

_Escolha._Emilly falou ainda sorrindo.

_Emilly..._Ele pensou._Emy?_Perguntou.

_Todos usam._A morena disse sorrindo divertidamente, como se a sensação estranha dentro de si não existisse.

_Milly..._Ele falou, sua voz rouca e carregada de um charme natural preencheu seus ouvidos, fazendo com que a música se silenciasse para ela ouvir inteiramente sua voz.

_Sim._Disse ainda encantada._Um apelido só para você.

_Exato._Ele disse rapidamente.

_Você não sorri?_Impulsiva! Uma voz preencheu sua mente rispidamente.

Ele ficou meio incomodado, mas tudo o que ela fizera não pode ser revertido. A garota transformou seus lábios em uma linha.

_Não precisa responder, eu fui impulsiva._Olhou para baixo envergonhada.

_Tenho a permissão?_Alguém perguntou e ela levantou seu olhar para Michael, parado ao seu lado com um olhar frio sobre ela.

Não teve a “honra” de falar que sim, ou assentir, pois logo que ele proferiu a ultima palavra, seus braços deslizaram facilmente por ela e Josh saiu andando. Emilly olhou para suas costas, sentindo um pesar dentro de si por ter falado tanta baboseira em uma única frase.

_Emy._Michael a chamou, enlaçando sua cintura e a olhando de uma forma que Emy pensava que somente os Armands fossem capazes... Ou perto disso._Quem era aquele homem?

_Ele se chama Josh, é irmão de Rachel._Falou em voz firme, mesmo que ao proferir “Josh” ela tenha ficado mais doce que o necessário.

Michael sorriu e ela se sentiu mal por tudo que havia pensado nos minutos anteriores sobre um homem que não era ele.

_Emy, está tudo bem?_Ele perguntou vendo a culpa estampada em seu rosto.

_Claro._Sorriu._Tudo está bem quando estou com você.

Ele sorriu mais ainda e a beijou. Ao invés de se sentir aliviada por ter falado isso para ele, o pesar foi maior em seus ombros. O beijo era calmo. Seus olhos estavam abertos, a testa franzida, como se ela estivesse o traindo apenas por olhar o homem. Ela conseguia ver seus olhos fechados enquanto ele a beijava lenta e carinhosamente. A menina correspondia do mesmo jeito, mas de um modo tão falso que ela não enganou nem a si mesma. Mas Michael não foi capaz de perceber.

_Michael..._Falou quando ele interrompeu o beijo._Eu estou empregada.

_Sério?

_Sim._Sorriu falsa novamente. Idiota! A voz gritou em sua cabeça._Pela Rachel. São 550 E$ por mês.

_Ótimo!_Ele falou eufórico.

Nem tanto. A voz falou mais calma em seus pensamentos mais melancólicos. E a voz tinha razão. Afinal, ela encontraria Josh todo o dia.

_Que horas são?_Perguntou olhando para o nada, desanimada.

_23:45, a festa já está acabando. Por que?_Ele perguntou preocupado.

_Por nada, Michael._Falou e olhei para ele.

Ela achou que havia sido dura demais, pois ele se silenciou e assentiu.

_Vamos embora._Ela se desfez do silencio e o puxou para que pudessem sair dali.

 

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Acordou com o barulho do despertador velho. Em um movimento rápido e brusco o desligou e pôs violentamente sua cabeça contra o travesseiro, com uma tentativa falha de dormir novamente. Abriu os olhos ainda sonolentos e se levantou para depois ir até o banheiro publico ali perto e escovar seus dentes, depois de claro, ter tomado seu café da manhã.

Colocou alguma roupa qualquer, tomando cuidado para não fazer nenhum mínimo barulho, pois não gostaria nada de acordar as crianças. Saiu em passos delicados e apressados pela rua ainda escura, com o chão gélido e úmido, apenas escutando o som sensual de seus passos, o salto alto estalando contra o concreto.

Á medida que foi chegando na casa luxuosa, abriu a porta com uma chave tão conhecida que, se ela não se lembrasse que não tinha casa, juraria que era a da sua própria. Porém, sempre ao passar pelos portões de ferro do condomínio fechado, ela tinha que pedir aos empregados que á deixasse entrar. Nada que atrapalhasse seus dias.

Mas agora sua mente estava distante dos portões de ferro, da casa luxuosa, da chave, nada. Apenas estava... Em Josh. Ela não se impedia em pensar nele, mas, afinal, quem iria querer penetrar em sua mente? O que mais a incomodava, no entanto, era ele. Michael. Agora tudo que ela pensava á torturava mais um pouco, pondo mais e mais culpa em suas costas por ter pensamentos tão intensos com outro homem. Frisou os lábios e aumentou os passos, apertando a bolsa simples contra o lado do corpo, para depois abrir a porta que a impedia de entrar deliberadamente na casa.

_Milly._Ela soltou um suspiro involuntário por entre os dentes trincados, enquanto um buraco afundava seu peito, fazendo o coração bater contra as costelas mais rápido.

Emilly olhou para cima. Não esperava encontrar-se com Josh tão rápido.

