From The Inside escrita por lol_mandy_o_o


Capítulo 29
Ahn


Notas iniciais do capítulo

Galera, segundo a Shimiko seria melhor que ao inves de fazer ciclos eu fizesse uma hist separada(como segunda temp separada). O que acham que eu devia fazer @.@?



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Finalmente!

    As malditas três semanas passaram bem rápido, Luan foi liberado, mas, passou todos os dias ao meu lado. Ficávamos conversando até eu dormir.

    Exatamente agora eu estava recebendo alta e me arrumando pra sair, Noah e tio Daniel estavam cuidando de falar com o médico; Luan foi buscar minhas roupas e agora Claire estava bem ao meu lado me ajudando a descer da cama. Eu ainda estava toda dolorida, desci e senti uma dor mais forte na costela. Luan chegou com minha roupa preferida: uma calça jeans e uma blusa preta com uma caveira no meio.

    − Peguei sua preferida meu amor. − disse ele sorrindo.

    − Brigada.

    Eu e Claire fomos pro banheiro onde ela me ajudou a vestir a roupa. Claire estava grávida de um menino! Ela tinha descoberto isso há uma semana, Noah e ela queriam uma menina, mas, eu, tio Daniel e Luan queríamos um menino.

    Luan já estava sendo considerado um membro da família. Agora que eu estava saindo do hospital ele moraria lá em casa conosco. Como ele não tinha família mais, e conseqüentemente não tem uma casa. Ele iria morar lá, e eu estava tão feliz; seguindo meus planos ele dormiria no meu quarto. Será que iria rolar?

    − O Luan é de mais Mel, acho que se rolar você vai ficar bem feliz. − disse Claire ainda me ajudando.

    − Eu amo ele... Claire, cadê o John?

    − Ta morando na casa de uma amiga.

    − Ah...

    − Mellody não tava mais rolando nada entre vocês, o que te preocupa?

    − Ele estava estranho...

    − Olha esquece o John.

    Olhei nos olhos dela. Talvez realmente fosse o melhor a fazer.

    Terminei de me vestir e saí pulando e beijei Luan.

    − Uiiii to tão feliz!!!

    − Tem que tar né, ta finalmente saindo daqui. Mel o tio Daniel tava falando de a gente ir pro parque hoje de tarde, estamos todos de férias e você ta saindo daqui e ainda por cima o filho da Claire é um menino. Quer ir?

    − Ahn... sim.

    − Vô lá falar com ele.

    Então Luan saiu e foi falar com tio Daniel; Claire me olhou feliz.

    − Eu não queria um menino, mas já que é me sugira um nome!

    − Ahn... Eu adoro Justin, mas lembra Justin Biba; também gosto de Edward, mas lembra Edward borboleta de Crepúsculo. Que tal Jared?

    − Jared?

    − É lindo.

    − Vou pensar. − disse ela pensativa e sorridente. − Eu já pensei em Junior, pois adoro Noah.

    − Que clichê.

    Ele me olhou fingindo estar triste, Claire era uma garota bem agradável.

    Saí do quarto e vi tio Daniel conversando com Noah e Luan. Abracei Noah que estava feliz por me ver bem, depois fui até tio Daniel que estava triste por algum motivo que eu não sabia.

    − Gente quando voltarmos para casa eu tenho que contar algo para vocês. Talvez vocês não gostem muito, mas, espero que entendam. Mas vamos logo pro parque.

    − Não vamos passar em casa? − perguntei.

    − Não, vamos logo.

    Então entramos todos no carro e tio Daniel foi dirigindo para o parque. Quando chegamos lá ele deixou Luan, Claire e eu no parque, e ele e Noah foram comprar lanches e guloseimas.

