Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 7
Complicated


Notas iniciais do capítulo

L, por que tão complicado... E adorável? :3



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 “Porque você tem que ir e fazer coisas tão complicadas? Eu vejo que você está agindo como se fosse outra pessoa. Isso me deixa frustrada.”

Complicated - Avril Lavigne

Misa Mercenary

Complicated

Espera, eu ouvi direito? Um lar?! L me trouxe para a Inglaterra para conhecer um lar? Mas que espécie de lar era esse, um lar mesmo ou um lar especial? Existem lares especiais?! Enfim, antes de organizar minhas ideias, o garoto irritante me puxou pela mão até o homem que nos esperava na porta do tal lar...

— Olá Roger, esta é Misa Amane, ela visitará o local comigo hoje. – Comentou enquanto retirava um doce do bolso esquerdo. PUTA QUE PARIU TEM O QUE NESSES BOLSOS?

— Hm... Seja bem vinda senhorita, eu sou Roger, o coordenador do Lar Wammy’s, um lugar para crianças especiais. – Sorriu educadamente.

— Ah muito prazer, senhor Roger... – Nem prestava atenção direito no homem, aquele lugar era enorme, e repleto de crianças. Estava altamente barulhento.

Em um movimento abrupto, o inglês me puxou novamente pela mão, desta vez adentrávamos o lugar. Era realmente muito bonito, todo o campo era verde, possuía uma fonte no meio em mármore branco e as crianças pareciam felizes brincando ali.

— Escuta L, que porra a gente faz aqui? – Tentei ser discreta.

— Ei Misa-san, não está vendo todas essas crianças? Controle seu palavreado, não queira dar o mau exemplo. – Me repreendeu.

— Responde logo porra... – Como é bom contrariá-lo.

— Logo saberá, agora se cale. – Aquela voz entediada que irritaria qualquer pessoa no mundo. – Mas vou lhe adiantar, aqui é uma espécie de orfanato para crianças espertas, mas espertas além do normal...

— LOL então estão criando futuras Misa Amane’s? – Tive que fazer uma piadinha irônica.

— Se parar para pensar, não é futuras pessoas como você... E sim como eu. Daqui só sairão pessoas justas e sérias, se é que me entende... – Me encarou por uns segundos com aqueles olhos gigantes e negros.

— Você é um chato, sabia? – Me ignorou, também nem liguei.

Depois de atravessar o enorme campo, entramos realmente no lar, lar Wammy's, um belo nome, um local cheio de quartos, alguns fechados, outros cheios de crianças, havia também um grande relógio e também um sino dourado que ficava no topo do quarto mais alto. Depois de tanto caminharmos, entramos em uma sala de tons escuros no fim de um corredor. Na sala, havia uma mesa com um notebook, uma poltrona e doces, muitos doces. Não demorou muito, até que o inglês ocupou a cadeira e pôs um morango com chocolate na boca.

— Irei organizar as crianças para o senhor... – Roger ia se retirando da sala quando Watari resolveu acompanhá-lo, pareciam bons amigos.

— Ah sim, se puder, podem evitar que outras pessoas venham até aqui? Acho que já notaram a minha presença, mesmo não sabendo muito quem eu sou... Só quero ficar sozinho. – Pediu o inglês, com os lábios sujos de chocolate.

— Tudo bem. – Respondeu Watari, fechando a porta atrás de si.

Resolvi sair da sala também, L deixara claro: queria ficar sozinho.

— Onde pensa que vai? – Me interrogou antes que eu atravessasse a grande porta.

— Tu não queres ficar sozinho? – Perguntei irônica.

— Você deve estar confusa, só vou te explicar a situação. – Bebericou o café transbordando cubos de açúcar escuro.

— Já estava na hora... – Sentei-me em uma almofada no chão, logo em frente a mesa que ele estava.

— Costumo fazer visitas rotineiras a este lar... Digo, visitas a cada alguns meses. Sou o maior colaborador, óbvio. Você já deve ter percebido que sou uma pessoa relativamente rica, invisto parte do que ganho aqui, porque sei que terei um grande retorno com essas crianças... – Mordeu uma barra de chocolate.

— Nossa, e eu que sou a injusta... – Suspirei, o garoto me lançou um olhar irritado.

— Enfim, senhorita Amane. Não gosto de me mostrar pessoalmente a elas, então usarei este notebook, nossos rostos não aparecerão, não quero que elas saibam que alguém como eu cuida para que tenham este lar.

— Que bom, reconhece que é estranho! – Risada sarcástica. Ele apenas me ignorou.

Odiava quando o inglês me ignorava, era como um tiro no peito. Saí da almofada que estava e fui até ele, na mesa. O encarei alguns minutos, aquele cheiro de doce constante já estava começando a me enjoar.

