Bloody Lips escrita por AppleOC


Capítulo 27
Conto de fadas?


Notas iniciais do capítulo

Hey! Demorou mais veio! Espero que apreciem a irônia do titulo ;*



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Capitulo 27

Bella P.O.V

Entrei naquela casa de madeira no meio da floresta pela janela do segundo andar. Eu havia seguido o cheiro daquela garota até aqui, precisava saber mais sobre ela. Afinal eu...

Suspirei e me apoiei na parede.

Quem eu quero enganar?

Não posso ficar calma, não posso me deixar de me culpar. As lagrimas queimaram meus olhos e escorreram pelo rosto rapidamente. Cobri meu rosto e as sequei bruscamente. Não podia fazer isso agora! Aquela garota tinha que ter uma família, eu precisava descobrir para... Para...

Para o que? Ela foi transformada! Ela não poderia voltar para família assim! Quando a fome vinha, os impulsos eram incontroláveis!

Olhei em volta do cômodo, era um quarto de homem, com roupas espalhadas no chão... Havia algemas na cama, e pude sentir o cheiro de sangue também. Olhei para a parede e vi um quadro de Jesus com um sol atrás e o nome "Solari" em dourado. Ignorei a ironia da situação e sai do quarto.

Assim que sai congelei no lugar, o cheiro era horrível!

Segui o rastro e parei no meio da sala... Senti asco só de olhar tudo em volta. Não havia ninguém vivo, os corpos estavam empilhados no canto. Segui para o porão, pois não agüentava mais ver todos os instrumentos de tortura que havia ali. A parte debaixo da casa era uma espécie de prisão, havia sangue em por todos os lados.

Eu havia me alimentado, era por isso que não sentia a ânsia da fome. Mas mesmo que não estivesse, não poderia me mover naquele lugar. Senti um horror enorme me invadir ao pensar que aquela pobre garota de quinze anos pudesse estar presa ali...

Mas eu sabia a verdade, o cheiro dela estava ali, ao menos o cheiro que ela tinha. Subi as escadas novamente e abri a porta da frente, então trouxe o que restava do corpo para dentro e joguei em uma das celas.

Já na sala, eu joguei suas coisas sobre a mesa e vasculhei sua carteira, até que eu encontrei um cartão de associação: Solari.

Quando abri os olhos novamente, me sentia tonta, mas percebi que minhas mãos não estavam presas. Então, tentei me levantar, tudo para apenas tropeçar, não por causa das correntes em meus tornozelos e sim por causa da tonteira que me veio.

Eu acho que vomitar.

-Merda... – Sussurrei para mim mesma.

-Bella? – Ergui meus olhos e vi o rosto de Kate totalmente coberta de sangue, ela parecia muito mais pálida que antes, quase azul na verdade. – Ainda bem que acordou, as drogas estão te enfraquecendo.

- Eu não sei o que me deram, mas tem efeito muuuuito forte em mim. – Franzi o cenho, enquanto me deixava cair no chão sujo da cela. – Drogas... – Fechei os olhos. – Não fazem...

-Eu sei, querida. – Ela me interrompeu e eu fiquei agradecida por isso, falar enjoava. -Cadê o imprestável do seu noivo? – Ela murmurou puxando as correntes, mas foi inútil. Ergui a cabeça da terra e a olhei por alguns instantes tentando entender de quem ela fala.

Há é! Edward é meu "noivo".

-Eu adoraria saber. – Praticamente cuspi. – Eles são raros hoje em dia, sabe? – Comentei tentando distrair do zumbido em meus ouvidos.

-Nem tanto, um noivo fiel, isso é raro. – Kate comentou. – Em qualquer século que tenha vivido.

-Sabe que eu considerei mulheres? – Respondi erguendo minha cabeça novamente. Kate me olhou e soltou um riso.

-Eles pegaram pesados nas drogas com você. – Riu baixo. – Mas eu também tentei, mulheres são mais leais, certo?

-Exato! E tem o fato de haver mais mulheres no mundo do que homens, o que é um fato horrível. – Suspirei encostando meu rosto na sujeira. – Amo pênis.

-Sim, eles são um bom lugar para sugar. – Ergui a sobrancelha para Kate. – Interprete de todas as formas que puder imaginar.

-A cadela da vampira já acordou. – Ouvi um guarda entrar. – Então princesa, gostou do efeito das drogas?

-É impressionante... – Sorri bobamente, a verdade era que mesmo sendo forte o efeito, eu não estava no meio de uma viagem, mas tinha que fingir que o efeito não estava acabando.

-Vamos dar daqui algumas horas a próxima dose, senão ela não agüentara. – O outro homem falou.

-Ela merece morrer.

-Não é esperto fazer isso, humanos são mais fáceis de falar.

-Eu também sou boa em chupar. – Falei olhando o cara que me odiava por algum motivo, ele fez som de nojo. – Ah qual é! Eu sei que não sou de se jogar fora e prometo que uma chupada minha é inesquecível. – Soltei toda a sedução que tinha nos olhos.

-Eu não me misturo com seres inferiores. – Ele me olhou um pouco mexido com meu olhar, lambi os lábios sedutoramente.

-Que tal me mostrar o quão inferior eu sou? – Ele me olhou por alguns segundos, então estourei em risadas. – Eu entendi a sua! Você fode o seu amigo, não?

Kate começou a rir e olhou para os guardas com um brilho no olhar. Ela tinha entendido minha jogada, ela não poderia seduzi-los, pois sabiam o que ela era...

Mas eles ainda achavam que eu era humana.

Logo se eu os irritasse, eles iriam querer reagir e me soltar para tomar conta de mim.

Isso me daria alguma vantagem.

-Olhar aqui, vadia, eu me guardo para o casamento! – Ele exclamou, rolei no chão e fiquei o olhando de bruços no chão.

-Maria não engravidou antes do casamento? – Acho que foi a gota d'agua já que ele me deu um tapa na cara.

E foi O tapa, minha pele ainda está queimando! Dei uma risada com isso e o olhei impressionada.

-Me dê as algemas! – Ele exclamou para o amigo que obedeceu.

Minutos depois eu estava algemada, tanto nos pés quanto nas mãos, sendo arrastada por dois homens potencialmente estupradores.

Por que até parece que eles se guardam para o casamento! Isso é só uma estupida moda que os ídolos adolescente inventaram para pegar garotas inocentes.

Há... O velho papo de que ela será a primeira. Bleh! Eu cai nessa merda uma vez e foi o suficiente!

-Eu irei te tirar de lá. – Ouvi Kate murmura. – Não fale nada.

Senti algo em meu braço, era uma injeção. Que merda! O imbecil que dispensou meu boquete me drogou.

Se eu tivesse força, estaria extremamente furiosa.

Hey, aquilo é um rato rosa do tamanho de um cachorro?

-Quando terminamos você vai ser uma cadelinha perfeitamente adestrada. – Foi a ultima coisa que eu entendi até tudo ficar realmente estranho.

Thomas P.O.V

Um cara ficaria feliz em estar trancado em uma cela com duas loiras gostosas (mesmo que seja ilegal falar que Jane seja gostosa, ela ainda é), mas eu não! Eu estou fodido! E esse é o meu lema atual.

As duas eram vampiras e estávamos todos marcados para morrer.

E tudo por que eu sou um lobisomem não desenvolvido e meu pai é um filho da puta que armou uma guerra.

Tudo por causa do imbecil do meu avô que foi quebrar as leis e matou geral, no fim acabou morto por um tal de general Swan.

Agora meu pai procura a filha do tal general como vingança, e em troca o clã do general me pegou.

Como eu disse: Estou fodido!

-Eu posso causar dor nas pessoas. – Jane começou a falar relaxadamente, eu virei minha cabeça lentamente em direção. Eu já disse fodido? – Era a torturadora dos Volturi e agora estou do lado de um filhote de merda que nem consegue mostrar as presas.

-Ou o rabo. – Diana riu ao meu lado.

-Oh calem a boca! – Exclamei mal humorado. Jane apoiou a cabeça no meu ombro, ela quase parecia um se inofensivo, então ela abria a boca e tudo mudava.

-Você cheira bem, para um lobisomem quero dizer. – Diana comentou brincando com o cabelo.

-Ainda assim, não é um bom cheiro. – Jane acrescentou com um suspiro.

-O que vocês fizeram para estar aqui? – Perguntei me sentido um pouquinho confortável.

- Minha irmã foi morta por um vampiro, fui atrás de vingança e me tornei uma caçadora de vampiros, também era destinada a ser a rainha de minha tribo, por isso eu uso o titulo.

-Eu salvei a vida de uma família que expôs os vampiros século atrás. – Jane recrutou com os lábios curvados desgostosamente.

-Quando? – Perguntei curioso.

-Século XVI – Respondeu tranquilamente. Por que ter vivido há quatro séculos é realmente comum. – Foi quando eu nasci mesmo, sabe? – Acrescentou erguendo as sobrancelhas.

-Isso não é normal. – Olhei para o teto em pânico. – Uma garota que parece ter dezessete anos não pode ter quatrocentos anos de vida!

-Quatrocentos e vinte desde do meu nascimento humano. – Jane me corrigiu. – E fui transformada com dezoito anos, nem era mais virgem. – Revirou os olhos. - O chato é que eu não lembro como perdi, garotas pobres na minha aldeia eram constantemente abusadas, devo ter apagado o trauma.

-Eu também não, se isso te conforta. – Respondi dando de ombros. – Estava bêbado demais, sabe?

-Minha virgindade foi tirada pelo vampiro que matou minha irmã. – Eu olhei para Diana chocado.

Tem como complicar mais?

-Você foi... Foi...? – Ela me olhou por alguns instantes.

-Estuprada? – Engoli a seco, era só o que faltava aqui, a coisa era bem barra pesada nessa cela. – Não! Eu me passei por prostituta, nós transamos e então eu cortei suas bolas foras e o fiz come-las cozidas.

-Era um vampiro? – Jane perguntou erguendo uma sobrancelha com um ar pensativo.

-Era. – Diana respondeu um tanto secamente, ela não gostava de Jane, eu podia percebe isso.

-Se chamava Diego?

-Você o conhecia? – Perguntei espantado, parece que o mundo sobrenatural é bem pequeno.

-Eu o acompanhei em algumas chacinas, era uma espécie de faxineiro, era adorável na cama. – Jane soltou um riso. – Era um bom amigo.

-Amigo? – Diana riu sarcástica. – Ele era um monstro.

Eu senti a tensão no ar, merda! Eu estou no meio delas.

-Você também é, aposto que foi transformada por ele. – Jane recrutou venenosamente.

-Eu nunca quis ser uma vampira, vocês não passam por monstro imortais incapazes de sentir. – Diana cuspiu desgosto, de repente Jane estava segurando pescoço de Diana a prendendo rudemente contra parede.

Dei um pulo surpreso, isso foi muito rápido, muitomesmo. Eu mal nem consegui piscar e, de repente, Jane estava a segurando na parede. O rosto angelicamente parecia mortalmente frio, não havia emoção nos olhos vermelhos dela, em compensação havia presas em sua boca.

-Você sabia que existe diferentes espécies de vampiros? Que a sua é diferente da minha? Sabe a diferença principal entre nós, rainha? – As presas de Jane era maiores que as de Diana, e seus olhos eram um de negro demoníaco agora. – A minha espécie é muito mais poderosa, e sabe por quê? – Bateu a cabeça de Diana contra a parede. - Durante a nossa transformação nós ficamos um pé aqui e outro no inferno.

Me arrepiei com o sorriso doentio de Jane.

-Três dias e três noite queimandoequeimando, não importa o quanto grite, implore ou chore, ninguém te ajuda, ninguém pode. – Jane largou-a no chão bruscamente. – Então cuidado com o que fala, sentimos muito mais do que jamais saberá e nós apreciamos bastante a dor. - Jane me olhou de lado, suas pressas se esconderam e seus olhos voltaram ao vermelho de sempre.

-Três dias? – Ela me olhou por um momento. – Espécies diferentes? – Franzi o cenho.

-Ela foi transformada pelos Russos, Diego era da espécie russa, apesar do nome. – Jane respondeu se sentando ao meu lado. – Eles são parecidos com minha espécie, mas tem que dormi e não tem dons especiais.

Diana a olhou ressentida e se sentou com toda a dignidade que tinha, acho que ela percebeu que não se brinca com Jane.

-Não deveria existir apenas uma espécie de vampiros? – Jane sorriu com minha pergunta.

-Nossa origem é bem antiga, mas todos vêm de um principio básico: Bruxaria. - Olhei para Jane com interesse. – As bruxas sempre tentaram invocar demônios, fazerem magias de sangue e tudo mais. Os Romenos são a espécie mais antiga, ao que parece os criadores deles eram bruxos que fizeram um ritual de sangue. Algo obviamente deu errado e eles ficaram dependentes do sangue, entretanto não poderiam andar no sol.

-Por que não o sol?

-Foi durante um eclipse, é assim que funciona os rituais de magia negra. – Diana recrutou.

-Magia negra? – Jane riu sarcástica. – É isso que seu povo acha? Bem, não existe magia negra em meu sangue, o que existe é um ritual antigo feito sob o eclipse por que é quando o sol e a lua estão alinhados. O poder de um é inútil, mas os dois juntos... – Sorri de leve. - Bem, esse é o motivo para não podermos andar ao sol sem proteção, fomos criados sob a escuridão.

-E a coisa de lua cheia e lobisomens? – Perguntei aproveitando que a loira era um livro de cultura ambulante.

-Sua espécie se descontrola na lua cheia. – Deu de ombros, enquanto se sentava ao meu lado, sua voz estava arrastada e indiferente novamente, bem diferente da baixa, fina e perigosa voz de segundos atrás.

-Mais por que lua cheia?

-É quando ocorre a primeira transformação de vocês. – Diana respondeu por Jane. – Envolve todo um massacre no processo, por isso os Volturis tem regras que os lobisomens se mantenham longe da população nessa época.

-O que foi justamente o que seu avô não fez, como resultado ele foi morto pelo general Swan e seu pai veio com sede de vingança sobre a filha do general, por isso você está aqui. – Jane sorriu para mim.

-E por que eu não sou como meu pai?

-Eu adoraria saber. – Olhamos para a porta e vimos um homem relativamente novo, trinta e cinco no máximo, os olhos dele tinham uma calma arrepiante.

-General. – Jane o olhou se colocando de pé, ele já me impressionou pelo fato de tê-la feito ficar em pé com um olhar.

-Jane, poderia dizer quem sou eu para Thomas? – Era uma pergunta, mas soava como uma ordem.

Ele era humano eu podia ver, e Jane, uma vampira que foi no inferno, simplesmente abaixou a cabeça e obedeceu.

Oh Deus, estou fodido em tantos níveis.

-Ele é o General Charlie Swan, o homem que matou seu avô. – Apenas o olhei, tentando parecer qualquer coisa menos assustado.

