No Capítulo Anterior...

"[...]Apolo estava ao meu lado me abraçando, dizendo que estava tudo bem e que nada iria acontecer.

Eu queria acreditar, mas sabia que algo de ruim iria acontecer em breve..."

Capítulo 5 - Uma Surpresa Inesperada

POV Samantha

Eu queria voltar a dormir mas estava com medo de sonhar novamente. Apolo ainda me abraçava e eu ainda chorava.

– Quer contar o que aconteceu? - perguntou Apolo acariciando meus cabelos.

– N..não. - eu disse entre soluços.

– Tente dormir, então. - falou ele. - Eu não vou sair daqui.

Apenas assenti, eu estava com sono mas o medo falava mais alto.

Lutei o máximo que pude contra o sono, mas no fim dormi novamente, nos braços de Apolo.

POV Apolo

Fiquei no jardim, o tempo que achei o suficiente para que ela se acalmasse. Depois resolvi subir.

Já estava na frente do meu quarto já fazia algum tempo, estava pensando se deveria ou não entrar. Quando Samantha começou a gritar lá dentro.

Não pensei duas vezes e entrei.

Ela estava deitada, mas se debatendo e gritando. Subi em sua cama e a puxei para mim, tentando acordá-la.

Quando ela acordou, começou a chorar. Eu só pude abraçá-la, em uma tentativa frustrada de acalmá-la.

Demorou muito, mas ela se acalmou um pouco e eu perguntei:

– Quer contar o que aconteceu?

Ela respirou fundo e respondeu:

– N..não. - e voltou a chorar.

Esperei mais um pouco e falei:

– Tente dormir, então. Eu não vou sair daqui.

Ela apenas assentiu mas continuou lutando contra o sono. Depois de um tempo, finalmente percebi que ela havia conseguido dormir novamente.

Fiquei mais um tempo em sua cama a abraçando. Quando fui me levantar ela segurou minha blusa inconsciente, não deixando eu sair. Olhei confuso para ela, mas sorri ao ver o quão tranquila ela estava agora.

Ajeitei-a melhor em meus braços e deu um leve beijo em seus lábios, e dormi também.

Acordei no dia seguinte, com ela se mexendo.

POV Samantha

Quando acordei, percebi que estava em cima de algo. Ao abrir os olhos, encontrei Apolo me encarando com suas íris amareladas.

– O..o o quê você está fazendo na minha cama Apolo? - perguntei assustada.

Logo percebi que ainda estávamos com a mesma roupa do dia anterior.

– Não se lembra o que aconteceu ontem? - ele me perguntou.

Me lembrei do sonho que tive, e comecei a soluçar. Apolo que ainda me abraçava, estreitou os braços ao meu redor, depositando um beijo em meus cabelos.

– Está tudo bem. - disse ele. - Me conte o que aconteceu. - pediu ele.

– N..não. Acho que ainda não consigo falar sobre isso. - falei tentando me acalmar.

– Se quiser conversar, estarei aqui. - ele me prometeu.

– Obrigada. - disse.

– Disponha. - ele falou passando a mão em meu rosto, enxugando minhas lágrimas.

– Apolo, quanto a ontem... O beijo e... - comecei a falar me levantando, mas ele me interrompeu.

– Não. Me desculpe, eu não deveria ter te beijado daquela forma. - ele falou arrependido.

– Me desculpe também, por ter gritado com você. - disse.

– Tudo bem. Eu mereci aquilo. - disse ele rindo.

Também comecei a rir e me sentei na cama, ao lado dele.

– Obrigada. - disse de repente.

– Por..? - ele perguntou.

– Por essa noite. Você me acalmou. - respondi me levantando.

– Estamos quites então. - ele disse piscando.

Comecei a rir e perguntei:

– Qual das duas portas é o banheiro?

– A da direita, linda. - disse rindo.

– Você é doido ou bipolar? - perguntei.

– Não. Por quê? - ele perguntou estranhando.

– Porque há uns 10 minutos atrás você estava me abraçando, sendo carinhoso e gentil. Agora você começa a me cantar. - expliquei rindo.

– Acho que são hábitos. - ele disse também rindo.

Entrei no banheiro, fiz minha higiene pessoal, tomei um banho e me troquei. Quando saí do banheiro, Apolo já não estava mais lá.

