Quando O Futuro Vem Dos Céus - Crônicas escrita por LYEL


Capítulo 14
Lembranças de um Passado Futuro I


Notas iniciais do capítulo

Hisana começa a narrar a história por trás de todo o caos que deu início à sua luta e nela revelações e tragédias aguardam os jovens amigos que não esperavam ouvir sobre um passado futuro onde não mais existiam...

Links atualizados em 22/12/2014



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Abertura de Crônicas.

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Tokyo ESP - Rise of the Espers

Anos se passaram desde que Ichigo e seus companheiros deixaram de lado batalhas sangrentas para viverem suas vidas, muitas coisas haviam acontecido até então, eles eram adultos agora, alguns trabalhavam em seus próprios negócios, alguns já casados, como havia acontecido com Sado que em uma de suas viagens para visitar parentes distantes que há muito tempo não sabia que existia, se apaixonara por uma linda mulher latino-americana e lá se casaram, porém pela saudade que sentia de seus amigos resolveu voltar para Karakura, onde viveria ao lado da esposa grávida de oito meses.

Renji era capitão do quinto esquadrão, na Soul Society ele era visto como "aquele que recuperou a honra do esquadrão" nomeação que ele recebera com muito orgulho e cercado de amigos, entre seus melhores amigos estavam Ichigo e Rukia que batiam palmas a todo sorrisos quando anunciaram seu nome e lhe entregaram o Haori branco.

Ichigo e Rukia viviam um difícil dilema, ela era apaixonada por seu companheiro, mas o receio de ser diferente sempre a manteve afastada e nunca permitiu que se entregasse ao que realmente sentia, porém isso mudou em uma batalha de vida ou morte, onde não só assumiriam seus sentimentos, como confrontariam a Soul Society em nome deste amor.

Inoue sabendo do dilema de seus amigos naquela época e dificuldades em conseguirem aprovação, interviu enfrentando as leis da Soul Society ao lado deles para vê-los felizes e mesmo lutando contra todas as vontades de seu coração ela os desejou apenas o melhor.

Por seu caráter e história de anos como aliado da Soul Society a Ichigo foi dada a permissão de desposá-la, mas com algumas condições...

Por Rukia ser uma shinigami ela jamais poderia revelar a existência da Soul Society a simples mortais, seu poder espiritual seria selado e nunca mais deveria ser usado e caso pretendesse gerar filhos o casal teria de relatar tal desejo a Soul Society antecipadamente para que as medidas necessárias fossem tomadas, uma vez que a criança seria descendente de Ichigo e por isso herdaria seus poderes.

Ishida havia se casado com Inoue que ao ver a felicidade anunciada de Ichigo e Rukia partiu em busca da sua não demorando a se ver perdidamente apaixonada por alguém que realmente lhe valorizara por quem ela realmente era.

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O casamento de Ichigo e Rukia foi algo memorável a festa havia tomado proporções colossais graças a Kuchiki Byakuya, Inoue e Renji foram escolhidos como padrinhos por serem seus melhores amigos e não muito tempo depois, a central 46 recebe a notificação de que Rukia estava grávida, porém algo estranho estava acontecendo...

Rukia sentia-se fraca a cada dia e mesmo com seu poder espiritual selado era possível sentí-lo sendo emanado contra a sua vontade, Urahara Kisuke alerta a central 46 que a criança sendo gerada por Rukia era a responsável, por ser fruto da união de uma shinigami verdadeira e um humano previamente também fruto de tal relação shinigami-humano, a criança necessitaria de energia espiritual pura para se desenvolver e por um milagre da natureza ela teria quebrado o selo imposto ao poder espiritual de Rukia para ser gerada, porém também relata que com isso um grande contingente de hollows começara a aparecer em Karakura.

Para ajudar o jovem casal, Urahara se prontifica a criar um relógio capaz de ocultar a reiatsu de Rukia e da criança para que tais problemas não fossem mais detectados.

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Por ter que ficar vinte e quatro horas emanando sua reiatsu, muitas vezes Rukia passava mal, era uma gravidez mais difícil que a de uma pessoa comum, por isso nessas ocasiões ela tomava remédios criados pelo departamento de desenvolvimento e pesquisa que compensavam a perda de reiatsu e Urahara era o principal responsável por acompanhar sua condição, graças a sua grande vontade de ter um filho, a esposa de Ichigo mesmo em condições arriscadas não desistia uma vez que ela adorava crianças e um de seus sonhos desde tenra idade era gerar seus próprios filhos.