— Escuta, você me tira do Japão, me trás para a Inglaterra sem o meu consentimento, apenas para visitar umas crianças que são mais espertas que a maioria? Qual o seu problema? SERÁ SE NÃO PODÍAMOS APENAS LIMPAR AS PAREDES GRAFITADAS DE TOQUIO? Pra que complicar, L? – Ameacei lhe socar, ele se curvou para trás, aparentemente assustado.

— Não gosto de coisas mal feitas, muito menos tão retardadas quanto esta sua ideia.

— Você está... Ah que se dane!

Ta, confesso que eu fui egoísta levando em consideração as crianças. Elas não tinham culpa da minha situação: tendo que aturar a pessoa que mais odiava no momento. Mas sei lá, L era uma pessoa altamente complicada, isso eu percebi desde o dia que o conheci. E agora ele fazia aquelas coisas sem sentido, como se fizesse questão de me incomodar. Eu sentia mesmo era pena daquelas crianças, doidas para conhecer o benfeitor delas, um idiota que não está nem aí para ninguém, só para o próprio nariz.

Encontrei Watari e Roger organizando as crianças, todas em uma sala, sentadinhas no chão, ou em pé, apertadas e até brigando por espaço, apenas pra conseguir enxergar um pequeno computador sobre uma mesa de plástico, onde na tela se lia 'L' em Old English. Encostei-me sobre a porta do local e junto às crianças, observei o que aconteceria a seguir.

— Olá crianças, estão me ouvindo? – A voz entediada saiu do notebook. As crianças apenas gritaram eufóricas. – Acho que isso é um sim... Ah, sou L, vim para revê-las e se houver novatos, conhecê-los. Como estão?

Gritaram um organizado “Estamos bem, L!”.

— Ah bom, hoje não estou muito a fim de contar umas histórias... Então, façam as perguntas que sempre gostariam de me fazer, mas nunca puderam. - Não pude deixar de rir, L realmente parecia uma criança quando conversava com outras. Fiquei atenta enquanto continuava a observar as pequenas crianças.

— L, qual o seu verdadeiro nome? – Falou uma loirinha ao lado da mesa em que estava o notebook.

— Pra falar a verdade... Nem eu sei, gosto de L, então adotei L como nome. Estranho, não? – Os pequenos riram como se fosse a piada mais magnífica do mundo.

Tirando um pouco o olhar delas, reparei um menino no canto mais afastado da sala. Estava sentado com um joelho no chão e o outro levantado, onde repousava a cabeça. O garoto era totalmente branco, desde as roupas até a cor do cabelo, com exceção dos olhos, que eram de um negro sem expressão. Fui até o garoto me ajoelhando também para ficar de cara com ele. Olhou-me alguns segundos e então voltou sua atenção para o chão, onde montava um quebra-cabeça numa velocidade absurda.

— Ei pirralho, não quer fazer uma pergunta para retardado do computador? – E como o inglês, ME IGNOROU! – Ei garotinho, falei com você, ta? Vamos, pergunte ao L.

— O que eu queria saber, ele não vai responder hoje... O resto não me interessa. – Curto e grosso.

— Você quem sabe... Ei, que legal! Você monta muito rápido esse quebra-cabeça, já deve ter ele há bastante tempo.

— Roger me passou hoje. – Continuou fitando o brinquedo.

— Ah tá. E teu nome, como é?

— Near, e o seu? – Agora me encarou de verdade, tive de desviar o olhar porque aquele negro dos olhos deles era bem assustador.

— Ah, Misa Amane, eu sou do Japão e... – Levantou antes que eu pudesse terminar.

 — Vou pegar uns bonecos... – E foi-se Near. Segui o garoto. QUAL É, EU SOU METIDA MESMO!

Near parecia um garoto calmo e centrado, o quarto tão era branco quanto suas roupas e seu cabelo, mas era grande, havia apenas uma pequena cama próxima a uma janela, e bem no centro, uma construção de dominós enorme, fique maravilhada. Ele caminhou entre a construção vagarosamente e pegou uns bonequinhos bem no centro, sem derrubar nada, fiquei até com medo de tocar em algo e tudo ir por água abaixo.

— Você que fez tudo isso? – Sussurei, vai que o ventinho da minha fala estraga a obra prima do garoto.

— Sim, comecei ontem à noite... Se L pudesse ver, talvez gostasse, não sei.

Fiquei pensando, é, L realmente era importante para aquelas crianças. Voltamos pra sala, e ele novamente sentou-se com um joelho no chão e voltou a montar o quebra-cabeça. Afastei-me dele e continuei vendo a mini entrevista que o inglês dava.

— L, o que você teme? – Perguntou um ruivinho fofo.

— Tenho medo de pessoas que não sonham, daquelas que comem quando não sentem fome, daquelas que aprendem quando não querem, daquelas que mentem pra esconder a verdade... Tenho medo daquelas pessoas, que fingem ser humanas, mas são tão frias quanto icebergs...

