Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 26
Amor I


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos, quase um mês sem atualizar, mas ufa, arranjei um tempinho. Enfim, iremos entrar na parte crítica da história, mas antes, uma surpresa pra vocês. O capítulo Amor ficou bem grande, então para não cansar vocês, dividi ele em duas partes. Por favor, me digam o que acharam dessa parte, para que eu tenha estímulos para a segunda parte. E sim, estou tendo problemas com o editor aqui do site, ele fica soltando espaços terríveis entre as linhas, portanto a estética do capítulo não tá das melhores, pardon! Enfim, tenho uma surpresa para vocês. Só irão saber lá nas notas finais, haha! Boa leitura ♥



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Misa Mercenary

Amor I

— Você está se cuidando? - Perguntou a mulher aflita do outro lado da linha.

— Estou sim, mãe… - Mordisquei uma maçã.

— Não seja tola, Misa, estou falando naquele sentido… Sabe, você tem um namorado agora e… - Espera, eu ouvi isso mesmo?!

— Ah! Claro! Nem se preocupe com isso… - Pra falar a verdade, nem eu ligava pra esse detalhe, nunca nem passou pela minha cabeça que L e eu, bem… - Bom, é, acho que tenho que ir! Tchau, nos falamos depois…

Mas que porra foi essa? Que tipo de pergunta estranha foi aquela? Vocês que possuem vidas normais, me falem, a mãe de vocês já fez esse tipo de pergunta? Tsc foda-se, eu já estava atrasada demais pra me preocupar com essas baboseiras.

Raito me esperava no carro estacionado em frente ao prédio.

— Demorou, magrela. - Beijou o alto da minha cabeça.

— Desculpe, minha mãe veio com um papo estranho essa manhã…

— Quer compartilhar? - Perguntou sem me olhar nos olhos, estava concentrado demais trocando as marchas para começar a dirigir.

— Ah não sei como explicar, foi… Aquelas coisas íntimas de mãe para filha, sabe… - Inevitavelmente corei.

— Tipo a conversa sobre a primeira menstruação? Wow, isso quer dizer que você não é mais uma menininha, relaxe… Não precisa se preocupar, agora você é uma mocinha… - Ele falou tão despretensiosamente que aquilo nem soou como piada, embora ele finalizasse com uma risada beirando a bizarrice.

— Raito, é sério… Minha mãe tocou nesse assunto bem na hora… Há dias esses detalhes me incomodam… - A cada segundo eu ficava mais corada.

— O que você está pensando?! - Desviou seu olhar do volante para mim, um semblante sério (e assustador!).

— Bom, nada, é que… Eu amo o L, e acho… Que temos que avançar…

— Avançar?! Não tem droga nenhuma pra se avançar, vocês são só… Crianças! - Aumento drástico do tom de voz.

— Crianças ou não, existe um relacionamento, e existe amor!

Raito retornou o olhar para frente, não disse mas nenhuma palavra, só continuou a dirigir.

A atmosfera começou a ficar pesada, a tensão tomou conta de nossos corpos. “Poxa vida ein Misa, esse tipo de coisa não deveria ser dita para seu melhor amigo… Ou deveria?”.

Após alguns minutos observando pela janela a paisagem da cidade desaparecer, tive de quebrar o silêncio.

— Ei Raito, esse não é o caminho do Campus, é? - E mais uma vez ele me ignorou, enquanto continuava a dirigir.

Não demorou muito para que o moreno parasse o carro em alguma espécie de aréa aberta em meio a um bosque. Uma lareira ao ar livre?

— Desça. - Ordenou friamente.

— O que é agora? Vai me abandonar à sorte em um lugar como esse?! - E pela terceira vez, me ignorou. Apenas desci e o esperei em frente ao carro.

Raito saiu do automóvel, travando-o em seguida. Veio em minha direção, eu que já me encostava no capô do carro, altamente aborrecida. Comigo naquela posição e com ele em pé na minha frente, a nossa diferença de altura se acentuava ainda mais. Raito era tão grande, tanto fisicamente quanto mentalmente, se eu não o conhecesse o temeria, com certeza.

— Escute. - A distância entre nossos corpos lentamente diminuía. - Você é uma menina má.

— O que… - Antes que eu terminasse de falar, o garoto beijou meus lábios.

Yagami Raito, o garoto que por tanto tempo foi o meu melhor amigo, beijou-me a boca da forma mais sinistra que eu já havira sentido na vida, e por alguma razão, eu não podia evitá-lo. Permanecer imóvel, enquanto a sua língua agitada e impaciente me fazia de gato e sapato, tentar em pensamento me afastar, mas por algum instinto maligno, continuar ali curtindo aquela sensação estranha. Será eu mesmo, Misa Amane?

Mas o moreno ignorava qualquer tipo de resistência da minha parte. Enquanto o beijo se aprofundava, seu corpo colava cada vez mais ao meu, e suas mãos pressionavam as minhas contra o capô do carro para evitar que eu me desprendesse e fugisse de seu controle. Ah Raito, o que você pensa que está fazendo?!