A gravidez de Rukia chega ao fim e finalmente uma menina saudável nasce após longos nove meses, a alegria é sem igual, principalmente para Ichigo e Rukia que viam os filhos de seus amigos crescerem e ficavam ansiosos em ver os seus, mas o momento que mais marcou a todos foi quando no quarto pós-parto Rukia pôde pegar aquela criança no colo pela primeira vez e dizer seu nome: "Kurosaki Hisana" a emoção era tão grande que ela chora envolta nos braços de Ichigo que também chorava, coisa de amigos que se conheciam há tanto tempo e que compartilhavam de tantas lembranças.

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Com o nascimento do bebê, Rukia passou a ter controle de uma reiatsu anormal, como se tivesse treinado arduamente por longos nove meses, mas não era apenas Rukia, a criança que tinha acabado de nascer também tinha um grande problema, ela tinha poder demais para um corpo tão pequeno que era impossível escondê-lo por métodos comuns, não era a toa que fora do hospital onde acontecera o parto de Rukia, vários membros da Onmitsu Kidou estavam estrategicamente posicionados às ordens da capitã Soi Fon, Urahara precavido havia criado um relógio parecido com o de Rukia, e colocado no pulso de Hisana para protegê-la, ela cresceria com este relógio até o dia em que pudesse viver sem ele como a sua mãe.

Hisana crescia em uma família feliz, tinha amigos em toda a parte fosse ele espiritual ou não, ela adorava brincar com os filhos dos amigos de seus pais, eles eram seus melhores amigos entre eles estava Shihouin Katsuya seu melhor amigo.

A cada dia o poder de Hisana aumentava, seu tio Byakuya e seus pais viam na infante potencial surpreendente, mas ela era apenas uma criança e até mesmo Byakuya sendo rigoroso não conseguia evitar de desistir de seus afazeres para se divertir com a sobrinha do qual ele tinha um ciúme profundo, talvez por ela ter herdado o nome de sua falecida esposa, ou por ser simplesmente a coisa mais importante a surgir em sua vida até então e isso mudava Byakuya a ponto de ser possível vê-lo sorrir realmente feliz para sua família. Inclusive foi no colo de Byakuya que Hisana disse sua primeira palavra: "gato" a criança apontava para o nada na sala de visitas, embora Ichigo, Rukia e ele não estivessem vendo nenhum por perto naquele dia.

Um dia quando ela tinha cinco anos Ichigo entra no quarto para acordá-la e ir à escola quando a pega conversando com ninguém.

– Minha filha com quem você está conversando?

– Com o Sen-kun e Ryu-chan papai.

Ichigo olha para todos os lados querendo saber de quem se tratava, mas ele não via nada, ele volta a olhar para sua filha novamente pensando que era apenas uma brincadeira de criança, então sorrindo diz:

– É mesmo filhinha? E o que vocês estavam conversando?

– Eles disseram que são meus irmãos, eles podem ser meus irmãos papai?

Ichigo entende que sua filha desejava ter irmãos e que talvez por isso estivesse criando amigos imaginários, então sorrindo outra vez responde:

– Meu anjo, se você quer ter um irmãozinho, eu posso conversar com a mamãe, você quer?

Ela balança a cabeça negativamente para ele.

– Não papai, não é isso, eles disseram que são meus irmãos por que eles são filhos da Shirayuki-san e do Zangetsu-san por isso eu perguntei se o senhor deixava eles serem meus irmãos.

Ichigo arregala os olhos realmente surpreso, ele, Rukia nem ninguém havia revelado nada sobre suas zanpakutous.

– Querido, por que está demorando, você já acordou a Hisana? - A voz era de Rukia entrando de camisola no quarto.

Mas seu marido estava olhando fixo para a filha.

– Ichigo? - Rukia estranha ele a ter ignorado.

O ruivo vira a cabeça para a esposa e ela olha sem entender sua expressão de espanto.

– Meu amor... O que houve? - Ela parecia preocupada agora.

– Querida... Precisamos conversar...

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Kill la Kill - Blumenkranz

Em uma reunião na casa de Urahara fica evidente que Hisana tem uma zanpakutou que chama por seu nome, porém o que mais eles tentavam entender era o motivo dela dizer que sua zanpakutou era filho de Sode no Shirayuki e Zangetsu, mesmo Byakuya e Urahara procurando em todos os registros conhecidos, nunca encontraram relatos de tal coisa, mesmo com Ichigo tinha sido diferente, sua zanpakutou era independente do poder de seu pai.

Por isso para tirar suas dúvidas Urahara usa o mesmo equipamento que tinha utilizado para Ichigo habilitar sua bankai, com isso Zangetsu se materializa e Sode no Shirayuki também.

