Underneath The Moonlight escrita por Mercy_Dawn


Capítulo 15
Esclarecimentos


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, eu estava esperando uma inspiração vir até mim. Beijos e obrigada por continuarem lendo a fic.



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Sentia o cheiro de cigarro ao meu lado, Caterina aproximava-se de mim.

- Aonde você mora? - ela perguntou, apagando seu cigarro e jogando-o no lixo.

Mordi o lábio e apontei para a casa que ficava bem em cima da grande ladeira, teria que subir tudo aquilo. Gemi só de pensar.

Caterina ria incontrolavelmente de mim.

- Boa sorte, - acrescentou ela entre risos - a gente se vê amanhã. Tchau!

Ela virou-se e aproximou-se dos outros. Eles estavam planejando ir para o porto e almoçar por lá mesmo, parecia-me uma idéia muito atrativa, se eu não tivesse que ajudar minha mãe a arrumar as coisas.

Gavril perguntava-me todo tempo se eu queria que ele ajudasse-nos, e a todo o momento eu falava:"Não, precisa. São poucas coisas." Sorri para eles, enquanto as bicicletas deles desapareciam em direção ao porto. Fiquei impressionada com a velocidade em que tornei-me amiga de Caterina, nós tínhamos planejado coisas para amanhã. Coisas que só nós duas faríamos.

Peguei minha bicicleta e andei lentamente até minha casa, não demorou muito até que alguém veio fazer-me companhia.

- No que você estava pensando! Por que você estava incentivando aquele garoto?

O fitei perplexa, agora ele quer controlar com quem devo conversar ou não?

- Porque eu queria incentivá-lo. - Falei asperadamente. - E por que você tem que saber disso, se eu não posso saber de nada sobre você? Vai querer controlar-me agora? - retruquei.

Ouvi o homem de cabelos negros dar um forte suspiro ao meu lado.

- Você não gosta de mim - não era uma pergnta, era uma afirmação.

Não sei porquê, mas senti-me culpada na mesma hora. Parei de andar por um momento e o fitei com pena.

- Você não deu-me nenhum motivo para que eu gostasse de você - disse na voz mais doce que tinha.

Ele voltou seu olhar em minha direção, eu não conseguia ser tão durona com ele, quando fazia-me essa cara.

- Você quer um motivo? Qual motivo? - ele recomeçou a andar, eu apenas o seguia. - Deixe-me levá-la para você - ele apontou para a minha mala.

Ele queria fazer as mesmas coisas que Gavril havia feito comigo. Sorri e a dei para ele, sem pensar duas vezes.

- Queria que pudesse responder minhas perguntas, queria que você não fugisse de mim sempre que eu indagasse você - não tive coragem de olhá-lo nos olhos.

Cristopher estava pensativo ao meu lado, senti seu polegar e seu indicador em meu queixo levantando meu olhar até seus olhos. Aqueles olhos negros e brilhantes pareciam líquidos, eu perdi-me completamente neles.

- É isso o que você quer? - sua voz grave ficando cada vez mais linda.

Só consegui balançar a cabeça positivamente. Percebi, vagamente, que havíamos parado novamente.

- Bem, então eu vou contar-lhe tudo.

Havíamos recomaçado a andar e ele puxou-me para mais perto, do mesmo jeito que Gavril havia feito comigo, enquanto andávamos até a cantina. Sorri do pequeno ciúmes que dominava Cristopher.

- Posso começar pela minha história? - ele perguntou encarando-me nos olhos com tamanha intensidade que eu corei imediatamente, apenas balancei a cabeça para ele.

Ele deu um suspiro e abaixou-se mais para mim, deu-me um beijinho no rosto e olhou-me de novo.

- Há muito tempo, - ele começou dizendo - houve uma guerra nos céus.

Eu bufei.

- Achei que ia contar-me a sua história e não histórias da Bíblia!

- Já conhece esta história? - ele perguntou, ignrando minha irritação.

- Sim - meu tom de voz era áspero.

- Que bom, isso já adianta as coisas para quando seus pais casaram-se - ele riu. Eu tive que acompanhá-lo, a expressão que ele fez ao dizer isso era tão engraçada que eu não consegui conter-me. - Sério, eu não precisava ter começado do começo, mas antes de contar-te, preciso dizer que sou, bom era, o anjo da guarda de sua família.

