Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 4
Festival


Notas iniciais do capítulo

Trabalho para Misa: Servir doces de coelhinha! E L só curtindo...



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Misa Mercenary

Festival

Estava no meu quarto, pensando no que acontecera àquela manhã. O diretor foi maldoso, forçando uma trégua entre o garoto e eu, até porque, a gente se odiava e isso era mais que óbvio. Mas fiquei feliz por um lado, o olho roxo ficaria um escândalo com as olheiras negras e profundas. O celular chama, Troublemaker é o toque, todos os meus pensamentos são interrompidos.

— Alô? – Preguicinha de atender.

— Oi Misa, é o Raito. Pode vir até o parque? Precisamos conversar.

Não sei por que, mas tudo que aquele garoto pedia, eu fazia sem questionar. Botei a jaqueta e saí em direção ao tal lugar. A tarde estava quente, inclusiva naquela região da cidade, que era repleta de árvores e lagos. Raito estava sentado em um banco, me aproximei por trás dele, assustando-o. Logo o garoto me puxou para o seu lado.

— Você saiu tão rápido de manhã que nem conversamos direito... – Acusou.

— Ah, o diretor... Sei lá, eu estava chateada. – Tentei parecer despreocupada, mas aquela situação da manhã ainda me irritava.

— E o que houve? – O garoto não parava de observar o meu rosto.

— O diretor pediu que fizéssemos um trabalho, um relatório e o entregasse até o final do mês. Raito, é bom que parássemos com o Misa Mercenary um pouco... Só enquanto to nessa com o L...

— O que?! Ele disse algo para o diretor? – Nervoso.

— Não, mas foi quase. Ele já sabe... Não quero dar mais motivos para confusões. – Observava os casais de namorados nos pedalinhos do lago.

— Esse cara ta te chantageando?

— Não está não. Mas vai ser rápido, eu também não posso interromper nossos esquemas por muito tempo, não é?

— E o que vocês vão ter que fazer que possa ser tão prejudicial ao MM?

— Ah, sei lá, nem pensamos direito. Nem quero pensar, a última coisa que quero no mundo é fazer algo com o inglês. Você confia em mim, não é?

— Sim, mas se precisar de algo, me avise. – Enrodilhou seu braço esquerdo na minha cintura, em um meio abraço.

— Obrigada, enfim, posso fazer coisas comuns, como continuar servindo em bares...

— Tem razão, falando nisso, tenho algo para você. – O moreno levantou e caminhou até a beira do lago. – Amanha vai haver um festival, e existe alguém que precisa de você. Aquele senhor de uma doceria famosa, Yakitate Kyoba...

— E o que ele precisa de verdade? – Fui até ele, parando ao seu lado.

— Oras, servir. Muitos donos de restaurantes amam a época dos festivais, pois o lucro é lá encima. Uma barraca de doces, por exemplo, pode receber 280% mais pessoas que o comum, em uma época dessas. Você só vai funcionar de garçonete, acha que pode fazer?

— Bom... É trabalho, não é?

Raito não me respondeu, apenas me puxou para um dos pedalinhos. Ele parece tão infantil naquele dia...

Dia seguinte. A doceria do tal homem que ia me contratar. Acertei tudo com ele, eu vestiria uma roupa [RIDÍCULA] de coelhinha, tipo aquelas da playboy. Ele disse que isso chamaria mais pessoas, sei... Óbvio que aceitei, não estava numa posição em que podia recusar trabalho.

O festival começou às 6 horas da tarde, cinco e meia eu já estava lá. Acertamos logo o dinheiro, era algo razoável, porém muito pouco levando em consideração a humilhação. Haveria uns extras também, mas nada muito fantástico. A noite estava fria, e aquela roupa só deixava as coisas piores. Era uma espécie de maiô preto, uma sapatilha roxa, orelhas e “rabinho pomposo”. Sim, eu estava ridícula.

— Misa-Misa, como você está LINDA! – O velho pervertido. – Raito realmente tinha razão, você é uma graça.

— Ah, obrigada.

— Bom, falta só uma coisa... – O homem puxou o amarrador que prendia o meu cabelo.

— Agora sim, está maravilhosa! – Não, não estava. – Vamos, vá caminhar um pouco lá fora, chame os clientes, sirva muitos doces.

Só fui chamar os tais clientes e servir os tais doces porque receberia um extra maior ainda se for a melhor vendedora daquela noite. “Tomara que nenhum conhecido esteja aqui esta noite.”

— MISA-CHAN! – Droga, deveria ter ficado quietinha. – Como você está fofa! – Falou Mello, o loiro chato. Logo atrás vinha Raito, Mikami e Matt.

Sentaram-se em uma das mesas, fui até eles emburrada.

— Que porra vocês fazem aqui?! – Joguei o cardápio em Mello.

— Ora, viemos te ver. – Raito riu de uma forma tão meiga que eu acho que babei um pouco na hora, enfim...

— Claro que não, viemos é tirar fotos pra te humilhar. – Mikami, maldito Mikami.

— Você está muito fofa Misa-chan. Melhor você ficar de olho, Raito, senão vacila essa noite. – Disse Matt, claro que eu corei um pouco. Raito apenas suspirou.

— Ah... Obrigada Matt. – Sempre tão agradável...

— Chega de papo, trás logo a porra dos chocolates que eu to louco de fome! – Loiro chato.

— Quero uma torta de sorvete. – Mikami chato.

— E eu um milk shake. – Matt lindo.

Raito não pediu nada, parecia distante. Fui até a cozinha e fiz todos os pedidos, trazendo em alguns minutos. Ele continuava distraído, chamei-o algumas vezes até ele olhar.

