POV BELLA

A mulher parecia uma copia da minha mãe, toda arrumadinha e cheia de educação, o tipo de pessoa que eu mais odeio. O homem até que era bonitinho, mas tinha idade para ser meu pai então não prestei muita atenção nele. Mas o garoto, tinha algo nele que me atraia, e não era apenas por causa da camiseta do Ozzy ou do all star surrado, que eu simplesmente amo. Tinha algo a mais nele, um olhar de mistério. Sem falar que ele era lindo, olhos verdes, cabelo cor de bronze, e ele era alto e forte, muito lindo.

Mas eu fingi que estava indiferente quanto aos três, fiquei brincando com o meu cabelo e olhando para qualquer lugar. Homens não gostam de mulheres que demonstram interesse logo de cara, pelo menos eu acho que é assim, não tenho muita experiência nessa área, mas foi o que me disseram.

“E esta é minha filha Isabella.” Eu só me toquei que minha mãe estava falando quando ouvi ela falar o meu nome, eu me irrite.

“Bella mãe! Só Bella.” Eu disse gesticulando e falando como se fosse obvio. O feitiço contra o feiticeiro.

A mulher e o homem riram, e o garoto me encarava com um sorriso leve, quase invisível. Se a mãe dele fosse uma copia da minha como eu imaginava, então ele me entenderia.

“Bella,” Disse minha mãe, com ênfase. “Estes são Esme e Carlisle Cullen e seu filho Edward.” Minha mãe tentava falar graciosamente, mas ela nunca conseguiria.

“Oi” Eu falei friamente, olhando para Esme e Carlisle por um curto tempo e depois para Edward, aonde demorei meu olhar. Mas então percebi minha mãe cutucando minhas costas. “Er... Prazer.” Eu fui obrigada, minha mãe me mataria.

Esme deu uma risadinha falsa, típico de minha mãe.

“Temos mais uma filha, mas ela esta na casa de uma amiga e não pode vir.” Esme falou com toda a graça possível, minha mãe provavelmente deve ter invejado isto.

Edward bufou com as palavras da mãe. Eu segurei uma risada.

Eles finalmente entraram na casa e minha mãe apresentou meu pai, Charlie, para eles. E então ela me mandou servir a comida. E eu, encarnando a filha prestativa, fui. Eu bem que podia deixar a lasanha cair e acabar com o jantar de todos, mas eu estaria de castigo até o fim da minha vida, ou melhor, até eu completar dezoito anos, por que eu sairia de casa e ia me mudar para algum lugar bem distante e nunca mais os veria de novo. Ia ser legal não ver minha mãe falando para eu ser delicada o tempo todo.

Mas tive uma surpresinha quando eu tirei a lasanha do forno, eu senti que tinha alguém me observando. Digamos que eu era boa com essas coisas, eu sempre sentia quando alguém estava me olhando ou então se aproximando de mim, acho que é instinto, sei la, só sei que vai ser muito útil quando um serial killer ou um estuprador tentarem me atacar pelas costas, eu saberei.

Então estupradores, serial killers e afins, cuidado comigo. Eu vou saber que você esta lá e vou chutar as suas bolas com toda a minha força até você ficar sem ar.

Não se preocupe, eu não sou sádica, só de vez em quando.

Mas voltando ao assunto, eu senti alguém me olhando pelas costas. Eu me virei e dei de cara com Edward, o filho da Esme chatinha.

Safado! Eu pensei, devia estar olhando para a minha bunda que eu sei!

Eu olhei para ele com uma cara de eu sei o que você fez no verão passado. Eu não sabia, é claro, mas eu podia imaginar, esse garoto estava olhando para minha bunda então é um safado, o que você acha que ele estaria fazendo no verão? Hein?!

Não vou nem responder todas as coisas que passaram pela minha cabeça. Alias, ainda é verão, ele podia ter feito isso hoje antes de vir para cá, que nojo!

O tal do Edward me olhou assustado, será que meu olhar foi muito exagerado?

“Olá” Ele disse na maior cara de pau. “Isabella não é?”

Se eu não estivesse segurando essa porcaria dessa lasanha eu ia dar um soco na cara daquele infeliz, eu já falei aquela hora na porta que é Bella porra!

“Bella, só Bella!” Eu falei nervosa, quase deixando a lasanha cair. “O que você quer garoto?” Eu falei estressada, se ele queria me provocar, estava conseguindo.

 Primeiro porque eu odeio que fiquem olhando pra minha bunda, mesmo se for um gatinho que nem o Edward, e segundo que eu odeio muito que me chamem de Isabella.

“Calma Bella!” Ele falou, dando ênfase no meu nome. Eu bufei, ele realmente quer que eu fique calma? “Eu só queria falar com você.”

“Desculpe, eu não falo com estranhos.” Eu disse, apesar de eu já estar falando com ele.

“Eu não sou estranho!” Ele falou. “Nossas mães se conhecem a anos sabe.”

Eu o encarei tipo, você ta zoando com a minha cara né?

“Ta bom e aonde eu e você entramos nessa historia?” Eu falei e fui até a porta da cozinha levar a lasanha para o povo comer, as lombrigas deles devem estar louquinhas.