_Josh..._Ela murmurou ainda confusa, enquanto olhava corada para seu corpo, sendo coberto apenas por uma calça de moletom. Ela abaixou os olhos novamente._Ah... Eu vou colocar o uniforme._Disse com os olhos ainda fixos no chão.

_Pode olhar Milly, vai ter que se acostumar mesmo._Ele disse, dando uma risada rouca, seguida por um leve pigarro.

Ela levantou seus olhos e o que encontrou foi sua imagem estampada nos orbes celestiais que estavam sutilmente pousados nela. Emilly apertou uma mão com a outra em frente ao seu corpo.

_Nervosa?_Josh perguntou de repente, se apoiando na parede.

_O que?_Perguntou não entendendo.

_Você está nervosa?_Reformulou a pergunta._Apertou uma mão com a outra, isso é sinal de nervosismo._Ele sorriu sarcástico.

Um dos únicos sorrisos que ele sabe fazer... Emilly refletiu e separou as mãos, colocando uma delas na alça da bolsa.

_Eu preciso trabalhar.

_Ah, claro._Ele voltou á sua expressão séria._Você não precisa de uniforme, é muito desconfortável e Rachel não gosta de que os empregados usem. Deixe sua bolsa pendurada aqui._Ele apontou para o cabideiro ao seu lado._E aqui está sua lista de tarefas. Após tudo terminado, pode voltar para casa.

Ela assentiu e pôs a bolsa no cabideiro, para depois pegar a lista olhando para o chão e se direcionar para a cozinha. Entrou e se deparou com uma mulher. Ela tinha aparentemente a idade de Emilly. A mulher á olhou e sorriu. Tinha cabelos negros até o meio das costas, com a franja longa presa por uma presilha para trás.

_Olá._Ela cumprimentou Emilly e depois de enxugar a mão com a toalha que já estava em suas mãos, á estendeu para Emy._Meu nome é Bruna.

_Olá, sou Emilly.

Bruna sorriu um pouco mais.

_Rachel me falou sobre você._Seus olhos castanhos se reviraram._Muito. Parecem bem amigas. Sei mais coisas sobre você do que pensa.

_Poxa. Eu não sabia._Ela disse meio sem graça, apoiando-se com a mão sobre o balcão._Não sei nada sobre você.

_Bom, eu trabalho aqui há uns dois anos. Tenho um marido e dois filhos, moramos numa rua perto da Praça de São Marcos e... Enfim, meus dois filhos se chamam David e Gregorie. Os dois têm 8 e 6 anos. Acho que um dia você pode ir lá em casa e levar Frederic. Os três irão se dar bem.

_Ual, você sabe até o nome do meu filho mais novo!

Bruna assentiu com a cabeça.

_Agora chega de papo, vamos ver o que você tem de fazer._Pegou a lista._Vai ter que me ajudar á preparar um frango grelhado, salada, Bruschettas, macarrão, talharim, arroz integral, feijão, lasanha e trufas de cereja para o almoço._Olhou para cima e reparou a cara de espanto de Emilly._Não se preocupe, os empregados almoçam com os patrões por aqui, então a maioria dessas comidas não vai ser desperdiçada.

_Fico mais tranquila._Emilly riu e secou suas mãos com um pano limpo ali perto, depois de lavá-las. Prendeu os cabelos num coque e colocou a touca que Bruna lhe deu._Vamos ao trabalho?

 

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_Fique mais á vontade, Milly._A voz rouca e sensual invadiu seus ouvidos como uma lufada de vento.

_Não se preocupe._Respondeu rapidamente, colocando uma garfada de lasanha na boca._Pensei que tivesse mais empregados, Rachel._Ela comentou, olhando a grande mesa da sala de jantar com apenas três empregados, além dela e Bruna.

_Não, não. Tenho dinheiro, mas não é por isso que eu iria pagar um empregado para cada serviço da casa. Um é jardineiro, outro é cozinheiro, outro arruma os quartos e a casa, o outro ajuda o cozinheiro..._Apontou para Emilly._E o outro lava e passa roupas. Nada demais.

_Certo._Se conformou e levantou-se, levando consigo seu prato e o de todas as pessoas que haviam acabado.

_Milly...

_É Emy para você._Josh disse suas ultimas palavras antes de sair da sala, dirigindo-se á Rachel.

_Certo..._Murmurou mal-humorada, mas logo voltou ao seu sorriso contagiante._Emy, depois de lavar os pratos, eu peço que leve Patrícia para passear.

_Claro.

 

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_Calma Paty._Emilly deu um puxão com as mãos delicadas que estavam presas á coleira que á ligava ao pescoço peludo e cor de mel de Patrícia._Calma cachorrinha.

_Dificuldades?_Ouviu uma voz desconhecida ao seu lado.

Ela olhou para o lado, tentando não perder o equilíbrio enquanto o cachorro enorme á sua frente tentava puxá-la, e se deparou com um homem. Devia ser um funcionário, afinal estava nos limites da propriedade grande de Rachel. Ele era alto e forte. A cor de sua pele era escura, tanto que Emilly levou um tempo para poder enxergá-lo direito contra o sol. Ele tinha um cavanhaque e seu porte era musculoso. Ele não tinha cabelos e seus olhos eram negros e profundos.