Em resposta, o General sorri cortesmente para mim.

Arrepie-me na hora.

Meu novo lema: Eu estou mais fodido ainda.

Nessie P.O.V

-O que acha? – Perguntou puxando meu cabelo. – HÃ? DIGA, SUA MERDA! DEDOS OU LINGUA?

Apenas chorei de volta, fazendo o choro de Gabriele se mistura ao meu. Um tapa ardeu em meu rosto imediatamente.

Pisquei voltando a realidade, eu não acredito que pegaram Bella! Não eles!

-Como você sabe quem é?

-Eu reconheci o que ele disse. – Respondi desconfortável. Eu não conhecia o cara do celular, mas conhecia a maldita frase que falou.

-Mas...

-Chega, Jake, isso não é hora para fazer perguntas inúteis. – Nicolas se aproximou e segurou meus ombros. Jake ainda estava me segurando pela cintura por trás, por que eu tinha surtado e tentado pular a janela. – Preciso que se acalme Nessie, ok?

Acenei com a cabeça.

-Onde encontramos esse homem? – O sotaque de Nicolas era até que charmoso, mas agora só me dava nos nervos.

-Sorali. – Respondi, começava a sentir uma urgência de encontrar Bella, eu senti a mesma coisa um pouco antes de acha-la na batalha quando cheguei em Forks. Droga, Bella! – Deve haver algum clube dos Solari aqui.

-Os fanáticos religiosos bizarros? – Leah me olhou surpresa. – Eles pegam criaturas sobrenaturais agora? E o nosso acordo?

-Os Cullen devem saber por isso mandaram um grupo. – Nicolas comentou. – Jake onde está Seth?

-Ao leste.

-De sua posição, isso é Seattle. – Leah exclamou, indo em direção ao computador. Ela entrou em um lugar online, e começou a passear pelos arquivos. – Ok, consegui o endereço!

Eu ia falar algo, dizer que ia no banheiro e ir correndo atrás de Bella sem eles, já que não podiam interferir na missão dos Cullen, mas a batida da porta me interrompeu.

Ao menos tiveram a decência de bater...

-Entre. – A porta se abriu e eu só pude franzi meu cenho para minha visita.

Jasper P.O.V

-AB negativo. – Pedi para minha adorável esposa, ela sorriu acenando e foi para dentro do hotel.

Carlisle havia pedido para pegarmos sangue no hospital. Estávamos temporariamente no hotel de luxo da cidade. Nosso líder resolveu explicar o por que todos estarem fora da nossa propriedade quando chegamos...

Ao que parece os Volturis não nos quer perto de Jane, por que ela é valiosa demais e Carlisle pode tirar proveito da situação e traze-la para nosso Clã. Carlisle fez isso com Eleazar, o liberou dos Volturis. É verdade que Eleazar conseguiu se libera do laço de Chelsea por Carmem, mas Carlisle o liberou de Aro e isso deixo o líder Volturi ressentido, por isso Edward pediu Tanya em casamento.

O que interessa é que Aro não arriscaria que Carlisle desfizesse a lealdade que Jane tem com os Volturis, por que a lealdade era mantida por uma vampira: Chelsea. A vampira tinha o fascinante dom de forma laços emocionais e quebra-los.

Algo tão poderoso quanto o meu dom, ou o de Marcus. O que me deixa intrigado que o poder dela só poderia ser quebrado por conta de uma emoção mais forte... Como a de Eleazar por Carmem. Então o que motivou Alec? Sempre quis saber, séculos atrás, quando os traiu...

O que seria tão poderoso para fazê-lo quebrar seu laço agora?

-No que está pensando? – Alice perguntou depois de colocar a caixa de sangue no porta-malas.

-No traidor e seus possíveis motivos.

-Ou foi por amor, ou foi por ódio. – Alice deu de ombros, enquanto entrava no carro.

-Mas vampiros sentem tudo com mais intensidade, Eleazar encontrou muito mais que paixão em Carmem, era amor verdadeiro e isso quase não foi o suficiente.

-Você acha?

-Querida, eu estava lá, se lembra? Eu senti tudo o que Eleazar sentiu, e foi intenso quando ele quebrou o laço e se juntou a Carmem. – Comentei. – Então, como vão as coisas entre o casal vinte? – Perguntei me referindo a Edward e Bella, que de casal vinte não tinha porra nenhuma.

Tava mais para 666, mas isso todos nós somos, então...

-Bella e Kate foram pegas por Solari, que haviam feito um trato de não atacar criaturas sobrenaturais, Volturis vão ficar furiosos quando descobrirem. Outra coisa, Edward foi atacado pelo ex da Kate. Edward quase matou o pobre coitado e mandou a guarda dele para acabar com a sede do clube.

-Por que Edward sempre se diverte mais? – Perguntei franzido o cenho. – Lembra quando o mandaram para Alemanha? Ele teve que ir a nado para a Noruega!

-Esme ficou enfurecida com ele. – Alice riu. – Afinal Edward foi enfrentar um fenris sozinho.

-Não é como se nenhum de nós não tivesse feito isso antes. – Recrutei dirigindo.

-Ainda assim, Edward é o primo dela, mesmo que encare todos nós como seus próprios filhos. Esme e Edward tem um laço mais forte.

-De qualquer maneira... – De repente Alice ficou ofegante e agarrou a porta do carro até ficar marca.

Com um gemido ela se inclinou para frente e eu encostei o carro imediatamente. Suas emoções estavam uma confusão enorme, choque, confusão, raiva e por fim veio medo.

Minha mulher não é do tipo que teme algo qualquer.

- O sacrifício deve ser feito. – Ela murmurou piscando, voltando de sua visão para a realidade. - O sangue mais puro que existe é dos inocentes abençoados. O receptáculo florescera no final do inverno, e então sob alua da cheia, na primavera, o líder virá. – Alice ditou em voz alta.

-O que quer dizer, Alice?

-É uma profecia dos demônios. –Alice respondeu olhando para frente. – Foi isso que ele declarou em voz alta antes de tudo escurecer.

-Meu amor... – Me inclinei temeroso.

- Jasper... – Ela ergueu os olhos para mim. – Eu acho que entendi o que os demônios querem.

-O que viu?

-Isso tudo é uma distração. – Alice continuou. – Essa guerra não começou de verdade.

-O que vê nesse momento? – Perguntei segurando sua mão.

-Varias futuros, como se houvesse varias pessoas decidindo ao mesmo tempo. – Alice suspirou. – Mas tem algo que permanece, o caminho até os futuros.

-Por que isso a assusta tanto? – Alice me olhou angustiada.

- Eu vejo uma estrada escura de dentro do carro, escuto o choro e a sinto a traição me invadindo. Então tudo começa a girar e a visão se apaga com um rosnado. – Alice apoiou a cabeça em meu ombro. – Quando tento ver o futuro depois disso, vejo múltiplos borrões, mostrando os milhares de futuros existentes.

-Isso é possível? Sempre tem algo determinado. – Franzi o cenho.

-Acho que não sei disso? É como se alguém vital não pudesse fazer as decisões.

-Tudo bem, Alice, você disse que acha que entendeu o que os demônios querem...?

-Eles estão atrás de alguém, a pessoa da profecia, ela será vital para eles. Bella é só uma desculpa para começar a guerra com os Volturis e distrair a todos nós.

Aquilo fazia sentindo e, o pior, estávamos caindo direitinho na armadilha.

-Precisamos falar com Carlisle. – Alice falou se apoiando no banco. – Todos precisam... – Ela parou novamente e seu olhar perdeu o foco novamente. – Edward voltará hoje com Bella, ficaram na casa do general com o resto. – Alice de repente sorriu. – Eles terão uma visita inesperada.

Kate P.O.V

Comecei a ficar mais agitada ainda, Bella não poderia ser ferida, eu era da guarda de Edward, tinha que defende-la! Eu devia isso ao vampiro telepata.

Infelizmente eu ainda estava envenenada, logo, enfraquecida. Quando eles vieram, fizeram o mesmo procedimento de antes (três estacas). Fui presa naquele odioso lugar úmido, minhas pernas e braços estavam presos pelas correntes de prata.

Olhei ao redor, era o mesmo lugar de antes, eu sabia a saída, e todos os itens estavam no mesmo lugar.

-Quem diria que seu sangue poderia ser tão útil? – Um deles me olhou com um sorriso doentio. – Isso pode aumentar nossos poderes de formas indescritíveis. – Sangue de vampiro e suas propriedades, ao menos eles não sabem que nosso sangue pode salvar as criaturas da morte.

Se alguém tem sangue de vampiro no sangue, não pode morrer.

-Sério? – Franzi o cenho me fazendo de desentendida.

– Isso mesmo e um pouco do seu sangue reconstituiu toda a energia de um demônio, sabia? – Sim, eu sabia. – O trouxe ao augi de seu poder, infelizmente foi demais para ele, e ficou inconsciente por dias. Além desse pequeno fato, o sangue vampírico faz um laço poderoso com sua criação.

Apenas revirei os olhos, nós éramos conectados, não sei como, tenho noventa e três anos apenas.

Porém não era dessa maneira, nosso laço nos permitia sentir quando nosso criador precisava de nós, uma espécie de instinto.

- Preciso de mais testes, drene-a. – Ele ordenou e saiu.

Mais que mer...?

Enfiaram mais um estaca em mim, aquele metal me atravessava como se eu fosse um humano normal. Eu gostaria de saber como conseguiriam aquilo, não havia muitos vendedores por ai.

Simulei um gemido quando me despendurarão, os imbecis tinham cometido um erro: Achavam que ficava fraca quando retiravam meu sangue.

A historia é: Meu corpo se transformava em uma arma letal sem consciência, sem sentimentos, completamente afundada na insanidade por sangue.

Então quando me arrastavam para a mesa, eu ataquei. Um minuto depois e só havia corpos no local, infelizmente não poderia me alimentar deles, já que o veneno para vampiros não é nocivo para eles, e por isso usavam.

Felizmente eles eram os únicos que usavam por ali, já que eram meus carrascos. Arranquei a chave de uma dos corpos e sai da sala.

Comecei a andar rapidamente pelo lugar, eu precisava saber o que armavam por ali. Demônios não são algo que se deve brincar, além do mais Bella estava em algum lugar ali.

Vi um guarda e me escondi sob uma das colunas, quando passou, peguei-o pela cabeça e o puxei para mim. Mordi sem hesitar, mas empurrei o corpo para longe surpresa.

ERA SANGUE DE VAMPIRO!

De repente me vi presa na parede, por...

-Garrett? – Olhei chocada.

-Kate! – Ele escondeu as presas e sorriu para mim.

-Seu bastardo! Está nos traindo com os humanos! – Rosnei e pulei nele, comecei o eletrocutá-lo.

Meu ex-marido ainda tinha um traço de virilidade e não gritou, mas se tremeu todo. Sorri apreciando a dor que o estava fazendo passar.

-Ed-ed-ed... – Ele tentou falar, até que eu parei. O imbecil nos virou no chão e me prendeu pelos pulsos. – Edward me mandou.

-Edward? Por que Edward o mandou? – O empurrei para o lado. – Onde ele está?

-É uma longa historia, querida. – Ergui as sobrancelhas rangendo os dentes. - Bem, resumindo: Estou trabalhando para Edward Cullen no momento e tudo isso... – Aponto para si mesmo -... Faz parte do plano. Então sem mais ataques, ok? – Arrumou a gola da camisa com toda a sua pose arrogante.

-Onde está Edward? – Cruzei os braços impaciente.

-Em alguma cela sendo torturado. – Arregalei os olhos horrorizada. – Faz parte do plano! Não seja tão dramática.

-Garrett, você... – Agarrei sua gola, ele estreitou os olhos para mim.

-Por favor, não se matem. – Nos viramos para ver Edward com a camisa aberta (usando uma regata por baixo branca toda manchada), totalmente sujo de sangue e cheirando a queimado.

Eu cheirava a mesma coisa, eles tinham varias maneiras de nos machucar, mais a maioria partia do mesmo lugar: fogo.

-Edward... – Tentei falar, mas ele me interrompeu.

-Solte-o, não é nosso inimigo. Cuide de seus problemas pessoais depois que sairmos do verdadeiro inimigo. – Ordenou se aproximando, larguei meu ex bruscamente.

Edward era meu chefe e ele tinha razão.

-Você está ridículo a propósito. – Olhei para a peruca e o bigode horroroso de meu ex-marido.

-E eu ainda te amo. – Eu olhei incrédula. – Apropósito. – Acrescentou como se não nada.

-Kate, onde está minha mulher? – Edward perguntou estreitando os olhos para mim.

-Ela foi levada da cela depois de provocar um guarda. Bella foi drogada com algo realmente poderoso, me libertei apenas agora. Peço desculpas por não ter conseguido protege-la, senhor.

-Quero que vá com Garrett e ajude os outros com o ataque, eu mesmo vou atrás dela. – Ele parecia mal humorado, sumiu de nossas vista em menos de um segundo.

-Você sabe que não foi sua culpa, certo? – Garrett disse lendo algo em meu rosto.

-Meu dever é cumprir minha missão, essa era proteger a noiva de Edward.

-Vem cá, Edward gosta da noiva tanto assim? Parece-me difícil acreditar que ele pode amar.

-Primeiro pensei que era um acordo para fortificar o laço dos Volturis com os Cullen, mas só de olhar você percebe o sentimento entre os dois. – Soltei uma risada sem humor. – Esquece!

-O que?

-Esqueça! Você nunca entenderia algo sobre sentimento. – Falei sarcasticamente enquanto me encaminhava em direção aos barulhos de luta.

-Out... – Ele murmurou.

Jane P.O.V

Estávamos todos na sala de julgamento, os dois lideres nos olhavam e Thomas estava todo machucado. O único motivo para ele estar ali era para aterrorizarem ele, até onde saiba, há apenas a possibilidade de eu estar indo morrer em algum momento nos próximos minutos.

Isso se Aro fosse realmente estúpido e como ele não é, me vejo presa aqui pelas próximas décadas.

De qualquer maneira, eu estou intrigada com o lobisomem que invadiu a sala no ultimo instante.

-O que faz aqui, Nicolas? – Aro o olhou de lado, assim como todo mundo.

Por que ele está ofegando afinal de contas? Lobisomens não fazem isso.

Exceto Thomas.

Mas ele é café com leite, então ele pode ser um almofadinha a vontade.

-Marcus não poderá vir e me mandou aqui. – Ele parecia hesitante.

-Na condição de...?

-Evitar que as ordens dele não sejam cumpridas, ele quer que Thomas permaneça vivo e... – Ele me olhou quando disse isso.

Um rosnado cortou a próxima fala de Aro. Nos viramos em alerta para Diana, ela havia se revoltado, pulado em Thomas e segurado seu pescoço.

-Bem, se alguém se aproximar ele morre. – Aro comprimiu os lábios e me olhou pedindo para cuidar da situação.

