Anjo da Noite escrita por MsWritter


Capítulo 15
Capítulo 15.Acolhimento


Notas iniciais do capítulo

OW! It has been a long time since we don't meet!Something like a lifetime! Oh, You're wondering why this stupid fic writter is writting in english: Thast's because I'm totally addicted in Pepperony (Pepper Potts & Tony Stark) and there are only five fics in portuguese about then, so I'm reading lots of then in english n my brain collapsed. So, if you know some good iron man fanfic I'd be pleased if you can tell me. Well, good read!



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Capítulo 15. Acolhimento.

O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura...

            Vlad caminhava sem rumo pelas ruas de Londres. Não tinha para onde ir, mas também não estava muito preocupado com isso. As palavras de Integra ainda ecoavam em sua mente. “Monstro”. Ele era um monstro só por tentar protegê-la? Era um monstro por ter revidado um ataque que o outro havia começado? Ele devia ter ficado quieto em seu canto? Devia ter deixado Joseph acertar o soco que atrapalhadamente tentou?

            Ele já sabia, sempre soube que esperavam dele algum comportamento que ele não era capaz de entender. Sempre foi assim, sua vida inteira. Então, como sempre, ele agiu da única forma como sabia: com diplomacia.

            E diplomaticamente ele evitou que Joseph incomodasse a jovem pela primeira vez, e diplomaticamente ele seguiria a ordem que ela lhe deu, se algo não tivesse fervido em seu sangue naquele momento.

            Agora ele estava ali, mais perdido do que sempre esteve. Dessa vez estava lúcido o suficiente para saber que não conhecia as ruas por onde andava e que todo o mundo que conhecia não existia mais. Sabia apenas que não adiantava ficar parado no meio da chuva, e por isso continuou andando.

            Parou ao ouvir o som de alguma coisa se movendo em sua direção. Sem se mover, esperou pacientemente o dono de uma risada descontrolada aparecer diante de seus olhos, já sem brilho.

            – Presa fácil, presa fácil. Não é comum encontrar jovens andando em noites como essa.

            Vlad percebeu os olhos vermelhos do homem que se postava à sua frente. Estava alucinado, com sede.

            – Apenas drogados saem assim pelas ruas. Não está drogado está? Odeio o gosto...

            Vlad deu um suspiro longo, puxou o nó da gravata e deixou o pescoço branco à mostra. Os olhos do vampiro se arregalaram em desejo.

            – Se importa de acabar logo com isso? Rápido, por favor. – A voz de Vlad saiu firme apesar da situação.

            – Ora ora. Que jovem mais corajoso. – A voz de uma mulher se fez presente, e ela logo se mostrou, vindo de trás do vampiro que olhava fixamente para o pescoço de Vlad. – Devia deixá-lo para mim, Mon amour.

            – O que quer dizer? Podemos dividir...

            – Ele é virgem. Daria um ótimo servo. Se você mordê-lo, vai acabar drenando o sangue todo...

            A vampira passou os dedos pela pele branca do pescoço de Vlad, e em seguida fez um pequeno corte com as unhas. Sugou o sangue que escorria do ferimento.

            – Não deseja caminhar conosco, eternamente pela noite?

            –Nada nesse mundo é eterno. – Ele respondeu, sentindo a língua gelada dela sugar sua pele.

            – Nós seremos. – Ela continuou. Vlad viu o olhar alucinado do vampiro, dois metros de distância deles. Ele não ia atacar? Ia mesmo respeitar a vontade da vampira?

            – Mate-me. – Vlad pediu, a voz saiu bem mais falha do que ele pretendia.

            – Eu vou. – Ela respondeu. – Mas não se preocupe, você logo voltará, muito mais forte e belo do que é hoje.

            – Não. Por favor...

            Vlad não terminou a sentença, sendo impedido pelo som de uma bala atingindo em cheio a testa da vampira. Ela empurrou o rapaz para longe, sacando uma arma de dentro da jaqueta.

            – Não se aproxime dele novamente. – A voz de Celas se fez presente, enquanto ela preparava a arma para outro tiro.

            – Ora ora, se ele não tinha uma amiga nosferatu. – A vampira riu-se divertida, com a testa sangrando.

