Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 153
sete vidas epílogo vida 5 capítulo 22




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INFERNO

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- Como assim, não consegue?

- Não consigo. Não consigo criar novos construtos com a mesma facilidade que criava no Hades. A matéria-prima daqui é diferente. Felizmente estava vestindo a parte inferior do exoesqueleto. Um coxo só serviria para atrasar o grupo.

- Ainda tenho minha espada.

- Mantivemos aquilo que trouxemos conosco ao atravessarmos o portal.

- Sorte nossa ou teríamos novamente o Eufemo nu balançando seu orgulho.

- Eu tenho mesmo muito orgulho dele. Nunca me deixou na mão.

- A propaganda é a alma do negócio.

- Babaca.

- O bom é que minhas visões do futuro recente voltaram. Não como costumava ser, mas não estou mais cego como estava no Hades. Posso garantir que pelo menos pelos próximos cinco minutos teremos paz. Mas acho que teremos bem mais tempo. 

- Perdemos de um lado e ganhamos de outro. Não ser pego de surpresa é uma tremenda vantagem, mas, sem a Argo, parece que teremos que seguir a pé.

- Eufemo, continua podendo rastrear Adam Winchester?

- Sim, mas não tão claramente como antes. Eu falei que era como se um mapa se formasse na minha mente, não falei? Não é mais assim. É mais como um farol piscando à distância. Sei apenas que temos que seguir na direção daquela montanha, mas não sei qual é o caminho a trilhar.

- Zetes, ainda consegue passar para a forma etérea e retornar à forma humana?

- Vejam vocês mesmos.

- Graças a Zeus. Bem ou mal, sabíamos o que encontraríamos no Hades e no Tártaro. O Inferno é uma incógnita para nós. Precisamos de você, Zetes, como nosso batedor. As visões do Idmon são limitadas a alguns minutos. Você, como vento, pode cobrir grandes distâncias e nos informar o melhor caminho.

- Temos ainda a invulnerabilidade do Autólico. Acabou que foi muita sorte ele ter mergulhado no Estige.

- Diz isso porque não foi você que foi mantido no fundo do rio sem respirar por dezenas de braços. Nunca senti um desespero tão grande. A pior sensação que já senti na vida.

- Melhor dizendo, na morte.

- Na morte não, que não estamos mortos e pretendo que continue assim. Digamos que .. no além-vida.

- Estranho isso de continuarmos sentindo as coisas como se fôssemos seres materiais. Isso de precisar respirar, de sangrarmos, de sentirmos dor. 

- Isso é bom. Fortalece a crença que estamos vivos e nos mantém focados em lutar para que continuemos assim.

- Será que sabem que entramos?

- Espero que não. O Inferno foi pensado como uma prisão, mas a idéia de alguém entrar no Inferno através do Inferno dos antigos gregos não deve ter sido levada em conta. A parede aqui não foi reforçada.

- Gabriel, está recuperado?

- Não completamente. Precisei usar muito da minha energia para atravessar a barreira. Eu muito fraco. Foi muito estranho ser atravessado por vocês. Não foi como imaginei que seria. Minha natureza é espiritual. Sou energia consciente. Mas as sensações que senti foram quase que físicas. Não houve propriamente dor, mas também não foi nada agradável. Foi como ter alguém nadando dentro de você, revolvendo suas entranhas.

- Dito assim, não pareceu nada agradável mesmo.

- Além disso, a percepção de tempo que eu não tive foi a mesma que vocês tiveram. Para vocês foi literalmente como passar através de uma porta. Não foi assim que eu senti as coisas. Pareceu durar dias. O ritmo do tempo no Hades é semelhante ao da Terra. No Inferno, o tempo corre diferente. É muito mais acelerado. Enquanto estava conectado simultaneamente aos dois lados, foi como estar com os pés na estação e as mãos num trem ganhando velocidade. Parecia que meu corpo espiritual estava sendo esticado, esticado.

- Quando o Gabriel revelou que podia cruzar a barreira entre o Hades e o Inferno, eu imaginei que essa seria a forma mais rápida de todos fazermos a travessia. Meu feitiço fez o tempo desacelerar em volta do Gabriel permitindo que atravessássemos sua forma energética enquanto ele próprio fazia a travessia. A travessia como que cria um portal, só que o tempo que fica aberto é muito reduzido, quase instantâneo. Eu fiz que tivesse a duração necessária para que todos atravessássemos.