Rukia que estava com Hisana em seu colo começa perguntando:

– Sode no Shirayuki, é verdade o que minha filha disse? Que ela possui uma zanpakutou que é filho de vocês dois?

– Não. - Ela responde prontamente.

– Nosso filho não é a zanpakutou de sua filha, "nossos filhos" são. - Responde Zangetsu repentinamente.

Todos olham surpresos para os dois.

– Rukia-sama, por que não pede para Hisana-sama chamá-los? - Sugere Shirayuki.

Todos olham para Hisana que olha de volta confusa e sem entender.

– Hisa-chan, você poderia chamar seus amiguinhos para nós, por favor? - Pede Urahara para a criança.

– Sim. - Ela diz alegremente. - Ryu-chan, Sen-kun, apareçam, por favor.

Duas crianças aparecem diante de Hisana, Zangetsu e Shirayuki.

– Tá ai mamãe. - A criança aponta para frente.

Ninguém via nada, mas assim que olham para Shirayuki e Zangetsu eles estavam de joelhos, ele fazendo carinho em uma cabeça invisível e ela abraçando alguém.

– Mas o que...? - Ichigo quase consegue fazer uma pergunta.

– Uhm... Vocês não podem ver eles né? - Diz Hisana de cara emburrada. – Mas eu vou mostrar.

Hisana olha para as duas crianças e fecha os olhos concentrando-se bastante, de repente, os que estavam na sala da loja de Urahara começam a enxergar duas silhuetas menores nos braços das duas zanpakutous.

– Impossível! - Exclama Urahara.

– O que vocês chamam de impossível nós consideramos um milagre.

Enquanto Zangetsu fala, as duas crianças correm do colo dos dois e Hisana também, então os três começam a brincar na sala.

– Mas como isso é possível...? - Pergunta Byakuya.

– Desde o dia que Sode no Shirayuki despertou-me no coração de Ichigo eu sempre fui capaz de entrar e sair livremente para transitar entre meu mundo e o mundo da antes chamada Kuchiki Rukia, da mesma forma ela também tem tal habilidade.

– Isso se deve ao fato de vocês dois terem um núcleo espiritual semelhante, por isso Zangetsu e eu costumávamos nos encontrar rotineiramente, principalmente enquanto vocês dormiam e não precisavam de nossos poderes. Conheço o hollow Zangetsu tanto quanto você, Kurosaki Ichigo e ele faz parte de minha vida tal qual o Zangetsu que vêem agora também faz. - Sode no Shirayuki olha para Rukia. – A senhora já se perguntou mestra por que inconscientemente parece ter a resposta certa toda vez que Ichigo precisa tanto da senhora? Por que é a única que consegue entendê-lo tão profundamente?

Rukia olha assustada para ela.

– Por conhecer Zangetsu tão bem, eu acabo transmitindo esse conhecimento todo para a senhora, algo que de minha parte também é involuntário e por termos o mesmo núcleo espiritual o sentimento é mútuo.

– Da mesma forma acontece com Ichigo que também sempre pôde compreendê-la. - Completa Zangetsu.

Todos estavam abismados com o que os dois revelavam aquilo nunca tinha sido do conhecimento de ninguém, nem de seus próprios donos, Ichigo olha para as três crianças que brincavam e rolavam no chão, então ele se volta para Zangetsu e Shirayuki.

– Mas como tiveram filhos?

Zangetsu e Sode no Shirayuki se entreolham e sorriem carinhosamente um para o outro.

– Somos duas zanpakutous com a sorte de ter mestres que se completam, independente de sermos armas criadas para causar destruição, no dia que se conheceram vocês nos deram a liberdade de escolher. - Zangetsu fala a todos.

– Escolher o quê? - Pergunta Rukia.

– Escolher ser simplesmente uma arma ou buscar nossa felicidade como nossos mestres, desde que Zangetsu e eu nos conhecemos graças a vocês, percebemos que éramos diferentes das demais zanpakutous, que podíamos tomar nossas próprias decisões e, que também nos completávamos tal qual nossos mestres também fazem, por que acham que em nossa forma de lâmina somos tão parecidos? Isso também não é coincidência. - Conta Shirayuki ao grupo.

– Graças a este poder um milagre foi capaz de acontecer, uma nova vida espiritual pôde ser gerada no momento que Kurosaki Rukia também concebeu. - Zangetsu olha para Rukia. – O desequilíbrio espiritual que sentia fazia parte do crescimento dos poderes de nossos filhos, tanto Hisana quando os pequenos que ela acompanha são especiais e possuem poderes que talvez nunca consigamos entender completamente.

