Meu Anjo Vampiro escrita por Lice Lutz


Capítulo 25
Capítulo 23 - Até a meia noite


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma ótima leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/86699/chapter/25

Por Isabella Swan

É possível um coração quebrado se reconstruir, colando os seus pedaços e voltar a bater plenamente? Existiria tanta felicidade assim, suficiente para preencher dois corpos e alimentar duas almas antes plenamente sufocadas pela dor? Poderia a realidade se transformar em sonho?

Minha resposta para todas essas perguntas era sim. Sim, meu coração estava inteiro novamente e nunca pulsara com tanto vigor. Sim, havia tanta felicidade ali, naquele paraíso escondido, que seria o suficiente para espalhar milagres impossíveis pelo mundo, como já havíamos provado por nós mesmos – estávamos juntos e o tempo, literalmente, estava a nosso favor. E sim, eu vivia agora no meu sonho mais fantástico, com Edward ao meu lado, vivo e deslumbrantemente perfeito como sempre.  

Continuei fitando, maravilhada, Edward a minha frente e sorri. Ele prontamente retribuiu o gesto e minhas mãos, felicíssimas com isso, trataram logo de criar vidas próprias e desesperadas, começaram a traçar cada um dos contornos impossivelmente belos do rosto de Edward, que fechou os olhos. Sem ter a mínima ciência, fechei os meus também. Logo, tudo o que eu podia sentir a minha volta era a presença constante e dominante de Edward, assim como o ar quente soprado por ele dizendo o meu nome: - Bella.

Edward. Tudo se resumia única e exclusivamente a ele. Seus lábios frios devoravam os meus com avidez e minha respiração, àquela altura, era uma mera função que no momento meu corpo deixara de realizar. A minha cabeça girava, meu coração batia descompassadamente ainda ecoando meu nome dito por ele, que era a única coisa que não permitia que eu esquecesse completamente quem eu era. Suas mãos estavam em todos os lugares, puxando-me ainda mais para si. Eu já não sabia dizer onde começava ou terminava alguém ali, embora isso não tivesse a mínima importância; a vontade de nos unirmos completamente era mutua. 

Deslizei minhas mãos por suas costas gélidas e o choque de temperaturas foi instantâneo: espalhou-se por cada célula do meu corpo, logo o tornando viciado na sensação e implorativo por mais. Em resposta, puxei Edward para mim, completamente sem ar. Eu o queria completamente. E o mesmo valia da parte dele quanto a mim. Porém, contraditoriamente, Edward me afastou de si. Ele estava um pouco ofegante – o que era realmente incomum para um vampiro – e, se o seu coração ainda funcionasse, ele estaria descompassado, assim como o meu que estava por nós dois. 

- Bella... – disse ele com a voz rouca, arrastada. Fechei meus olhos, enquanto meu coração explodia de emoção por ouvir. – Você vai me fazer perder o controle...

Eu apenas ri, abrindo os olhos. O riso, logo se transformara em uma gargalhada, quando vi a expressão de Edward. Ele me fitava com olhos implorativos, que se deslocavam entre meu corpo e meus olhos. Não sei exatamente o que ele implorava: se era para me ter ou para que eu tivesse alguma piedade dele e parasse de provocá-lo – eu sabia que Edward considerava uma tortura maravilhosa quando ficávamos juntos assim, porque ele não queria perder o controle comigo. 

- Pare de rir – pediu ele – Não tem graça. Eu não posso...

- Mas quer. – interrompi-o, ainda rindo.

Ele bufou alto e passou a mão pelo cabelo – um claro sinal de que estava lutando para manter o controle.

- Como nunca quis antes! – sussurrou. Eu sorri e passei minhas pernas pela sua cintura. – Bella... – ele advertiu. Um pedido silencioso para que eu parasse, o qual ignorei completamente. Beijei sua nuca, enquanto agarrava o seu cabelo já bem desgrenhado. – Pare com isso...

- Você não quer que eu pare realmente.

- Não... – disse ele, fraco – Mas deveria. Bella, isso pode ser perigoso...

Sim, eu sabia daquilo. Mas não me importava nem um pouco. – Você já deve ter percebido que eu gosto do perigo. – disse. Edward tentou segurar, mas deixou uma risada abafada escapar. – Afinal, meu namorado é um vampiro, louco pelo meu sangue.

- Louco por você. – interrompeu-me ele.

Eu ri. – O quão louco? – provoquei.

- O suficiente para nos arriscar e perder o controle.

Eu sorri, enquanto me deliciava com o doce sabor da vitória. Edward beijava-me com voluptuosidade, um misto de carinho e desejo incontrolável que só ele conseguia. Eu retribuía na mesma intensidade. Minhas mãos percorriam suas costas por debaixo da sua camisa de linho branco. Edward percebeu que aquela camisa era desnecessária ali e ele mesmo arrancou-a num puxão. Eu ri brevemente e puxei-o de volta para mim. Mas Edward, num movimento rápido, se levantou, levando-me consigo no colo.