L falava como se fosse o melhor ser humano do mundo, mas eu bem sabia como ele era. Fiquei atenta às reações das crianças e reparei Near voltando a sua atenção para a voz que saía do computador. Eu estava altamente revoltada. Por que L era daquele jeito? Por que ele falava palavras tão belas, mas no fundo nem se mostrava para aquelas crianças? Garoto mais estranho! Minha tamanha revolta me fez invadir a sala do inglês, bufei diante dele, o garoto me olhou por uns instantes, revidei com outro olhar fuzilante, o maldito apenas desviou o rosto e falou ao microfone:

— Crianças, tem alguém aqui que quer conhecê-las. – PUTA QUE PARIU O QUE ELE TA APRONTANDO AGORA? – Seu nome é Misa Amane, vamos Misa, fale alguma coisa... – Primeira vez que o ouvira me chamar pelo primeiro nome. Ouvi alguns gritinhos do outro lado do pequeno computador.

— Ah, oi crianças... É um prazer conversar com vocês... – Ah foi só o que deu para falar.

— Olá Misa Amane! – Falaram em coro.

— Misa é japonesa, e bastante irritante, por que não a chamam pelo sufixo –san? – Inglês maldito.

— Cala a boca, inglês de merda! – JURO, foi sem querer. Outro gritinho do lado das crianças.

— Misa-san, controle-se. Estamos em um lugar repleto de crianças. – O inglês me repreendeu dando um tapa na palma da minha mão. Confesso que doeu.

— Ah desculpem! Enfim, nem sei o que dizer...

— Misa-san, você é namorada do L? – Perguntou alguma criança indiscreta.

— NÓS? AH! Não, não. Claro que não... Somos amigos, na verdade, apenas colegas, bom, vocês entendem... – Corando mais que tudo nessa vida!

— Misa é minha amiga e eu ficaria feliz se ela viesse conhecer vocês. É isso. Espero que tenham gostado de nossa visita, mas está na hora de irmos. Não esqueçam crianças, pra serem grandes humanos, vocês só precisam disso, lembrarem que são humanos. – Falou o inglês, percebendo a minha cor avermelhada.

O inglês então desativou todas as conexões com os pequenos e preparava-se para mais uma vez partir. Disse que não havia mais nada para fazer ali e que estava na hora de irmos. Protestei, havia sim algo a ser feito.

— L, tem algo que precisa ver... É urgente!

— Misa-san, já está na hora. Vamos logo antes que as crianças comecem a nós procurar por aqui! – Foi me puxando pelo pulso.

— Não L! – Protestei. – Venha comigo, não vai se arrepender! Agora era a minha vez de puxá-lo pelos pulsos. O inglês ficou bastante nervoso e tentou se libertar de mim, mas eu não permiti claro, apesar de mulher, era bem mais forte!

Levei L até o quarto do pequeno albino que eu vira esta manhã. Ele não estava por lá, possivelmente deveria ainda estar entretido com o seu quebra-cabeça na sala onde o inglês deu a pequena entrevista.

O garoto ficou mais pálido do que já era. Pôs o polegar no lábio inferior e começou a massageá-lo como se quisesse ter certeza de que aquilo era real.

— Quem o fez?

— Near, o garoto albino... – L apenas suspirou.

Roger percebendo o movimento no quarto e estranhando o fato de L ter saído da sua toquinha para visitar o local, chegou perguntando o que acontecia. Watari o acompanhava.

— Como é Near? – O inglês agora olhara para o monitor, inexpressivo.

— Near é pouco sociável, ele tem albinismo e só usa roupas bem claras. Tem problemas pra interagir com os outros, por isso vive em um quarto sozinho. O garoto é bastante esperto e tem um belíssimo potencial intelectual... Ele me lembra você.

— Entendo... Bom Misa-san, você já me mostrou. Vamos indo, até Roger! – MAS QUE PORRA É ESSA? O GAROTO SÓ DIZ ISSO E SOME QUARTO A FORA? – Ah sim, estou com fome, acho que está na hora do meu lanche...

— Lanche? Você passou o dia comendo! – Gritei para irritá-lo. Sim, ele sempre se irritava.

— Você lá sabe de nada... – Tirou um pirulito do bolso com as pontas dos finos dedos.

Fiquei tão entretida com aquele dia ridículo [tá, nem tão ridículo] que mal percebi que já era meio dia. O grande sino dourado deu cinco baladas anunciando o horário. As crianças deveriam estar almoçando agora, Near também. E L... Bem, a pior de todas, estava ali me incomodando como sempre. Apesar de tudo, acho que a gente se gostava um pouco, só não nos damos muito bem porque somos iguais, caramba!

CLARO QUE NÃO! EU SOU INCRÍVEL, ELE É UM NADA HAHA’



Continua...



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Notas finais do capítulo

E aí amores, tudo bom? HASUHAUSH' ficou legal, sim ou nunca? Ei, espero reviews, isso se vocês quiserem deixar claro, até porque eu feliz ou infeliz não vai interferir na história [CLARO QUE VAI HAHA'] BEEEIJOS ♥