-É triste um homem de sua idade recorrer a uma mulher para fazer o trabalho sujo. – Abri sorriso sarcástico, ele queria me matar ou me deixar sob sua asa pelos próximos anos, nunca irei ajuda-lo.

-Obrigado pela ajuda. – Thomas me olhou com desgosto típico.

-Vire homem uma vez na vida, ou melhor, um lobisomem. – Dei um riso.

-BASTA! – Caius já tinha perdido a paciência. – Majestade, solte-o. – Ele estava com o rosto completamente duro, e obviamente odiou chamar Diana pelo titulo.

-Não. – Diana cantou alegremente.

-Tudo bem. – Caius deu de ombros, no próximo instante seguinte, ele estava atrás dela arrancando sua cabeça com os dentes.

A cabeça dela rolou perto dos meus pés, olhei para baixo tranquila, aquela não era a primeira decapitação que presenciava, comcerteza não seria a ultima.

Caius lambeu os lábios tranqüilamente e empurrou Thomas (traumatizado) para a cadeira ao meu lado. O lobisomem incompetente me olhou com medo nos olhos, dei um sorriso calmo para ele e me virei para os Volturis.

-Sua falta de ajuda irá contar em seu julgamento. – Aro me olhou mal humorado.

-Por quê? Em minha condição, compete a mim não ficar de nenhum lado que não seja o meu. – Inclinei a cabeça levemente para a direita. – E como pode ver, Diana não moveu um dedo em minha direção. – Aro estreitou os olhos para meu sorriso aberto.

-Agora que o imprevisto foi resolvido... – Caius jogou o cabelo para trás arrogante, abaixei a cabeça e meu sorriso aumento, eu sentiria falta do jeito egocêntrico dele.

Eu sabia que ou iria morrer, ou ficar presa por décadas.

-Jane, você admite ter ajudado a família Bathory a escapar com vida? Sendo que isso implica em traição a nosso clã, já que fizemos um acordo de entrega-los caso soubéssemos a localização.

Olhei para Caius, que havia me acolhido sem saber desse fato, e depois para Aro. Devia estar nervosa, eu poderia morrer...

Mas a quem quero enganar? Eu sou Jane er... Bem, eu não tenho sobrenome, então sou apenas Jane, mas fui a torturadora Volturi! Fui o braço direito da condessa Bathory e um membro dos Tulekahju.

Eu definitivamente era alguém.

-Eu admito que ajudei os Bathory. – Disse obstinadamente. – Mas não vejo como poderia ser traição ao seu clã, senhor.

-Qual é nossa principal regra? – Aro perguntou ao conselho. Era formado pelos lideres dos grupos dentro do clã. Ou seja pelos lideres das bruxas, transfiguradores, transmorfos, sereia, etc...

-Não expor nossa existência. – Uma anciã respondeu indiferente.

-E Jane ajudou na fuga de alguém que quebrou essa regra. – Aro me olhou sarcástico. – Admite? Ajudou na fuga?

-Admito. – Respondi cortantemente.

-Sua sentença, então, é o prolongamento de seu castigo original: passará mais quinhentos anos longe do sol e quatro décadas presa. – Aro recrutou sem hesitar, sorri amargamente, ele sabia o quanto eu gostava do sol.

Senti uma mão em meu ombro e quase reagi, mas era quente, mais quente que o normal. Olhei para cima e vi Nicolas me observando. Encarei seus olhos por alguns instantes, então abaixei a vista para sua mão novamente e comecei a refletir.

Eu os obedecia por que estava preso por um laço de fidelidade. Devia a Chelsea esse fato, aliais a mesma estava na sala reforçando o laço. Meu senso me mantinha aqui, como se quebra sua vontade? Uma lealdade incondicional?

Facil: não se quebra, você quer ficar, então qual é o ponto?

Passei os últimos séculos trabalhando para os Volturis, torturando, matando e transando em nome deles. Era horrível admitir, mas eu queria uma vida tranquila, sem missões ou deveres, apenas viajar pelo mundo matando humanos aleatoriamente e desfrutando de tudo que o planeta tem de bom.

Mas eu não poderia fazer isso, estava presa aos Volturis por causa de meus sentimentos de liberdade. Eu sentia que era meu dever ficar ali e obedece-los, esse senso de lealdade era realmente irritante.

Nicolas apertou meu ombro.

-Marcus deu outra opção a Jane. – Nicolas falou, todos olharam para ele. – Ela pode sair do clã. Jane tem o direito de escolher se quer ficar com os Volturis.

-Isso é ridículo. – Aro deu uma risada, Nicolas se aproximou dele e estendeu um papel. Aro o leu por alguns segundos, olhou para mim, depois para Chelsea e suspirou entediado. – Tudo bem, você pode escolher Jane, quer continuar com os Volturis ou ir embora e nunca mais voltar? - Olhei para Chelsea, ela apenas deu de ombros minimamente, Marcus não falava nada de me tirar sobre a influencia de dons alheios, otimo!

Pensei sobre isso, eu tinha que ficar, não podia ir contra a meus próprios desejos. As vezes, eu...

Então eu senti algo estranho, uma sensação de algo me cobrindo.

Nicolas apertou ainda mais meu ombro. Está livre.

Disfarcei minha surpresa e olhei para os lideres Volturis. Por dentro eu era uma mistura de emoções, esse lobisomem estupido entrou em minha mente! O que ele quis dizer com eu estar livre?

-Então Jane, qual é a sua decisão? Continuar no clã e aceitar sua punição, ou sair e nunca mais voltar? – Aro parecia um tanto entediado, pois minha resposta era obvia.

Encarei-o por um momento, a resposta obvia seria sair do clã, mas em minha situação a resposta obvia era negar, abaixar a cabeça e aceitar meu castigo. Porém as coisas mudaram:

Quanto mais eu penso em sair, mais meu corpo quer faze-lo.

Como se fosse certo e eu não devesse nada aos Volturis. Olhei para Chelsea brevemente e depois olhei para os dois lideres presente.

-Eu abdico de minha posição no clã. – Meu tom era completamente sereno e era assim que me sentia, eu acho que poderia sorrir se fizesse um esforço. – Eu estou indo embora.

O silêncio reinou na sala. Aro olhou para Chelsea, mas ela estava muito assustada para falar. Sorri de lado, exatamente como Eleazar, a diferença é que eu não estava apaixonada e não tinha nenhum Cullen me ajudando.

-Essa é sua decisão final? – Caius tinha um leve brilho divertido nos olhos, mas sua boca estava apertada como se formasse uma carranca. Apenas o olhei longamente como resposta.

-Muito bem, devo dizer que é uma pena. – Aro não poderia me matar por querer sair do clã, isso faria mal para a imagem dos Volturis. – Terá que esperar até o anoitecer para sair, de qualquer maneira. – Ergui a sobrancelha, ele poderia dar um jeito de me fazer andar no sol novamente, afinal ele tirou isso de mim. – Demorará um pouco para encontrar a descendente bruxa que retirou sua proteção, mas eu a manterei informada. – Um sorriso cruel passou por seu rosto.

Continuei com o sorriso no rosto, nada era perfeito de qualquer maneira, acenei com a cabeça e me ergui da cadeira. Retirei minha capa negra, a casa dos Cullen tinha vidros que impediam a entrada dos raios ultravioletas, não havia um ponto em usar uma capa Volturi mais. Sorri com o pensamento, enquanto saia da sala.

Quando olhei para o quarto eu percebi que não queria nada daquele lugar. Não era que eu odiasse os Volturis, nem nada assim, era por que me lembrava Alec. Ele foi o único em quem confiei minha existência inteira, eu o considerava meu irmão.

Tudo para ele me trair.

Sentei-me no sofá e olhei ao redor pensando no que eu ia fazer. Um toque na porta interrompeu meus pensamentos, mandei entrar e Nicolas apareceu pela porta.

-O que quer? – Olhei-o curiosa, ele se aproximou e se sentou ao meu lado.

Ele parecia ainda mais enigmático para mim.

-Eu gostaria de devolver ao dono, ou melhor, dona. - Me estendeu uma caixinha, franzi o cenho para ele. Abri a caixinha e fiquei mais confusa ainda, havia um anel ali dentro. Olhei-o de lado desconfiada. – É seu.

-Nunca vi.

-Eu imaginei que iria falar isso. – Abaixou os olhos para o anel. – Mas é seu.

Observei o anel por um momento, então vi o anel realmente. Um tanto chocada ergui o anel de dentro da caixa e analisei sua pedra.

-Isso é uma safira laranja? – Perguntei boquiaberta. O anel tinha um toque de ouro e prata, a pequena pedra estava ao lado do desenho de ouro.

-Acho que você conhece as propriedades dela.

Por que está me dando esse anel? – Perguntei confusa. – É extremamente raro e permite que os vampiros possam andar no sol, é jeito fácil de fazer acordo com um de nós. – Ele ergueu a sobrancelha para mim.

-Eu não tenho segundas intenções, Jane. Apenas estou te dando opções. – Ele suspirou. – Você está livre para ir embora, se quiser.

Olhei-o por um longo momento.

-Obrigada. – Fazia tanto tempo que essa palavra não saia da minha boca. – Eu imagino que irá me dize quais são as opções que quer me oferecer. – Olhei-o curiosa, ele podia ter me dado aquilo a muito tempo atrás.

O que me leva a outra pergunta. Ele chegou nu aqui, onde arranjou esse anel?

-Tenho uma opção para você. Você pode faze-lo ou não, é sua escolha. – Me estendeu um papel. – Uma amiga mandou isso para você.

Ergui as sobrancelhas.

-Por que eu faria isso? – Perguntei erguendo meus olhos para ele.

-Por que você não tem o que fazer. Jane, você viveu sua existência lutando, seu poder é para isso. – Ele sorriu para mim. – E eu tenho a impressão que você gosta de usa-lo. – Não pude parar o sorriso malicioso com o pensamento.

Então parei de sorrir e finalmente me vi aceitando o obvio, olhei para o rosto nenhum pouco familiar e um tanto atraente do lobisomem .

-Nós já nos conhecemos antes, não é mesmo? – Perguntei resignada.

-Um tanto obvio, não é mesmo. – Se encostou no sofá.

-Então, você sabe o que tenho em meu pé direito? – Perguntei desconfiada.

-Eu também o tenho. – Arregalei os olhos.

-Isso deve explicar algumas coisas. – Parei por um instante. – Imagino que você não pode me falar nada, né? Eu tenho que descobrir.

-Exatamente, apenas você, se eu pudesse dizer as coisas seriam diferentes por agora.

Olhei para o anel, ele devia ser mesmo meu, era difícil para mim, mas eu acreditava que nós dois tínhamos nos conhecido. Só que eu não iria confiar nele, isso seria tolice.

-Você disse que sua amiga te pediu esse favor... – Olhei-o por um instante. – Que amiga?

-Você saberá. – Sorriu enigmático. – Irá fazer?

Olhei para o anel e para o papel com uma letra rápida e quase ilegível.

-Não quero te dever nada. – Falei colocando o anel em minha mão esquerda.

-Não me deve nada, é sua escolham não se esconda atrás de desculpas. – Ele parecia satisfeito, para minha surpresa Nicolas se inclinou e beijou minha testa. – Até mais Jane. – E com isso foi embora.

Olhei novamente para o papel.

Eu tinha que ir para a casa dos Swan e oferecer meus serviços de proteção a Isabella Swan.

Por um momento pensei naquilo, por que não? Não é como se eu tivesse um lugar para ir. O mundo sobrenatural estava em guerra, meu dom é naturalmente usado para essas ocasiões, acho que eu poderia me diverti um pouco ficando em Forks.

Sorri adorando o gosto da liberdade que eu tinha recuperado.

Edward P.O.V

-Parem! PAREM! PAREM! – Congelei quando ouvi os gritos de Bella. – POR FAVOR PAREM!

-Cale a boca sua putinha...

-Puta é a porra da senhora sua mãe! – Bella o cortou, os pensamentos eram confusos. – HAAAAAAAAAAA! – O grito dela me espantou.

Que merda era aquela?

-CALADA! – Logo em seguida se ouviu o grito de Bella que veio acompanhado do som de um chicote estralando.

Acertei bem no rosto, isso que é pontaria!

Já está na hora de mostrar para essa cadela quem...

É isso!

Arrombei a porta como se nem sequer estivesse fechada quando ouvi os pensamentos dos bruxos lá dentro. Eu estava realmente irritado com o que eles estavam pensando.

Eu podia ver que eles havia descoberto o que Bella era, ou mais ou menos isso.

-Vamos começar? – Perguntei sorrindo, eu estava louco para vê-la sendo obediente.

Derek acenou com a cabeça e começamos a recitar a invocação do demônio. A mulher havia desmaiado e já tínhamos tirado a roupa dela para poder pintar seu corpo com os símbolos de nossa religião.

Então algo estranho aconteceu, ela começou a acorda confusa enquanto falávamos. Ela não era suposta a acorda, estava altamente drogada...

Então ela arregalou os olhos ao nos ver e começou a tentar sair, os pulsos dela já estavam vermelhos antes, começaram a sangrar.

-Por que não esta funcionando? – Derek me olhou confuso.

-Talvez... – Peguei o chicote, ela parou e me olhou com o cenho franzido. Ela gritou quando a chicoteei. – Olhe isso! – Exclamei quando vi suas costas se regenerando. – Ela é um demônio!

-Isso torna as coisas um pouco mais complicadas. – Derek refletiu. – Por que não nos divertimos um pouco? – Perguntou enquanto pegava um tipo de diferente de poção.

-Fique longe de mim! – Ela exclamou quando viu a injeção.

-Mostre-me seu rosto, demônio. – Ela apenas o olhou cética. – Facies*! – Ele ordenou.

Ela estreitou os olhos, de repente o rosto dela começou a mudar, assisti interessado seus olhos se tornarem praticamente branco, sua pele ficar mais pálida e seus dentes ficarem afiados.

Ela estava pendurada no meio da sala de calcinha e sutiã e com sangue de um bebê recém nascido pelo corpo inteiro. Eles haviam injetado uma poção que desacelerava a regeneração dela.

Então começaram a exorcizá-la, por isso os gritos dela, o processo era doloroso e os demônios odiavam. Eles usavam disso e a torturavam para falar seu nome, assim poderiam convoca-la novamente, só que dessa vez sobre o comando deles.

-Diga! Qual é o seu nome? – Bella o olhou inexpressiva. – Eu exijo seu nome! – Ela começou a gritar, enquanto eu começava o feitiço mentalmente.

Chicotei-a, eu podia ver seus osso se quebrando. Sorri, para o corpo voltar a ser humano, ele tinha que reviver cada machucado que teve, uma forma de purificação.

Em três segundos os dois estavam no chão, mortos.

