Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 16
Escudo


Notas iniciais do capítulo

Olaaaa amores, desculpem a demora, fiquei sem computador e internet esses dias ç.ç Mas fiz um super capítulo pra compensar. Finalmente um momento fofo entre Misa e Raito *-* É breve, mas vocês vão gostar. Por favor, leitores fantasmas, COMUNIQUEM-SE! To perdendo a inspiração com as pouquíssimas [mas queridas!] reviews que estou recebendo ç.ç BOA LEITURA!



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Misa Mercenary

Escudo

“Missão concluída!”, falei próxima ao colar que funcionava como microfone. “Bom trabalho, vamos dar um tempo e depois evacuar o local.”, respondeu Raito. Meu contratante ainda dançava com a sobrinha. Olhou na minha direção, deu um beijo na bochecha da garota (bem linda, por sinal) e dirigiu-se até mim. Sentou-se ao meu lado perguntando discretamente “E então?”. Sorri de canto de boca e lhe respondi “Veja o show começar."

O dono da festa e nosso (aparentemente) inimigo chamou a atenção de todos para um grande telão que misteriosamente surgiu descendo do teto. Grande silêncio no local, todos voltados para o homem que satisfeito e feliz, começou a falar:

— Este é o momento mais esperado da noite, pelo qual os chamei aqui. Gostaria de agradecer a presença de todos, meus amigos e principalmente familiares. Meu querido pai -gesticulou para um homem gordo e velho que estava no centro do salão e que sorria para o filho - meus dois irmãos, Kenji Kanata - apontou para um loiro de nariz avantajado - e Yochiro Kanata. - agora apontava na nossa direção e todos os olhares voltaram-se para nós. O moreno de olhos claros (outro lindo) ao meu lado sorriu cordialmente para o irmão que o provocava. - Obrigado pela presença de vocês minha queria família. - Por fim deu ordens a um homem de preto que mexia em um computador.

O silêncio no ambiente era perturbador. Todos os olhos estavam vidrados no grande LCD até que o vídeo começou. Não pude conter o meu riso, aliás, ninguém ali. Eu poderia assistir cem vezes aquilo e todas as cem vezes morrer de rir. Raito era genial (eu e ele, juntos, fizemos aquela palhaçada). No vídeo havia garotas de biquines que começavam a lutar com travestis dançarinos, e então chegavam zumbies que também dançavam, mas quando se cansavam matava os demais das formas mais cômicas possíveis, como por exemplo, dando puns na cara das vítimas. E então todos os mortos se levantavam e junto com os zumbies dançavam Gangnam Style. Era hilário, o tal dono da festa estava boquiaberto, e então começou dar um ataque de fúria. Aproveitei o momento que todos o cercavam e puxei Yochiro-san comigo para sairmos sem que nos percebessem.



Casa de Yochiro Kanata – 02:00 da manhã – Segunda-Feira




— Hahaha! Quem criou aquela palhaçada? - Perguntou o moreno de olhos claros bebendo uma taça de vinho branco.


— Misa e eu. - Respondeu Raito indiferente.

Todos estavam na sala da mansão do senhor Yochiro, que sentava em uma poltrona vermelha rodeada de bebidas caras. Raito e eu sentávamos em um sofá em frente a tal poltrona, Mello comia uma barra de chocolate amargo observando pensativo a vista da varanda do cômodo, e Mikami, ainda estava na festa, serviria de segurança o restante da noite.

— Bom, o serviço foi feito. Vamos indo, espero que já tenha depositado o dinheiro na conta que lhe informei. - Falou o jovem ao meu lado, levantando-se e me puxando pela mão.

— Na verdade, ainda não. Mas prometo depositar até amanhã. Obrigado, recomendarei vocês a alguns amigos e lhes contatarei novamente caso precise. - O homem respondeu sério, porém feliz, bebericando mais um gole de vinho.

Estava prestes a sair com o Raito e Mello, quando ouço um pedido do homem, querendo que eu ficasse mais um pouco, pois ele mesmo poderia me deixar em casa. Raito não aceitou, disse que teríamos aula naquele dia e já estava tarde. Sem contar que não estava no contrato passar algumas horas extras com algum dos envolvidos. O moreno de olhos claros praticamente suplicou e eu acabei aceitando. Raito não gostou da minha decisão, mas não me contrariou, e então com Mello, saiu calmo, porém furioso.

O moreno me ofereceu uma taça de vinho tinto e disse que aquela garrafa era uma das melhores que colecionava. Era um homem muito sedutor, sentou-se ao meu lado no amplo sofá e me olhando nos olhos disse:

— Você é uma garota bem esperta, sabia? - Sorriu maliciosamente me olhando nos olhos.

