Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 115
sete vidas prólogo capítulo 3




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Se aproximou respeitoso do majestoso tronco de carvalho. Abraçou a árvore e chorou, emocionado. Estava em um bosque. Ouviu o canto de um pássaro. Vida. Para qualquer lado que olhasse havia vida. Um verdadeiro milagre. E pensar que estivera tão próximo de desistir. Tantos anos de busca. Tantos anos vendo apenas dor, morte e destruição.

Finalmente seus esforços foram recompensados.

Uma realidade sobrevivera. Uma única, dentre as mais de cinco mil que visitara. Talvez não apenas esta. Talvez existissem outras. Calma. Muita calma. Uma coisa de cada vez. Era muito cedo para comemorar. Talvez não tivesse acontecido AINDA.

Não. Era verdade. O inimaginável ocorrera. O Apocalipse fora abortado. Os selos foram quebrados e Lúcifer fora libertado, mas algo aconteceu e ele foi lançado mais uma vez no Inferno. E, com ele, Miguel. Miguel também estava aprisionado.

Gabriel escuta, investiga e descobre. Ao mesmo tempo, inesperado e óbvio. Os receptáculos. Claro, uma façanha desta magnitude exigia alguém excepcional. Esse também era o motivo do Apocalipse acontecer justamente agora. Seus irmãos finalmente tiveram sucesso. E o sucesso os fez acreditar que poderiam vencer. O ápice de um processo de eugenia iniciado há milênios e conduzido pela ordem dos kherubins, cumprindo ordens superiores. Humanos geneticamente aperfeiçoados. Humanos fortalecidos de corpo e espírito para serem capazes conter a essência dos emissários celestes sem se incendiarem ou sofrerem degradação acelerada. Naquele momento, existiam não mais que cem deles em todo planeta e, destes, menos de dez capazes de servir de receptáculo para arcanjos e serafins como Miguel, Lúcifer ou ele próprio, Gabriel.

Ao que parecia, o processo trouxe um efeito colateral indesejado para quem imaginava controlar o processo: uma força de vontade férrea. Os irmãos Winchester foram capazes de resistir a todas as pressões e mudaram o Grande Plano.

Mas somente nesta realidade.

Algo dera errado em todas as outras. Havia mil coisas que podiam dar errado e, de uma maneira ou de outra, foi exatamente isto o que aconteceu.

Mas sabendo o que deu certo, era possível corrigir o que dera errado.

Usaria a seu favor as mesmas leis universais que levaram milhões de realidades à destruição. Não precisava alterar o destino de todas, somente de algumas. As demais as acompanhariam. Só precisava escolher cuidadosamente quais as realidades que deveriam ter suas histórias alteradas.

A primeira condição era que fossem muito diferentes entre si em algum aspecto essencial. E apostava todas as suas fichas que esse aspecto essencial era a história de vida de seu protagonista, Dean Winchester, o humano escolhido para se tornar o receptáculo de Miguel.

Sete. Sete é um número cabalístico. Um número de poder. Precisava reverter o destino de sete realidades. Salvando essas sete, salvaria a todas.

Nada é de graça. Existe sempre um preço a ser pago. Na realidade que sobreviveu, ele, Gabriel, fora morto por Lúcifer. Se estivesse certo, esse fato teria que se incorporar à história destas sete realidades que seriam modificadas. E, conseqüentemente, à de todas as demais. Se tivesse sucesso, estaria assinando sua própria sentença de morte em todas as realidades.

Um preço pequeno para salvar toda a Criação.


Sete realidades. Chamaria de realidade zero a realidade que sobreviveu sem sua intervenção. A história de vida do Dean Winchester desta realidade seria o seu roteiro. Melhor, levaria esse Dean Winchester a cada uma das sete realidades que deveriam ter suas histórias mudadas.

Por experiência própria, sabia que Dean Winchester ocuparia o corpo de sua própria versão da realidade que estivesse. A consciência do corpo ocupado ficaria como que desligada, mas o corpo registraria os pensamentos do novo ocupante. O registro permaneceria quando o corpo fosse devolvido ao seu legítimo dono. A experiência seria repassada de forma subconsciente.

Mas também o Dean da realidade zero tinha algo a aprender com cada uma de suas versões. Ele não teria acesso às memórias do corpo ocupado. Mas colocar-se no papel do outro, um outro ao mesmo tempo tão igual e tão diferente de si próprio, ia lhe ensinar coisas essenciais para seu próprio futuro. Dar-lhe forças para sobreviver a seis meses no Inferno e a mantê-lo vivo para cumprir sua missão.

Mas, havia mais uma coisa a ser considerada. Não podia aparecer para Dean como seu amiguinho, ensinando passo a passo como deveria agir. Isso só o enfraqueceria. Dean precisava ser cobrado até seus limites. Além de seus limites. Repetidas vezes. Para fortalecer sua vontade. Ele, Gabriel, teria que agir como um sargento. Tornar a vida de Dean Winchester cada vez mais difícil. Tornar sua vida um inferno. Treiná-lo para sobreviver a tudo. Dean precisava odiá-lo. Como um soldado raso odeia o sargento que o oprime com um único objetivo: dar-lhe a chance de voltar da guerra vivo e saudável.

Dean precisava do arcanjo Gabriel como seu anjo da guarda. E precisava do Trickster, como seu nêmesis, o seu pior inimigo.


Sete diferentes versões de Dean Winchester. Sete vidas. E teria que confrontá-lo em todas elas.

– Serei ao mesmo tempo seu melhor amigo e seu pior inimigo. Você vai adorar me conhecer, Dean.


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Notas finais do capítulo

18.08.2011
O conceito de um plano de eugenia para criar os receptáculos aparece no seriado SPN, episódio 5x14, My Bloody Valentine, onde Dean confronta o Cavaleiro do Apocalipse Fome. A revelação é feita pelo Cupido, quando é acusado de estar causando as mortes.



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