            Atirou, mas tão rápido quanto a bala atingiu o ombro de Celas, tão rápido o ferimento se fechou.

Em nome de Deus, as almas impuras dos mortos viventes serão expulsas à condenação eterna. Amém!

Dois tiros, e os dois vampiros tombaram e viraram pó. Balas de prata fazem muita diferença nessas horas. Vlad pegou a arma que a vampira havia deixado cair no chão, e a guardou dentro do terno. Celas se aproximou, e ofereceu uma mão para ajudá-lo a se levantar.

– Vamos voltar para a mansão.

– Não. Ela não me quer mais lá. – Ele respondeu, já de pé. – Deverias voltar, Celas-san, lá é o seu lugar.

– Vlad-san. Eu sei que você não entende, mas há uma parte sua que é muito importante para mim. Meu lugar é onde estiver.

Vlad virou o rosto, procurando não focar nos olhos muito vermelhos que se destacavam na escuridão.

– Tens razão, eu não entendo.

– Vamos sair daqui. – Celas pegou Vlad pela mão, puxando-o pela rua. Como ele realmente não tinha muito para onde ir, aceitou ser conduzido.        

Integra já havia chegado à sua mansão há mais de duas horas, e depois do banho, sentou-se no sofá que ficava próximo à entrada. Não sabia muito bem o que pensar depois da festa. Não queria ter dito o que disse para Vlad, e muito menos que ele tivesse saído daquela forma pelos convidados.

Foi sincera no medo que sentiu. Em todas as vezes que viu aquele sorriso em Alucard ela sentiu medo. Mas ele era mesmo um monstro, e mesmo com medo, ela tinha plena consciência de que a fera estava domada.

Quando viu o mesmo sorriso em Vlad, a mesma satisfação em ver o sangue derramado, sentiu um medo muito maior. E o medo só cresceu quando reparou que uma ordem sua não o pararia.

Mas quando viu uma lágrima nascer nos olhos do rapaz, fazendo-os brilhar em um verde tão puro como ela nunca havia visto antes, seu coração de pedra desmoronou. E o baque foi forte.

Ela não sabia se reagiu corretamente ou não com Vlad. Não sabia o que pensar da situação, só sabia que desejava do fundo de sua alma que aquilo não tivesse acontecido.

E agora, onde estava o rapaz? Para onde ele iria? Voltar para Adams St. John? E Celas? Ela foi atrás dele? Voltaria para a mansão? Ou sumiria com ele pelo mundo?

Serviu-se de uma dose generosa de whisky, e tão logo olhou para a porta da mansão viu Celas entrar puxando um Vlad ensopado e ensangüentado pela mão. Pensou em se levantar, mas assim que iniciou o movimento percebeu que Vlad escondeu o rosto atrás dos cabelos de Celas. Não achou que aquele seria o melhor momento para conversarem, no final.

Celas deu o primeiro olhar de reprovação que Integra recebeu a vida inteira, e sinceramente, foi muito estranho, vindo justo dela. Puxou Vlad pela mão, conduzindo-o até o quarto de hóspedes.

            Ajudou-o a retirar o terno e a gravata, e ficou sinceramente envergonhada ao virar-se para que ele retirasse o resto das roupas. Saiu do banheiro, deixando-o mergulhado na banheira. Adentou o quarto, procurando por roupas e toalhas. Quando voltou ofereceu a toalha para ele, que sem nenhuma resistência, saiu do banho , secou-se e se vestiu. Uma calça e uma camiseta preta, de manga cumprida. Nada demais.

            Deixou Vlad sentado na beirada da cama, e saiu para buscar uma toalha esquecida no banheiro. Os cabelos dele ainda pingavam pelo pescoço e roupas.

            Vlad retirou a arma do terno, jogado perto de seus pés. Conferiu as balas, destravou e colocou o cano dentro da boca, sem fechá-la sobre ele. Depois achou que estraçalhar a parte de trás da cabeça não parecia um jeito muito efetivo de morrer. Ia demorar e não era certeza. Pousou a arma então do lado da cabeça, achando que abrir um buraco ali seria muito mais rápido.

            Estava pronto para atirar, quando um tapa rápido e forte de Celas fez a arma disparar no teto.

            – O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

            Vlad virou os olhos, não era óbvio o que ele estava fazendo?