Cheguei a resistir tanto que em um momento ele me venceu pelo cansaço. O olhei em desespero, o beijo estava cada vez mais quente (e estranhamente delicioso), mas eu não queria continuar. Supliquei com o olhar mais algumas vezes, mas ele parecia ignorar, seus olhos permaneciam fechados, como uma forma de concentração doentia naquelas ações. Foi estranho vê-lo daquele ângulo, ter os rostos tão próximos.

— Raito, pare… - Aproveitei para pedir quando ele deu uma pausa para respirarmos.

— Me obrigue. - Seus lábios agora percorriam o meu pescoço, leves lambidas me arrepiavam totalmente. Ele riu com a pequena reação em cadeia de que provocou em meu corpo. - Você está gostando, eu vejo… - Os lábios foram descendo para o meu colo, mas logo retornaram ao pescoço, que a essas alturas, já deveria estar todo marcado com as pequenas mordidas e chupadas que ele depositava no local.

— Pare, por favor… - A forma como eu suplicava para que ele parasse parecia atraí-lo mais, deixá-lo mais resistente contra meus pedidos. Mas Raito estava certo, eu estava gostando. - Me mate.

O garoto parou por um instante e me olhou nos olhos, tão perto que nossos lábios colariam a qualquer momento novamente.

— Me mate, não aguento mais isso… - Por algum motivo bem idiota, eu comecei a chorar lentamente.

As mãos do garoto afroxaram-se, e a direita veio em direção ao meu rosto, alisando-o enquanto levava com si parte das lágrimas.

— Viu? Você é uma garota má. - Disse baixinho, seu tom de voz terrivelmente sensual.

— O que eu fiz pra você? - Voz chorosa. Eu estava extremamente envergonhada, tanto por estar naquela forma com ele e mais ainda por não ser com L.

— Não é o que você fez, é o que você não fez. Você me provoca todos os dias, e eu sou um homem, tenho necessidades… - Seus lábios voltaram a atenção para o meu pescoço, onde ele depositou um leve selinho. - E antes que pense que eu deva me satisfazer com outra, lhe digo: não posso se é você que amo.

— Mas você sabe… Que amo o L… - A respiração profunda de Raito em minha pele me fez perceber: minhas palavras o machucavam.

— Eu sei… Vai ser egoísta o que vou lhe pedir, mas entenda o meu apelo… - Os belos e sedutores olhos castanhos me olhavam cintilantes. Apenas acenei com a cabeça, seja lá o que ele pedir, farei de tudo para cumprir. Proporcionar mais dor para Raito era tudo o que eu menos queria naquele instante. - Deixe-me ser o seu primeiro.

Mas que tipo de pedido era aquele?! Minha mente saiu do entorpecimento e com toda a força que Misa Mercenary unira em toda a sua vida, tentei empurrar o corpo másculo do homem sobre mim para longe, Raito logo entendeu o recado, se explicando.

— Não quero que ele seja o primeiro a tocá-la. Me entenda Misa! - Aumentando o tom de voz, visivelmente alterado. - Eu cuidei de você a vida toda, você me deve, porra! - Chutou violentamente um dos pneus do próprio carro, aquele não era mais o Raito que eu conhecia, pelo menos era o que eu achava.

— Escute! - O abracei na intenção de acalmá-lo. - Não te devo nada, porque nunca vi nossa amizade por interesse, não vi você cuidando de mim por pena… Eu sei que gosta de mim, como você está agora é a prova.

— O que você quer dizer? - Retribuiu o abraço, pousando uma das mãos no topo da minha cabeça.

— Quero dizer, que você já foi o meu primeiro homem…

Ficamos ali, sem dizer mais uma palavra, apenas abraçados, até o entardecer. Talvez ele nunca entendesse o que eu quis dizer com ele ser o meu primeiro homem, mas eu sabia que no fundo ele entenderia. Raito foi sim o meu primeiro homem em tudo, foi ele a primeira pessoa que me cuidou, ele que me deu o primeiro “eu te amo”, mesmo não em palavras, foi ele quem primeiro eu amei acima de qualquer coisa… Não havia com que se preocupar.

— Só me prometa que não fará nada de errado quando eu não estiver por perto… - Suplicou.

— Posso desobedê-lo?

— Pedido negado.

— Então não farei, é uma promessa.

— E Misa… Eu não irei desistir. Já consegui o que queria, as provas de seu corpo… Eu sei que tanto ele quanto você precisam de mim…

— Posso tentar fazê-lo desistir?

— Pedido negado.

— Posso abraçá-lo até começar a chover? - Sim, viria uma tempestade.

— Pedido concedido.

Até um cego poderia perceber, que nós dois, estranhamente, nos amávamos, eu só não entendia de qual forma…

— Misa-san, por que não foi a escola hoje? - Sempre cheio de perguntas, esse inglês.