    Me deitei na grama, estava cansada. No parque havia várias árvores que floresciam nessa época; o resultado era surpreendente: O parque estava colorido com flores rosas, amarelas e brancas; a grama estava verde e as árvores não tinham folhas, deixando assim só o verde da grama chamar a atenção. Abelhas e pequenos insetinhos voadores ficavam pra lá e pra cá, o resultado era realmente lindo. Todo aquele cenário me dava paz; paz que eu não tinha a muito tempo, acho que era disso que eu estava precisando, só precisava de parar durante alguns instantes, parar e ver o mundo ao redor sem ter compromisso com nada nem ninguém. Minha vida andava muito turbulenta e estava realmente ficando muito estressada, uma hora ainda teria um ataque de nervos. Nos últimos tempos eu estava muito confusa com tudo, acho que estava precisando recomeçar, precisava deixar certas coisas no passado. Agora minha vida estava quase entrando nos eixos, e precisava disso. Sei que estou reprovada, mas, não to ligando muito.

    Desde que vim morar no Brasil tantas coisas aconteceram, estava muito feliz pelo fato de não ser mais discriminada na escola, mas aconteceu tanto... Foram mais coisas ruins do que boas; mas, eu precisava esquecer certas coisas.

    Do lado bom da minha vida a partir do momento que cheguei aqui o que se destacava era Tim, foi a criatura que eu mais amei em toda minha vida; mas do lado ruim o que se destaca foram as mortes. Esse não foi um ano em que eu tivesse tido muita sorte, na verdade acho que me dei bem mau.

    − Pensando no que meu amor? − Luan perguntou.

    − Vida.

    − Ahn...

    Fiquei em silencio, era tudo que eu queria.

    − Quem quer marshmallow?! − Noah perguntou interrompendo o silencio.

    − Eu!!! − todos nós gritamos felizes.

    Eu adoro marshmallows!!!

 

    Durante a tarde ficamos conversando e comendo, o lugar era maravilhoso e nos deixava bem animados. Fomos embora às sete da noite; quando chegamos em casa, tio Daniel mandou que todos nós nos sentássemos no sofá.

    − É o seguinte, vocês sabem que eu sou professor; antes de vir pra cá eu trabalhava em uma escola de grande nome e ganhava muito dinheiro. Com a casa eu gastei quase tudo, e estamos ficando literalmente sem dinheiro. Hoje de manhã um colega meu me ligou me fazendo uma proposta para trabalhar em uma escola em Brasília; e eu aceitei.

    Quando ele disse isso ficamos todos estáticos e em silencio absoluto; acho que nem ouvi uma respiração sequer.

    − Eu vou ter que ir pra lá. Vocês têm duas opções: Noah você tem idade pra começar a trabalhar, então trabalharia sustentaria sua irmã, sua esposa e Luan. Na segunda vocês viriam comigo para Brasília e construiriam a suas vidas lá. A decisão é de vocês.

   

    Ah, estava mais confusa ainda.

    Começar uma nova vida em outro lugar seria bem legal. Mas e o Phillipe? E o Matt? E a Melissa? E todos que eu conhecia aqui? Todas as pessoas? E Luan iria? E Noah e Claire...?

    − Amor se você for eu vou. − disse Luan.

    Tentei sorrir pra ele, mas acho que foi o sorriso mais falso da minha vida.

    − Eu não tenho como bancar sozinho a mim e a Claire. Se não se incomodar eu também vou. Claire? − disse Noah.

    − Pra onde você for eu vou. − ela disse sorrindo.

    − Mellody? − tio Daniel perguntou.

    Pensei... Eu tinha saída?

    − Eu... Vou.

 

    Subi para meu quarto e tirei a roupa, ia tomar banho. Ouvi duas batidinhas fracas na porta.

    − Quem é?

    − Sou eu amor.

    Enrolei-me na toalha.

    − Entra.

    Ele abriu a porta e levou um susto a me ver só de toalha.

    − Era pra eu ter entrado mesmo?

    − Sim. A gente se fala daqui a pouco, vou tomar banho.

    − Ok.