-Você poderia, por favor, me soltar? – Olhei para Bella um tanto incrédulo com sua frieza. Ela parecia em choque ou algo assim, seus olhos continuavam nos azuis-claros doentios. – ME TIRE DAQUI! – Gritou se mexendo violentamente, tentando sair, mas era impossível, eram correntes de prata.

-Aqui, se acalme Bella, já acabou. – Me aproximei dela e a despendurei.

-Obrigada. – Gemeu quando encostou os pés no chão, o corpo dela estava inteiramente machucado.

Ao menos ela não havia sido exorcizada, esse processo demora pelo menos um dia inteiro.

-Você cheira enraçado. – Comentou me olhando com o cenho levemente franzido.

-É, eu sei. – Revirei os olhos, segurei seu rosto tentando ler seus olhos. – Eles achavam que você era um demônio.

-Eu percebi. – Piscou confusa. – Me drogaram e eu comecei a me sentir fraca.

-O efeito passara logo que se alimentar de algum humano. – Respondi desenrolando as correntes dos pulsos dela.

Ela suspirou e empurrou os cabelos para trás, então me olhou, fiquei um tanto aliviado em ver alguma emoção ali dentro.

-Por que você demorou tanto? – Ela me olhou mal humorada, franziu os lábios. – Seu idiota! – Me deu um soco no peito, olhei-a sem acreditar naquilo. – Sabe quanto tempo passei aqui dentro sendo torturada? – Rosnou tentando me bater, segurei seus pulsos.

-Você por acaso sabe? – Ergui as sobrancelhas.

-Não! – Exclamou revoltada. – Mas doeu tanto que pareceu anos. – Seu tom diminui e ficou emotivo.

Droga! Essa droga está a deixando com o humor instável.

-Não temos tempo para isso, vamos. – Eu disse a pegando no colo.

-Hey! Me coloque no chão. – Rosnou raivosa, em outra hora eu riria do seu temperamento. Quero dizer, ela estava gritando para os dois bruxos, ficou calma, com raiva, emotiva e agora está me xingando. – Eu posso andar, seu imbecil incompetente! – Nãovoulevarnadaasério, decidi prontamente. Coloquei-a no chão por que a desgraçada não parava de se mexer.

- Bella, tentaram exorciza você, não está em condições de andar. – Respondi com um suspiro, ela andando seria tão lento. – Deixa de ser teimosa e fique quieta. – Reclamei, então ignorei seus protestos e a joguei sobre o ombro.

Ela ficou quieta por uns instantes.

-Você cheira tão bem, sabe? – Revirei os olhos com a típica fala dela, Bella parecia ser apaixonada pelo meu cheiro, sempre falava dele. – Onde esteve de qualquer maneira? É horrível ser torturada, sabe? Os viadinhos de merda adoram falar o quão superior eles são. De verdade, repetiram isso tanto que eu quase me sinto inferior. – Seu corpo relaxou de forma muito rápida em minha opinião, o que me fez percebe que ela só estava fazendo uma cena.

-Sério? – Segurei o riso.

-Seríssimo! Eu tentei prometer um boquete, mas eles eram gays já que recusarão. – Eu realmente não gostei da ultima fala dela, Bella não tinha nada que oferecer esse tipo de coisa por ai, nós tínhamos um trato. – Edward?

-Sim? – Parei no meio do corredor observando os pensamentos, o líder deles tinha fugido e os outros estavam em plena luta.

Os bruxos que tinham demônios sobre o controle estavam em vantagem para fugirem. Franzi o cenho ao observa a mente de Seth, o peste havia resolvido vir também. Esse era o problema que os Volturis e Carlisle temiam se os clãs ficassem muito próximos.

-Eu senti sua falta. – Bella falou em tom extremamente casual. Olhei para o seu traseiro sobre meu ombro.

-Eu também senti sua falta. – Dei um tapa em sua bunda para quebrar qualquer clima romântico do momento, eu não queria ela se apaixonando por mim.

-AI! Você bateu ontem eles me chicotearam! Seu... - Bella gemeu de dor quando atingi sua carne e passou a falar serie bem criativa de ofensas, ergui as sobrancelhas.

Ela faria Jasper corar com aquilo, e acredite, ele sabe muito sobre xingamentos.

Então eu captei um grupo dos Solari vindo em nossa direção, seguindo o praguejo de Bella. Eu a coloquei em um cômodo vazio do corredor.

–Fique quieta! – Ordenei impaciente, ela acenou com a cabeça um tanto ressentida comigo. - Me promete? – Pedi em um tom mais condescendente.

-Prometo... – Suspirou se apoiando na parede e escorregando até o chão, ela ainda estava de calcinha e sutiã, tirei minha camisa, já aberta, e estendi para ela. Fechei a porta e fui atrás deles.

Quando terminei tudo estava morrendo de raiva. O líder havia fugido! Bruxodemerda.Andei em direção ao corredor onde deixei Bella, havia bastante demônios sobre controles do bruxos naquele lugar, era melhor eu tira-la dali...

Meu celular começou a vibrar.

-O que?

-Hey,papi. – Franzi o cenho.

-O que foi Nessie?

-Só pra avisar que eles não tem mais acesso as câmeras de segurança e por isso estão ralando peito geral.

-Onde você está Nessie? – Perguntei procurando seu pensamentos.

Achei-os na floresta a três quilômetros ao sul, ela estava com seu notebook no colo.

-Nafloresta,então,apagueiaimagemdemamidosistemadeles.Franzi o cenho para os pensamentos dela, Nessie estava preocupada com Bella.

Por causa...

Parei de franzir o cenho de repente. Nessie tinha uma historia com os Solaris...

-Tudo bem. – Comentei enquanto virava o corredor. – Nessie, eu tenho que pegar sua mãe. – E desliguei parando no corredor surpreso.

Tudo o que via era um corredor coberto de cadáveres. Não havia um sinal qualquer de Bella por perto, como eu não poderia rastrear seus pensamentos, só pude seguir seu cheiro.

Um grupo de demônios me atacaram no meio do caminho, pude percebe que seu comandante era um único bruxo. Aquele grupo inteiro deveria estar sob o comando de alguém realmente poderoso. Infelizmente as criaturas eram rápidas, em compensação quase não pensavam.

Porém uma delas me esfaqueou por trás, arregalei os olhos ao percebe que esse fato. Eu nunca sou machucado em um luta, isso vai contra minha natureza. Rosnei para a irritante criatura que fez isso, ela ainda tinha a adaga na mão. Correu para me esfaquear novamente, mas eu bloquei seu golpe.

O demônio era agradavelmente mais forte do que as outras, o que tornava tudo melhor ainda, afinal eu sempre adorei um desafio. A criatura me esfaqueou novamente, dessa vez no estômago, meu ferimento se fechou segundos depois. Era inútil fazer aquilo, a criatura não queria me ferir, ela queria fugir. Por fim segurei o pulso dele e agarrei sua adaga.

-Bela tentativa. – Esfaqueei diretamente seu coração.

O demônio saiu do corpo da pessoa como uma neblina negra em forma de cobra e se esgueirou pelo chão, seguindo caminho para minha direita. Não liguei muito para aquilo, o demônio provavelmente fugia de quem o dominou.

Segui pelo corredor e estaquei no lugar quando vi a mulher que deveria se passar pela minha noiva educada, elegante e delicada, com a mão dentro do peito de um dos guardas. Eu provavelmente deveria ficar horrorizado com o sorriso de satisfação dela, por que só um demônio poderia sentir aquele prazer alucinante com a dor...

Mas eu estava intrigado.

Ela percebeu que eu estava ali e largou o corpo no chão e me olhou sem um pingo de culpa.

-Você disse para eu ficar quieta lá dentro, eu fiquei... – Deu de ombros para mim. -... Por dois minutos, mas fiquei. – Revirei os olhos impaciente.

Dois grupos de guardas apareceram em cada lado do corredor e Bella saiu em sua direção para matar o lado esquerdo. Segurei o braço do imbecil que tentou me atacar por trás e quebrei sem me dignar a olhar.

Então a vadiazinha é mais que uma humana... Um guarda pensou ao olha-la matar um de seus companheiros.

Me virei no segundo que a flecha do imbecil cortou o ar. Antes que pudesse fazer qualquer movimento para impedir a madeira de atingir Bella por trás, outra pessoa entrou na frente dela. Bella se virou ao mesmo tempo que quebrava o pescoço do guarda e arregalou os olhos surpresa.

Era Nessie ali com a flecha bem no meio de seu colo, perigosamente perto do coração dela.

Bella arregalou os olhos e largou o corpo, enquanto segurava o corpo da pessoa que a salvou.

Meu próximo movimento foi em direção ao guarda que atirou. Arranquei a besta de suas mãos, e enfiei uma das flechas em seu pescoço. Não me permiti saborear a morte do infeliz, Clay chegou para me ajudar e o deixei tomar conta dos demônios e bruxos restantes junto com Lyra.

Corri para o lado de Bella, agora no chão, com Nessie em seu colo.

O lado de demoníaco de Bella havia adormecido completamente diante a necessidade de cuidar de sua cria, o que a deixou vulnerável, porém Seth, Leah e Jacob apareceram para ajudar.

Só Seth e Leah, por que Jacob...

-Nessie! – Jacob se ajoelhou ao lado de Bella completamente desesperado.

Leah e Seth virão o grupo de demônios se aproximando e foram cuidar deles.

Bella ergueu os olhos para mim e pela primeira vez a vi realmente desesperada. Era um tiro no coração, poderia ser fatal para demônios se não fosse cuidado a tempo.

E Nessie não parecia em sua melhor forma.

seu sangue a ela. Ergui os olhos e vi Marcus ali, por um instante fiquei surpreso, mas depois ignorei a sensação.

-Tire a flecha. – Pedi a Bella, enquanto mordia meu pulso. Jacob me olhou por um instante, ele sabia o que meu sangue poderia fazer, ele se sentiu extremamente aliviado.

Já Bella, nem me olhou, apenas retirou a flecha no mesmo instante que pedi, estendi meu pulso e dei sangue a minha descendente. Ela tomou apenas alguns goles e começou a cicatrizar.

Vampiros tinham o sangue tão forte quanto os dos lobisomens, se alguém estivesse entre a vida e a morte com sangue de vampiro em seu corpo, jamais morreria. O que era irônico, já que se estivesse com veneno de vampiro, morreria e seria transformado em um.

Enquanto tudo ficava bem, Nessie começou a se afundar em sua próprias memórias, Bella prendeu a respiração por um longo momento. Percebi que ela segurava a mão de Nessie, podendo ver e sentir tudo o que se passava na mente dela.

Coisas que eu tinha certeza de que Bella já sabia. Jacob franziu o cenho preocupado e tentou tocar nela, mas eu segurei seu braço a tempo.

-Nem pense nisso. – Murmurei o olhando perigosamente.

Nessie estava afundada em uma espécie de depressão, porém, não consegui entende o motivo. Ela se focava na ultima vez que ela ouviu falar dos Solaris. A organização que Mark participava. Nessie não pode se parar no meio da dor, ela lembrou de seu namorado Mark, que a fez feliz até bater nela...

-VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!

-CALA A BOCA, SUA ESTUPIDA! VOCÊ É MINHA NAMORADA!

-MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE VOU FAZER TUDO O QUE VOCÊ QUER – Cuspi, no segundo seguinte senti seu punho se chocando contra meu rosto.

Ela agüentou aquilo por dois meses, Vanessa estava tão destroçada que achava que tudo era culpa dela. Então ele descobriu sobre o segredo dela, seus pais acharam certo falar com Mark.

Vanessa foi parar no hospital e levou dez pontos. Os pais dela nunca mais o deixaram se aproximar dela, até que quando tudo se acalmou...

Eu cheguei em casa exausta, coloquei minha bolsa na mesinha do hall e me virei. Congelei quando vi o sangue no chão, não era pouco, era muito, e fazia uma trilha.

Eu peguei um guarda-chuva como arma e fui andando lentamente, olhei a sala e não havia nada ali, nada além de marcas de mãos nas paredes. Continuei seguindo o rastro e minhas lagrimas já saltavam de meus olhos, quando parei na porta. A trilha circulava o balcão, respirando pela boca, eu lentamente circulei o balcão.

Levei a mão à boca, e cai de joelhos, no chão jazia a minha irmã mais nova. Seus olhos sem vida estavam vidrados, do pescoço para baixo ela estava coberta de sangue. Havia uma faca de cozinha cravada em seu estomago.

Então ouvi um ruído lá em cima, sem saber o que fazer, peguei uma das facas enormes em cima do balcão. Nunca senti tanto pânico, nojo e vontade de gritar na vida. Corri sorrateiramente para a área de serviço que tinha conexão com o andar de cima.

Fiquei chocada ao ouvir minha mãe gritando e pedindo clemência. Aproximei-me lentamente, estava grudada na parede e olhei pela fresca da porta. Eu desejei jamais ter visto aquilo, minha mãe estava amarra em uma cadeira cuspindo sangue enquanto se inclinava para frente. Meu pai estava desmaiado no chão com um enorme ferimento na cabeça.

-Isso é por permiti que sua filha cometa pecados! – Mark chutou com força seu rosto, eu sem querer produzi um barulho e ele olhou para a porta, me virei rapidamente e comecei a me afastar silenciosamente em direção a varanda.

Quando ele abriu a porta do quarto e ficou ouvindo tudo, então resolveu descer e ir em direção cozinha.

Olhei para o lado que ele foi e andei em direção ao quarto de meus pais. Minha mãe arregalou os olhos quando me viu com uma faca na mão. Eu corri em sua direção e sussurrei:

-Calma, eu vou te soltar, vamos embora daqui. Shhh – Minha mãe arregalou os olhos e tentou falar algo – O que foi? – Então percebi que ela olhava para atrás.

Virei-me e vi Mark me dando um sorriso doentio, no segundo seguinte senti uma dor forte na cabeça e tudo que vi foi a escuridão.

Nessie gemeu angustiada enquanto tentava fugir das lembranças que mais a atormentavam. Eu não sabia como me sentia, era uma mistura de asco, impotência, choque e tristeza.

VanessaHarris acordou em uma cela, ouvindo os gritos de outras garotas, haviam pelo menos cinco outras prisioneiras. Todas sujas, semi nuas, magras e sem qualquer traço de emoção, apenas resignação. Ela foi obrigada a ver, ele tortura cada uma daquelas garotas, mata-las lentamente por dentro e destroça-las por fora.

Eu podia sentir o desespero de suas lembranças, o desejo de sair daquele inferno. Mark lhe falou que ela era a pior de todas elas e por isso merecia sofrer mais, esse era o motivo dela ser a ultima que restou ali. Ele a jogou na floresta e esperou ela correr, queria caça-la como se fosse um animal. Mark lhe dava um resto de liberdade para poder tira-la com uma arma.