- Um milésimo de segundo esticado para um minuto.

- Não era para ter sido diferente de nenhuma outra vez em Gabriel se transportou, mas, aparentemente, ele sentiu o esticamento do tempo.

- Não importa o que senti. O importante é que deu certo. Sozinho, eu não poderia tirar Adam Winchester daqui sem a concordância da cúpula celestial.       

- E suas habilidades, Gabriel? Alguma diferença?

- Não posso manifestar aqui muitos das habilidades que exibo no plano material. Mas, já esperava isso. Existe um bloqueador místico para os, digamos assim, poderes dos anjos. Foi a forma encontrada pelo Pai para manter os anjos caídos aprisionados aqui. Mas estou com minha espada e sou um guerreiro experiente.

- E suas asas?

- Não posso manifestá-las aqui.

- Isso é ruim, mas não importa. Sua espada e determinação são o bastante para nós.

- Bem, então só resta seguirmos adiante. Cumpram-se os desígnios de Zeus. Zetes, siga na direção que o Eufemo apontou e descubra o que nos espera.

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SANTA MONICA

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Necker desperta sobressaltado e levanta o tronco numa única arrancada, pondo-se sentado. O instinto de sobrevivência injetando adrenalina na sua corrente sanguínea. Mas o movimento brusco faz com que fique tonto e volte a desabar na cama.

- A bela adormecida finalmente acordou.

- Você! O velho caçador de monstros. Achei que não voltaria a abrir os olhos. A adaga ..

- Eu não tinha mesmo nenhuma intenção de poupá-lo. Agradeça ao Sam. Mesmo a contragosto, tive que concordar com os argumentos dele. É verdade que você não precisava ter-se exposto e que o fez somente para impedir que eu matasse o Sam. Podia ter me atacado pelas costas ou mesmo fugido e não fez. Podia simplesmente ter me deixado ir em frente. Eu teria matado o Sam e ... Bem, vou dar a você o benefício da dúvida.

- Aqui, Necker. Coma. É pasta de peixe. Você ainda não está 100% recuperado.

- Não está mais furioso? Por eu ter matado a Ruby!

- Estou tentando não lembrar deste .. detalhe.

- O Sam me contou que você matou a vaca da Ruby. Confesso que contribuiu para eu estar lhe dando essa chance. Mesmo que eu termine por matá-lo, saiba que tem a minha eterna gratidão por impedir que o cabeça-oca aqui caísse novamente nas garras daquela vadia dos Infernos.

- Ela ia traí-lo.

- Já com você seria diferente?

- Eu mantive o Sam seguro aqui. Não deixei ele fazer nenhuma besteira por perder o irmão.

- Aparentemente, sim. A questão é .. por quê? Não faz sentido.

- Me pediram para que mantivesse o Sam em segurança.  

- Quem pediu?

- Jasão.

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VANCOUVER

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- Eric! Adivinha! Acho que já temos nossos protagonistas. Não vamos nem precisar dos testes.

- Recebi uma ligação do agente do Callum Blue. Ele está muito interessado no papel.

- É. Parece uma boa opção.

- E tem mais. O agente disse que, se tivermos interesse, podemos ter também o Chad Murray.

- O Chad? Mas ele está fazendo o maior sucesso em One Tree Hill. Ele aceitaria sair de uma série que está bombando para entrar em uma que ainda é uma incógnita?

- Não sei o que passa na cabeça dele, mas já pensou se for verdade? A publicidade que isso ia trazer. Ia ajudar à beça a trazer público para o primeiro episódio.

- Então você concorda comigo? Investir nessa chance de ter o Callum e o Chad como nossos co-protagonistas? Eles tem o physique du rôle adequado. Passam fácil por dois irmãos.

- Cancelar os testes pode nos trazer problemas legais e publicidade negativa. Veja o caso do Ackles. Ele já está aqui em Vancouver. Até tentou marcar uma entrevista.

- Podemos manter os testes pro-forma. Até podemos aproveitar o Ackles num papel secundário. Mas, não tenho dúvidas que o melhor para série seria ter o Callum e o Chad.


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Notas finais do capítulo

26.05.2012