Ele observava-me com atenção, não sei que expressão meu rosto demonstrava, mas ele ficou um bom tempo dentro de meus olhos, eu não sentia-me apavorada. Na verdade, eu já esperava por alguma coisa deste tipo. Cristopher, com certeza, não era humano, mas eu pensava que ele era um vampiro, mas ainda assim preferiria que ele fosse imaginado.

Dei um suspiro e balancei minha mão direita, fazendo com que ele prosseguisse, a minha mão esquerda ainda segurava a bicicleta.

Ele deu um beijo em minha testa, não incomodava-me mais.

- Você não está com medo, surpresa, com vontade de vomitar nem nada disso? - ele encarava-me preocupado.

Sorri para ele.

- Na verdade, estou um pouco decepcionada - disse, tentando ser sincera.

- Por que? - ele encarava-me com muita intensidade em seus olhos.

- Pensei que você fosse um vampiro, - sorri amarelo, ele riu. Eu o ignorei - continue.

- É, eu era o anjo da guarda da sua família.

- Você caiu? - eu perguntei, com a mesma intesidade que ele a pouco encarava-me.

- Sim.

- Por que você caiu?

- Porque eu cobicei algo - pude sentir o sorriso em seu rosto, mesmo que eu estivesse olhando para a calçada.

- O que você cobiçou? - eu olhei para ele agora.

Ele aproximou de mim, ficando bem perto de minha orelha.

- Você - ele sussurrou e isso fez-me cócegas.

- Explique-me - pedi, antes que eu entrasse em transe.

- Quando seus pais casaram-se, eles começaram a tornar-se uma família. Sabe, muitos acham que anjos da guarda são um para cada pessoa e é verdade, até que elas casam-se. Então quando dois humanos casam-se, eles são considerados como um só e um anjo é ordenado para ser da guarda deles.

"Mas meus problemas começaram quando você completou treze anos. Eu a via de longe e a protegia, esse era o meu trabalho, mas você estava ficando tão linda. Seus olhos azuis claros estavam hipnotizando-me com tal força que eu não conseguia evitar de ver-te sempre, seus cabelos negros e ondulados dava-me água na boca e sua pele macia e branca fazia-me desejar-te. 

"Sabe, eu posso ser visível e invisível, depende apenas da vontade da pessoa a quem eu queira aparecer. E você não queria ver-me, então eu nunca aparecia para você, foi quando você teve seu primeiro namoradinho, aquele idiota do Nicholas, certo?"

Eu fiquei boquiaberta, ele conheciatoda a minha história. Ele ignorou minha expressão, voltando a mergulhar em sua história.

- Ele não era bom o suficiente para você, eu sentia tanta raiva dele. Tanto ódio incontrolado, que quando vi os anjos punidores atrás de mim, eu deixei que arrancassem minhas asas sem reclamar ou gritar de dor.

Ele olhou-me com intensidade, e mordeu o lábio.

- Estava vagando por aí sozinho, até que um dia encontrei um demônio no cemitério aonde dormia.

"Ele estava descontando a raiva de não ter conseguido tentar um humano em uma das esculturs de anjo. Eu o fitava sem dizer nenhuma palavra, assim como ele fazia. Nós conversamos e quando dei por mim, eu já havia feito um pacto para ele ajudar-me a torturar o Nicholas."

- O que você deu em troca? - eu pedi, sem rodeios.

- Eu deixei que ele dominasse um humano - ele disse-me, senti dor em sua voz.

- Que humano? - eu queria que ele fosse específico. de repente, não pude mais enxergar nada, a água que brotava dos meus olhos estava no caminho. Eu sabia a resposta. - Não minta para mim! - gritei chorando incontrolavelmente.

Cristopher encarava-me como se estivesse encarando um fantasma.

- Thomas Carwin - foi tudo que disse.

Eu senti inhas pernas ficando bambas, queria sair correndo dali. Peguei minha mala, ele não fez objeção alguma. E saí correndo com minha bicicleta em minha mãos e minha mala em meus ombros, as lágrimas escorriam raivosamente pelo meu rosto.

Tentei não pensar até chegar em casa.

 

 

 

 

 

 

 

 


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