Meu Anjo Vampiro escrita por Lice Lutz


Capítulo 15
Capítulo 13 - Noite Fria


Notas iniciais do capítulo

Tenha uma ótima leitura! :)



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Por Edward Cullen

- Boa noite, Edward.

A voz de Bella ressoava em meus ouvidos, como a mais perfeita melodia. Fechei meus olhos, e deixei sua voz impregnar cada um dos meus sentidos. Minha visão ficara preenchida com sua beleza reluzente. Minhas mãos apalpavam o ar em busca de seu corpo esguio e frágil. Minha boca ansiava desesperadamente pela sua. Meu olfato não sentia qualquer outro cheiro além do seu. E sua voz, ocupava cada um de meus pensamentos, funcionando como uma trilha-sonora.

Mas minha Bella não estava ali, comigo. Estavamos separados por alguns quilometros de distancia. Não que a distancia fosse algum problema para nós. Não importava o quão longe estavamos um do outro, eu podia senti-la. Podia ouvi-la. Podia escultar tudo que ela dissesse para mim. Ao chamar-me, o elastico que nos ligava, me puxava instantaneamente para ela. A cada passo que dava em direção contraria a sua, voltava dois para trás, tornando-se mais insuportavel ainda ficar longe dela. De minha Bella.

Podia ainda, sentir quando ela estava pensando em mim, embora não soubesse exatamente o que - a mente de Bella, sempre seria uma incognita para mim. Ela estava pensando em mim, naquele momento. Devia estar sonhando comigo. Sorri, ao pensar naquela agradavel possibilidade. Como queria voltar para hospital, apenas para observar o seu sono... 

A nossa ligação era incrivel. Surreal. E até mágica. O produtor do elastico que nos liga? O amor. Um amor que ultrapassara até as barreiras da morte. Até mesmo as leis de Deus. Abri os olhos, imediatamente, ao lembrar do ocorrido no banheiro do hospital. Fora algo maravilhoso, mas impossivel. Não deveria ter acontecido. E era por isso que eu estava ali, - longe de minha Bella - na clareira, para tentar entender o por que de Bella ter me visto.  Será que fora Deus que quisera assim? Para que Bella soubesse de uma vez por todas, que eu estava ali com ela e jamais a abandonaria? Não. Deus não iria querer que Bella parecesse louca.

Ninguém acreditaria nela. Carlisle não acreditou. Afinal, Ele não queria que Bella fosse para o Inferno, por suicidio. Era por isso que eu estava ali, como anjo, para protege-la, cuidar-lhe.  Então... Por que? Quem fizera isto? Para nos mostrar o que?

Eram perguntas que ficariam um bom tempo sem respostas. E eu não fazia ideia para uma resposta coerente para elas. Minha mente vagava entre os ultimos acontecimentos e no que Bella estaria sonhando - sem esquecer-me de sua voz melodiosa um instante sequer. Com os olhos fechados, novamente, deixei-me ser consumido por todas as lembranças. Por todas as caricias. Por todos os arrepios, resultados do choque termico entre nossas peles - o fogo e o gelo. Por cada batida acelerada do coração de minha Bella. 

Eu poderia viver toda uma nova eternidade assim, apenas em lembranças. Era facil de mais - até mesmo agradavel - viver nas lembranças boas de minha existência. Pena que a minha realidade não era assim. Ela era o oposto das coisas boas, das memorias tão agradaveis, que nos fazem querer voltar no tempo apenas para revive-las. A minha realidade, era torturante. Insuportavel. Dolorosa. Era uma realidade, na qual, Bella e eu não podiamos coexistir num mesmo mundo. E eu não aguentaria por muito mais tempo, ver a minha vida definar, buscando os caminhos que levam a um destino limitante e cruel: a morte.