– Então... Quer dizer que... - Rukia parecia ter deduzido algo.

– Sua filha tem o mesmo núcleo espiritual que nossos filhos têm e conseqüentemente o mesmo de todos nós. - Completa Shirayuki.

Os que estavam na sala faziam um silêncio perturbador, mas Inoue quebra o silêncio fazendo uma pergunta.

– Sode no Shirayuki-san, Zangetsu-san, mas... Por que demoraram tanto para contar isso aos dois?

As duas zanpakutous se entreolham mais uma vez.

– Por que não era o momento, tanto Rukia, quanto Ichigo não estavam preparados para enfrentar tal realidade e nas ocasiões passadas, o que sentíamos um pelo outro não era o que nossos mestres sentiam até então. - Responde Shirayuki.

– Dependíamos das rodas do destino para que pudéssemos concretizar nosso sonho e você Inoue, assim como os amigos de nossos mestres foram peças fundamentais para que tudo isso fosse possível. - Diz Zangetsu.

– Nós? - Sado pergunta.

– Os poderes que possuem, os momentos que passaram juntos, fossem eles bons ou não, foram decididos no dia que Kurosaki Ichigo e Kurosaki Rukia se conheceram, mas é graças a vocês que eles estão vivos hoje aqui, vocês os salvaram muitas vezes e contribuíram diretamente e indiretamente com este momento. - Responde Zangetsu.

Aqueles amigos se olham e em silêncio lembram-se das várias aventuras que tiveram desde que eram jovens, de como muitos momentos agora não pareciam mera coincidência.

– Então estávamos predestinados a nos conhecermos, é isso que está insinuando Zangetsu? - Indaga Ichigo fazendo uma expressão de confusão.

– Não, por que nós escolhemos o nosso destino, vocês se conheceram, mas decidir continuar juntos isso não faz parte do acaso e sim de sua própria vontade.

De repente a conversa é interrompida com um barulho de alguma coisa quebrando. Todos se viram e vêem as três crianças fazendo cara de fuga e apontando uma para as outras.

– Minha filha! - Repreende Rukia.

Ichigo ri.

– Tal mãe, tal filha. - Ele olha para Rukia debochado.

– Você só está esquecendo de um detalhe Ichigo, eu não fiz ela sozinha. - Sua esposa parecia irritada.

– Tá, já entendi. - Ele ri sem graça.

Zangetsu e Shirayuki olhavam para suas crianças que se escondiam atrás de Hisana e balançam a cabeça em reprovação.

– Sua parte da família? - Pergunta Shirayuki em voz baixa.

– Provavelmente... - Responde Zangetsu em um sussurro.

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Sonic Symphony - Nightwatchman

Quando havia completado sete anos, enquanto Hisana e seus pais assistiam televisão o telefone toca.

– Deixa que eu atendo querida. - Ichigo se levanta do sofá e atende. - Alô?

– Kurosaki-san.

– Yo, Urahara-san, boa noite, o que foi?

– Preciso falar com você e com a Rukia-san.

– Uhm... O que está acontecendo? Sua voz está meio... Sombria...

– É urgente Kurosaki-san.

– Tá entendi, já estamos indo. - Ichigo desliga o telefone e se vira para Rukia. – Querida, Urahara disse que precisa falar conosco.

– Mas agora Ichigo, a esta hora da noite? - Ela estranha.

– Ele disse que era urgente o que você acha?

– Se ele disse que é urgente e se tratando dele, é melhor irmos mesmo. - Rukia pega Hisana no colo. – Venha querida, vamos nos trocar por que precisamos sair.

– Mas agora mamãe? - Pergunta a criança preguiçosamente.

– Infelizmente sim querida, mas estamos indo na casa do tio Urahara, você pode ver o Katsuya-kun lá o que acha?

– Eba! Ai a gente pode brincar! - Festeja a pequena.

– Isso mesmo, então vamos nos trocar? - Rukia fazia sua expressão de concordância.

A criança responde pulando do colo de Rukia e subindo as escadas que levavam ao segundo andar da casa enquanto continuava a festejar.

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Depois que os três estavam prontos, Ichigo tira o carro da garagem e eles se dirigem a casa de Urahara. Quando chegam são recebidos por Katsuya e outros amiguinhos que esperavam Hisana para brincar, assim que se encontram eles já saem correndo por todos os lados, Ichigo e Rukia são cumprimentados logo em seguida por seus amigos, entre eles, Inoue, Ishida, Sado e Andressa sua esposa e advogada em ascensão que possuía conhecimento do mundo que o marido vivia por que a mesma tinha sensibilidade espiritual, Renji também estava presente e:

– Nii-sama! - Rukia exclama feliz.