            –Você vem comigo! – Celas disse, imobilizando os braços de Vlad e empurrando a cabeça ensopada dele para frente. O obrigou a descer as escadas e apenas afrouxou um pouco a postura quando Vlad virou o rosto para não encarar o de Integra. Não queria quebrar seu frágil pescoço mortal, afinal.

            Pegou a garrafa de Whisky de Integra de cima da mesa, enquanto a Hellsing olhava a cena sem entender bem o que estava acontecendo.

            Celas enfiou a garrafa dentro da boca de Vlad, e só o soltou para deixá-lo respirar, e depois socou a garrafa outra vez, obrigando-o a beber quase um terço da bebida. Soltou-o com raiva no chão, vendo-o respirar de forma muito rápida e descompassada.

            – O que isso significa? Policial? – Integra perguntou, com um misto de raiva e susto no olhar.

            – Está feliz, Sir Hellsing? Estou impedindo-o de se matar! Talvez completamente bêbado ele consiga ficar quieto até amanhã, ficar mais calmo e ser capaz de decidir o que quer fazer da vida! – Disse muito irritada, atirando o crucifixo de Vlad sobre a mesa ao lado da Hellsing.

            O olhar de Integra se suavizou aos poucos, e praticamente escondida pelos cabelos platinados, deu uma ordem baixa. Um pedido, na verdade:

            – Pode deixar Celas, eu cuido dele.

            Celas reparou em como estava sendo hostil com a mestra de seu mestre e saiu, sem mais nada dizer. Os deixaria resolverem o que quer que fosse, mas voltaria por Vlad, se o rapaz precisasse dela.

            E assim, ela saiu, permanecendo acima das escadas, escondida entre as sombras, prestando atenção em um Vlad meio bêbado que tentava se arrastar pelo chão.

– Está tremendo. – Integra constatou, pegando a garrafa caída e oferecendo-a para o rapaz.

            Vlad virou o rosto, em sinal de recusa e vergonha. Integra insistiu:

            – Beba e acalme-se. Nós precisamos conversar.

            Vlad acabou aceitando a garrafa que lhe era oferecida, e deu um gole longo.

            – Vlad. Você realmente sentiu prazer ao ferir Joseph daquela forma?

            – Prazer? – Ele disse, afastando a garrafa dos lábios.

            – Ficou feliz? – Integra se curvou na poltrona. – Estou tentando te entender Vlad, mas para isso preciso saber o que sentiu.

            Vlad deu outro gole na garrafa, e sentado no chão, encostou-se na poltrona de Integra.

            – Sabe, Milady, eu nasci em uma posição pouco comum para um nobre de minha época. Minha vida não tinha sentido, ou finalidade. Ainda criança...

            Integra se encostou na poltrona, ouvindo pacientemente as palavras de Vlad, entre pausas para respirar, pensar e beber um gole da garrafa. Depois de longos minutos em silêncio, ele retomou o relato, em outro assunto:

            – Meu pai lutava pelo trono, e meu país estava absorto na guerra santa. Eu não era o primeiro filho, e ainda sim era o herdeiro. Dráculea, o filho de Dracul. O filho do dragão.

            Uma pausa, Integra respirou fundo para manter a paciência.

            – Quando completei dezoito anos, tornou-se minha obrigação assumir as linhas de frente. Assumir o comando dos exércitos. Eu não queria. Não entendia por que matar em nome de Deus. Mas era o meu dever, e mesmo contrariado, eu fui para a guerra.

            Tomou um gole de whisky, e continuou a falar, com a voz cada vez mais distante:

            – Uma vez nos campos de batalha, não tinha escolha. Era matar ou morrer. Senti o desespero nos olhos de meus inimigos, e aos poucos minha alma cristã morrer diante daquele pecado.

            Silêncio.

            – Era o seu dever, não era? – Integra afirmou, quando percebeu que o silêncio de Vlad estava se prolongando por tempo demais.

            ­– Era. E isso me fez seguir em frente. Quando voltei para casa, fui considerado um herói nacional. Ovacionado pela população e pela corte. Eu não entendia, e me sentia cada vez mais vazio ao reparar na inconsistência da alma humana.

            – Vlad...