Um vento gélido atravessara o meu corpo. Não que eu pudesse sentir frio ou algo do gênero. Afinal, eu não tinha um corpo fisico - eu era invisivel. Entretanto, os meus sentidos continuavam intactos, perfeitos. Eu podia escultar o uivo do vento, e pelo seu som, ditinguir se era forte, a sua velocidade e até mesmo a temperatura. O olfato, tabém me auxiliava nesse processo. Puxei o ar com força, tragando-o para meus pulmões inexistentes. O unico cheiro real dali, era o do vento antartico, o da relva da floresta, o da grama da minha clareira e de alguns animais que circundavam por ali. Mas para mim, faltava algo ali. Um cheiro indispensavel para minha existência. Mais importante, do que o oxigênio para os humanos. Era um cheiro unico. Doce. Envolvente. Irresistivel. O cheiro da minha cantante. Da minha Bella. Ah, como me fazia falta senti-lo... 

De pensar, que com apenas um fechar de olhos, e um desejo simples, eu estaria ao seu lado, em menos de um segundo. Era uma proposta tentadora. Mas muito perigosa. Eu não sabia se quando estivesse ao seu lado, voltaria a ter um corpo fisico, assim como acontecera, a menos de uma hora, no banheiro do hospital. E mais amedontrador que isso, eram as consequencias que o meu aparecimento poderia acarretar. Bella estava convicta que me vira - eu tinha certeza disso, e nem precisava ler a sua mente para comprovar este fato. Mas ninguém acreditaria nela. A julgariam como louca. E eu não tenho a minima ideia do que ela faria para provar que eu apareci para ela. Mais do que nunca, precisava entender o por que do acontecimento milagroso. E quem fora - se é que existira- o culpado. Eu precisava encontrar alguém que pudesse reponder as minhas perguntas.

Outro baque gelido percorrera o meu corpo, vindo do leste. Desta vez, fora um vento delicado, quase como uma brisa, que continha um cheiro diferente. Um cheiro que eu senti, apenas uma vez, quando fui informado de como seria a minha nova forma de existir como anjo da guarda.

Estava ali, ao meu lado direito, as respostas para todas as minhas perguntas.

- Edward. - a voz grave, unica, que continha um timbre delicado- chegando aos estremos do doce- me chamara.

Imediatamente, como se fosse uma resposta automatica ao seu chamado, pus-me a levantar.

- Senhor. - reconheci-o. 

Deus, o dono da voz angelical, sorrira para mim. Tentei repetir o gesto, sem apresentar muito sucesso.

- Sente-se, meu filho. - disse-me, sentando-se ao meu lado.Obedeci ao seu pedido.

- Sabe que temos muito o que converssar, não é? - Deus me perguntara.

- Sim... - respondi-lhe - Eu só queria entender o porque disso tudo, Senhor.

Deus suspirara, tragando o ar com força em seguida - um ato tipicamente humano - demorou cerca de três segundos e meio para me responder. Aguardei em silêncio. A expectativa de sua resposta, crescia dentro de mim, formando uma bola de ansiedade - na região que já fora a mesma de meu estômago. Eu não podia ler os Seus pensamentos, e aquilo me agoniava, fazendo com que a ansiedade se apoderasse cada vez mais de mim.

- Se Eu te disser que não posso responder a esta pergunta, você se supreenderia muito? - perguntou-me, olhando no fundo de meus olhos.

Demorei alguns segundos para processar aquela infirmação. Se nem Deus, poderia me responder, o aquilo que queria dizer? Então, quem fora o responsavel?

- O Senhor não foi o responsavel? Então... Como? Por que? Quem? - as perguntas fluiam desesperadamente de minha boca, como se derrepente, criassem vida.