Ele bufou e ficou na minha frente, não me deixando passar. Ogro!

“Da pra sair da frente? Se você não percebeu, eu tenho uma lasanha pra levar.” Eu falei irritada e me preparando para socar aquele garoto até a morte.

Depois da lasanha eu ainda teria que voltar para pegar o macarrão, a que ótimo. Já foi um parto pra pegar essa droga de lasanha e ainda vou ter que voltar.

“Você é difícil hein garota!” Ele falou irritado

“Olha aqui Edinho,” Eu fui falando na maior intimidade, quem me conhece sabe que um barraco esta próximo de explodir. “Quem você pensa que é pra falar assim de mim?”

“Alguém muito melhor que você, com certeza.” E então foi a gota d’água.

Eu peguei a travessa da lasanha e despejei seu conteúdo na cabeça dele. Ele fechou os olhos e ficou de boca aberta, como se não acreditasse no que estava acontecendo.

Pode acreditar querido, mexeu comigo se fode. E isso foi só uma provinha do que eu sou capaz.

“Você é LOUCA!” Ele gritou tipo, muito alto.

Minha mãe veio logo ver o que estava acontecendo, e bem, ela não ficou lá com o melhor dos ânimos quando me viu segurando uma travessa vazia e Edward Cullen sujo de molho dos pés a cabeça.

“ISABELLA SWAN!” Ouvi minha mãe gritar e não esperei ela terminar de falar.

Fui direto para o meu quarto, eu sabia exatamente o que ela iria falar, que eu deveria ir para o meu quarto imediatamente e que eu estava de castigo, e ah, que conversaríamos depois.

Ela sempre diz isso.

Então eu facilitei as coisas e fui direto para o meu quarto devorar uma barra de chocolate que eu tinha guardado. Toda aquela historia de lasanha havia me dado uma baita fome.

POV EDWARD

Aquela menina era louca, alguém deveria interna-lá! Agora eu estou aqui, tomando banho no chuveiro da casa dela. E me preparando para colocar uma roupa DO PAI DELA. Vou ficar parecendo tipo, super brega.

E ainda dava para escutar Renée pedindo desculpas para os meus pais, enquanto eles comiam o macarrão, o único jantar que restara.

Eu falei que havia perdido a fome, o que era verdade.

Assim que terminei o banho, me sequei e coloquei as roupas de Charlie, que ficaram super largas em mim, e horrorosas. Imagine eu usando uma camisa pólo larga e horrorosa, não é muito legal.

Depois de me vestir eu fui em direção ao quarto de Bella, você deve estar achando que sou masoquista, é, talvez eu seja mesmo.

Mas aquela garota tem algo que me atrai, e depois do negocio da lasanha ela me deixou com mais vontade ainda de ficar com ela.

Mesmo ela sendo louca, isso me deixava totalmente caído por ela. Devo ser outro louco também. Mas aquela garota era magneticamente feita pra mim, eu precisava dela.

Apesar de que, com essa roupinha ela não vai me querer nunca.

Bati na porta de seu quarto e ela gritou friamente para eu entrar, aposto que ela não sabe que sou eu, se não, duvido que me deixasse entrar. Tomara que não tenha nenhuma lasanha no quarto.

Eu entrei devagar e ela me olhou assustada.

“Eu não acredito.” Ela falou, guardando a barra de chocolate que estava em suas mãos. “Eu jogo uma lasanha na sua cabeça e você ainda tem a audácia de vir falar comigo?”

Aquele jeito de garota bravinha dela me deixava louco.

“Você quer sair comigo amanhã a noite?” Eu falei, tentando não parecer desesperado. Se ela recusasse eu insistiria até ela aceitar, eu iria sair com aquela garota, ah eu iria sim!

Mas ao invés de jogar algum objeto não identificado em mim, ela começou a rir, ou melhor, a gargalhar. Ela riu tanto que teve que segurar a sua barriga.

“Você me chamou de louca, mas olha quem esta falando agora.” Ela sorriu para mim, eu a olhei sem entender, ela achou que era uma piada?

“Eu estou falando serio, quero sair com você.” Ela me olhou incrédula, mas pareceu pensar um pouco.

“Bem, como você é insistente, eu vou te dar uma chance.” Eu me controlei para não comemorar, eu apenas sorri. “Mas se você vacilar, já sabe!”

“Eu sei, vou te levar a algum lugar onde não tenha lasanhas por perto.” Ela riu, e o sorriso dela era lindo. “Te pego aqui amanhã as oito.”

Ela concordou com a cabeça. Eu me virei para sair do quarto, mas escutei ela pronunciar meu nome, irresistivelmente. Me virei de volta.

“Talvez algum dia eu possa olhar para você e não querer te socar.” Ela falou, eu acredito que é um elogio. Então sorri e fui sair do quarto, mas novamente fui interrompido por ela.

“Ei Edward!” Ela falou e eu olhei para ela. “Nunca mais use as roupas de meu pai, te deixam muito feio.”

Eu sorri e sai do quarto, desta vez, sem interrupções.