Durante sua caminhada, em velocidade humana, eu tive uma vaga noção de tempo. Era a hora do crepúsculo. Havíamos passado o dia inteiro do lado de fora da casa, no jardim, entre beijos e um piquenique de almoço improvisado por Edward. Vale mencionar que, para alguém que não ingere comida humana há um século, ele cozinha excepcionalmente bem. Assim como anda bem, canta bem, beija bem...

Edward abrira a porta da frente num rompante. Entramos no aconchegante chalé com decorações que remetiam ao século passado. Passamos diretamente pela sala e a cozinha, indo diretamente para a suíte principal. Edward abriu a porta pondo-nos para dentro do cômodo e fechou-a com o calcanhar. Ele me deitou gentilmente na enorme cama de ferro que estava no centro do quarto, ocupado apenas por duas mesinhas de cabeceira e poltronas. A parede à esquerda da cama era de vidro e dava para uma agradável varanda.

Eu resisti ao impulso de puxá-lo imediatamente de volta para mim, mas só porque naquele momento, ele me fazia prisioneira do seu olhar fascinado. Era totalmente absurdo, mas eu podia ver o meu reflexo nos seus olhos envolto pelo mais puro e admirado fascínio. Não pude deixar de sorrir com aquilo, que era mais uma prova do quão ligados nos somos. Se os olhos eram os portais da alma, minha alma iluminava o seu corpo e o seu corpo pertenceria a mim. 

Ali, embebecida pelo wisky dos seus olhos, eu tive a mais plena certeza de que era completamente certo unirmos nossos corpos no ato de amor mais físico existente. Seria alma e corpo entrelaçados e unidos para sempre.

Eu sorri ainda mais e Edward contornou meus lábios delicadamente com seus gélidos dedos. Senti a corrente elétrica causada pelo choque das temperaturas de nossas peles percorrer meu corpo, mas não fechei os olhos porque isso seria como perder um pouco de Edward. E eu queria senti-lo de todas as maneiras possíveis. Queria admirar sua imagem perfeita, queria ter seu cheiro misturado ao meu, queria sentir seu corpo unindo-se ao meu, queria ouvir sua voz cantando o meu nome e sentir o gosto de sua boca na minha. Precisava de Edward. Queria intensa e desesperadamente Edward.

E ele, como se finalmente pudesse ler minha mente, realizara meus dois últimos desejos. Tomara meus lábios nos seus, num beijo delicado e feroz, doce, mas apimentado pela luxuria; numa contradição no limite tão perfeita, como só ele era. Quando afastou-se alguns centímetros para deixar-me respirar, Edward cantou, com a voz rouca o meu nome. Seu murmúrio foi tão baixo, que eu mal pude ouvir a sua voz, mas já era o suficiente ver seus lábios movendo-se no formato do meu nome e sentir o ar de sua respiração fria tomar a mesma forma.  

Ansiosa por mais dele, puxei-o para mim. Mas ao contrario do que eu esperava, ele não correspondeu ao meu movimento. Edward permaneceu imóvel, seu rosto ainda a poucos centímetros de distancia do meu. Confusa, busquei seus olhos. Vi hesitação neles.

- Edward. Eu te amo. – disse e levantei minha cabeça para encostar nossos lábios brevemente. Não esperei que ele confirmasse a reciprocidade, era desnecessário. – Me ame. Não vai haver um amanhã.

Parecia dramático dito daquela forma, mas era verdade. Não haveria um amanhã, não existiria um depois. Voltaria a ser o antes. Então diante dessa confusão de tempo, deveríamos seguir a única alternativa do momento: viver o presente. E mesmo quando encontrássemos um depois, não o temeríamos. Porque estaremos juntos sempre. Não importa o que tenhamos que fazer para nos encontrar, o que talvez possamos enfrentar. Nada pode nos separar e isso já havia sido provado. E ainda estava sendo vivido.

Eu sorri na esperança de que assim Edward pudesse ler os meus pensamentos. E talvez tenha dado certo. No instante seguinte Edward já havia tomado o meu sorriso com seus próprios lábios. E eu estava irreversivelmente perdida de mim mesma, porque Edward havia me encontrado e me roubado para si. 

Nossos corpos entrelaçavam-se numa sincronia perfeita. Meus lábios estavam onde precisavam estar e minhas mãos agiam por conta própria. Eu não sei dizer exatamente quando nem como, mas já não havia roupas separando nossos corpos. Agora, fogo e gelo tocavam-se em sua forma mais natural de como sugiram no mundo, mas sem causar destruição. Em todos os locais onde fogo e gelo se chocavam, havia apenas uma intensa explosão de prazer. E eu estava descobrindo que o gelo pode queimar e estar em todos os lugares.