Mas Byakuya não sorri como tinha aprendido a fazer, ele olhava sério para a irmã.

– Rukia... Ichigo sentem-se.

Os dois se entreolham e então sentam.

– O que está acontecendo Nii-sama? - Pergunta Rukia preocupada.

Kurotsuchi Mayuri está morto. - Ele responde automaticamente.

Todos entram em choque.

– O quê? O capitão Mayuri está morto? Mas como isso é possível? - Pergunta Ichigo levantando a voz.

– Ele foi assassinado e seu corpo encontrado nas proximidades do septuagésimo oitavo distrito Sul de Rukongai... - O Capitão Kuchiki fala continuando com sua expressão séria.

– Inuzuri... - Sussurram Rukia e Renji se entreolhando.

– Rukia, esse não é o lugar onde você e Renji viveram quando crianças? - Pergunta Ichigo.

– Sim, mas isso só pode ser coincidência, não existe nada de interessante por lá. - Ele completa.

– Byakuya-san, diga, o que você sabe a respeito da morte de Mayuri-san. - Pergunta Ishida entrando na conversa e muito interessado, uma vez que ele teve seus "momentos" com o falecido capitão do décimo segundo esquadrão.

– Não se sabe muita coisa a respeito da morte do capitão, o laboratório explodiu algumas horas antes de encontramos o seu corpo, mas em seus escombros encontramos apenas os restos mortais de sua tenente Nemu Kurotsuchi, todos e qualquer arquivo que nos indicassem o motivo de tal incidente perdeu-se nas chamas da explosão, porém... - Byakuya olha para Urahara.

– Porém nem tudo se perdeu. - Completa o cientista.

– Como assim? - Ishida questiona.

– Todo grande cientista jamais deixa suas grandes descobertas, estudos ou experimentos mais importantes expostos a olhos leigos em seu laboratório, ele os guarda em um cofre, em algum lugar seguro e extremamente secreto para que as possibilidades de alguém roubá-los seja nula ou reduzida ao máximo.

– Onde ficava o de Mayuri-san? - Interrompe Sado.

– Dentro de Nemu-san em forma de arquivos gravados em um chip interno.

Todos olham espantados.

– Mas, ela morreu. - Lembra Ichigo.

– Todos devem saber que Nemu-san nunca foi uma shinigami comum, ela foi criada e modificada pelo capitão várias vezes para que pudesse tornar-se seu "cofre", Nemu era quase indestrutível, por isso ao se autodestruir com o laboratório o capitão Mayuri sabia que o chip estaria a salvo e que alguém seria capaz de decodificá-lo após a sua morte.

– Esse alguém seria você logicamente. - Ishida completa o raciocínio.

– Sim...

– Peraí! - Exclama Rukia de repente.

Todos se assustam e voltam-se para ela.

– Você disse que ela se autodestruiu?– Relembra Rukia a todos do detalhe que quase passou despercebido.

– Sim, Rukia-san.

– Por quê? - Pergunta Byakuya em tom frio.

– O que quer que o capitão Mayuri estivesse fazendo e onde quer que estivesse indo, ele sabia que existia uma grande possibilidade de não voltar, para prevenir a perda total de seus trabalhos, ele ordenou que Nemu-san permanecesse no laboratório, eu acho que é mais fácil mostrar a vocês o que eu sei.

Urahara pega um controle debaixo da mesa e aperta um botão que faz um monitor descer da parede, ao se levantar, pega uma caixinha preta de seu bolso e ao abri-la retira um pequeno chip de cor cinza e aparência plastificada que insere em um dispositivo específico para esta função e então senta-se novamente, ao apertar o botão a mensagem começa a rodar.

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Imagens do vídeo.

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– Mayuri-sama o senhor tem certeza que deseja ir sozinho?

A visão que todos têm é como se estivessem vendo com os olhos da tenente do décimo segundo esquadrão.

– Não seja tola, acha que eu arriscaria perder todos os meus anos de pesquisa levando um estorvo como você?

– Mas Mayuri-sama!

– Silêncio! Eu já lhe dei minhas ordens e elas devem ser seguidas sem reclamações entendeu?

– Sim... Mayuri-sama...

– Exploda o laboratório e destrua todos os arquivos se o meus sinais vitais desaparecerem e não esqueça de destruir meu backup cerebral. - Ordena Mayuri se referindo à cópia de seu próprio cérebro super desenvolvido que ele tinha guardado em um grande tubo na mesa de seu computador.

