Shimmer escrita por scarlite


Capítulo 19
Capítulo 19




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De onde vêm as transformações?Escorrem junto com o tempo, se misturando as nossas vidas,E não há nada mais difícil do que pensar que o tempo não pára.


Estava escuro no quarto, e tudo que conseguia ouvir era o som do meu aparelho celular tocando. Era tão agudo aos meus ouvido, quebrando o silencio, tudo que pode fazer foi apertar as mão contra os ouvidos. Mal percebi quando lancei a irritante fonte de barulho contra a parede. Havia dormido demais, e ali estava o meu dia me derrubando da cama com pressa.

Apesar da expressão “dormir demais”, não era de fato o que tinha acontecido; não foi antes das três da manha que consegui pregar os olhos. A sensação de quando acordamos de uma noite ruim visitou minhas costas e minha cabeça com eficiencia e não foi sem esforço que consegui levantar da cama. Depois de um banho, desci as escadas procurando não despencar pela descordenação resultante. Esfreguei as mãos no meu rosto, tentanto espantar o sono e o cansaço e pude sentir a barba grande beliscar; um flash de memória me tomou:

– Preciso fazer a barba... – Sussurrei para mim mesmo esfregando os pêlos nascentes.- Está bom assim. – Uma voz meio grave respondeu. Ela não adormecera ainda afinal.Não demorou muito para que dormíssemos ambos. Despreocupadamente, como se não houvesse nada além do cansaço e do conforto com que ocupar nossas mentes.Como há anos atrás.

Os nossos dias andavam estranhos. De uma lado a mudança de Emmett e Rose deixou certo ar de saudades de Adam. No entanto, não consigo pensar numa melhor hora para esse evento; sendo que não andávamos muito calmos, e isso não era confortável para o bebê e nem para minha cunhada. Ademais, a nova casa do meu irmão ficava na vizinhança; tornando menos tensa a vida da minha mãe que os visitava constantemente e vice versa.

– Bom dia. – O mesmo olhar perdido no espaço além da janela. Me abaixei a frente do se rosto, enfiando minha cabeça a força no seu campo de visão. Ela pareceu tomar um susto com minha ação, mas, permaneceu sentada onde estava.

– Bom dia Isabella Cullen. – insisti em estabelecer contato visual, mesmo perdendo algumas vezes o seu foco.

– Bom dia Edward. – Não conseguia me acostumar com o novo tratamento. Contrafeito, endireitei-me e corri os armários em busca do meu café, qualquer porcaria empacotada que minhas mãos alcançassem.

– Onde está Esme? - A cozinha cheirava a fritura, sinal de que minhã mãe estava ausente.

– Foi a cidade com o titio. – Mexia com descaso os ovos fritos no prato. Grunhi alguma resposta e me encostei na pia da cozinha mastigando sem nem mesmo olhar direito o que era.

Olhei para os meus pés, de repente mais interessantes que os meus pensamentos.

.- Está tudo bem, está pronta?

– Hnhum. – Agora reparava que Bella estava com uma roupa bem atípica. Certo que ela nunca foi dada a modas e todas essas tolices, mas pulouver e uma jaqueta minha não eram bem femininas.

– Bella você está mesmo bem para ir a aula hoje? – Me aproximei e aferi sua temperatura. Normal. Não era frio, não era febre. Pensei que talvez fosse mesmo cedo para deixá-la voltar as aulas; mesmo já tendo conversado com Esme e Carlisle sobre isso, minha vontade era não deixá-la retornar.

– Estou. Tchau Maggie! – Falou baixinho. Aliás, estava silenciosa demais ultimamente.Quando subimos na caminhonete, esperei que ela colocasse o cinto e comecei minha enxurrada de recomendações:

– Bells, por mim você não iria, mas isso pode significar você perder o ano letivo. Portanto, não quero que você se distancie da vista dos professores ou dos funcionários da escola; não fique sozinha na sala de música e nem se distraia por aí, okay? Okay Isabella?! – Segurei seu braço e ela me olhou por fim, com aborrecimento.

– Eu não sou criança Edward.

– Não, você não é. Mas, é muito distraída. Depois do que aconteceu... – Droga! Pensei assim que disse isso. Era um novo tabu falar sobre a crise de Bella. Vi claramente quando ela puxou ar com força e isso não acalmou meus nervos, eu continuava achando uma imprudencia deixá-la retornar para a escola, mesmo o suspeito de ter machucado minha prima ter sido dispensado, ele ainda podia aparecer. Então que se dane o tabu!

– Se o Sullivan aparecer, ou o Newton grite, ameace e informe a diretoria, ouviu?!Nenhuma palavra até a escola. Dirigi frustrado e preocupado, até alcançar o tufo de árvores e telhado vermelho da Escola de Forks.

– Bom dia Edward! – o porteiro me acenou quando passou por mim no estacionamento. Depois de ter estacionado, caminhei em torno da Pick-up ficando ao lado de Isabella que não me notou. Parecia ainda mais distraída; mais compenetrada enquanto descia do carro. Vi também o vinco entre os olhos, característica de preocupação. Um vento frio passou por meu pescoço, e por instinto apertei o cachecol em torno do pescoço de Bella, me assegurando de deixá-la quente, pois o frio começava a assomar-se sobre nossa pequena cidade. Bastou isso para quebrar o silencio concentrado de Bella, que teve uma reação de susto com minha atitude. Olhou com culpa nos meus olhos, e constatei que aquilo era medo e não concentração.

Meu desejo de pegá-la e voltar pra casa aumentou e ia mesmo executar meu plano quando um dos professores se aproximou de nós.

– Edward. – Virei relutante para o rosto sorridente e ausencia de cabelos do Sr. Phillip.

– Bom dia Senhor. – Apertamos as mãos. Fui aluno seu, o que me conferia familiaridade.

– Isabella, está bem de saúde? – Ele se dirigia a minha prima olhando através do meu ombro para onde ela estava ajeitando a mochila.

– Sim senhor. - Enruguei a testa olhando junto com o professor para a figura a nossa frente.

– Edward, eu acompanho Bella, afinal, teremos química daqui a pouco. – Respirei aliviado, pelo menos por enquanto os professores estavam cumprindo a promessa de ficar de olho na situação. Como ficara acertado na reunião convocada por meus pais, um dia depois da indisposição de Isabella.

Virei-me em direção a ela, olhei para o rosto rosado pelo frio e pensei que deveria me acostumar a não ficar grudado nela o tempo inteiro; que tudo ficaria bem e que aquela preocupação era em vão. Ela precisavacontinuar suas atividades. Muito da minha raiva feroz tinha se dissipado após meu pequeno encontro com John Sullivan algumas semanas antes, isso seria assunto para outro momento...

– Venho te pegar para o almoço. – beijei sua testa e me despedi do Sr. Phillip. Fiquei olhando pelo retrovisor e quase bati contra o portão de saída enquanto dirigia para o trabalho, e para meus problemas acumulados. Pensei em como a rotina estava se trnsformando sensivelmente. Nada drástico, mas, aquelas irregularidades no terreno de minha existencia estavam me incomodando: o comportamento de Bella, meu sentimento confuso e platônico em relação a ela, as mudanças envolvendo Emmett, minhas desconfianças com relação ao cotidiano de Isabella na escola... Meu trabalho... Grão por grão, meus iam sendo moldados como terra sendo revolvida pela chuva.



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