- Nem tudo o que acontece, está sob Meus dominios, Edward. Dizem que Deus está em todas as partes. Em todos os lugares. Em todos os destinos. Mas não é bem assim. De tempos em tempos, surgem casos, que nem Eu posso explicar o porque, e nem como aconteceram. Eles simplismente...acontecem, motivados por sentimentos tão fortes, que fogem do meu controle. Já vi pessoas voltarem, apenas por uma vingança. Já vi pessoas morrerem de amor. Outros, definharem de tristeza. - pausou, olhando para os animais que andavam pela floresta, fugindo do frio da madrugada - Como já lhe disse, não controlo cada passo dos humanos, muito menos dos vampiros e lobisomens. Tento de todas as formas, controlar as almas que deixaram o mundo terrestre, para que não voltem a atodoar seus entes ainda vivos. Para evitar a loucura das vitimas dessas almas perdidas e a descrença de outros. Mas existem exeções. Os humanos, e todas as outras criaturas, são movidas por sentimentos. Alguns tentam controla-los, outros se entregam a eles. Eu que os criei, cada um dos sentimentos. O ódio e o amor, desencadeiam todos os outros como resultado: a felicidade, a tristeza, a ansiedade, a inveja, a culpa. Todos, sem excesão. Quem um dia ama, está sujeito a odiar. Quem um dia odiou, no outro, poderá amar. Eu os criei, mas não pude colocar um limite neles. E na maioria dos casos exepcionais, eles são os responsaveis, a chave para a confusão.

- O meu caso fora uma dessas exeções, certo? - Deus assentira - E o responsavel por isso, fora o quanto Bella e eu nos amamos?

- Creio que não seja apenas isso, Edward. Vocês se amam, numa intesidade incalculavel, unica. Essa fora a primeira vez que um dos meus milhares de anjos já enviados,  voltara a sua forma fisica. Há milenios, Eu cuido para que isso não aconteça, para evitar que um caus seja instaurado. Os sentimentos, movem os humanos e todas as outras criaturas. Mas não podem mover o Céu e a Terra. Não podem mudar os rumos de uma historia. O que está feito, está feito, e não poderá ser alterado. Há algo mais por trás disso. Algo que eu ainda não descubri.

Sim, concerteza havia algo a mais. E provavelmente, um reponsavel por isso. Tinha que ter. Tinha que ter uma explicação no minimo aceitavel para tudo isso. Bella e eu nos amavamos, mas do que pudiamos imaginar. Mais do que fosse possivel contabilizar. Tanto, que eu temia qual seria o nosso futuro.

- O que eu devo fazer agora? - perguntei.

- Está nas suas mãos decidir o que é melhor para Bella. Mais importante do que sua propria condição como anjo, é os caminhos que a vida dessa humana vai tomar, enquanto ela estiver viva. Bella está convicta que te viu, você sabe disso - sim, eu sabia. Assenti. - Que o seu reflexo não fora apenas fruto de sua imaginação, ele era real. Ela precisa te sentir ainda, e vai tentar convecer a todos que não está louca, obrigando-se a comprova-lo. - extremeci, ao pensar que Bella poderia tentar suicidio outra vez - Cabe a você, decidir o que irá fazer. Lembre-se, de que seus destinos estão irremediavelmente interligados, e que Bella precisa te sentir. Os rumos da história de vocês dois, está em suas mãos.

- Eu não... Eu não sei o que fazer... - disse, num sussuro sufocado.

- Sua decisão não é fácil, Edward - Deus disse-me, colocando sua mão em meu ombro - Pense, em todas as possibilidades e resultados no caminho que irá escolher. No que é mais importante para você e para Bella. 

As palavras pareciam ter fulgido, misturando-se a uma confusão de ideias e pensamentos hipotéticos. Eu não sabia o que responder a Ele. Eu não sabia o que fazer quanto ao meu futuro e o de minha Bella. 

- Boa sorte, Edward. - Deus disse-me.

- Obrigado. - respondi num murmurio praticamente inaldivel.

Olhei para o lado, e Deus já não estava mais ali. Outra leve brisa gélida me atingira, dessa vez, levando consigo o cheiro do Senhor. Eu estava só. Imerso em pensamentos confusos, ansiosos, inacabados. Deveria ficar com minha Bella? Protegendo-a, assim como me fora designado? Ou deveria partir, para que ela pudesse esquecer de mim? Se eu partisse, ela tentaria me ver de qualquer forma, tentaria um novo suicidio? E se eu ficasse? Eu apareceria outra vez para ela? E se eu aparecesse outra vez? Conseguiria voltar a ficar invisivel? 