– Sim, Mayuri-sama.

– Urahara Kisuke. - Mayuri se volta para Nemu. – Não deixe de continuar o que você mesmo começou ou jamais irei lhe perdoar. - Dizia ele com olha sério para dentro dos olhos de Nemu.

A transmissão é interrompida por um instante e ao retornar é possível ver em uma grande tela de computador um desenho parecido com um coração parado e ao seu lado vários dados que não eram mais processados, além de uma linha horizontal vermelha que indicava ausência de batimentos cardíacos.

– Mayuri-sama... - A imagem fica embaçada por um instante e o grupo entende que isso aconteceu por que Nemu começou a chorar, ela limpa o rosto e os olhos então se dirige para uma tela de monitor e aperta um pequeno botão verde, inúmeras comportas se abrem e um sinal de alarme dispara, várias pessoas saem correndo para fora do laboratório, então Nemu se dirige para o grande teclado que mais parecia um órgão clássico e digita algumas palavras em uma tela específica, uma senha é requerida, ela digita a senha, porém sem apertar "enter", ela hesita por um instante, então diz: – Urahara Kisuke, isto é tudo culpa sua.

Ela aperta o botão e quando a primeira explosão acontece, Urahara encerra a imagem pelo botão do controle remoto.

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Fim da transmissão.

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Todos estavam em silêncio, Inoue chorava e era consolada por Ishida.

– O quê ela quis dizer com "a culpa é toda sua" Urahara Kisuke? - Pergunta Byakuya que não parecia estar comovido com o que tinha acabado de assistir.

Urahara suspira.

– Nós estávamos trabalhando em uma pesquisa precursora há alguns anos, eu fornecia alguns dados e Mayuri-san ajudava auxiliando a pesquisa com alguns métodos que só ele podia fornecer através da Soul Society.

– Que pesquisa? - Pergunta Byakuya outra vez.

– DNA Espiritual.

Todos olham querendo explicações.

Urahara tinha um olhar diferente, ele sabia que devia mais que explicações.

– Eu e Mayuri-san, tínhamos descoberto que era possível rastrear uma seqüência de DNA espiritual semelhante ao que se faz com o DNA humano, que era possível modificá-lo com diferentes componentes que tivessem uma mesma linha ou núcleo espiritual, porém com os progressos das pesquisas, Mayuri descobriu que era possível fazer isso partindo de um mesmo princípio de DNA espiritual, ou seja, uma Base sequencial de DNA poderia ser modificada por qualquer componente não humano e criar uma seqüência totalmente nova em um mesmo ser, durante muito tempo trabalhamos com várias amostras de diferentes níveis, mas nunca tínhamos obtido sucesso.

Durante suas revisões bibliográficas Mayuri encontrou na biblioteca central da Soul Society um documento muito antigo que embora arcaico tinha estudos concretos sobre a mesma coisa que pesquisávamos, logo abaixo dele existia as iniciais B. S, ele me mostrou seu achado e passou a procurar outros registros com as mesmas iniciais, mas muito pouco se achou, porém em um deles ele pôde ver um pequeno mapa criptografado em letras antigas, com a minha ajuda conseguimos encontrar um ponto, na verdade uma área que indicaria que alguma coisa teria sido escondida por lá, porém sem ter a localização exata procuramos por dias em vão, mas pelo fato ocorrido creio que Mayuri tenha finalmente descoberto a localização exata do que queríamos, sem me contar nada ele foi até lá e... Os dados que tenho comigo são apenas os mesmos que tínhamos compartilhado, além dos que ainda não decodifiquei, mas tenho certeza que deve ter algo mais naquele lugar, e isso talvez esteja em seu corpo que está guardado na Soul Society para investigações.

– Como você descobriu sobre essa seqüência de DNA espiritual? - Pergunta Ichigo.

Urahara olha para ele com uma expressão esquiva.

– Por que eu usei Hisa-chan como princípio base para os experimentos...

– O QUÊ! - Gritam Rukia e Ichigo ao mesmo tempo, eles estavam furiosos, mas não só eles, do lado deles Byakuya não parecia sorrir.

– Perdoem-me, eu fazia em segredo sem relatá-los pois sabia que não permitiriam, mas não se preocupem, eu nunca machuquei a Hisa-chan...

– Não interessa Urahara! Você usou nossa filha como sua cobaia e mais! Daquele cientista louco sem nem mesmo nos consultar! - Esbravejava Ichigo irado.

– Eu sinto muito...

