Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 15
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/9394/chapter/15

Um estalo estranho se espalhou pelos corredores escuros e frios. Ada interrompeu sua leitura, verificando pela persiana se alguma coisa se aproximava. Os corredores estavam desertos. Como se por um apelo proposital todas criaturas permitissem que ela lesse as páginas avessas do diário em paz. Talvez Magnum pudesse controla-las. Talvez fosse a causa de todo aquele caos. Ada correu os olhos por alguns relatórios científicos grampeados em páginas manchadas de sangue e logo reconheceu uma letra familiar, ilegível, como a que estava no pequeno livro que encontrou junto ao corpo destroçado de Ford. Com um pouco de dificuldade leu o relato, ora ou outra traduzindo palavras e letras distorcidas, que exprimiam o espírito impulsivo e ansioso do biólogo.

Estava descrente no que esperar do meu futuro como cientista. Após tantos fracassos cheguei a imaginar que minha carreira havia acabado. Sorte a minha que é em momentos de sufoco que a genialidade humana parece vingar.
Foi algo muito sutil que aconteceu comigo em um momento de isolação. Me percebi sozinho admirando as vítimas do vírus magnum, quando de repente reparei em algumas sutilezas no desenvolvimento de seu DNA. A partir delas trabalhei em um novo vírus. Uma variação do vírus magnum e do A-vírus. Passei dias isolado no laboratório, senão meses. Acabei perdendo noção do tempo, contudo ganhei a minha fórmula mágica. Denominei-o de AG- vírus. E digo, que até agora é minha melhor criação. Ontem, entreguei todo um relatório sobre ele para a DRª. Jones, já que antes mesmos de começar minhas pesquisas foi ela quem me encorajou e me deu todo o apoio. Jones, é uma mulher esplêndida e estou impressionado com sua genialidade. Embora seja de poucas palavras, se atém veemente aos seus trabalhos, assim como eu. Estou realmente admirado com a destreza dela no campo científico. Quanto ao vírus, é magnífico, contudo preciso pesquisar melhor sobre suas propriedades. Ontem o injetei em duas cobaias humanas. Um mero casal de mendigos oferecido pelo governo para os nossos testes. Os efeitos se manifestaram rapidamente e, ao contrário, do que geralmente ocorria, nenhum dos dois perdeu o aspecto humano, apenas sofreram algumas mudanças sutis, como a dilatação das veias e uma coloração estranha nos olhos. O meu maior avanço, contudo, foi na cura de doenças. Ambos sofriam com o estado avançado de DSTs e enfermidades adquiridas na rua. Em apenas um dia as doenças regrediram quase que totalmente. A mulher, embora já tenha passado da idade, será mantida sob testes de reprodução e o homem terá sua resistência testada.
Tenho certeza de que a Umbrella ficará muito satisfeita com nossos avanços, contudo, ainda não é o momento de revelá-los para ela. Queremos estabilidade antes disso e com certeza é o AG-vírus que a trará para nós.


Ada leu rapidamente algumas páginas, procurando por palavras de seu interesse. Verificou as datas, esclareceu algumas dúvidas suas como a de que a pequena Abygail, que já deixara de ser criança há muito tem, mas que seu corpo não se desenvolvera por causa do anti-vírus de Drew. Descobriu mais coisas sobre Magnum, se surpreendendo com as propriedades de seu vírus, se espantando também com o fato de que posteriormente ela fora induzida à experiências com o T-vírus e até mesmo com o G-vírus, sobrevivendo a todas elas. Os zumbis no laboratório eram vítimas do T-vírus, mas no geral, possuíam mais de um vírus no sangue. As placas eram marcas de testes científicos, assim como os disjuntores. Ada leu relatórios de Dr. Frank, a criatura do qual Magnum a protegera no início e percebeu que ele fora traído, não só por sua própria ambição, mas pelos colegas também. A espiã pôs-se a procurar sobre a experiência 0739 que ainda permanecia em sua cabeça, mas muito pouco lhe era falado no diário, algo que a deixou intrigada. O motivo do laboratório ter chegado naquele estado também não era explicado, embora Ada desconfiasse de magnum. E aquele bebê? Parecia inofensivo, mas se havia herdado o poder da mãe, se tornaria uma ameaça futuramente?
Ada fechou o livro. Era um livro grande do qual não podia se livrar, então caçou por uma bolsa na sala e acabou se surpreendendo ao ver que na bolsa haviam itens de saúde e até mesmo munições. Saindo do escritório a espiã abriu o mapa e voltou a seguir até para a sala 0739. Só o que possuía não era suficiente. Começou a caminha pelos corredores desérticos. Um cheiro de sangue e remédios empestou todo o ambiente. Passando enfrente à sala 11 a espiã aproveitou para checar a identidade da cientista que estava com o bebê. Como supôs seu nome era Liza Jones. Dentro de seu bolso, havia mais um papel.

Ford, meu amor, se por um acaso encontrar esta carta é porque estarei morta. Saiba que o amei intensamente até esse último momento, mas como último desejo imploro para que impeça essa criatura do qual não damos mais conta. Não permita que ela atravesse a última porta de setor e que fuja para o nosso mundo. Mate-a, se não puder, condene-a à solidão. Prende-a aqui eternamente e exploda todo esse complexo, mesmo que para isso tenhamos de morrer todos juntos.
De sua amada.

 * * *


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magnum" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.