   

    Entrei no banheiro e tirei a toalha; abri o chuveiro e regulei até a água ficar quentinha; quando consegui chegar a temperatura certa me enfiei de baixo do chuveiro feliz. Água era uma das melhores coisas do mundo, quando ela caia pelo corpo parecia levar consigo toda a preocupação e nervosismo. Eu estava bem tensa e a água como de costume me ajudou a ficar mais relaxada.

    Ao fim do banho me enrolei na toalha e saí, Luan estava deitado na cama de olhos fechados. Quando me viu abriu os olhos.

    − Se você for idiota pode fechar os olhos enquanto me troco. Se for normal permaneça com eles abertos enquanto me troco e começamos a conversar. − esperei-o reagir, ele permaneceu de olhos abertos. − Ótimo. Então sobre o que quer falar? − perguntei tirando a toalha.

    Ele arregalou os olhos. − Ahn... é... Mel como... como acha que vai ser ir para Brasília?

    − Não sei, não sei nada de lá. Você ta fazendo isso porque quer ou porque quer ficar ao meu lado e vai me seguir pra onde for?

    − Ahn... Pelos dois. Porque quero estar com você, mas também porque se não for eu vou ir para um orfanato.

    Sorri para ele. Peguei a calcinha e vesti, ele ficou caladinho. Vesti minha camisola branca e me deitei ao lado dele.

    − Vai tomar banho! − disse pra ele. − Mas veste sua roupa no banheiro ok?

    Ele riu rapidamente.

    − Tudo bem.

    Ele pegou a toalha e foi para o banheiro. Fechei os olhos.

 

    − Amor acorda!

    Abri os olhos assustada, Luan me chama.

    − Ahn?

    − Acorda amor, a Claire ta passando mal, vamos ter que ir pro hospital.

    − Di novo?

    − Sim. A Claire ta sangrando, só que o sangue é marrom! O Noah e ela já foram à frente, tio Daniel ta aqui esperando. Vem?

    Me levantei e troquei a roupa, Luan nem se assustou.

    Saímos de carro em alta velocidade indo para o hospital. A Claire não podia perder esse bebê. Chegamos ao hospital e Noah estava chorando, Claire já havia sido atendida e eu me sentei do lado de Noah, ele ia precisar de todos nós agora. Já era tarde e o médico ainda não havia vindo dizer algo para nós; eu estava sentada no colo de Luan. Me arrumei melhor deitando no sofá da sala de espera, coloquei a cabeça no colo de Luan e fiquei olhando para Noah; ele estava vermelho de tanto chorar, estava muito abalado. Tio Daniel estava olhando o plano de saúde, ele estava usando isso com tanta freqüência. Um homem vestido de branco foi chegando à sala de espera; Noah se levantou assustado e eu me levantei lentamente, Luan se levantou me abraçando.

    − Quem é o pai mesmo? − o médico perguntou.

    − Eu! − Noah foi se aproximando.

    − Ela teve sorte, na verdade vocês tiveram muita sorte. Seu filho está salvo. − ele disse, Noah caiu chorando de felicidade. − Ele só está salvo porque vocês trouxeram-na rápido, com isso conseguimos salvar o bebê. Ela será liberada amanhã pela tarde.

    − Graças a Deus. − Noah chorava compulsivamente.

    Abracei-o, que susto nós levamos; mas ainda bem que tudo ficou bem.

 

    Chegamos em casa trazendo Claire que já estava bem. Andei tendo umas idéias durante a noite e sabia que ela não aceitaria a sugestão de nome que eu ia dar. Mas acho que era o mais prudente e bonito.

    − Claire? − chamei.

    − Sim, Mel.

    − Que tal se você o chamasse de Victorio ou Vitório?

    − NEM NO INFERNO MEU FILHO SE CHAMARÁ VICTORIO!!! − Noah gritou quase me engolindo.

    − Quer chamá-lo de Victoria? − disse sacaneando, Noah baixou a guarda ainda mais nervoso. − Victorio é um nome lindo tem haver com ele e ainda por cima ele não vai ser chamado de Jr.