_Talvez._Respondeu nervosa, dando um sorriso amarelo ao homem que conhecera á minutos.

_Chamo-me Drew._Ele se apresentou, envolvendo as mãos de Emilly com as suas próprias, conseguindo sem nenhuma dificuldade domar o animal que tentava desequilibrar a pequena menina._E você, gracinha?

_Emilly._Ela disse meio incomodada com o jeito que ele á tratou.

_Ah..._Ele sorriu de lado._A tão famosa Emilly. Rachel fala muito em você.

_É, você não é a primeira pessoa que diz isso._Ela sorriu, soltando suas mãos da coleira e das mãos firmes e negras de Drew ao mesmo tempo.

_Vamos, eu te ajudo com essa tarefa. Sou o segurança de festas, mas hoje Rachel me chamou para ajudá-la á se localizar, já que ela confia em mim.

Emilly suspirou de alivio. Continuaram andando pelos jardins, cercados por rosas e lírios, gira-sóis e plantas silvestres que Emilly não conseguiu nomear. Passaram por quase toda a extensão, enquanto ganhavam a confiança um do outro com conversas simples, mas que faziam toda a diferença num relacionamento amistoso. Ela prestava atenção em algo que ele falava, mas por um momento seus olhos encontraram-se com fios dourados em uma janela lá no alto.

Os músculos corporais de Josh apareciam enquanto ele colocava a blusa de moletom no corpo bem definido. Sua atenção foi atraída por aquele ser do sexo oposto que tinha tanta atração. Uma atração contida, mas que do mesmo modo crescia eternamente no peito da inocente menina.

_Desista._A voz grossa entrou em seus ouvidos e ela se voltou para Drew.

_O que?

_Desista._Ele repetiu e olhou para Josh._Ele não vale a pena. Sempre com várias garotas, mesmo que nunca chegue aos finalmentes com alguma delas. Quer dizer..._Começou o pequeno discurso com o assunto que a menina tanto expulsava._Ele traz para cá garotas muito finas, loiras, ricas e fúteis, com quem apenas se diverte seduzindo cada uma delas para depois acabar drasticamente com o relacionamento de amizade que nasce entre os dois. É sempre assim._Ele disse, olhando agora para Patrícia._Não vale á pena.

_Ah... Desculpe Drew, mas eu não estou procurando ter algum relacionamento com Josh.

Ele sorriu maliciosamente.

_Não é o que seus olhos dizem, princesa.

Ela contorceu o rosto, fazendo uma careta.

_Não me chame assim._Ela fez bico.

_Não mude de assunto._Ele rebateu._Acha que não percebi a voracidade no seu olhar?

_Meu olhar não tem malicia nenhuma._Ela respondeu corando.

_Não, não tem. Tem atração. Intensidade. Paixão.

_Paixão não Drew. Está indo longe demais._Falou acariciando a cabeça de Patrícia com os olhos em um lugar qualquer._Acho que as pessoas esquecem que Michael existe.

_Já parou para pensar que Michael talvez não será seu para sempre? Ou que você não será dele para sempre?

_Não._Ela falou._Mas eu jurei á ele amor eterno.

_Não importa._Ele parou e com a mão em seu queixo, á fez olhar para seus olhos negros e profundos que amedrontavam qualquer ser humano._Se Michael realmente te ama vai querer o melhor para você. Um dia ele irá encontrar alguém que realmente mereça estar ao seu lado.

_Está falando que não sou merecedora ao meu cargo?_Ela perguntou bufando.

_Não é isso. Você sabe que enquanto sua admiração cresce mais por Josh mais a sua admiração ou amor diminui para Michael. Já parou para pensar que tudo o que você sente por ele não passe de uma simples amizade? Que você nunca sentiu algo mais forte por uma pessoa que não é de seu sexo, mas que você não tenha conhecido sentimentos o suficiente para saber se isso é realmente o que você pensa?

A pequena aula abalou um pouco as estruturas e os pensamentos de Emilly.

_Eu nem o conheço._Ela se defendeu.

_Passe a conhecer._Ele deu ombros e largou o queixo triangular e delicado de Emy._Olhe. Um homem e uma mulher se conhecem._Verbalizou._Se acham atraentes. E de lá surge a paixão. Os dois começam á conversar mais. Seus sentimentos vão crescendo. E a partir de que eles reconhecem suas diferenças e saibam que isso não importa para eles, o amor surge. Talvez aconteça com você..._Ele acenou com a cabeça para a pequena._E com ele._Acenou para Josh, que agora fechava a cortina e encontrava seus olhos com os de Emilly por um breve segundo para depois a fina camada de pano cobrisse os orbes celestiais dele.

Ela estava confusa.

 

N/A:

Oi gente!!!!!

Nem demorei né?

Bom, leitores novos, vida nova!

Na verdade, leitora nova, pq é só uma, tirando as fantasmas que não deixam review

:B

Hehehe

Então é só, tenho que dormir porque estou gripada

Ç-Ç

Beijos


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