Tudo o que eu sentia era Edward. Tudo a minha volta era ele, queimando tudo em mim. Mas não era um queimar ruim. Era bom. Indescritivelmente bom. E eu ansiava por mais, mais e mais. 

Deslizei minhas mãos pelas costas dele, enquanto minha boca explorava o seu peitoral esculpido. Em resposta, Edward puxou meu cabelo e com a outra mão colou nossos corpos ainda mais e inverteu nossas posições. Minhas costas tocavam o colchão quente e eu podia sentir um pouco do peso do corpo de Edward sobre o meu. 

O silêncio do início da noite era quebrado por gemidos de prazer incontroláveis, que completavam e estimulavam tudo o que poderíamos sentir com o outro.

Eu estava errada quando disse que tudo o que sentia e que tudo a minha volta era Edward, porque eu achava que não poderia haver nada que superasse isso. Mas agora, meu corpo era seu corpo. Edward estava dentro de mim. E sensação disso era impossível de descrever. Eu não conseguia pensar em mais nada. Não sabia quem eu era. Mas isso não tinha importância, porque Edward me possuía de tal maneira que eu era ele. E isso não poderia ser mudado. Nossas almas haviam se unido também, selada pelo ato de amor mais puro e verdadeiro. Seria para sempre.

 ***

Edward Cullen nunca deixaria de me impressionar. A cada novo segundo ao seu lado, eu descobria algo novo sobre ele, seja como seus olhos curvam-se levemente para baixo quando ele sorria; como sua voz abaixa três tons e torna-se suave e aveludada como a de um anjo quando ele dizia meu nome. Ou como seu rosto tornava-se tranqüilo enquanto ele dormia.  

Passavam alguns poucos minutos da meia-noite e conforme Deus afirmara, todos caíram num sono profundo. Eu lutava contra o peso que se apoderava dos meus olhos e tornava os meus pensamentos difusos. Eu não queria dormir. Não enquanto Edward o estivesse fazendo. 

Eu estava começando a entender o fascínio quase obsessivo que Edward tinha de me ver nesse estado, mas eu duvidava que transmitisse tanta serenidade dormindo quanto ele. Seu rosto adquirira uma expressão infantil e despreocupada e uma covinha fofa instalara-se em sua bochecha, bem próxima a sua boca que se curvava no meu sorriso preferido. Provavelmente, Edward estava sonhando. Sorri, ao pensar presunçosamente se ele estaria sonhando comigo.

Eu poderia passar a eternidade toda vendo seu peito esculpido subir e descer lentamente, numa respiração uniforme e tranqüila e não seria nada entediante. Por um momento, pensei em como seria se ambos fôssemos humanos. E cheguei à conclusão que, se assim seriamos, talvez um estado simples como esse passasse despercebido aos nossos olhos; seria algo comum e rotineiro. Não haveria a mesma magia que existia em nós, como somos. Éramos perfeitos um para outro assim, a humana e o vampiro imperfeitos.

No entanto, não era isso que eu precisava. Uma vida humana ao lado de Edward era muito pouco. Eu necessitava de mais tempo. Um tempo infinito. Só a eternidade seria o suficiente para o nosso amor.

- Eu te amo. – movi meus lábios preguiçosos no formato dessas três palavras que salvaram nossas vidas.

Eu sorri para a forma personificada de todo o amor que eu podia sentir e me concentrei para gravar aquele momento único e antes impossível na minha mente, mesmo sabendo que quando acordasse esqueceria de tudo que havíamos passado nos oitos dias mais intensos da minha vida. Oscilando entre os extremos da dor cruelmente insuportável e da felicidade, eu encontrei a magia fruto do nosso amor que nos dera uma segunda chance.

E se eu pude aprender alguma coisa com tudo isso é que o amor faz tudo possível. Faz da noite mais obscura, o amanhecer mais luminoso e vívido. Faz da morte a vida mais feliz. Faz de um desafio, uma lição. Faz de uma alma, duas. O amor tem uma força incomparável e insuperável. E é eterno. 

Escorreguei minha cabeça até onde o coração de Edward deveria bater e apreciei o silêncio tranqüilo vindo dali. Fechei meus olhos e deixei o sono tomar conta de mim, sem medo do amanhã se tornar ontem.

Tudo ficaria bem. Meu Anjo Vampiro estará comigo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Heeey vampirinhos e lobos!
Desculpem a demora pela atualização, mas é que eu voltei a estudar e as coisas estão corridinhas. E quanto a esse capitulo, bem, eu só tenho uma coisa a dizer sobre ele: eu tenho muita vergonha dele. Não sei porque, mas às vezes eu acho que ele é totalmente dispensável. Eu tentei fazer da primeira noite de amor deles uma coisa bem sublime e e cheia de metáforas, mas eu acho que não funcionou muito bem. Mas me digam vcs o que acharam.
ps: faltam apenas dois capitulos para o fim *o*
Beijos e mordidas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Anjo Vampiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.