Underneath The Moonlight escrita por Mercy_Dawn
Notas iniciais do capítulo
Nota: Eu baseei o horário da Annie no meu próprio horário (Y). Estava sem imaginação para inventar um horário para ela, então eu o fiz com o papelzinho de minhas aulas do lado =P.
Nota +2: Desculpem-me a demora, eu escrevi, reescrevi e escrevi de novo este capítulo, apenas para deixá-lo perfeito.
Beijão e obrigada por acompanharem.
As aulas de Redação e Álgebra foram as piores, deixei que minha mente vagasse por elas, mas entre as duas, Álgebra foi a pior. Eu não entendo nada que tenha uma mínima relação com Matemática, para piorar ainda mais a minha situação, eu não gostei nem um pouco da professora, e para deixá-la insuportável, Gavril não tinha Álgebra comigo.
Fiz um biquinho, quando Gavril apontou-me aonde estava a sala de Álgebra.
- Você não tem esta aula comigo também? - eu perguntei, pude sentir minha voz ficando desanimada.
- Não - ele disse com um sorriso malicioso nos lábios.
Ele estava inclinado para mim, pude sentir seu cheiro de chocolate e ele estava com a mão sobre minha bochecha. Senti um forte impulso de aproximar-me mais e alcançar aquela linda boca fina. Quando dei por mim Gavril aproximava-se querendo beijar-me, imaginei, mas fomos interrompidos por um de seus amigos. Gavril voltou a endireitar-se e gesticulou para mim.
- Jason, esta é Annie. A aluna nova.
Jason estendeu a mão para mim, com um sorriso no rosto. Ele era muito magro, com cabelos lisos e negros que estavam presos em rabo-de-cavalo, seus olhos eram muito negros, olheiras pendiam sobre eles, mais profundas que as minhas, seus lábios eram finos e muito quentes quando entraram em contato com minha pele. Ele vestia preto dos pés à cabeça, assim como eu e Gavril, mas as roupas dele tinham muito mais correntes. Isso sem contar a corrente que saía de um piercing de sua orelha e ia até um piercing em sua boca.
- Prazer, Annie - sua voz era grossa e rouca ao mesmo tempo, podia ser produto de um monte de cigarros que deve ter fumado na vida.
Eu peguei a mão dele, mas ao invés dele cumprimenter-me com um aperto de mãos, ele fez o mesmo Gavril, pegou minha mão e encostou os lábios quentes em minha mão gélida, pude sentir o relevo da corrente quando ele fez isto.
- Prazer, Jason - tentei esconder a surpresa e deixar de encarar o monte de piercings e alargadores que tinha em sua orelha esquerda.
Depois das cortesias, Gavril indicou-me o lugar aonde seria minha aula de Álgebra e caminhei-me em direção à ela.
- Caaara - pude ouvir Jason falando com uma voz embriagada.
Não ouvi mais nada.
Entrei na sala de aula e só alguns alunos estavam dentro da sala de aula, enquanto a maioria estava fora. Sentei-me no lugar bem afastado e encostado em uma parede, e preparei-me para desligar-me.
A aula de Álgebra passou mais rápido do que eu pensava ser possível. Ela foi seguida pela aula de Química Atomística, que de longe foi a melhor até agora.
Para começar, Gavril tinha esta mesma aula comigo. Eu adorava Química Atomística e para deixá-la mais perfeita, eu, simplesmente, adorei a professora. Ela acabou mais rápido do que poderia ser possível, e dei um sorriso quando a professora nos liberou cinco minutos mais cedo.
Eu estava guardando as minhas coisas, quando vi uma mão imensa e pálida em cima de minha carteira, meus olhos subiram até que pararam no verde que, com brilho, tornava-se líquido.
- Então... - começou a dizer em sua voz incrivelmente rouca e linda - você tem alguém em mente, alguém com quem possa passar o recreio?
Eu sorri maliciosamente.
- Alguém tipo quem? Avril? - brinquei.