— Você sabe que eu não gosto quando você fala que estudamos em uma escola, parece coisa de criança, prefiro Campus… - Tentei desdobrar.

— Não mude de assunto, estou indo aí. - Desligou.

Sim, eu estava em casa. E sim, estava anoitecendo, na verdade já era noite, mas deixa para lá. O que importava era que L chegaria a qualquer momento.

Parei em frente ao espelho do banheiro, apesar de muitas pessoas disserem que eu era linda, eu nunca superei meu complexo de inferioridade, complexo este que eu tentava compensar exercendo o intelecto (e humilhando as pessoas que não eram tão boas quanto eu). Pelo menos eu estava melhor do que pensava, a pele levemente corada, embora o nariz ainda estivesse vermelho por eu ter chorado mais cedo. O cabelo totalmente alinhado, oh céus, ainda bem que eles nasceram lisos. E os olhos mais azuis do que nunca. L com certeza vai pirar quando vê-los. Uma vez ele disse que a cor dos meus olhos muda com o meu humor, quanto mais irritada eu estiver, mais esverdeado ele fica, mas quando estou em paz, o azul anil brilha neles como nunca. Acho que dessa vez ele se enganou.

Tomei um banho rápido, pus um camisão de algodão, calcei minhas alpargatas amarelas e prendi o cabelo em um rabo de cavalo. L chegaria em alguns intantes, então usei todo o leite condensado do armário e fiz brigadeiro para gente.

A campainha toca, corro para abrir.

— Você está… Adorável. - Comentou a figura esguia e pálida com um polegar nos lábios enquanto me observava de cima a baixo.

— Tá, pode falar, estou a face do fracasso.

— Neste caso, sou um fracassado assumido. - Abriu os braços para me envolver. Não pude resistir, não queria resistir.

Não demorou para que o inglês pulasse no meu sofá e sentasse à sua maneira. Peguei duas colheres, dando uma para ele e começamos a brigar pelo brigadeiro. Passava alguma comédia romântica nonsense na tv, coisa que a gente ignorou totalmente.

— Suas olheiras estão cada dia piores…

— Desculpe, passei toda a noite em claro. - Virou o rosto na intenção de escondê-lo.

— Nunca me peça desculpas, entendeu? Eu amo as suas olheiras, porque… Bem, são suas… Mas me diga, o que fez meu inglesinho arrogante passar a noite tooooda em claro? - Aproximei-me dele, envolvendo seu pescoço em um abraço.

— Trabalho, mas vamos esquecer… Hoje só quero matar as saudades de você… - Beijou a minha bochecha, me melando de brigadeiro. Não demorou para que passasse a língua limpando-a.

Ah, como eu amava isso.

Estar com L me fazia esquecer todos os problemas do planeta, e quando digo do planeta incluo todos mesmo. Os conflitos árabes, o avanço chinês contra a economia norte-americana, a fome na África, o aquecimento global. Tudo era pequeno na presença do inglês. Irônico, não? Até um dia desses ele era o meu maior problema.

Aquela noite não seria o bastante para matar todas as saudades que sentíamos um do outro. Eu precisava muito dele. Esta aí meu grande problema, desde quando eu precisava tanto de alguém? Desde quando eu passei a trocar minhas maiores prioridades por pequenas parcelas do dia em que eu pudesse contemplar aqueles grandes olhos negros rodeados por olheiras maiores ainda? Me diga: estou doente? Doente de amor, só pode.

Entre um beijo e outro, ele parava, pedia para recuperar o ar. Não tinha tanta prática e se eu continuasse tão rápido, acaberia devorando-o. O que ele não sabia é que eu também não tinha prática alguma, e sim, eu irei devorá-lo mais cedo ou mais tarde. Parou um momento, disse que só queria ficar ali olhando o rosto “dessa menina que um dia me tirou tanto do sério”, queria saber se tudo era verdade, se realmente havia encontrado a pessoa certa. “Você encontrou, meu inglês.” Estranhamente, percebemos que a pessoa certa, é justo a mais errada, aquela que um dia nos faz tão mal, mas em outro já nos traz o sol. Essa é a pessoa certa, a que um dia foi a errada.

— L… Eu acho que amo você. - Comentei mais vermelha que os “morangos para sempre” de meus sonhos, o rosto escondido na dobra de seu pescoço.

— Achar é um verbo que não existe no vocabulário dos detetives… Mas vai ver é isso mesmo, vai ver eu também te amo…

— Então… Acha que… Podemos avançar? - Sim, meu coração parecia uma bomba relógio.

— Se você estiver comigo, acho que podemos tudo…


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Notas finais do capítulo

Aqui uma foto do blusão da Misa: http://img1.mlstatic.com/blusa-camiso-feminina-em-croch_MLB-O-4535587358_062013.jpg

Sim, e a surpresa já não é tão surpresa assim né? Próximo capítulo tem Hentai, haha ♥