    − É o nome daquele desgraçado!

    − DESGRAÇADO QUE DE QUALQUER FORMA É O PAI DESSE BEBÊ!!! E VOCÊ NÃO OUSE CHAMAR CARAS LEGAIS DE DESGRAÇADOS!!!

    Ele me olhou pasmo.

    − Não gosto de Victorio. − ele disse.

    − Ok. Dou minha opinião vocês não gostam, não dou minha opinião vocês não gostam.

    Fui para meu quarto, estava nervosa, muito nervosa. Não sei bem porque eu estava nervosa, só sei que estava; tudo tava estranho ao meu redor, mas que raiva!

    Caí na cama, que horror ficar nervosa me deixava cansada.

    − Amor, você ta bem?

    − To, só um pouco... Na verdade, estou muito cansada.

    Luan se deitou ao meu lado e me virou de frente para ele, ficou me olhando nos olhos; ele ficou em silencio percebendo que era disso que eu precisava; só o puro silêncio. Encostei minha cabeça sobre seu peitoral e fiquei quietinha; estava com calor, mas, queria estar o mais próxima o possível de Luan.

    Depois de um tempo Luan se levantou e começou a arrumar as roupas deixando tudo em seus certos lugares. Tio Daniel disse que nós iríamos viajar no sábado, estávamos na terça-feira; então como ele pediu, nós começamos a colocar as coisas bem arrumadinhas. Eu fui ajudar Luan e acabamos arrumando boa parte do que levaríamos.

    Eu tinha muitas roupas para arrumar, isso ia ser terrível. Nessa primeira arrumação só consegui colocar nas malas um terço das minhas roupas; e pra colocar esse um terço, precisei de quatro malas. Imaginem quanto pagaríamos para carregar todas as nossas malas.

    Ia ser difícil para mim abandonar aquele mundo; amanhã eu ligaria para todos meus amigos para marcar para nos encontrarmos. Acho que a pior coisa dessa nova mudança seria deixar esse mundo que conheci para trás. Aqui estavam as ultimas lembranças e Tim; estavam meus melhores amigos. Eu havia formado minha vida ali, imaginando que era aqui que passaria muitos anos; agora eu teria que abandonar mais uma vez a minha casa para seguir para outro mundo. Haviam tantas coisas que se eu pudesse eu faria antes de ir, coisas como aproveitar a praia que eu nem tinha ido desde que chegara lá. Devem estar me achando uma louca né? Quem vai ao Rio de Janeiro e não toma banho de mar? Bem, eu respondo: Uma louca. Era isso que eu era, uma louca de carteirinha.

    Depois de arrumar as malas fui para a cozinha arrumar algo para comer. Noah e Claire também estavam arrumando as malas por isso nem os vi; tio Daniel já estava dormindo, ele roncava como um porco com asma no quarto.

    Peguei um pão e cortei no meio, fui até a geladeira e peguei quatro fatias de mortadela, enfiei dentro do pão e me joguei no sofá ligando a TV na Record; tava passando Todo Mundo Odeia O Chris, eu adorava. Fiquei vendo até começar a droga do pica-pau. Vocês sabiam que eu odiava pica-pau?

    É, aquela criatura é do mau...

    − Mel, vamos pedir pizza? − Luan perguntou interrompendo meus pensamentos.

    − Ahn, sim!

    Me levantei e peguei a lista telefônica, dei o telefone pro próprio Luan ligar; não tava afim de ouvir a voz da atendente chata.

    A pizza chegou rapidinho, eu chamei todo mundo. Mas, tio Daniel continuou roncando; os outros vieram felizes atrás de roubar um pedaço da minha bela pizza (sim, eu tinha comprado com o dinheiro que vinha juntando).

    Depois de comer eu capotei, que dias chatos viriam pela frente.


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Notas finais do capítulo

reviews?



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