— Ah, oi Misa. Estava aqui reparando como você está linda... – PORRA EU ACHO QUE TO MAIS VERMELHA QUE TAPA NA CARA DO MELLO.

— Obrigada >

Depois de sair dos meus devaneios, reparei que o que realmente distraía Raito era na verdade uma figura indesejada do outro lado da lanchonete. O inglês. “Até aqui ele me persegue.” Chamei uma das minhas colegas para atendê-lo. Qual não foi a minha surpresa ao vê-la voltando alguns minutos depois?

— Escuta Misa, tu conheces aquele garoto? – Apontou para L.

— Não mesmo, o que houve? – Fingindo estar distraída.

— Ele disse que só quer ser atendida se for por você... Melhor ir né. – A garota sumiu para a cozinha, me deixando ali sozinha.

Poxa, não acredito que o cara foi até lá para assistir a minha humilhação de camarote. O pior era ver lá o meu contratante fazendo marcação cerrada perto de mim. Tive de ir até a mesa do inglês Como sempre, estava sentado na sua maneira excêntrica e bebendo uma xícara de café. Aproximei-me e tentei não olhar em seus olhos.

— Diz logo o que tu quer, porra! – Gentileza em primeiro lugar, já disse o chefe.

— Quanta grosseria, vim aqui nesta lanchonete só para ser atendido por você e ainda é assim? – Vamos ignrorá-lo,

— Vai querer nada não né?

— Me trás tudo que tiver de doce aí. – ELE TA DE PALHAÇADA NÉ?

— Tudo aqui é doce, amigo.

— Bolos, cupcakes, shortcakes, sorvete, cubos de açúcar e chocolate quente. Melhor? – Me olhou irritado, veja só se pode uma coisa dessas.

— Ok. – Saí para buscar a pequena doceria que ele encomendou.

Alguns minutos depois voltei trazendo TUDO o que ele me pedira. Quando ia sair para que ele pudesse ‘ficar a vontade’ o garoto pediu para que eu ficasse, pois queria conversar. Ok, conversar o que? Não tínhamos nada para conversar. A gente só tinha era que brigar. Falei que já estava terminando o meu turno e outra hora conversávamos. Ele também não insistiu. Quando eu estava arrumando a cozinha, o tal do meu contratante disse que tinha algo para mim fazer de especial.

— O jovem da mesa 6 está pedindo que você o atenda. – Sim, L.

— Mas eu já o atendi. – Suspirei entediada.

— Vai ver ele quer te conhecer blá blá blá, essas coisas de jovens. Vá lá Misa-Misa, aquele cara comprou muito bem, vai que ele quer agradecer pelos seus serviços.

— Ok. – Agradecer é o caralho, sei muito bem o que aquele louco quer.

Fiz como o velho me pediu, fui até o garoto inconveniente. Ele fazia uma pilha de cupcakes, que se desmanchou quando eu me aproximei. Pegou um deles, caído no centro da mesa e o abocanhou. O chocolate quente abarrotado de cubos de açúcar.

— Ei, sabia que esse olho está me deixando desnorteado? – Apontou com o fino dedo indicador para o olhinho roxo.

— Que bom, poderia ser pior.

— Escuta Misa-san, – Bebeu um gole do chocolate – você tem passaporte?

— O que?! – Nossa, QUE LOUCURA!

— É, acho que não tem. Próxima pergunta. – Encheu uma colher de sorvete e melou a língua – Sabe lidar com crianças? Eu não sei muito bem...

— Um pouco, por quê? Sei lá, na verdade não. Quer dizer, não sei não. Perco a paciência muito rápido, odeio crianças... – Puxei uma das cadeiras da mesa, me sentando a sua frente.

— Já pensou em algo para fazermos para o diretor? – Mais uma colher do sorvete.

— Sei lá, limpar as paredes da cidade que foram grafitadas. Embora eu adore grafite... – Me atrevi a comer um de seus cupcakes. Ele me olhou raivoso.

— As vezes me pergunto porque na maior parte das vezes você parece apenas uma babaca qualquer...

— O QUE?! QUE PORRA É ESSA?! – Levantei-me irritada.

— Iremos nos reunir este sábado, na minha casa, quero que apareça pela manhã, as sete, nem mais nem menos. Dê-me seu endereço e mandarei alguém ir lhe buscar. – Voltou a bebericar o café.

— Você tá louco, né? Tenho que sair nesse sábado, não posso.

— Sem contestações, vamos, me dê o endereço. – Balançou a mão direita.

— Porra, por que TU não me dá o teu?

O garoto escreveu com o maior nojo do mundo o endereço em uma folha do meu bloquinho de papel. Legal, zona nobre da cidade. Mais precisamente uma região lotada de casarões. Depois da conversa estranha, pediu que eu lhe trouxesse mais cupcakes, o que fiz sem titubear. Pediu também para que eu levasse roupas no dia seguinte, pois disse que eu iria precisar. Achei muito estranho, afinal de contas, nem ia para passar um final de semana inteiro né? E eu nem gosto dele, afinal.

Depois saí de sua mesa, deixando ele ali mergulhado na futura diabetes. O que diabos afinal eu faria na casa daquele louco? Opa, casarão. Que planos malignos ele tinha para mim? Iria me matar? Sequestrar? Estuprar e depois esquartejar? Coitado, antes de fazer algo assim, eu já teria feito com ele, com certeza... Ai meu Deus, como é bom ser mal.

Continua...






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Notas finais do capítulo

Oii pessoal, queria dizer que vou começar a postar semanalmente, se eu demorar, não se precupem, alguma coisa aconteceu! Vou ficar bem e a fic de voces também. E, o que será que L ta planejando? Ah sim, perdoem o capítulo meio pequeno ;/ BEIJOS!