Corri sem parar, os galhos batiam em meus braços fazendo minha pele arde, e meus pulmões queimavam por causa do esforço. Fazia um mês que eu não comia direito, não tomava banho, que eu ficava apenas parada em uma cela. Minhas pernas doíam horrivelmente, eu só queria parar, mas o desespero me mantinha correndo.

-HAAA! – Gritei quando um tiro foi se ouvido não muito longe.

Ela correu aos tropeços sem hesitar quando sentiu as dores nos pés descalços, ela achou irônico lutar tanto para viver, quando queria morrer. Vanessa ouviu um tiro e percebeu que estava muito próximo, ela sabia que o fim se aproximava, mas seu instinto de sobrevivência falou mais alto.

Parei uma arvore ofegante, doía respirar,mas meu corpo clamava por isso. Quanto tempo eu iria agüentar? Um outro tiro veio ainda mais próximo de mim e eu comecei a correr novamente.

Apenas parei quando tropecei, gemi de dor, eu havia machucado minha perna. Respirei fundo e me ergui, lagrimas queimaram em meu rosto quando me apoiei em meu pé direito, encostei-me a uma arvore e deixei o choro tomar conta de mim.

Era o fim, o meu fim.

Fechei os olhos, sentindo as lágrimas rolarem sobre a sujeira e o sangue seco em meu rosto. Então eu ouvi o estralo atrás de mim, funguei baixinho e olhei sobre o ombro.

O espanto me invadiu quando vi aquela mulher. Um alivio misturado a esperança me invadiu por um instante, então eu realmente a vi.

Ela estava coberta de sangue. Desde a sua cintura até a sua boca estava com o liquido que me aterrorizou nos últimos dias.

Sangue...

Eu arregalei os olhos quando vi seus olhos, eram de um azul anormalmente claro e sua boca era estranha, como se houvesse algo grande demais lá dentro. Apóie-me desajeitadamente na arvore, sentindo cada célula do meu corpo gritar perigo.

Sua boca se abiu revelando seus dentes afiados e manchados, enquanto um rosnado ecoou a floresta, segundos depois ela estava mordendo meu pescoço. Eu mal consegui gritar de tão fraca que estava, a realização de que aquele era meu fim me veio com um alivio tremendo...

Eu não morreria nas mãos dele, finalmente teria paz e seria livre. Joguei minha cabeça de lado, sentindo uma dor dilacerante, como se ela estivesse abrindo minha carne. De alguma forma, eu sentia minha vida sendo sugada, a fraqueza se apoderava de mim...

Então a estranha garota se afastou de mim bruscamente. Vi que ela soluçava, seu rosto era uma mistura de lagrimas, sangue e terra. Ela ergueu o braço e limpou o sangue com o a manga, ela deu um passo para trás e me olhou com um turbilhão de emoções nos olhos.

Nos encaramos, ambas com lagrimas marcando o rosto, ambas com suas próprias dores... Então ela soluçou mais uma vez e sussurrou:

-Sinto muito - Então um barulho quebrou o silencio da floresta, era um tiro.

Os olhos dela arregalaram, a estranha e eu olhamos para baixo ao mesmo tempo. Seu estômago havia sido aberto por um tiro. Ela caiu de joelhos, me deixando ver que Mark estava lá com a arma apontada, ele tinha um sorriso deliciado.

-Nenhuma de vocês merece viver. Os meus companheiros solaris me mostraram isso. – Ele olhou para a estranha enojado e satisfeito.

A estranha me lançou um ultimo olhar antes de cair no chão... Morta.

Mark se aproximou dela e virou o corpo dela para ver o rosto

-Nunca a vi antes. – Ele deu de ombros e eu senti uma onda de raiva. Ele podia matar sem nem pensar e sem culpa uma completa estranha. – Agora é sua vez, putinha escrota! Você merece morrer mais do qualquer outra garota que eu conheci, sabia? Nenhuma delas se atreveu a ter um filho!

Por que meus pais foram contar isso a ele?

Nessa hora eu já estava completamente ofegante, e deslizei na arvore até ficar sentada, me sentia suada, e sem força, meu corpo inteiro doía. Ele chegou mais perto de mim e me puxou pelos cabelos, eu o olhei meio febril e ele torceu o nariz, logo depois me deu um tapa na cara.

Não reagi, passei um mês inteiro sendo maltrata e torturada, sem contar que ele parecia ter prazer de me obrigar o ver torturando as outras presas. Ele chutou meu estômago e eu tossi, meu corpo inteiro doía, eu me sentia completamente doente. Com o pé ele me virou e eu fiquei deitada de barriga para cima.

-Você merece morrer. – Murmurei o olhando com todo o ódio que eu sentia – Você acha que está "purificando" a raça, mas no fim é o pior de todos.

Ele me olhou raivoso, e abriu a boca para falar, mas foi interrompido por outra voz.

-As pessoas podem ser realmente hipócritas. – Ouvi uma voz feminina falar, virei minha cabeça e vi a estranha atrás daquele monstro. Ela não havia morrido? Que raios era aquilo?

Pisquei atordoada...

-Você... Como? – Ouvi Mark gaguejar, tudo girava ao meu redor. Então ele se engasgou, tentei focar minha visão. - De...

-Demônio. - Ela completou sorrindo malicioso. – Sim, acertou em cheio. – Ouvi a arma sendo engatilhada, o som foi seguido de uma risada feminina. – Isso não me matou antes, querido, não vai funcionar agora, mas acho que você já sabe disso. – Os olhos antes castanhos voltaram ao anormal azul-claro.

Virei o rosto para não ver, tudo o que eu ouvia era os rosnados, os gritos e som de algo sendo rasgado. Fechei os olhos por alguns instantes, ou talvez horas, ouvi uma movimentação ao meu lado, mas não os abri.

-Está acordada? – Ela me perguntou, entre abri os olhos, a sensação de enjôo havia piorado, uma sensação estranha invadia meus olhos. – O que eu fiz? – Ela sussurrou horrorizada com algo.

Logo depois disso, Nessie desmaiou, ela se lembra de acorda nas costas de Bella e sentir a garganta seca e uma fome feroz.

Ela matou um grupo de drogados na floresta.

Nessie suspirou e abriu os olhos um tanto assustados, eu estava completamente congelado ao seu lado e Bella simplesmente a abraçou.

Nessie foi torturada, quase assassinada, viu a família ser morta e ela teve um filho antes disso tudo!

-Não seja estúpida o suficiente para fazer isso de novo. – Bella murmurou fracamente.

-Você fez isso uma vez, eu meio que te devia essa. – Nessie brincou meio tonta, então olhou para mim. Acenei com a cabeça respondendo sua pergunta silenciosa, ela engoliu a seco e olhou para baixo controlando as lagrimas.

-Nessie... – Ela ergueu os olhos para Jake, que estava parado em nossa frente sem saber o que fazer. Ele queria pega-la no colo e leva-la para qualquer lugar seguro, ou simplesmente gritar pela estupidez dela, mas tinha consciência que não poderia fazer isso.

-Estou bem. – Nessie se levantou completamente tonta. – Não façam mais essas caras, eu não morri! – Jake apenas me olhou agradecendo em todos os idiomas e gírias que ele conhecia.

Eu não me importei, apenas olhei para Nessie e ele entendeu que era para ajuda-la antes que caísse no chão e batesse a cabeça. Olhei para Bella, ela estava com um olhar meio perdido enquanto olhava para Nessie.

-E você? – Bella me olhou distraída.

-Eu? – Revirei os olhos.

-Você meio que foi torturada, Bella, e estava um tanto drogada...

-Ah sim! Eu tomei sangue daqueles ali... – Bella pigarreou apontando para corpos no chão. – Ao menos alguns deles, eu comi. – Franziu o cenho vendo a confusão de corpos no chão. – Estou bem e sobre a Ka...

-Eu disse que era por aqui! – Eu ouvi a voz de Garrett. – Da próxima vez escute o especialista.

-Não haverá próxima, eu te garanto. – Kate recrutou cortante. – Estávamos tentando acha-lo, Edward, a equipe só pode conter alguns demônios, os membros fugiram. – Deu de ombros para mim.

Bella olhou para Garrett intrigada.

-Você seria...?

-O marido dessa beleza pálida aqui. – Ele se inclinou e beijou a mão ensanguentada de Bella.

Ele olhou demais para o corpo dela em minha opinião, por isso pigarreei ao lado dela.

-Ex-marido. – Bella ergueu a sobrancelha com a correção de Kate.

-Vampiros se divorciam? – Perguntou curiosa. – Pensei que o amor de vocês era eterno. – Olhou para mim intrigada.

-Não nos divorciamos, por isso eu ainda sou seu marido. – Garrett olhou para Kate vitorioso.

- Você me traiu, Garrett! Até onde eu saiba isso é contra o casamento, ou seja, você quebrou seu juramento, portanto não tem mais validade.

-Não segundo os registros da igreja. – Garrett recrutou arrogantemente, então se virou para Bella. – Você deve Isabella Cullen, a mulher de Edward, certo? – Bella o olhou por alguns segundos, Nessie deu um riso baixo.

-É... – Ela abriu um sorriso. – Eu... Hum... Nós ainda não nos casamos, então meu sobrenome ainda é Swan. – Olhei para ela com a sobrancelha erguida, enquanto envolvia seus ombros com meu braço. Bella não parecia feliz de terem usado meu atual sobrenome ao invés do dela, eu pessoalmente acho que soa muito bem.

Isabella Masen, esse seria o nome dela se fossemos nos casar de verdade. Uma sensação estranha se apoderou de mim ao pensar nesse nome, estreitei minimamente os olhos, eu estava perdendo algo...

-Sim, claro, esqueci como as mulheres ficaram independentes nos últimos anos. – Garrett revirou os olhos.

-E ele ainda se pergunta por que eu o deixei. – Kate acrescentou sarcasticamente para Bella, que parecia divertida.

-É muito raro vampiros formarem um laço como os dos dois e não viverem juntos. – Marcus interrompeu a conversa. O casal congelou no lugar. – Agora crianças parem de brigar, Bella e sua filha parecem precisa de um descanso e, você, Kate, creio que apreciaria um pouco de sangue.

-Sim. – Kate acenou com a cabeça. – Irei caçar agora. – Se virou e sumiu de nossas vistas.

-E vou com ela, ainda temos muito o que conversa. – Garrett suspirou seguindo sua esposa. – Senhores, senhoras. – Acenou para todos.

Ele tinha planos maliciosos para ela. Sorri pensando se Kate conseguiria resistir...

-Ta ai a prova viva que lavação de roupa suja em publico é constrangedor. – Nessie comentou se apoiando em Jake, a ruiva não conseguia evitar a atração por ele, podia ver que no momento havia se esquecido dela.

-Como vocês vieram parar aqui? – Bella perguntou intrigada.

-Marcus nos deu permissão. – Ergui a sobrancelha para Marcus, mas ele era bom em controlar seus pensamentos, milênios de experiência com Aro. – Ele deu permissão para o bando de Jake vir me ajudar, quem diria que essa coisa toda de impressão seria útil? – Nessie completou ainda apoiada em Jake.

-Coisa? Você chamou a impressão de "coisa"? – Marcus suspirou com o tom de indignado de Jake, nós dois sabíamos que outra discussão iria começar.

...

Eu havia acabado de desligar o telefone quando Bella saiu do banheiro apenas de toalha.

-Você parece mais limpa. – Comentei cruzando os braços enquanto olhava bem para ela.

-E você se livrou do cheiro estranho. – Recrutou se virando para o guarda roupa. – Quanto você viu? – Perguntou em tom baixo.

-O suficiente. – Respondi sabendo do que ela falava. Bella respirou fundo e praguejou baixinho. – Por que não me contou que ela tinha um filho? – Perguntei a olhando sério.

-Por que isso é algo que Nessie deveria contar. – Bella suspirou e se vestiu rapidamente. – E você deveria contar para ela a verdade.

-Olha, eu entendo por que você diz isso...

-Não, você não entende. – Bella me cortou, se aproximando. – Enfie uma coisa nessa cabeça ruiva: Nessie viu tudo o que ela ama ser tirado brutalmente. Você viu algumas coisas que aconteceram durante aquele mês, mas eu... – Ela suspirou. – Eu vivi cada pesadelo com ela. Sei mais do que ninguém o quão traumático foi aquilo para ela.

Ela se sentou ao meu lado, olhei-a atentamente...

-Bella, é perigoso para ela. – Segurei seus ombros. – Tente entender...

-Eu entendo essa parte, é só que... – Suspirou inconformada. - Nessie se afastou de toda a sua família por causa do que é. A família dela a colocou como desaparecida, por isso ela mudou de nome. Ela tem medo de que os tais "Solaris" tentem algo se souberem que ela esta viva.

-Por isso ela pareceu tão assustada com a menção deles... – Respondi em voz alta, ela acenou com a cabeça.

-Eu tenho uma parte da minha família de volta, e me mata saber que ela não tem a dela. – Bella me olhou. – Ela tem direito de saber que não está sozinha.

-Ela tem você. – Respondi, Bella deu um sorriso irônico para mim.

-Você viveu tantos séculos e não percebeu que eu vou morrer e vai ser logo? – Fiquei quieto, ela estava mesmo marcada para morrer. – Você viu o que aconteceu comigo hoje e eles nem sabiam quem eu era. Nessie precisa ser protegida, eu sei que com Jake, ela vai ficar bem, mas Nessie não confia tanto nele. Agora na família dela, a de verdade... – Ela parou e me olhou.

-Isabella, eu adoraria falar tudo para ela, de verdade. – Me aproximei de seu rosto para ela percebe a sinceridade com que eu falava. – Mas é perigoso demais para ela saber. Acho que você sabe que a ignorância é uma benção.

-Mais um segredo que eu mantenho dela. – Bella deu um sorriso amargo. – Eu posso contar na mão quantos segredos eu mantive dela, sabe?

-Quantos? – Ela ergueu a mão sinalizando dois. – Nosso casamento e isso, certo? – Ela acenou de novo meio cabisbaixa. – É uma relação admirável considerando o quanto você gosta de mentiras e segredos. – Acrescentei falsamente impressionado.

-Cale a boca! – Exclamou raivosa, dei uma risada.

-Bella, eu te prometo uma coisa. – Segurei sua mão. – Eu irei proteger Nessie sempre que puder, a velarei como... – Sorri quando pensei na palavra certa. -... Como um pai. Quando, ese, a hora chegar irei revelar para ela a verdade.

Ela me encarou um tanto aliviada e um tanto resignada, sorri erguendo as sobrancelhas para ela tentando mantê-la tranquila, Bella tinha que guarda esse segredo. Bella bufou, se inclinou e me deu um beijo na bochecha.

-Você não merece isso. – Falou com um sorriso.

-Eu não mereço? Esqueceu que eu matei o cara que iria te exorciza e depois fazer um ritual de possessão?

-O que? – Ela franziu o cenho. - Aquela dor toda era um ritual de exorcismo?

