POV Edward

“Edward, foco!” O treinador Yorkie gritava para mim.

Hoje eu estava meio distraído no treino de basquete, o que não deixou meu treinador feliz. Mas a lideres de torcida estavam treinando no ginásio, e cara, aquelas saias minúsculas e aqueles tops pequenininhos estavam me deixando louco. E foi graças a essas malditas lideres de torcida que eu errei três passes, perdi a bola quando fui quicá-la, e errei quase todas as cestas que tentei fazer.

Depois elas foram embora e não tinha mais nada para eu ver, então me concentrei mais no jogo e acertei mais cinco cestas, o treinador olhava bravo para mim, um carinha muito chato.

Ele vivia dizendo, foco Edward, você não pode se distrair com coisas que não sejam do jogo, olho na bola! E mais um monte de blábláblá.

Mas eu não estou nem ai eu sou muito melhor que qualquer deste time e vou provar isso, ah eu vou.

Eu acabei de me mudar para Los Angeles, faz apenas uma semana, mas já encontrei este time de basquete, é da escola aonde eu estudo, apesar de as aulas só começarem semana que vem, as aulas de esportes não entram em férias aqui, eles levam tudo isso muito a serio.

Mas por um lado é bom, eu gosto do basquete, me mantém ocupado quando eu estou morrendo de tédio.

Logo depois do treino, me encontrei com o treinador no vestiário. Ele não estava com uma cara muito boa, ótimo, lá vem bomba, pensei.

“Edward, eu sei que você é novo aqui e tal, mas quando você fez o teste para o time eu o deixei entrar porque você foi muito bem no teste, você deu um banho nos outros garotos que queriam entrar pro time.” Ele falou e eu sorri, eu estava me achando o  tal e meu ego talvez não coubesse nesse pequeno vestiário, mas e daí? Eu sou ótimo mesmo. “Mas o que aconteceu com aquele Edward do teste? Você hoje estava muito distraído Edward, e isso não é bom.”

“Tudo bem treinador, foi só hoje.” Ele franziu a sobrancelha, duvidando. “Eu prometo que não vou mais me distrair no jogo.”

“Acho bom mesmo.” Ele falou carrancudo, como sempre. Eu já tinha me acostumado com ele. “E eu vou mandar aquelas lideres mudarem o horário dos treinos, não foi só você que se distraiu.” Ele bufou.

Eu ri, mas fiz uma cara triste e ele me olhou irritado.

“Estou brincando.” Eu falei rindo. “Prometo que não vou perder o foco novamente.” Repeti.

Ele foi embora depois de se despedir e eu fui me vestir, coloquei uma calça jeans normal, uma blusa do guns e um all star preto de cano baixo todo velho e sujo, o pesadelo da minha mãe. Mas acredita que lá em Seattle me chamavam de emo por causa disso? Idiotas, burros e sem cultura, é isso o que eles são.

Peguei meu carro no estacionamento, um volvo prateado, minha maior paixão depois do basquete. Dirigi ao som de Cherry Bomb e I Love rock n’ roll, só deu tempo de ouvir essas duas musicas, pois minha casa era pertinho da escola.

Quando eu cheguei, encontrei uma Jane muito emburrada sentada no sofá da sala. A propósito, Jane é minha irmã mais nova.

“O que aconteceu chatinha?” Eu tinha o costume de chamá-la assim desde que éramos pequenos.

“Aquela professora tem titica na cabeça!” Ela praticamente berrou isso pra mim, ela se referia a professora de dança.

“E o que eu tenho a ver com isso?” Eu falei e já ia saindo, mas aquela garota irritante e tagarela não calou a boca e continuou falando e falando coisas que eu não estava nem ai.

“Ela não me escolheu para ser a Giselle! Eu não acredito, aquela professorinha é cega, como ela não vê que eu danço muito melhor do que aquela vadiazinha?” Ela falava indignada como se ela fosse a melhor bailarina do mundo. Ela nem era la essas coisas dançando não, era bem mais ou menos, não que eu ligue pra isso. “Ela me colocou como Giselle substituta, acredita? Que raiva”

“Eu te avisei que dança era perda de tempo!” Ela revirou os olhos, ela sabia em como eu era em relação a dança, uma total perda de tempo.

Eu sei que você deve estar pensando, se eu acho dança uma coisa extremamente ridícula, então porque eu estava babando por aquelas lideres de torcida dançando lá no ginásio? Simples, aquelas lideres de torcida podiam ficar paradas o tempo todo e eu estaria do mesmo jeito desde que elas usassem aquelas saias e tops. Me deixava louco.

“E como você seria Giselle se você é Jane?” Eu falei, curioso para ver o que ela ia responder, provavelmente ia me tacar pedras até eu chorar. Mas eu não choraria, que gay.

“Ah vai se foder!” Ela falou e subiu as escadas, eu estava me matando de tanto rir.

Uma hora depois mamãe apareceu toda emperiquitada no meu quarto, e eu me controlei para não rir, ela estava cheia de coisinhas que pareciam um rolinho na cabeça, bobs eu acho.

“Filho, vai se arrumar, você sabe que temos aquele jantar na casa de uma amiga minha hoje!” Ela falava enquanto colocava os brincos.

“Ta bom tanto faz, vou assim mesmo.” Eu falei e ela me olhou horrorizada.

“Mas não vai mesmo!” Dona Esme e seus ataques. “Edward Cullen, você deve estar fedendo e suado por causa do basquete, vai para o banho agora!” Ela gritou e saiu do meu quarto.

Eu como o bom filho que sou (Ah conta outra) fui tomar banho. Mas fui com uma roupa parecida, não sou fã de ficar todo arrumadinho não. Uma camiseta do Ozzy, uma calça jeans e o mesmo all star. Sai de casa indignado porque Jane não ia ao jantar, ela ia dormir na casa de uma amiga e não precisaria ir, mas eu era obrigado a ir! Fala sério.

Minha mãe foi o caminho todo no carro falando que eu nem parecia filho dela e que me vestia feito os mendigos. Se os mendigos fossem tão estilosos como eu quem sabe ganhassem mais esmola.

Ela não parava de falar que eu tinha que ser comportado, da postura, de usar os talheres para comer, mas o que ela pensa que eu sou, um troglodita?

Ela só pensa na imagem que ela vai passar para as amigas dela, pra ela eu provavelmente sou só um troféu para ela ficar exibindo para as amigas, e o meu pai também, coitado de Carlisle. Apesar de tudo o que ele sofre, ele se diverte com a Esme, e ele a ama.

Quando a dona Renée abriu a porta para nós, eu vi uma garota que deveria ser sua filha, brincando com as pontas do cabelo atrás da mãe, sem prestar muita atenção em nós. Ela usava uma roupa que a deixava mais linda do que ela já era. Aquela garota tinha estilo.

E quando ela começou a cantarolar Cherry bomb distraidamente, eu percebi que ela era perfeita.

Foi então que eu soube seu nome.