- É isso aí - o sorriso malicioso ainda em seus lábios.
- Não, por que?
- Eu queria que você passasse o recreio comigo - o sorriso dele aumentou.
Terminei de guardar as minhas coisas e levantei-me, apenas acenti com a cabeça, um sorriso muito malicioso e estranho a mim aparecendo em meus lábios, eu pude sentí-lo.
Gavril passou o braço direito em volta de meus dois ombro e sua mão direita estava apoiada em meu braço direito, pude sentir o olhar dos meus colegas que ainda estavam na sala, chocados, nem dei a mínima atenção à eles, agora eu olhava para um par de olhos verdes. O cheiro que vinha dele dominava-me, com certeza era de desodorante masculino, mas ele tinha um delicioso cheiro de chocolate, dava-me água na boca. Ele guiava-me discretamente pelos corredores, até que finalmente chegamos à cantina. Ela não tinha fila, a maioria dos aulnos ainda estavam em aula.
Gavril aproximou-se, comigo ainda em seu braço, da pequena bancada de mármore e sorriu.
- Rose! - gritou ele.
Uma moça bem pequena e gorda virou-se institivamente, ela tinha um bigode sobre os lábios finos, seus olhos eram negros, seu cabelo loiro artificial estava preso sobre uma redinha e uma maquiagem muito forte e desnecessária estava sobre sua pele.
- Que foi? - perguntou ela numa voz tediosa e aguda.
- Rose, esta é Annie. - Ele contraiu o braço direito, apertando-me mais contra ele. - Ela é da Inglaterra. - Ele complementou em um tom de voz baixo e com a mão esquerda sobre a boca, de um modo que eu não pudesse ler seu lábios.
Rose sorriu para mim, e limpou as mão no avental branco e estendeu para mim, eu a peguei e balançamos juntas uma vez.
- Seja bem-vinda, Annie.
Eu sorri de volta para ela, esse eram votos sinceros, diferentemente da Daisy, a moça da secrearia.
- Obrigada, Rose.
Rose desviou os olhos de mim e encarou Gavril.
- O que vão querer?
Gavril levou o dedo indicador esquerdo aos lábios, típica pose de quem está pensando.
- Eu vou querer um hambúrguer com bastante mostarda, batatas fritas e uma Coca-Cola normal. E Annie... - ele fitava-me com um sorriso.
- As mesmas coisas que ele - disse para Rose.
Ela anotou nosso pedido e o sinal finalmente tocou, indicando o recreio.
Uma fila enorme formou-se atrás de nós dois. Gavril encarava-me e eu o fitava de volta, eu apenas olhava para seus olhos verdes, eles eram lindos.
- Aqui - disse Rose, voltando com nosso pedido rápido demais. - E são €15, 95.
Antes que eu pudesse pegar minha carteira dentro de minha bolsa, Gavril foi mais rápido e deu as notas para Rose.
- Obrigado, Rose - ele sorria para ela.
Eu o encarei mordendo o lábio.
- Que foi? - perguntou ele, pegando nossos lanches e, pela primeira vez, deixando os meus ombros. Estávamos andando de novo, eu olhava em volta, mas não conseguia ver seus amigos em lugar algum.
- Eu tenho que te pagar de volta - eu sorri, mais para mim mesma do que para outra pessoa.
- Isso não seria um encontro se eu deixasse você pagar - ele deu um sorriso vitorioso.
- Isso não é um encontro! - falei alto demais, pude sentir meus lábios formando um sorriso.
- Ah, é sim. Você quase me agarrou quando terminou a aula de Redação, então significa que você quer ter um encontro comigo. Você até aceitou quando perguntei se queria lanchar comigo - o sorriso não largava seus lábios.
- Primeiro de tudo, - meu sorriso aumentava, ele estava totalmente certo, mas eu nunca adimitira isso a ele - eu não queria beijá-lo, eu estava parada e você era quem se aproximava. Segundo, não sabia que lanchar com você contava como encontro.