-O processo dura um dia, então você continua fisicamente demoníaca. - Respondi dando de ombros.

-É horrível. – Murmurou mexida. – Pior do que a tortura dos lobisomens. – Acrescentou.

-Lembrasse da dor da transformação de vampiro que você sentiu? – Ela me olhou perturbada. – A verdadeira é pior, o ritual para poder andar no sol é quase tão doloroso. Então, amor, você tem sorte de certo modo.

-Isso não é reconfortante. – Ela franziu o cenho.

-Eu sei, mas pensei que você poderia sentir pena de mim e tentar aliviar minhas lembranças traumáticas. – Fiz uma falsa cara de dor, ela revirou os olhos.

-Pelo o que entendi faz dois dias que estamos separados, hã?

-Dois dias ao lado de Garrett armando maneiras maliciosas de fazer as pazes com Kate. – Eu disse enquanto a puxava para o meu colo.

-Como você sofre, Cullen. – Ela comentou envolvendo meu pescoço com seus braços. Então me beijou com certa ansiedade, retribui me deixando cair na cama, estava tudo indo bem até ela se afastar bruscamente. – Agora, saia do meu quarto que eu tenho coisas importantes a fazer.

Olhei-a incrédulo, Bella simplesmente revirou os olhos e me puxou da cama. Me deixei ser levado até a porta e ser colocado para fora do quarto com certa diversão.

Dei um sorriso olhando para a porta de madeira, eu tinha mesmo sentindo saudades da impulsiva Bella.

E só fazia dois dias que não nos víamos... Franzi o cenho para mim mesmo e desci as escadas.

...

Rose P.O.V

Desliguei o telefone e me virei para Edward que finalmente saiu do quarto de Bella, nesse exato momento nos encontrávamos na casa dos Swan.

-Então, me diga as novidades. – Me sentei na poltrona.

-Não há muito, a organização passou para a jurisdição dos Volturis e provavelmente não nos dará problemas. – Jane entrou na sala e colocou as bolsas de sangue sobre a mesa. – Estou curioso para saber o que pretende, na verdade. – Ele olhou para Jane, pelo o que eu entendi ela estava esperando por eles.

-Me pediram para ajudar Bella, então ofereço meus serviços a ela. – Jane deu de ombros e eu a olhei divertida. Estava feliz em vê-la viva, era realmente bom não perde uma amiga tão querida.

-Charlie pediu?

-Não, vim por minha própria escolha. – Ela sorriu para si mesma.

-Não gostaria de se juntar a nós temporariamente? – Edward a perguntou. – Seria útil você ter alguém para recorrer, por que todos nós sabemos o que seria o primeiro alvo dos lobisomens.

-Ele tem razão Jane, você é... Bem, você tem um dom perigoso. – Pigarreie, mexendo distraidamente em meu cabelo, Jane me deu um sorriso mordaz.

-No momento só vou ajudar Bella, ela parece alguém que precisa de ajuda.

-Eu pareço? – Bella desceu as escadas calmamente. – Isso é engraçado.

-Então, você aceita meus serviços?- Jane perguntou cruzando as pernas.

-Aceito com a condição que você não machucará quem me interessa. - Bella estreitou os olhos.

-Essas pessoas seriam...?

-Nessie. – Nós três a olhamos esperando por mais, porém, ela não complementou.

Bella P.O.V

-Dói... – Nessie murmurou se ajoelhando na frente da lapide. – Dói tanto... – Eu a assisti cair em lagrimas ali, uma lagrima escorreu pelo meu rosto.

Rapidamente eu a sequei e me aproximei da garota cuja vida foi arruinada por mim. Ajoelhei-me ao seu lado e ela me abraço chorando mais alto, sequei outra lagrima teimosa.

-Shhh... – Sussurrei, a balançando em um ritmo calmo. Eu podia ver todas as suas memorias e senti-las como se fosse parte de mim. – Ela te amou com todas as forças de seu ser e eu tenho certeza de que ela não iria querer vê-la assim.

Ela chorou em meu ombro por mais alguns instantes, até soluçar e dizer.

-Você tem que ir. – Fiquei tensa. – Eu sei o que é não ter uma família, mas você ainda tem a chance de viver sua mãe.

-Eu já disse que não é mais minha vida, eu a machucaria. – Murmurei com um suspiro, era difícil para mim. Eu sentia falta de Renné, ela era a minha mãe no final das contas.

-Olhe só, eu voltarei para Nova York e você ficará aqui com sua mãe, continuaremos nos ver quando pudermos, ok? Um ano, Bella, depois se você quiser sair, inventa que ganhou uma bolsa de intercambio ou algo assim. – Nessie me olhou suplicante.

Foi ali que entendi que ela queria. Não era só sobre mim, era sobre ela realizar seu desejo através de mim, Nessie daria tudo para ver sua família, eu tinha essa chance e ela não iria deixar que eu a deixasse passar.

Olhei para a lapide da família dela, Nessie olhou todos com dor, mas quando viu a da sua mãe, ela simplesmente não aguentou e começou a chorar. Lentamente comecei a acenar com a cabeça.

-Eu vou ficar.

Depois daquilo apareci na casa de Renné, ela havia ligado para o me mandado um e-mail como ultimo recurso para me fazer voltar. Ela me abraçou feliz, me senti desconfortável do começo ao fim, por que toda aquela casa foi vista por mim como humana.

Naquele momento eu não era mais humana. Era um monstro, sorri com a memoria.

Eu sofria mais do que deixei aparentar para todos ao meu redor, incluindo Nessie, aliais principalmente ela.

Quando cheguei a casa de Renné foi um choque atrás do outro, o cheiro de minha mãe era incrível, meu primeiro impulso foi ataca-la, foi horrível. Depois apareceu Phill, o marido dela!

Quando Renné perguntou onde eu estive todo aquele tempo, eu dei de ombros e fui vaga. Nos dias seguintes começou a piorar, ela queria que eu voltasse para a escola, mas eu me recusei e disse que estudar. Ela ficou assustada quando disse que não queria falar com nenhum amigo da escola, ou quando me recusava a sair com ela e o novo marido.

Phill era legal, de verdade, só que eu estava fechada ao mundo, na minha própria dor interior de ser um monstro. Ficar com Renné e ele me fez sentir remorso de matar humanos, realmente me fez sentir suja e tudo mais...

Então desliguei minha mente dessas emoções, eu me tornei incrivelmente venenosa. Sentia inveja da vida humana e feliz de Renné, no começo era só tristeza por ver sua felicidade depois que sai da sua vida, mas depois se tornou em raiva.

Eu comecei a ser a típica e difícil adolescente, fui tão afundo nisso que Renné não aguentou mais e desabafou com o marido. Eu fiquei em meu quarto a ouvindo chorar e dizer que não me conhecia mais, que eu havia me tornado um ser humano horrível e o quanto doía nela dizer aquilo.

No dia seguinte eu pedi para ir morar com Charlie.

Nessie ficou quieta quando eu disse que ia embora da casa de Renné. Ela havia sido pega de surpresa comigo no apartamento em Nova York.

-Bella?

-Eu fiz tudo errado. – Suspirei. – Ela se casou e construiu uma vida na qual eu não me encaixo. – Nessie se sentou ao meu lado. – Ela será mais feliz quando eu ficar longe.

Nessie me olhou por alguns instantes, então abaixou a cabeça.

-Sinto muito tê-la...

-Não é culpa sua. – Olhei tranquila. – Eu quis ir. – Respirei fundo. – Mas tem um porém, eu falei que iria para a casa do meu pai. Eu não quero a policia atrás de mim, então no próximo ano eu falsifico uma bolsa de intercambio. – Nessie me abraçou do nada.

Depois daquilo, eu vim para Forks e decidi ser mais cooperativa, fui para a escola, controlei minha língua e a pior parte, eu parei de desviar de minhas emoções e a enfrentei.

Sofri em silencio por cerca de duas semanas, até Charlie vir animado para casa e dizer que íamos fazer algo juntos. No começo fiquei receosa por que íamos para uma floresta, mas acabou que aquele foi o lugar que mais me senti livre.

E Charlie havia me levado para caçar.

Foi ali que comecei a mudar, eu comecei a ter uma nova perspectiva sobre tudo e aos poucos o remorso foi indo. Eu não poderia voltar e devolver a vida para aquelas pessoas, eu podia fazer algo em troca de tudo aquilo. Foi ai que eu comecei a matar estupradores, ocasionalmente eram pessoas inocentes, mas eu sabia que ficar remoendo não iria me trazer nada, era quem sou, não poderia mudar isso, apenas aceitar.

Durante o final do ano Nessie veio me visitar e ficou em nosso apartamento em Seattle.

-Eu vou ficar até me forma. – Nessie engasgou no copo de sangue, que te dei. Era realmente útil para nos deixar ativa, apesar de não nos satisfazer.

-Primeiro parou de roubar, agora isso? – Ela me olhou revoltada. – O que exatamente está fazendo lá?

-Vivendo como uma humana. – Suspirei me sentando na varanda. – Você saberá como me sinto quando estiver na faculdade e eu começar a roubar por nós.

-Mon Dieu... – Nessie murmurou. – Que porra! – Ela exclamou. – Ok, Bella, fique e seja feliz!

Eu sorri divertida para ela.

-Quem disse que te pedi permissão?

-Bella! – Nessie rosnou revoltada. – Irmãs, ok?

-Hey se acalme! – Eu rapidamente peguei meu presente de natal para ela. – Aqui, agora se acalme.

-Oh Bella! Não precisava. – Ela sorriu totalmente doce. Era incrível como era fácil suborna Nessie.

Desde então fiquei em Forks, e cá estou no meio de uma sala com vampiros. Vampiros que estão me olhando sem qualquer expressão.

-Ninguém mesmo? – Rose perguntou franzindo o cenho, ela parecia estar assombrosamente bonita.

-Quem mais?

-Não sei, seu pai, ou seu noivo. – Ela apontou para Edward.

Olhei para ele desinteressada.

-Não é como se nenhum dos dois não pudessem se cuidar. – Dei de ombros.

A única pessoa em quem eu realmente posso confiar é Nessie, o resto é resto. Quero dizer, tanto Edward quanto Charlie escondem coisas de mim, por que podem achar que é para o bem, ou para o bem deles. Eu confio neles, e até me importo, mas isso não significa que eu sou cega.

Na verdade, acho que Edward pode ser o mais próximo de total confiança depois de Nessie, nem meu pai chegou a esse ponto. Mas acho que dá pra entender pelo fato de Charlie esconder de mim toda a coisa de general durante minha vida toda. Nem mesmo quando ele contou sobre os Volturis, se deu ao trabalho de esclarecer seu papel dentro do clã.

De qualquer maneira, tem algo dentro de mim dizendo que Jane não se atreveria a fazer algo com meu pai, ou com Edward.

-Eu acho que gosto de você, Bella. – Jane me olhou divertida. – Então, voltando aos negócios...

-Espera. – Eu a cortei. – O que você quer de volta? Nada é de graça. – Ergui as sobrancelhas.

-Sua proteção seria o suficiente para mim. – Olhou para Edward. – Sei que da família Cullen não tem como ter proteção, já que os protege sobre o mesmo escudo. - Acrescentou dando de ombros.

-Tudo bem para mim. – Expandi meu escudo mental sobre ela, esse escudo era tão mais leve e fácil de manusear, poderia ignora-lo por horas e estaria ali exatamente do jeito que deixei.

Agora meu escudo físico era outra coisa, ele consumia minha energia para valer, todos eles, até mesmo o que parecia apenas uma parede. Na verdade, até o meu quarto escudo que absorve as coisas consome algo de mim, mas é bem menos que os outros.

Ao menos foi o que eu achei quando usei-o naquela vez que conheci o clã Romeno.

A porta da frente se abriu quando Jane ia começar a falar, todos nos viramos e vimos Seth entrar com Nicolas com varias sacolas. Franzi o cenho quando senti cheiro de carne crua nas sacolas.

-Espero que não se importe de usarmos a churrasqueira. – Seth pareceu meio constrangido.

-Ok... – Falei não acreditando naquilo. – De quem foi a ideia? – Perguntei quando eles iam saindo em direção ao meu quintal.

-Jake. – Seth respondeu, Nicolas apenas me deu sorriso divertido.

-O que está acontecendo? – Perguntei me sentando no sofá. – Quero dizer, algo está acontecendo, certo?

-Bem, nosso clã migrou para a cidade, para ter maior controle e os Volturis ficaram na nossa casa. – Casa? Aquilo era uma mansão!

-Onde vai ficar, Bella? – Jane perguntou. – Por que eu não quero ficar perto dos Volturis, então teremos que nos comunicar a distancia.

-Como assim? – Olhei-a confusa. Edward e Rose trocaram um olhar.

-Bella. – Rose se sentou ao meu lado. – Você e Edward estão noivos. – Olhou para meu anel. – Logo você será uma Cullen, porém, por agora ainda é filha do General Swan, dessa maneira uma Volturi.

-Você está entre os dois clãs, então tem que escolher com quem vai ficar. – Edward simplificou as coisas.

-Ah sim. – Acenei com a cabeça e depois olhei para os dois, eu não era a noiva dele, então logo era uma Voturi.

Mas eu não poderia entregar isso agora, meu pai mentiu para eles para que não fossem para cima de mim.

Droga! Ficar com um dos dois parecia ser errado. Eu não era uma Volturi, e nem uma Cullen, era só Bella a semi-demônio com uma conta de vários zeros na Suíça.

Hey, a Suíça!

Vou ser a Suíça!

Abri a boca enquanto a ideai se forma em minha mente, porém a companhia tocou. Edward olhou para a porta tenso de repente.

-O que foi? – Rose perguntou quando percebeu o jeito dele.

-Você pode atender Bella, mas aviso que não vai gostar. – Edward falou para mim.

Lá vem merda...

Rapidamente caminhei em direção a porta e a abri. Congelei no lugar ao ver quem estava ali.

Meu pai com uma expressão nada feliz e...

Minha avó.

-Isabella. – Ela cumprimentou friamente, então passou por mim.

Ergui as sobrancelhas com o abuso da mulher.

-Sinto muito. – Olhei para a porta, Charlie me olhava desgostoso, eu ainda estava com os olhos arregalados. – Não pude para-la.

-O que ela quer? – Perguntei fechando a porta.

-Ela quer discutir sobre o funeral de sua mãe. – Engasguei surpresa, me senti gelada por dentro. – Eu disse que você é a responsável.

-Pensei que você cuidaria disso. – Respondi em tom baixo.

-Faz parte da cultura bruxa o filho mais velho cuidar disso. – Charlie me explicou. – Além disso, Madeleine queria fazer o funeral enquanto você não estivesse aqui.

Ok, aquilo me atingiu.

-Ela oque? – Fechei os olhos tentando me controlar, eu queria fechar minhas mãos no pescoço branco da megera.