            – Eu aos poucos descobri que minha existência só tinha valor nos campos de batalha. O sentido da minha existência era apenas matar em nome da vida, e se fosse o caso, morrer em nome da paz. E foi o que eu fiz. Até que ela apareceu.

            Integra se curvou para olhar o rosto de Vlad, conseguindo ver apenas a orelha dele.

            – Ela era tão bonita. Uma presença capaz de transformar a noite em dia. E por algum motivo que eu fui incapaz de compreender, ela se aproximou de mim. Ela temia as guerras, odiava sangue, e ainda sim, se aproximou de mim. Aceitou ser minha esposa, e sem motivo, começou a me amar.

            – Você a amava? – Integra perguntou, sem conseguir conter o ciúme.

            – Não.  Pelo menos eu achava que não. Eu passei a me sentir vivo durante as batalhas, porque sabia que quando voltasse para casa, dentre todas aquelas pessoas que me dariam os parabéns, ela viria me perguntar como estava. O que sentia, e se ficaria o suficiente. Finalmente eu tinha um lugar para voltar.

            – Devia ser uma mulher muito especial. – Integra comentou, acendendo um charuto.

            – Ela era.

            – O que aconteceu?

            – Na noite do nosso casamento. Meu irmão invadiu o castelo.

            Vlad ficou em silêncio. Integra percebeu que aquilo já tinha ido longe demais. Pousou a mão sobre o ombro do rapaz, indicando que a conversa podia terminar por ali.

            Vlad pousou a mão sobre a dela.

            – Eu não queria machucar Joseph. A situação fugiu do controle.

            – Eu não queria tê-lo chamado de monstro. – Integra disse, aproximando o rosto do topo da cabeça dele.

            Integra pousou o charuto em um cinzeiro, pegou o crucifixo ensangüentado de cima da mesa, e o entregou para Vlad. O rapaz ergueu o rosto, permitindo que Integra visse seus olhos marejados e desfocados. Céus, ele já devia estar muito bêbado.

            Integra aproximou os dedos do rosto de Vlad, obrigando-o a virar o corpo no chão, ficando de frente para ela. Se era capaz de aceitar o vampiro antes, quando acreditava apenas na loucura e crueldade de sua alma, como podia recusar Vlad, que descaradamente pedia por ajuda? Em poucos instantes, entendeu praticamente todas as atitudes de Alucard. A dor que aquele peito corrompido pelo tempo carregava, tão óbvias nos sentimentos ainda não maduros de Vlad, aos poucos tornou-se também a sua dor.

            Aproximou o rosto do dele e selou seus lábios com um beijo casto. Nenhum dos dois ousou aprofundar o contato.        

            Vlad se permitiu pousar a cabeça no ombro de Integra quando o beijo se desfez, ouvindo o coração dela bater em um ritmo calmo.

            – Seu lugar é aqui. É pra cá que deve voltar ao fim da batalha. – Integra permitiu que Vlad deitasse a cabeça sobre suas pernas, e acarinhou suavemente os cabelos negros ainda um pouco úmidos, percebendo o corte já seco que ele tinha no pescoço.

            – E quanto ao Joseph? – Ele perguntou, praticamente sucumbindo ao sono.

            – Não se preocupe. Daremos um jeito. Nós vamos resolver tudo. Absolutamente tudo.

            Sentiu a respiração de Vlad se acalmar em seu colo, indicando que ele finalmente havia adormecido. Permitiu-se apreciar o momento por longos minutos, quando finalmente pediu a Celas que saísse das sombras, e a ajudasse a levar Vlad para o quarto de hóspedes.

Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão


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Notas finais do capítulo

Aiai, não, Celas não descobriu como esconder o coldre no vestido. Ela simplesmente foi buscar a arma no carro antes que Integra saisse. Caramba, Vlad MUITO EMO nesse capítulo, coitado, fora Integra MUITO compreensiva pro meu gosto. Mas algumas coisas precisam mudar ao longo de...OHMYGOSH 15 capítulos! Ah sim, a música é "Drão" do Gilberto Gil, e sinceramente, eu acho que combina muito com esses dois. Até mais amores! Ah sim, peço encarecidamente, escrevam fics de Ironman e me avisem! Hellsing é sempre bem vindo! Jané!



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