Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 18
Capítulo 18




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* * *
De que material era feito o ioio eu não sabia. Sabia apenas que era resistente às minhas balas. Depois de sete tiros, não persisti mais. As manobras de Ling eram muito mais rápidas, chegando a serem sobre-humanas. Certamente ela dedicara todo o seu tempo para fazer aquilo. Apenas recuei. Recarreguei a arma e a assassina lançou seu brinquedinho na minha direção. Foi algo previsível, mas muito rápido, que perfurou meu casaco de couro, fazendo um corte profundo no meu ombro. Sem que eu visse, o ioio voltou para sua dona que, com destreza, fez mais algumas manobras. Ela não estava se exibindo, apesar da coreografia ser muito bem feita. Era uma mulher fria. Não queria a minha atenção ou sequer o meu deslumbramento. Contudo demorava a tirar minha vida, isso deixava margens para outra coisa. Sim, ela queria outra coisa.
Passei a mão sobre o corte. Aquilo era tão afiado quanto uma faca, embora ao contrário desta, fosse redondo. A velocidade tornava-o tão letal quanto as minhas balas e talvez até fosse feito de titânio pela resistência aos meus tiros. Poucos segundos se passaram e fui atacado de novo. Dessa vez saí intacto, mas a parede de mármore ao meu lado foi esmigalhada.

Avancei na direção de Ling. No momento não pensei que se minha arma havia sido inútil, meu corpo de carne e osso não faria a mínima diferença, apenas aproveitei o espaço de tempo em que ela teria de puxar o ioio de volta para si e desvencilhei um murro em sua direção. Agilmente, ela se desviou com um impulso para trás e sem soltar o fio delgado em suas mãos, usou-o contra mim, atando os meus punhos com duas voltas rápidas e apertadas, e torcendo meu braço para trás. Caí de joelhos em alguns milésimos de segundo e ouvi o meu ombro deslocando. Antes que eu pudesse gritar de dor, Ling passou o fio pelo meu pescoço e começou a me estrangular.

Apesar de pequena, a assassina era firme e ligeira. Atado pela linha eu não podia fazer nada, pois da maneira em que estava preso, um movimento que desse em qualquer direção arrancaria o meu braço fora. Ling apertou mais o fio. Senti minhas veias saltando, meus olhos pulando para fora das órbitas, a língua inchando. Meu único braço livre tentou alcançar a assassina inutilmente. Então, por um momento único de legítima sobrevivência lembrei de minha arma e a saquei atirando em sua direção.

Na hora, senti apenas o aperto afrouxar e um gemido retido e lacônico ser proferido. Rapidamente me libertei da linha. Meu braço era tomado por uma espécie de dor efervescente e meus pulmões demoravam a funcionar. Apesar disso, me virei para trás assim que me libertei, apontando a arma, mas com um chute, Ling a lançou longe. Agarrei a assassina e brutalmente a joguei contra o chão. Consegui atingi-la com o primeiro soco, porém, do segundo, ela se desviou habilmente, se libertando com um pedaço de mármore que caíra da parede. Senti minha cabeça estourar, o que de fato quase havia acontecido. E enquanto tentava me recobrar, completamente desnorteado pelo golpe baixo, Ling tomou posse de seu brinquedo e voltou a girá-lo na minha direção. Tentei erguer o meu olhar, mas sua aparência mórbida se dividia em duas, três, até quatro partes. Vi que um de seus ombros estava mais arqueado. Era ali que a havia atingido?

Tentei me levantar, ficar à altura dela, contudo o ioio foi lançado em menos de alguns segundos na minha direção. Desviei-me instintivamente, conseguindo escapar do primeiro, mas não do segundo golpe. Ouvi pedaços de madeira e concreto tombando abaixo de mim. Eu estava rente ao corrimão e um espaço de dez metros me separava do primeiro andar. Um pedaço do meu abdome havia sido brutalmente estraçalhado e com Ling armada, com muita sorte iria conseguir ataca-la de novo. Ling voltou a girar seu brinquedo, se preparando para um último golpe contra mim. O ioio girou mais uma vez quando ela o atirou. Porém, algo o impediu de me acertar. Um grande barulho calara nossa briga. Olhamos para baixo, onde uma figura mais do que conhecida posava com uma espingarda nos ombros e um sorriso maroto esboçado no rosto.

- Dahlia! – suspirei aliviado.
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