Rukia olhava ainda zangada para ele.

– Urahara, você começou a fazer estas pesquisas desde o dia em que eu fiquei grávida não foi? - Ela pergunta com olhar matador.

–... Sim, desde o dia em que lhe entreguei o relógio eu não apenas controlava suas reiatsus com, mas também enviava dados para minhas pesquisas.

– ORAS SEU...! - Rukia puxa Urahara pelo colarinho e desfere um tapa com toda sua força com a outra mão.

O cientista se choca contra a parede.

Rukia já ia partir de novo para cima de Urahara, mas seu temperamento estava tão alterado que Ichigo e Byakuya tentam segurá-la.

– Rukia, já chega! - Byakuya tenta acalmá-la.

– Mas Nii-sama esse...

– Independente do que ele tenha feito, Hisana e você estão hoje aqui graças a ele, ou já esqueceu como ele vivia preocupado e procurava formas de ajudá-la durante toda sua gravidez?

Rukia se acalma, mas ainda sentia-se traída por ele.

Urahara ainda permanecia de olhar esquivo.

– Você é culpado por muitas coisas em seu passado Urahara, mas nunca foi mal intencionado, tudo o que pretendeu e pretende até hoje tem uma explicação, diga qual foi a sua explicação agora. - Ichigo dirige a palavra ainda segurando Rukia.

Urahara se recompõe, ele olha para Ichigo, Rukia e Byakuya, então de joelhos pede perdão.

– Me perdoem por ter feito isso, não queria que pensassem mal de mim, mas eu só queria ajudar, Hisa-chan é uma criança especial, ela precisa crescer com cuidado, sob bons olhos, eu pensava no futuro dela...

Rukia e Ichigo ponderam as palavras de Urahara por um tempo e suspiram.

– Tudo bem, isso já era algo a se esperar de você... - Ichigo coça a cabeça olhando de soslaio.

– Mas quando eu tiver meu próximo filho e você ousar fazer isso de novo sem nos consultar... - avisa Rukia.

Urahara sorri concordando.

– Desculpe pela tapa. Diz Rukia corando um pouco.

– Eu mereci. - Ele responde enquanto massageia a bochecha dolorida.

– Então o que faremos agora? - Sado dirige a palavra ao grupo.

– Primeiro teremos de investigar a área onde foi encontrado o corpo do capitão, em seguida será necessário vasculhar entre os escombros algo que possa nos indicar alguma pista, só depois teremos alguma esperança de descobrir o que ele procurava tanto e que culminou com sua morte.

– Eu, Renji e Ichigo poderemos andar por Inuzuri atrás de testemunhas e informações, Ishida que é médico poderia dar um olhada no corpo de Mayuri e Nemu, Sado e Inoue procurar pistas nos escombros e Nii-sama...

Byakuya olha para ela.

– Você poderia se juntar a nós?

Byakuya assente com a cabeça.

– Depois que me reportar me juntarei a vocês em Inuzuri.

– Tudo bem.

– Urahara-san, por favor, você poderia tomar conta da Hisana? - Pede Ichigo.

– Com toda certeza Kurosaki-san, manterei contato com vocês daqui a toda hora, se descobrirem algo me avisem e se eu fizer o mesmo daqui também informo a vocês, enquanto isso terminarei de decodificar o chip, talvez ainda existam informações preciosas dentro dele, alguns arquivos de Mayuri estão com um criptografia muito extensa e difícil, talvez demore um pouco para coletar mais informações.

– Ok, mantenha-nos informados. - Ichigo pega uma pílula do bolso e engole. – Kon cuide da Hisana, eu e Rukia vamos precisar sair.

– Nee-san? - Kon olha para ela.

Rukia já estava em sua forma shinigami e Chappy estava de joelhos diante dela.

– Kon, cuide da nossa filha. - Ela pede sorrindo para ele.

– Mas Nee-san, o que está acontecendo, você parece tão séria. - Kon estava um pouco assustado com o olhar sombrio de todos, nem conseguia tirar brincadeiras por causa disso.

– É complicado Kon... - Rukia balançava a cabeça demonstrando a falta de tempo para explicações. - Apenas prometa que cuidará bem dela como sempre fez ok? - Ela volta a olhar carinhosamente para o espírito alterado que já fazia parte de sua família.

– Como sempre faço Nee-san... - Kon sorri de volta carinhosamente também.

Rukia e Ichigo sorriem.

– Certo, então estamos prontos, vamos nessa pessoal. - Sugere Ichigo ao grupo.

Todos assentem positivamente com a cabeça.