— Sim, eu sabia. - Lhe respondi retribuindo o sorriso e bebendo um pouco daquele vinho, que, aliás, era maravilhoso! Vou ser bem sincera, sou até meio pinguça, já me meti em muitas enrascadas por estar irresponsavelmente bêbada [e Raito sempre me tirou de todas]. Estou acostumada mesmo é com cachaça [barata], vodka [das piores], jurubeba [até hoje não sei que diabos era aquilo] e até perfume, já tomei. Enfim, só não tomo acetona porque tira o esmalte dos meus queridos dentinhos.

— Além disso, você também é bem convencida, sabia? Mas tem todo direito, hahaha, é linda mesmo! - O homem se aproximava cada vez mais de mim, ele era tão atraente que nem dei muita bola pra aproximação maldosa dele. O papo foi fluindo e eu meio que desencanei, apesar de lindo e rico, o cara era um babaca. Agora entendia porque ele pediu nossa ajuda pra sabotar o projeto do irmão, já que não tinha capacidade intelectual pra criar um próprio. Da pra acreditar que ele tava se gabando de uma viagem que fez a França, ao qual dizia ser a capital de Paris? ENTÃO ELE ACHA QUE A FRANÇA É A CAPITAL DE PARIS? [Essa é mais velha que a minha vó, que eu nem cheguei a conhecer...].

Depois da terceira taça de vinho fui sentindo uma tontura/fraqueza. Minha visão foi embaçando, as coisas giravam, depois de piscar os olhos algumas vezes só reconheci o homem, sorrindo maliciosamente a minha frente.

— Está tudo bem minha linda? Venha que eu lhe ajudo. - O malandro segurou minhas mãos e foi me deitando levemente no sofá, tirou minhas sandálias e voltou a beber seu vinho.

— O que... O que você pôs... Na minha bebida? - Sussurrei, estava bastante tonta.

— Sabe Misa-chan, - aproximava-se do meu rosto - você e seus amiguinhos me salvaram de uma fria hoje. Só quero lhe dar um agradecimento especial...

— Não se... Aproxime... De mim! - MALDITA BEBIDA!

— Hmm, as ariscas são as melhores hahahaha! - O homem agora se pôs sobre meu corpo, prendendo minhas mãos sobre minha cabeça. Começou a morder levemente o meu pescoço. Eu estava imobilizada por aquele monstro e mesmo assim, não sentia o meu corpo, não conseguia mais nem falar algo, mexia apenas os olhos. O atrevido começou a beijar meu colo, e com uma das mãos, levantou o meu vestido, ficou bolinando a minha coxa. Comecei a chorar, não por medo, mas por raiva e jogo daquele homem. Não podia fazer nada, ele estava no comando ali. “Porra Misa, por que não escutou o Raito?”. Eu estava com ódio de mim mesma, ódio por não ter percebido as intenções daquele monstro, ódio por estar incapacitada, ódio por não ter escutado Raito, ódio por imaginar o que estava por vir.

O nojento deu uma mordida tão forte em um dos meus seios que eu soltei um gemido estrondoso de dor. Ele era sádico, me mordia e apertava com força. Sentia-me cada vez menos vestida e agradeci por começar a adormecer. Meus olhos fecharam-se involuntariamente, parei de ouvir qualquer sim naquela sala e antes de cair em sono profundo, senti o corpo daquele monstro ser bruscamente retirado de cima de mim. E então, apaguei totalmente.



Chocolate. O cheiro era de chocolate. Fui abrindo os olhos levemente, agradeci pelo ambiente estar pouco iluminado. Fitava um teto de veludo escuro, sentia como se estivesse em movimento, meu estômago embrulhava violentamente. Até que o loiro chato tapou a minha visão, me encarando nos olhos.



— Até que enfim, feiosa adormecida. - Provocou-me com a boca cheia de chocolate e cuspindo saliva em mim. Então era dali que vinha o odor de chocolate... Pude sentir também algo quente sobre o meu corpo, era a jaqueta de Raito.

Quando recuperei totalmente a consciência, percebi que estávamos no carro dele. Minha cabeça estava sobre o colo de Mello que me segurava [estranhamente] até com cuidado, inclusive o restante do meu corpo que estava sobre os demais espaços do banco traseiro. Mikami estava no banco do passageiro e Raito dirigia. Levantei-me vagarosamente sentando-me ao lado do loiro, minha cabeça doía.

— Raito, o que aconteceu?

— Você não lembra mesmo, Misa? - Perguntou irritado, praticamente cuspindo as palavras. - Vou te contar. Primeiro, me desobedeceu. Segundo, bebeu mais do que devia. Terceiro, quase foi estuprada. Satisfeita?

Silêncio. Não conseguia pensar direito, ainda processava as cenas na minha cabeça e as palavras de Raito. Já estava até amanhecendo, encostei a cabeça no vidro do carro, tudo que se ouvira era o ruído de Mello mastigando o chocolate. Não pude evitar que umas lágrimas teimosas caíssem de meus olhos.