-Eu garanti que você iria fazer, talvez queira que você dê o controle disso para ela.

-Absolutamente não! Ela humilhou minha mãe, a chamou de nomes horríveis, acha que eu sou uma bastarda! Ela nem considera Renné sua filha!

-Eu sei, Bella. – Chalie colocou a mão em meu braço. – Por favor, só tome cuidado, Madeleine é uma bruxa poderosa, tente não perde a paciência.

-O que foi? – Nessie desceu as escadas me olhando confusa.

-Que bom está aqui, Rennesme. – Charlie pigarreou, acho que ele controlou o riso por causa do nome. – Mantenha sua mãe sobre controle.

-O que ta pegando? – Perguntou sorridente.

-A avó de Bella está aqui. – Charlie respondeu por mim, Nessie me encarou perdendo o sorriso.

-Ok, vamos lá. – Ela agarrou meu braço. Meudomvemacalharnumahoradessas.

Entrei na sala e me sentei, Rose tinha tido o tato de tirar o sangue dali e agora ela e Jane estavam sentadas um do lado da outras, parecia duas irmãs loiras e bonitas. Edward estava em algum lugar na cozinha, sussurrando no telefone em tom extremamente baixo.

Logo que me sentei Nessie agarrou minha mão e Edward veio para o meu lado e casualmente jogou o braço pesadamente sobre mim. Os dois estavam me segurando no lugar, quão adorável é isso?

Charlie foi para o lado de Madeleine, os dois pareciam nada satisfeitos. Se encararam venenosamente, ela com o queixo empinado e ele com um olhar congelante.

Euodeioela,masameiovestido! Lancei um olhar de aviso Nessie e depois me virei para minha avó.

-O que quer? – Perguntei mecanicamente enquanto cruzando as pernas.

-Quero saber o que pretende fazer sobre o corpo de mina filha. – Ok, isso foi direto.

-Pretendo dar um funeral para as pessoas se despedirem dela de forma simbólica. – Respondi um tanto nervosa, eu não fazia ideia do que fazer.

-E? – Ela ergueu as sobrancelhas.

-Me desculpe?

-Há todo um ritual na família de sua mãe, naturalmente você não faz idéia já que nãoéa sua família. – Ela tinha que assinalar que eu não sou considerada família. – Por isso, eu quero que me dê o controle sobre o funeral.

Bruaca! Nessie pensou no mesmo instante.

-Por que se importa? – Perguntei ressentida.

-Ela é minha filha.

-Não foi o que disse antes pelo o que me lembro. – Recrutei amargamente.

-Com a morte vem o perdão, talvez isso aconteça com você.

A pior parte é que é verdade: É só morrer que a pessoa vira santo, Bella, quando isso acontecer com a gente, por favor, me mate novamente. Eu não quero virar santa e nem que as pessoas tenham pena de mim.

Nessie poderia ir se matar agora mesmo. Apertei a mão dela com força, ela prendeu a respiração.

-Você vai me dar o seu perdão por que eu nasci? – Perguntei sarcástica. – Muito obrigada, mas eu dispenso.

-Como disse antes, isso era apenas um talvez.

Ahvaitomarbemnomeiodoolhodoseucú! Nessie xingou na hora, quase ri.

-Me dê um bom motivo para deixa-la fazer o funeral. – Sua raiva foi visível naquele instante.

-Ela é minha filha, eu devo faze-lo. – Cuspiu com os olhos em chama.

-Pelo o que eu entendi, na sua cultura a filha mais velha deve fazer o funeral. – Recrutei sarcástica.

-Você não é uma bruxa.

-Tem razão, sou um demônio. – Recrutei no mesmo instante, ela se calou. Toma essa, vadia! – Mas minha mãe era dessa religião, portanto cabe a mim...

-Isso vale para a família legitima! Você não é da família, não é uma bruxa!

-O que isso supostamente quer dizer? Eu sou filha dela, ou seja, sua neta, aceite isso!

-Não, você não é minha neta.

-Por quê você continua dizendo isso? – Perguntei em impaciente.

-Por que é filha dele! – Apontou para Charlie, um silêncio tenso caiu na sala. Como assim? – Renné era suposta para casar com um bom homem, mas ela fugiu e casou com ele, negou seu próprio sangue, logo seu fruto é a traição em si! É isso o que você é Isabella, o fruto da traição de sua mãe! É apenas a prova viva da vergonha dela.

Rosnei baixinho sem me mover, afundei as unhas no estofado e na mão de Nessie. Madeleine se mostrou um pouco surpresa ao ver meus olhos mudando de cor.

-Você passou dos limites. – Charlie a olhou furioso. – Tire-a daqui, Edward, antes que perca o controle completo. – Olhou para mim.

-Venha Bella. – Edward sussurrou tentando me puxar pelo braço.

-Tire as mãos de mim. – Pedi baixinho, nenhum dos dois se mexeram.

Mãe, vamos, não vale a pena. Nessie pediu nervosamente.

-Ela não pode comigo, Charlie, é apenas uma criança. – Olhei para ela

-O que dizer com eu não posso com você? – Rosnei baixinho, meus dentes afiadosestavam totalmente trincados, e eu sentia minhas mãos encurvadas, prontas para agarrar o pescoçinho dela e quebrar como se fosse um graveto qualquer.

Isso seria delicioso!

Ela me olhou e de repente eu senti algo queimar dentro de mim, suspirei arregalando os olhos. Um outro rosnado foi ouvido na sala, Jane havia se erguido assim como Edward. Mas eu não consegui prestar muita atenção, eu não conseguia respirar, queimava demais.

Mãe! BELLA!Ouvi a voz de Nessie gritar em minha mente.

Então tudo parou, eu estava no chão com algo escorrendo pelo meu rosto. Limpei rapidamente e vi que era sangue, tinha sangue saindo do meu nariz.

-Você não tem os poderes dela. – Madeleine murmurou satisfeita. – Mas uma prova de que não é a filha legitima dela perante nossas leis, você não é a herdeira dela.

-Você não tinha direito de fazer isso. – Charlie parecia furioso. – Você poderia mata-la!

-Eu não me atreveria, não quero uma guerra com vampiros, não de novo. – Ergueu as sobrancelhas para Edward.

Eles começaram a discutir, eu ignorei por que o que ela me disse me fez lembrar de uma coisa:

Eu tinha recebido uma carta, foi no dia em que fui pega pelos lobisomens. Por algum motivo eu resolvi olhar o correio e tinha correspondência para mim, provavelmente, ninguém pensou em verificar.

Era uma carta do advogado de Renné, ela havia me deixado a casa, um pouco de dinheiro e um cofre no banco de Phoenix.

O que era engraçado, por que nunca a vi falar de um advogado. Renné era uma pessoa completamente adepta a natureza, era difícil imagina-la em um escritório falando com um advogado.

Dei um sorriso lembrando das aventuras que ela me fez passar.

Foram aulas ballet, piano, natação, pintura, teatro... E eu desisti de todas elas, então Renné resolveu me fazer acompanha-la em seu estilo de vida. Com o tempo eu passei a cozinhar e ler, Renné aceitou isso perfeitamente, não sem me ensinar a mexer no jardim e falar sobre as propriedades de cada planta.

Parando para pensar, isso era realmente coisa de bruxa.

Olhei para o meu pulso, a própria tatuagem de fênix era por causa dela. Renné havia me contado a lenda.

Era um pássaro de anormal força que renascia de suas cinzas. Renné adorava contar que era uma metáfora para a humanidade, que todos devíamos nos reergue de nossas cinzas.

Quando eu vi a tatuagem na loja, soube imediatamente minha escolha. Na época eu achei que havia renascido no momento em que acordei na poça de sangue na casa de Irina. Mas agora, eu vejo que aquele foi apenas o inicio de meu renascimento, acho que agora eu entendo o que realmente significa a fênix em meu pulso.

-Bella? – Ouvi a voz de Nessie, olhei para cima, todos me encaravam.

A garota no chão com sangue e lagrimas no rosto deve ter chamado a atenção de todos quando começou a sorrir.

O sentimento que me veio quando vi o desenho na loja de tatuagem voltou, e de repente, eu sabia o que faria em relação a Renné.

Ela iria gostar, eu tinha certeza.

Me ergui e caminhei em direção a Madeleine nem me preocupei em limpar meu rosto. Olhei para o meu pai, funguei e falei com toda a minha dignidade:

- Charlie, quero que creme o corpo de Renné. – Madeleine me olhou horrorizada. – Metade das cinzas ficará comigo e outra ficara com essa senhora. – Olhei para minha avó. – Faremos um funeral em penhasco de La Push, com todos os familiares dela, será ao por do sol, a hora favorita de Renné.

-Eu cuidarei disso, minha filha. – Charlie me olhou com um pequeno sorriso que me deu mais conforto do que qualquer abraço daria.

Um bolo se formou em minha garganta, eu queria fugir e ignorar que eu falava do funeral de minha mãe. Eu realmente queria que ela estivesse viva.

Droga! Se foque em manter isso para dentro, Bella, não é hora de ser um bebê chorão, o chuveiro existe por um motivo.

-Renné gostava do nascer do sol. – Madeleine cruzou os braços erguendo as sobrancelhas.

-O tempo modifica as pessoas, você deve sabe disso melhor do que ninguém. – Recrutei a olhando resignada, ela nunca iria gostar de mim, me conformei com isso a anos atrás. – Agora, tenha a gentileza de sair da minha casa. – Madeleine me olhou de cima a abaixo.

Vi algo nos olhos dela, foi rápido e eu não consegui identificar. Mas eu não precisei pensar muito para entender que ela deveria estar tão quebrada quanto eu por dentro, por que assim como eu perdi minha mãe, ela perdeu a filha dela.

E sei que se Rennesme morresse, eu ficaria realmente perdida. Quando ela foi atingida hoje, eu experimentei um nível de desespero muito parecido com o que senti quando soube de minha mãe. Odeio Madeleine, mas sei que ela sente o mesmo que senti naquela hora.

Por isso metade das cinzas de Renné ficaram com ela.

Ela acenou com a cabeça e foi embora, deixando a sala em perfeito silêncio.

-Para mim ela foi mal comida e tenho dito. – Nessie cortou o silencio da sala, não pude controlar a risada que veio.

-Bem, vamos? – Charlie me olhou e eu franzi o cenho.

-O que? Eu pensei que ia dormi aqui. – Eu meio que sentia falta daquele lugar. O pessoal até que tinha feito um bom trabalho arrumando a casa depois daquele luta toda.

-Não podemos ficar. – Charlie me puxou para o canto, nos isolei em todos os sentidos possíveis. – Os Cullen's cederam a propriedade para os Volturis e assumiram o controle da cidade. Dessa forma os clãs não se entrosam muito.

-O que a de mal nisso? – Fiquei curiosa.

-Se algum dia os clãs entrarem em guerra os membros poderiam ter piedade e isso não é vantajoso.

-Acha isso possível?

-Não agora, mas eles vivem para sempre, então "nunca" é uma palavra que não existe no vocabulário deles. – Charlie deu de ombros. – Então vamos?

-Eu tenho que ir?

-Bem, aos olhos de todos você vai se casar com o Cullen ali, mas a verdade é que você é minha jurisdição e ele não tem nenhum dever com você.

-Mas essa é nossa casa.

-Política é política, Bella.

-Com licença. – Olhamos para Rose. – Alice havia previsto isso. – Acrescentou ao ver nosso olhar, então ela sabia minha decisão. – Se Bella for com você, Charlie, vão presumir que ela não vai casar com Edward. Juntando isso ao fato de termos nos separados dos Volturis estrategicamente... Bem, os membros vão ficar um pouco desencorajados, por acharem que estamos nos ressentindo uns com os outros.

-Tem razão Rose, mas uma coisa é todos ficarmos em uma casa, outra é ela ir para a casa de vampiros que ela mal conhece.

-Mal conhece? – Rose pareceu ofendida.

-Sete meses na escola não constrói tanta confiança quando se mente um para o outro. – Charlie respondeu erguendo as sobrancelhas.

-Então, deixemos Bella escolher. – Os dois me olharam. – Então, Bella, com quem vai ficar? Volturis ou Cullen?

Olhei para os dois refletindo sobre o assunto, eu realmente não tinha vontade de ser a filha do general ou a futura esposa de Edward.

Acho que ficar na cidade é mais vantajoso, afinal o perigo ronda todos os lados. Além do mais as aulas voltaram... Quando as aulas voltam? Nem sei quanto tempo se passou!

Olhei para a sala, Nessie e Jane conversavam tranqüilas no sofá e Edward se encontrava na porta do corredor falando ao telefone. Lá fora, eu podia ouvir Seth e Nicolas preparando a carne e conversando sobre a diferença entre suas raças.

-Nenhum dos dois. – Respondi imediatamente, Rose ergueu uma sobrancelha e Charlie pareceu incrédulo. – Eu vou ficar aqui em casa, na mais perfeita paz possível. – Frisei a ultima palavra.

-Me dê um motivo para deixa-la fazer tal loucura? – Charlie cruzou os braços.

-Bem, eu não tenho nada a ver com nenhum dos clãs, nem sabia da existência deles até um mês atrás... – Fiz uma pausa. – Se passou um mês certo?

-Não, foi mais de um mês atrás. – Rose recrutou.

-Então, eu estou presa na burocracia, senhor general, e sabe bem disso. Além do mais, sou amiga dos Cullen. – Tão amiga que até transei com um deles, pensei.

-Eu não vou deixa-la ficar sozinha.

-Então deixe que o bando de Jake fique aqui. – Recrutei maquinando. Nessie provavelmente iria adorar aquilo.

-O bando de Jake o abandonou, agora são apenas é Leah e Seth. – Charlie me informou.

-Sério? – Credo, não sabem mais o que significa lealdade por aqui.

-Os membros saíram para se juntar ao bando de Sam, algo sobre Jake leva-los a morte para proteger Nessie. Apenas Leah e Seth ficaram e se provaram leais.

-Pelo o que sei, Seth adora uma aventura e Leah só não quer ficar sobre o comando do seu ex-namorado: Sam. – Rose olhou para Charlie de lado. – Além do mais Jane ficará com ela.

-Então? Estamos perfeitamente seguros aqui, além do mais poderei averiguar os demônios na cidade. – Olhei para Charlie esperando a opinião dele.

Na verdade não faria diferença se ele falasse para eu ir para os Volturis. Eu ia ficar na minha casa e ninguém iria me impedir disso.

-Não espere que eu esteja satisfeito com essa situação. – Charlie bufou para mim. –Quero que me prometa que não irá se entregar para os lobisomens.

-Eu não vou fazer isso de novo. – Revirei os olhos.

-Não confio em você, querida, então me dê sua palavra. – Olhei incrédula para Charlie.

-Eu dou minha palavra que não irei me entregar para o inimigo. – Disse em tom entediado, enquanto ergui minha mão direita.