De repente, a porta do closet abre e um Apolo só de calça sai de lá correndo e gritando.

– Ficou louco?? - gritei assustada. - Quer me matar do coração?

– Deuses não morrem Samantha. - ele disse rindo até se acabar.

– Tá.. Você entendeu. - falei começando a rir. - Agora vai tomar banho.

– Sim, mamãe. - respondeu ele entrando no banheiro, ainda rindo.

– Idiota. - gritei para ele escutar.

Deixei um bilhete para ele, e decidi ir até o mundo humano.

No mundo humano...

Eu estava pensando no que tinha sonhado, e no que eu e Apolo tinhamos conversado.

– Sabe o que dizem sobre ficar pensando muito. - escutei.

– Aff... O que você quer Hades? - perguntei.

– Só te dizer que uma tal de Aghata foi pega tentando sair daqui, e está dizendo que quer falar com você. - ele respondeu.

Quando escutei o nome Aghata, quase caí. Meu sonho estava começando.

– Tenho permissão para ir até aí? - perguntei receosa.

– E desde quando você precisa da minha permissão para vir até aqui? - perguntou-me Hades.

Sem pensar duas vezes, me teletransportei para o Mundo Inferior na frente de Hades.

– Olá irmão. - disse calmamente.

– Olá irmã. - disse Hades, indiferente.

– Onde está a garota de quem me falou? - perguntei.

– Atrás de você. - disse-me Hades.

Ao me virar, assustei-me com o que vi.

Aghata estava amarrada e amordaçada, com vários ferimentos e as três fúrias estavam ao seu redor. Como em meu sonho.

– Você a conhece? - Hades perguntou, indo até o lado dela.

– Sim, eu a conheço - respondi olhando para Aghata.

Hades abaixou a mão, fazendo com que a fúria que estava com o chicote, continuasse a bater nela.

– Não! - gritei. - Pare Hades.

– De onde você a conhece? - perguntou ele. - Ela disse que é sua filha com Cronos. - ele falou com raiva.

Pensei um pouco antes de responder, mas resolvi dizer a verdade.

– Ela falou a verdade. - disse cabisbaixa. - Ela é meu maior segredo, e meu maior erro. - disse fuzilando-a.

– Soltem-na e saiam. - Hades ordenou para as fúrias.

Elas obedeceram e Aghata abaixou a cabeça, mas logo voltou a olhar para mim.

– Oi, mãe. - disse com arrependimento no olhar.

Ignorei minha filha e me virei para Hades.

– Hades, irmão. Preciso que você a mantenha em segredo por enquanto. - pedi.

– E por que eu faria isso? - ele me perguntou.

– Deixe-me falar primeiro com os outros. Depois eu a levarei para o Olimpo. - disse quase implorando para Hades.

– Tudo bem. Manterei ela aqui. - prometeu ele.

– Obrigada. - disse e me virei para Aghata. - O que você faz aqui? - perguntei.

– Quero o seu perdão mãe. Eu errei ao decidir ficar ao lado de Cronos. - ela disse com nojo ao pronunciar o nome de Cronos. - Quero tentar recomeçar do lado certo, do seu lado.

– Demorou muito para que você percebesse isso. - falei irônica, ignorando suas desculpas. - Quanto querer recomeçar como uma Olimpiana, não depende só de mim. Você vai precisar convencer os outros. - disse com uma expressão fria, que eu não usava a muito tempo.

Ela abaixou a cabeça e começou a chorar.

Mesmo que eu estivesse com ódio dela, ainda era sua mãe e ... Ah, quem eu quero enganar? Estou feliz em saber que Aghata está aqui, me pedindo desculpa e querendo recomeçar.

– Você deverá obedecer Hades, até que eu fale com os outros. - disse friamente.

– Tudo bem, mãe. - ela respondeu, limpando as lágrimas.

Me virei para Hades e falei:

– Hades, voltarei ao Olimpo. Falarei com os outros. Cuide dela para mim. - pedi no final.

Ele concordou com um aceno de cabeça e eu me teletransportei para o mundo humano.

Fiquei um pouco lá, pensando no que tinha acontecido. Mas logo me teletransportei de volta para o Olimpo.