Misaki começa a caminhar sentindo-se cega.

Como não previra isso?

Mordi o lábio inferior livrando-se da autoculpa.

Tinha que voltar ao acampamento, provavelmente deviam estar precisando de ajuda.

Cruza os braços na tentativa de se aquecer.

O ar frio da noite lhe entorpecia.

Nisso ouvi um galho sendo quebrado.

Para no mesmo instante, com seu coração preso na garganta.

Se fosse um inimigo, estaria morta sem nem mesmo ter chance de se defender.

Desembainha suas espadas, lutaria as cegas então.

Novamente outro galho é quebrado fazendo seu coração acelerar.

Não sentia medo e sim um grande receio que fazia seu cérebro trabalhar mais rápido.

Misaki volta-se para lado, fazendo um misero barulho que ecoa.

Nisso senti uma mão em seu braço, a pega torcendo-a.

-Misaki – diz Usui um pouco enfático

Ela surpreende-se, o soltando na mesma hora.

-General – a diz ainda surpresa distinguindo alguns de seus traços

-Sim, sou eu – diz ele a pegando pelo pulso – Precisamos sair daqui.

-Consegui ver algo nessa escuridão? –indaga ela incrédula

-Não consegui? – indaga Usui um pouco surpreso

-Não – murmura ela

Usui suspira enquanto solta o braço dela.

Se continuassem a caminhar na escuridão poderiam acabar se machucando ou algo pior.

Ele então olha ao redor, ao que parecia estão perto de um rio.

-Misaki – sussurra Usui

-Oi – diz ela

Usui segue ao encontro de sua voz, tocando sem querer os lábios de Misaki com seus dedos.

Senti um calor tomar seu corpo ao notar a maciez de seus lábios.

Ele retira sua mão, agradecendo por estar escuro escondendo sua vergonha.

Só que Misaki também fica aliviada pela escuridão esconder seu rosto corado.

Os dedos dele tocando seus lábios fizeram-na arrepiar.

-Precisamos ir para o acampamento – diz ela recuperando sua lucidez

-Nesse escuro é perigoso – diz Usui – Ficaremos por aqui.

Misaki engoli em seco.

Passar a noite ao lado de Usui.

Respira fundo e murmura assentindo.

-Venha – diz Usui pegando seu pulso novamente e a puxando.

Misaki tenta ver aonde pisa, mas acaba desequilibrando-se e pararia no chão se Usui não a puxasse para si.

Logo depois a coloca nos braços sem hesitar.

Misaki senti o coração dele bater rápido que nem o seu.

O que isso significaria?

Caminham apenas um pouco, até que Usui para vendo a lua transparecer no rio.

-Podemos ficar por aqui – diz ele suave

-Claro – concorda Misaki – Pode me soltar agora, general.

Usui relutante a solta, mesmo sem saber que ela também não queria se separar, mas fora necessário.

-Deveriamos fazer uma fogueira – sugeri Misaki – Está frio.

-Seriamos alvos fáceis – discorda Usui sentando-se debaixo de uma arvore.

-Tem razão – concorda ela fechando os olhos por um instante

-Fique ao meu lado Misaki – diz Usui serio – Precisa se aquecer.

-O senhor é quem deve manter-se aquecido – diz ela com um leve sorriso

-Ficamos num impasse.

Misaki assente e vai ficar ao lado dele.

Ambos começam a conversar coisas levianas.

Não queriam estragar o momento tão calmo.

Tão logo Usui adormece, Misaki ajeita-o em seu colo, alisando seu cabelo que ama.

Repara em cada traço do homem que tinha o domínio de seu coração.

Parecia um anjo adormecido.

Nisso sem pensar, beija-o na testa.

Mais para sua surpresa, ele abri os olhos lentamente vendo seu gesto.