-Se você fizer algo assim de novo, eu irei apoiar a ideia de Carlisle, e você ficará presa no subterrâneo até tudo isso acabar. – Pensei em recrutar, mas o olhar de Charlie me parou.

Aquele ali não era meu pai tímido com quem não falava a anos, ali estava o general Volturi totalmente fodão. Suspirei e puxei meu escudo.

– Então, eu vou ficar aqui em casa. – Falei para as duas na sala, Edward se virou para mim e até Seth e Nicolas entraram na casa. – Meu pai designou o bando de Jake para ficar aqui conosco. – Nessie sorriu sarcástica. – Jane, você obviamente ficara aqui e Nicolas... – Ele abriu um sorriso sincero, eu não pude evitar de sorrir de volta. – Você é bem vindo aqui.

Depois disso todos saíram, Jane foi caçar e pegar mais bolsas de sangue, Edward e Rose foram cuidar de seus negócios, Seth foi atrás de seu bando e Nicolas foi o único que ficou. Eu até gostava dele, ele sempre parecia trazer um calor amigável ao seu redor. Apesar disso, não pude deixar de desconfiar dele, porém, Nessie confiava um pouco nele, e ela conseguia ser mais desconfiada do que eu.

Eu estava na cama lendo um livro qualquer quando Nessie invadiu o quarto e pulou a meu lado.

-Você deu uma olhada no quadro?

-Encarreguei alguém de compra-lo, mas não vejo como isso nos junta a fonte do detetive. – Recrutei.

-Só fiquei curiosa para saber o por que da fonte dele ter acrescentado esse quadro, quem sabe esteja encobrindo seu próprio crime.

-Não me parece ter nada demais, é literalmente um quadro sobre um tumulo na neve. – Fiz uma careta.

-Mas o que é interessante é saber a historia por trás disso. – Nessie me olhou espertamente.

-Bem, boa sorte com isso, eu tenho algumas para fazer.

-Tem a ver com seu casamento? – Sorri para Nessie, eu não gostava de mentir para ela.

-Eu não vou me casar por enquanto. – Suspirei, aquilo não era mentira, eu não ia me casar mesmo. – Tem a ver com minha mãe. – O sorriso dela se apagou.

-O que foi? – Peguei a carta que me enviaram e dei para ela.

-Você tem que pegar sua herança – Nessie me olhou curiosa.

-Eu sei o que tenho que fazer e irei faze-lo em breve. – Engoli a seco. – O funeral dela será daqui uns dias.

-Eu achei um gesto muito bonito o seu. – Ela me olhou um tanto emocionada. – Eu não fui ao funeral de meus pais. – Passei meu braço por seus ombros.

-É tudo tão oficial agora. – Comentei em tom baixo, enquanto sentia algumas lagrimas se acumulando nos olhos.

-Ah Bella, eu gostaria poder falar algo para fazê-la se sentir melhor...

-Eu sei. – Respondi fungando. – Eu me sinto meio ridícula chorando agora. – Tentei dar uma risada.

-Não é ridículo. – Eu a olhei e percebi que estava quase chorando. – É a prova viva que ainda há alguma humanidade dentro de nós. – Ela deu uma risada chorosa. – Deus sabe que eu enlouqueceria se essa parte não aparecesse de vez em quando.

-Quando você me disse que ela morreu... Eu não soube o que sentir. – Respirei fundo contra seu ombro. – Acho que eu não acreditei, quando a ficha realmente caiu, chorei feito um bebê. Mas agora tudo voltou e eu me sinto ainda pior.

-Eu sei, senti isso quando vi o tumulo de meus pais.

-Como você conseguiu? Quero dizer, ela me criou, Nessie, tudo o que sou é por causa dela. – Suspirei sentindo as lagrimas rolarem. - Eu nem sequer pude dizer que sentia muito por tudo o que aconteceu.

-Sabe o que eu sei? – Neguei com a cabeça. – Ela te amou com todas as forças de seu ser e eu tenho certeza de que ela não iria querer vê-la assim. – Ergui meus olhos para ela.

-Eu te disse isso naquele dia. – Minha voz saiu quebrada.

-E eu as repito por que me ajudou. – Nessie secou as lagrimas que insistiam em cair em seu rosto. – Dói, Bella, eu só agüentei por que você estava lá dizendo que tudo ia melhorar.

-Você estava lá por que eu a fiz assim.

-E eu te agradeço. – Ela me cortou. - Você, no final das contas, me salvou.

-Eu a tornei um monstro. – Recrutei murmurando, já havíamos discutido aquilo antes.

-Vou ignorar sua ultima fala. – Nessie se levantou e puxou minhas cobertas. – Agora dorme, ok? Você está precisando, ter olheiras não deixa ninguém bonita.

-Você já olhou para os vampiros? – Recrutei sorrindo fracamente.

-Toda regra tem exceção! - Nessie exclamou se levantando. – Oh mama, bonnenuit. – Ela me deu um sorriso e saiu do quarto.

Olhei para o teto e fechei os olhos, desejando ter um sono sem sonhos.

Emmett P.O.V

O bicho ta pegando!

-COMO ASSIM ELE É O DEMONIO QUE TE POSSSUIU? – Jasper todo furioso é algo raro, é por isso que em vez de para-lo estou filmando com celular.

-Eu precisava falar com ele sozinha. – Alice olhou um pouco abalada para Carlisle. – Ele me reconheceu e descreveu algumas coisas e detalhes mínimos, é ele mesmo.

-Como pode me esconder algo assim?- Jasper rosnou para Carlisle.

-Acalme-se Jasper.

-Como vou me acalmar? Ele destruiu a vida de Alice!

-CHEGA! – Alice berrou. – Ele não destruiu minha vida, quem fez isso foi os malditos padres, os quais eu matei a bastante tempo atrás. O demônio me usou! Esse fato me enfurece e me enoja, porém tudo isso acabou a muito tempo atrás. – Ela fez uma pausa um tanto dramática. – Graças a você. – Revirei os olhos com a reação emocionado do bunda mole do Jasper.

-Mas...

-Ele falou que eu sei o porquê dele estar ali. – Alice cortou-o se dirigindo a Carlisle e Esme. – Aquilo que eu ouvi na minha visão deve ter algo a ver com isso.

-A que você ditou a profecia deles? – Esme perguntou erguendo a sobrancelha. – O que significa aquilo de qualquer maneira? – Todos olharam para Carlisle.

-Há muito tempo atrás os demônios foram atingidos por uma magia tão forte que enfraqueceu toda sua raça. – Carlisle começou o discurso histórico. – O líder deles foi aprisionado, de tal maneira que não poderia voltar.

-O diabo está preso? – Ergui a sobrancelha.

-Ele governa lá embaixo e tem um subordinado aqui em cima, esse subordinado é o prisioneiro do feitiço. – Carlisle respondeu. – Desde então, os demônios tentam traze-lo de volta. A ultima tentativa foi duzentos anos atrás, quando nosso clã foi criado, por isso eu achava que o demônio de Alice era o mesmo de James. Ele se comportou da mesma maneira que Alice, na época.

Carlisle havia ficado de olho nos demônios da época, Alice foi um dos alvos, quando ela se transformou em vampira, graças a Jasper, o líder Cullen simplesmente continuou observando os outros. Alice apenas veio a ele por causa disso e trouxe Jasper a tiracolo.

-Então estão tentando reergue o líder deles para terem o controle do mundo novamente? – Perguntei já entendo tudo.

-Sim, e eles só tentam a cada tantos anos por que existe as exigências do feitiço.

-Que são? – Jasper perguntou depois de um tempo.

-Uma bruxa que seria capaz de fazer o feitiço, um sacrifício de um ser vivo e o escolhido para ser possuído. Esse escolhido tem algo que faz com que só ele seja especial. – Carlisle se ajeitou na cadeira. – O que é eu não faço idéia, mas pelo o que Alice falou dos pensamentos da pessoa, o escolhido estará pronto no final do inverno.

-Isso seria no ano que vem. – Alice refletiu. – O que acontece se conseguirem?

-E esse escolhido será possuído e então liderará os demônios ou apenas será um caminho? – Esme perguntou pensativa.

-Eu não faço idéia, querida, isso nunca aconteceu. – Carlisle suspirou respondendo as perguntas.

-Bem, eu tenho uma teoria. – Todos olharam para a porta, Rose e Edward haviam chegado e pra variar o ruivo já dava uma de sabichão. – Alguém terá chegado no auge de sua forma, ou seja, seus dezoito anos, em algum momento no final do inverno quando ele irá fazer aniversario, ou seja fevereiro. Então no ano que vem, na primeira lua cheia de março o ritual será feito.

-Mas haverá um sacrifício, esse individuo deve ter dons por isso seu sangue será tão poderoso. O auge do poder se refere a essa pessoa, ao sacrifício não aquele que será possuído ou algo assim. – Jasper ergueu as sobrancelhas.

-Jaspe, não se esqueça que eu leio mentes a bastante tempo e sei que bem como os pensamentos podem ser apenas fragmentos rápido e incompletos. Alice pode ter se referido ao sacrifício, ao tal escolhido, ou até a bruxa que realizará o ritual.

-Entendo sua teoria, Edward, você acha que Bella...? – Esme perguntou, Edward olhou para ela e depois para Carlisle.

-Ela não é uma bruxa, não pode ser possuída por um demônio e seu aniversario é em setembro. Bella é apenas uma distração e um modo de vingança por ter matado um demônio e ter assumido a forma de um.

-Você deve interrogar James depois. – Carlisle ordenou a Edward. – Agora... É bom vê-lo de novo, Edward. – Ele sorriu saindo a postura alfa.

-Sim, sentimos sua falta, pensamos até em nos sentar no sofá, comer sorvete de sangue e chorar veneno enquanto assistíamos X-men pensando em você toda vez que Jean aparecesse. – Falei irônico, Edward sorriu falsamente para mim.

-Sei que posso contar com suas lagrimas em meu funeral, Emmett. – Recrutou.

-Sempre, irmão. – Bati no peito no meu momento mais másculo possível.

-Vocês são dois imbecis. – Esme exclamou indo em direção a Edward. – Agora me de um abraço! – Ela apertou o pobre Edward entre seus braços.

-Vem aqui loira. – Bati em minhas pernas, Rose me olhou de lado.

-Isso é jeito de me chamar, Emmett? – Fez uma carranca adorável para mim.

-Deixe disso! – Exclamei de volta, ela passou por mim e me deu um tapa na cabeça. Sorri por que eu sabia que ela estava dizendo eu te amo.

Ao menos era o que eu achava.

-Então se divertiu Edward? Alice disse que Bella é uma caixa de surpresas. – Jasper comentou, Edward o olhou estranho.

-Caixa de surpresas... Boa forma de colocar. – Edward deu de ombros com Esme ainda pendurada nele.

-Excelente forma. – Alice riu. – Você nunca vai saber o que ela foi fazer com todo aquele dinheiro, nem tente me pergunta. – Acrescentou para Edward, que apenas estreitou os olhos.

-Então, Bella já foi com Charlie? – Perguntei desviando do assunto, Alice ergueu os olhos para Rose e Edward.

-Não falou a eles? - Rose a olhou incrédula, ela estava sentada na mesa da sala com as pernas provocativamente fechadas para mim.

-Tenho que permiti que nossa família fique surpresa de vez em quando. – Alice deu de ombros.

-O que foi? – Perguntei estreitando os olhos.

-Ela é meio que vai ficar na cidade, sendo neutra... – Edward pigarreou e todos o olharam intrigados, quer dizer, todos menos minha loira fenomenal.

Ariadne P.O.V

Olhei ao redor do jardim da casa de campo que fica a alguns quilômetros de Londres. Os Hughes haviam aceitado seus parentes de volta com os braços abertos. O patriarca da família se aproximou de mim e parou ao meu lado na varanda, observando seus netos brincarem com ela.

-Obrigado por traze-los de volta. – Ele falou olhando para frente. Ele era um ladrão esperto, seus dons sem duvida o ajudavam, mas sua esperteza era o que fazia dele o melhor do mundo. – Eles não pararam de falar sobre a tia deles. – Apontou para a morena sorridente.

-Layla e Peter estiveram em boas mãos no outro continente, mas o pai não prestava.

-Ele os usou não? – Perguntou com fria calma.

-Sim, os forçou a ter suas visões, por isso podem ver com tanta clareza.

-Coron nunca foi exatamente um bom homem, não me surpreendo. – Suspirou. – Ao menos Mary, minha adorável filha, me deixou dois presentes. – Deu um sorriso triste.

-Ninguém sabe que eles estão com o senhor, nem sequer sabem que de sua existência, Richard Hughes.

-Ah sim... – Ele murmurou reflexivo, ele devia ter cinquenta e pouco, mas havia envelhecido muito bem. - Charlie foi gentil em se certifica de deixa-los comigo. A filha dele tem minha gratidão eterna. – Disse olhando as

crianças correndo.

-A filha dele é uma ladra. – Ele me olhou por um instante.

-Quem?

-Anna Preston, é familiar? – Ele ergueu as sobrancelhas.

-Eu ouvi falar, extremamente discreta, ainda não existe retrato dela. – Ele disse pensativo. – Tem uma parceira, certo? Ninguém pode roubar quadros sem ter um grupo, mas acho que em seu caso, ela só tem um, certo?

-Sim, ela tem só um: sua cria. – Obviamente Richard Hughes sabia o que Bella era, afinal ele tinha o mesmo dom de seus netos. – Como vai o leilão? – Perguntei com um sorriso.

-Eu tive que cancela-lo, meus netos eram mais importantes. – Olhei-o de lado.

-Poderia ter mandado alguém para representa-lo. – Estreitei os olhos.

-Você anda por esse planeta a quase três mil anos, sabe tão bem quanto eu que quando tiver que acontecer, acontecerá. – Ele olhou para as mãos. – Não importa o quanto você tente, destino é algo que não pode se lutar contra.

-Mas se pode adiar. – Ele me olhou, seus olhos incrivelmente azuis tinham uma intensidade incomum para um humano.

-Nada é pra sempre... – Ele me deu um sorriso. -... Dydime.


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Notas finais do capítulo

Geeente! Fiz ENEM, por isso dei essa longa pausa nas coisas.
Capitulo bombastico, só pra variar hihihi.
Eu espero que tenham gostado, foram 46 paginas suadas, minha gente!
Então, eu espero ter respondido algumas questões, aprofundei Nessie de uma forma que dá para todos entenderem por que ela não vai pra frente com Jacob. Não é putaria, é trauma.
Teve mais um julgamento! Yay! Adorei escrever esse, não foi tão engraçado quanto o de Nessie, mas foi chocante, não é mesmo?
Sobre o final, peço que todos prestem atenção no que ele chamou Ariadne, esse nome foi citado no final do capitulo anterior, no POV de Marcus.
...
Virão?
Chocaram?
Podem mandar ver!!
Até mais!
Maça ;*