– Kaijô! - Renji fala abrindo um grande portal Senkaimon e quatro borboletas infernais vêm ao encontro deles.

Rukia, Byakuya, Renji e Ichigo começam a entrar.

– Urahara, não demore muito para abrir o portal para os outros. - Diz Rukia virando a cabeça para ele.

– Sim, Kurosaki-san.

– Vejo vocês em breve pessoal. - Diz Ichigo que se despede dos demais.

– Até daqui a pouco Kurosaki-san. - Acena Inoue.

Rukia e Ichigo sorriem para ela e entram no portal que se fecha em seguida.

– Acompanhem-me. - Indica Urahara, os outros o seguem até o porão da loja.

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Veigar - Perilous Quest

Do lado de fora da loja as crianças brincavam despreocupadamente, Hisana corria quando os espíritos de suas zanpakutous surgem diante dela.

– Hisa-chan. - Diz a garotinha de cabelos negros chamando sua atenção.

– Uhm? - Hisana olha para o lado notando suas presenças diante dela.

– Papai e mamãe não estão mais aqui... - Diz o garotinho de cabelos prateados.

– Eles devem ter ido resolver problemas de adultos e a mamãe falou que quando eles estão resolvendo problemas de adultos, nós devemos ser bonzinhos e esperar eles voltarem.

– Mas... - A pequena zanpakutou tenta empurrar uma pergunta.

– Hisa-chan... Eu estou sentindo algo ruim... - Diz o garotinho fazendo cara de medo.

Hisana também sentia algo lhe incomodando.

– Eu sei o que quer dizer... mas não podemos fazer nada...

Os três ficam cabisbaixos.

– Hisa-chan o que você está fazendo ai? - Grita Katsuya vindo logo atrás.

– Nada Katsu! - Ela grita de volta.

– Vem logo, é a sua vez de correr atrás da gente.

– Tá! - Ela grita empolgada e se vira para os dois espíritos. – Olha que tal se a gente conversasse sobre isso depois?

Hisana sai correndo e rindo em direção aos amigos esquecendo suas preocupações.

As duas pequenas zanpakutous se entreolham e continuam com a mesma preocupação em seus corações.

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Na Soul Society, Ichigo, Rukia e Renji já voavam em direção a septuagésimo oitavo distrito.

– Como será que está Inuzuri depois de tanto tempo? - Pergunta Renji sem olhar para Rukia.

– Desde que éramos crianças, Inuzuri mudou bastante, mas mudou para pior, não me surpreenderia de ver aquele inferno em pleno caos agora. - Ela rebate.

Ichigo ouvia calado a conversa dos dois.

– Tem razão, isso é ruim, a índole das pessoas por lá não é das melhores, acho que teremos problemas em procurar o que queremos. - Renji lembra.

– Verdade, mas desde criança éramos muito bons em nos virar sozinhos não é mesmo? - Rukia olha para o amigo de infância sorrindo desta vez.

Renji rebate o olhar dela sorrindo de volta.

Ichigo olha para os dois.

– Vocês parecem dois velhos conversando. - Ele ri.

Rukia e Renji secam Ichigo com os olhos.

– Ehm...? - O ruivo pisca suando frio.

Ichigo leva dois cascudos ao mesmo tempo e de repente fica quieto de novo, mas desta vez era ele quem parecia o velho resmungando sozinho.

– Estamos chegando. - Alerta Renji aos dois.

Os três descem no septuagésimo oitavo distrito Sul de Rukongai: Inuzuri, e tanto Rukia quanto Renji tinham razão, ele não havia mudado em nada, piorado talvez, tudo continuava sujo, as pessoas vestiam-se com trapos, adultos brigavam como cães, por espaço e comida, mas em meio a todos estes detalhes que eram considerados normais, algo havia chamado a atenção dos dois shinigamis amigos de infância no exato momento que desceram no local.

– Renji... Você está pensando o mesmo que eu...? - Rukia olhava desconfiada de um lado para o outro.

– Provavelmente sim... - Renji estava sério.

Ichigo olha os dois muito confuso.

– O quê houve pessoal? - Ele pergunta curioso.

Rukia fita o marido parecendo tensa.

– As crianças sumiram...

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Continua...

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Notas finais do capítulo

Finalmente a trama se revelará aos poucos e a primeira vítima surgiu: Mayuri.

Mas qual será o verdadeiro motivo por trás do desaparecimento das crianças de Inuzuri? O que Rukia, Renji e Ichigo encontrarão lá?

O que Urahara irá descobrir com os arquivos póstumos do falecido capitão?

Não percam o próximo capítulo!