Eram perguntas, para as quais não existiiam respostas. Eram perguntas, que preenchiam minha mente; que resultariam na decisão do meu futuro e consequentemente de minha Bella. Eram perguntas, que desencadeavam outras, e parecia não haver um limite para romper o seu fluxo.

Eu estava desesperadamente confuso. Perdido. Completamente indeciso. O que eu iria fazer? Bella era minha prioridade unica. A numero um. Nada importaria além de seu bem estar - incluindo sua saniedade mental. Seria eu, forte o bastante para deixar-lhe uma segunda vez? 

- AAAAAAAAAHHHHH!!

Meu grito preenchera o silêncio daquela noite fria. Cai de joelhos, na grama molhada da clareira. Soluços timidos, começaram a romper minha garganta - outra forma de demonstrar  a minima parte do meu desespero. Só de pensar na possibilidade de deixa-la novamente, uma nova avalhanche de dor me atingira, trazendo consigo o remorso por te-la deixado uma vez. Eu não era forte o bastante para deixar-lhe outra vez. Nem confiante o suficiente para ficar. Bella vinha em primeiro lugar. Ela era mais importante do que tudo. Mais importante do que eu teria de suportar para lhe manter segura. Mais importante, do que o meu sofrimento. Por ela, eu faria tudo.

Afastar-me, parecia ser o melhor caminho a ser escolhido. Se eu ficasse, poderia aparecer novamente, e eu não sabia como voltar. Bella precisava me sentir. Precisava saber que eu estava ali. Mas ela sabia agora, não sabia? Ela tinha me visto... Isso impediria que ela tentasse algo por um bom tempo. Tempo o suficiente, para tomar uma decisão concreta. Para tentar entender, de uma vez por todas, quem fora responsavel pelos ultimos acontecimentos.

Passei a mão pelo meu cabelo. Começara a chover outra vez em Forks - as lagrimas de chuva, atravessavam o meu corpo invisivel. Eu não voltaria para Bella no dia seguinte. Eu não voltaria, talvez, nunca mais. Por mais que fosse insuportavel para ambos. Por mais que a saudade me sufocasse em seu abraço apertado. Por ela, eu partiria. Por ela, eu renunciaria a minha nova condição de existência. Unicamente e exclusivamente, por ela.

- Me perdoe, Bella. - sussurei-lhe, desejando que ela pudesse me escultar.

'Me perdoe, por ter entrado em sua vida. Me perdoe por todas as lágrimas derramadas. Me perdoe por ter te exposto a tantos perigos. Me perdoe por ser o que eu sou. Me perdoe por estar te deixando outra vez, meu amor.'

Era o que eu queria poder lhe dizer. Mas as palavras estavam presas em minha garganta. Eu não tinha forças para pronuncia-las em voz alta. Eu não tinha coragem para lhe dizer adeus. 

Deitei-me sobre o chão encharcado da clareira. As gotas de chuva atravessavam o meu corpo invisivel, aliadas as pontadas de dor que me atingiam, por estar repetindo mesmo gesto de meses atras. Seria um erro desta vez, assim como fora na primeira? 

A mais intensa das minhas batalhas internas começara. O elastico que nos ligava, me puxava insistentemente para Bella. Sua voz, me chamava, inconsientemente. Bella estava em todos os lugares. Em todos os pensamentos. Em todos os cheiros. Em todos os sons. Só não estava ali, comigo. E era assim que deveria ser. 

Existem momentos na vida, que devemos renunciar a nossas proprias vontades. A nossos proprios sentimentos. Renunciar a nós mesmo. Apenas para garantir o bem estar do outro. Aquele era um deles. Aquela era a hora de entregar minha alma a Bella, para garantir o seu bem estar. Era o momento de entregar-me aos mais torturantes sentimentos. Por ela



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Notas finais do capítulo

Olá Olá!
É, estou empolgada hoje. Quero compensar vocês 'HAHAA
Espero que tenham gostado do capitulo e por favor, não se esquecam de comentar.
Um grande beijo ;*



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