Ele riu da minha lógica.
- Está arrependida de ter vindo comigo, então? - ele perguntou num tom, bem falso, de mágoa.
- Nem um pouco - meu sorriso ia de orelha à orelha agora.
Ele sorriu também. Eu não sabia aonde ele levava-me, mas quando vi seus amigos sentados perto do muro, que ficava ao lado do portão principal, eu engoli em seco.
- Que tal ter um encontro comigo, só comigo? Que tal amanhã? - disse ele, tirando-me completamente o medo de seus amigos.
- Perfeito, que horas?
- Umas oito horas da noite é muito tarde ou a criancinha aqui estará dormindo? - ele falou em tom de deboche.
Eu o ignorei e falei:
- Será perfeito para mim.
Aproximamo-nos mais de seus amigos e Gavril sentou-se no chão ao lado deles, ao mesmo tempo que pegou-me pela mão e puxava-me também.
- Oi pessoal. - Ele gesticulou para mim. - Esta é Annie.
Jason deu uma risadinha contida, mas depois começou a piscar para mim, eu sorria para ele.
- E Annie, estes são, Adam - ele apontou para um cara alto demais, com feições completamente finas e magras, ele era um típico romeno. Olhos negros, pele pálida e cabelos negros - Dácio - ele apotou para um menino de estatura mediana e com feições muito bonitas, mas não tão bonitas quanto as feições de Gavril, ele também era um típico romeno - e Frederico, mas você pode chamá-lo de Fred - ele apontou para o menino que estava ao meu lado, ele era muito parecido com Dácio, podiam ser até gêmeos - E Jason, que você já conhece.
- Oi, Annie - disseram Dácio e Fred juntos. Eles riram depois.
- Oi Fred, Dácio - dei um sorriso para eles.
- Olá, Annie - disse Adam, ele pegou minha mão e colocou os lábios nela.
Perguntei-me qual era o problema com um cumprimento normal nos dias de hoje.
- Olá, Adam - disse no mesmo tom formal que ele usou para mim.
Jason ainda piscava para mim e acenou de longe.
- Oi, de novo - disse ele.
Sorri para Jason.
Ouvi um pigarrou baixo e olhei para trás de mim, uma menina baixinha e gordinha aproximava-se, ela tinha cabelos pretos naturais e lisos, sua pele era muito pálida, mas sem nenhuma espinha, seus olhos eram de um verde lindo. Assim como todos à nossa volta, ela usava somente preto, suas feições eram muito lindas e finas, com alguns traços infantis.
Ela sentou-se bem ao meu lado, só percebi que ela fumava quando senti o cheiro de cigarro bem ao meu lado. Na falta de um cinzeiro, ela apagou a bituca de seu cigarro no chão e o atirou no lixo, que estava à poucos metros de nós.
Percebi vagamente que Gavril engolia a comida com tanta raídez que poderia deixar qualquer um boquiaberto.
A menina sorriu para mim.
- Você deve ser a Annie - ela deu uma risadinha, sua voz era tão infantil, eu achei muito lindinha. - Meu nome é Caterina, também sou estrangeira.
Tentei notar algum sutaque forte em seu romeno, mas não encontrei nada.
- Você é de onde? - perguntei, quando o Gavril sussurrou em meu ouvido para que eu comesse se não ficaria frio, então peguei uma batata, mas estava com tanta fome que a devorei sem prestar muita atenção.
- Sou da Itália, - disse ela encarando-me, enquanto eu colcava meu hambúrguer para dentro - por isso meu sutaque não fica tão envidente que nem o seu - ela sorriu para mim.
- Ah - foi tudo que consegui pronunciar.
Passei os vinte minutos restantes com meus novos amigos, eles eram muito legais, só a fachada que passavam é que afastava as pessoas como Avril e fiquei grata por isso.
Eu ainda bebericava meu refrigerante, quando o sinal tocou rápido demais.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!