Mello foi deixado na esquina de sua casa. Raito disse que iríamos ate a casa dele e de Mikami antes de voltar pra minha, assim eu tomaria um banho e um café, trocaria de roupa, já que aquele vestido agora eram só trapos, e avisaríamos a minha mãe, ela deveria estar bastante preocupada, já que a sua filha passou o domingo fora. Subimos em silêncio até o quarto de Raito.



Enquanto ele buscava alguma coisa para eu vestir, entrei no banheiro do seu quarto pra tomar um banho. O espelho confirmou o que eu já suspeitava. “Você está parecendo uma fracassada, Misa Amane. Não que você não seja...”. Usei a água mais fria do chuveiro pra tentar despertar por completo, a maquiagem que caia com a água deixou meu rosto bastante manchado. Esfreguei muito meu corpo, na esperança de que a pele despregasse dele. Flashes da madrugada passada vinham a minha cabeça, a lembrança do cheiro do vinho me causou uma confusão estomacal. No meu busto ainda estava a marca violenta da mordida, levei um dedo a região, que ao ser tocada de leve, causou-me uma dor aguda seguida por calafrios.

Raito me preparou um café forte, estava amargo e bastante quente, ele falou que era o melhor para a minha ressaca. “Peguei uma roupa emprestada a Sayu para que não volte com este resto de vestido para casa.” Falou ao pé da cama. Não estava nua, vestia uma camisa branca que ele me emprestou logo após o banho. Cruzei as pernas fazendo careta por conta do café. Silenciamos o local.

— Ei Raito, o que aconteceu... Afinal?

— O que eu lhe contei... - Virou-se para a janela, pensativo e com as mãos nos bolsos.

— Sim, eu sei... Mas depois do “quase estupro”... O que houve?

O jovem veio até mim, sentando-se ao meu lado na cama. Estávamos cara a cara. Ele segurou as minhas mãos apertando-as contra as suas.

— A verdade é que... Não confiei naquele homem desde o início. Depois que Mikami foi liberado, voltamos àquela mansão para te buscar... E vi a cena mais revoltante em toda a minha vida. - Baixou os olhos, estava raivoso e triste ao mesmo tempo.

— Entendo... - Também baixei os olhos - Mas agora que passou, acho que tudo que fizemos... Digo, pelo Misa Mercenary, foi em vão...

— Não! - Levantou-se da cama em um pulo - Pelo contrário, agora mais do que nunca ele nos deve. Ameacei aquele humano imprestável, se ele não nos pagar o dobro até o meio dia se arrependerá eternamente.

Raito agora parecia mais calmo esboçando um olhar vitorioso e até meio maligno. Não perguntei mais detalhes sobre o ocorrido. Sorri por dentro, agradecendo pela sorte que quase nunca tinha, agradecendo por ter aquele garoto genial a minha frente, e por minhas costas, sempre observando os meus passos e pensando por nós dois, quando a minha sanidade me faltava. Ele me salvou, não sei como, mas salvou e isso era o que importava.

— Misa, aqui está a roupa de Sayu, vá para casa e descanse.

— Raito, não! - O garoto virou-se para mim surpreso.

— Vou te visitar à tarde, se quiser, até podemos sair, mas por enquanto descanse. - Sorriu angelicalmente [o que não era difícil para ele] e voltou-se para a porta, ameaçando deixar o quarto.

— Não, Raito, Yagami Raito... O que você fez por mim hoje ultrapassou qualquer limite da nossa amizade... Entende?

— Só fiz o que deveria fazer, é meu dever te proteger.

— Não! Você fez até mais que isso, você sempre faz mais... Escute, eu... Eu te amo!

O abracei tão forte que desejei mais que tudo entrar naquele corpo quente e majestoso, queria pertencer àquela alma. Raito em silêncio, segurou-me pela cintura e retribuiu o abraço. Virei meu rosto para cima, encontrando os seus olhos castanhos e profundos. Sua respiração esquentava deliciosamente o meu rosto, então, no clima do momento, o beijei. Um beijo calmo e sereno, com um pouco do gosto do café amargo, que ele também deveria ter bebido antes de me dar, deduzi. O café amargo mais delicioso da minha vida. O garoto me apertou mais ainda contra o seu corpo, intensificando cada vez mais o beijo. Na falta de ar, distanciamos nossas bocas alguns segundos, tempo suficiente para olhá-lo nos olhos e lhe pedir com a voz mais meiga que podia:

— Raito-kun, deixe-me ficar aqui... - Supliquei, há tempos não lhe chamava daquela forma.

— O tempo que quiser. - Novamente, colou nossas bocas.


Continua...



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Notas finais do capítulo

Here we go now!