Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 11
Azar


Notas iniciais do capítulo

Misa acorda com aquele pressentimento de que o dia vai ser show... Pena que era só pressentimento...



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Misa Mercenary

Azar

Eu meio que acordei feliz naquele dia, sem saber exatamente o motivo. Mais tarde teria aquelas aulas chatas, veria aqueles colegas chatos... enfim, o dia tinha tudo para ser um porre. Mas sei lá, havia alguma coisa que estava me fazendo rir naquela manhã. Levantei rapidamente da cama e me olhei no espelho em frente ao guarda-roupa. "Poxa, eu não sou tão feia assim", pensei. E era verdade, apesar dos trajes velhos e da cara amassada de sono, eu até que tinha belos olhos: grandes e azuis.


Naquela observação toda, nem percebi que estava atrasada. Troque rapidamente de roupa (o jeans de sempre e uma regata branca, o dia prometia ser quente), peguei uma maçã e saí. Raito como sempre me esperava na esquina. Estava emburrado e só no carro. Respirei fundo e entrei.

— Bom dia, Raito. Senti saudades.

— Sentiu saudades?! É isso o que você me diz depois de sumir sem nem me avisar?!

— Af, sabia que ficaria assim. Prometo te explicar tudo, ok? Agora so me deixa descançar a cabeça. Botei os fones de ouvido e encostei a cabeça no banco do carro. Raito parecia resmungar algo, mas nem dei atenção. Logo chegamos ao colégio e eu fiquei feliz por isso...

— Ora ora, se não é a princesinha inglesa... - falou Melo, o loiro irritante enquanto se aproximava de mim.

— Do que você está falando, seu retardado?

— Opa, não viu o jornal de hoje não?

— Me da isso aqui! - Tomei o exemplar em suas mãos.


Não acreditava no que estava lendo, então a cadela que dispensei noite passada realmente havia me sacaneado. Olhei em volta meio que caçando-a, estava com tanto ódio que poderia sair foto de meus olhos. Enxerguei a figura pálida L ao longe, sentado em um banco próximo às salas. Me aproximei dele quase que esfregando o pedaço de papel em seu rosto:

— Você viu isso aqui, L?

— Sim... - Respondeu o inglês em uma calmaria que so aumentou o meu ódio.

— Ora sim, e você não fez nada?!

— O que eu poderia fazer, Misa-san?

— Cara, você leu isso mesmo?! Aqui ela diz que nós somos... somos... somos namorados em lua-de-mel adiantada... Ah quando eu ver essa cadela vou esganá-la até os pulmões dela saírem pela boca! — Misa, acalme-se, vamos beber uma água e ir para a sala, ok? - Protestou Raito, nunca tentativa frustrada de me acalmar.

— Escute seu amigo Misa-san, é melhor para todos. - Então L levantou-se do banco e foi em direção ao campus...


Raito e eu nos dirigimos para a nossa sala, Mello logo atrás com os outros garotos. As pessoas me olhavam dando risadinhas indiscretas. Entrei rapidamente na sala e sentei no último lugar da última fila, Raito sentou-se ao meu lado. O inglesinho estava logo lá na frente "Melhor pra você Misa, não vai ter que ficar aguentando aquele cheiro açucarado irritante dele".

Aquele dia foi um dos mais improdutivos para mim, se ouvia murmúrios por toda a escola, ninguém falou comigo um minuto para tratar de 'negócios', e quando falava queria informações sobre a minha viagem 'repentina' com o novato inglês. Tive sorte daquela manhã passar rapidamente e logo chegarmos ao último horário, que aliás era do professor que me pôs naquela grande fria com L. O sinal bateu e ele pediu para que ficassemos na sala.

— Então, chegue mais perto senhorita Amane. - Pediu o professor. Me aproximei timidamente porque logo a frente estava o inglês e ele. Sentei há umas duas carteiras de distância dele, então o professor começou a falar.

— Recebi o relatório do trabalho de vocês essa manhã por e-mail. Gostaria de saber quem me enviou.

— Eu. - curto e grosso, como sempre era, respondeu L.

— Enfim senhor Lawliet, li e reli muitas vezes, e obrigado também pelas filmagens, foram belíssimas, adoro a Inglaterra.

— Filmagens, que filmagens L?! - como sempre o inglês me surpreendendo.

— Desculpe não lhe avisar antes Misa-san, mas mandei Watari providenciar umas filmagens durante o nosso 'trabalho', só para acrescentar ao relatório.

— E ficou muito bem feito senhor Lawliet, tenho que confessar que não esperava tanto esforço da parte de vocês, não era necessário uma viagem desse porte, mas o trabalho ficou grandioso, e você também estava ótima senhorita Amane, conheço o seu potencial intelectual, mas foi sensível e prestativa o tempo todo. O trabalho de vocês está excelante, cuidarei para que fiquem com a maior nota possível, ok? Podem se retirar, tenho que corrigir algumas provas.

— Obrigado. - falou L logo retirando-se da sala.


Permaneci nela mais algum tempo, ainda de queixo caído, não sei por quem, pelo professor que elogiu tudo mais que qualquer coisa no mundo, ou por eu ter sido filmada, aliás, usada o tempo todo pelo inglês, nessa viagem. Pela primeira vez na vida, senti vontade de afogar meu rosto em um travesseiro e chorar. Mas fiz melhor, fui encontrar Raito que ja me esperava em frente ao campus, para irmos embora. Fui entrando no carro, quando ele me puxou pelo braço:

— Onde pensa que vai?

— Vamos embora Raito, estou com uma tremenda dor de cabeça.

— Não vamos a lugar nenhum, enquanto nao conversarmos.

— O que você quer conversar, diga logo, ando sem tempo.

— Sem tempo por que? Você nunca andou sem tempo... Ta planejando outra viagem com aquele fracassado?! Hein Misa, o que houve nessa última?! Não me esconda nada.

— Não houve nada, NADA! Para de paranóia cara, eu me arrependo, quer saber? É isso, eu me arrependo de tudo que fiz, me arrependo do dia que me meti com aquele cara, do dia que brigamos ou nos falamos pela primeira vez, e nunca me arrependi tanto por algo. Essa viagem, aliás, o contato com ele, so me trouxe... Não conseguia terminar a frase, meu rosto estava em brasa, meu coração batendo a mil por hora, Raito me olhando com aqueles olhos castanhos, os mais lindos que eu ja vi aliás. Eu so queria sair dali, chegar em casa, me esquecer de tudo. Mas ele não deixava.

— Trouxe?

— Por favor Raito... - Uma lágrima teimosa caiu dos meus olhos, escorregando pelo meu rosto sem minha permissão, e depois mais outra e mais outra... Depois de anos lá estava eu, chorando pateticamente como uma menininha, por coisas tão ridículas.

— Ei, Misa... Ei ei ei, não chora, me desculpe, venha cá. - O garoto me abraçou, forte, enxugou minhas lágrimas com o punho da camisa. Me sentia segura ali, meu coração ja desacelerava em compaço com o dele, fechei meus olhos uns segundos, tentando a cabeça em ordem.

— Raito... eu, so quero ir para casa.

— Você já está em casa, minha querida. - E então ele me olhou mais uma vez, me paralisando com aqueles olhos castanhos, aproximou seu rosto ao ponto de eu sentir sua respiração quente e o hálito doce quase que em meus lábios...


— Não conhecem as regras? Não é permitido demonstrações de carinho exageradas dentro do campus.

E então surgiu, por trás do carro a feição pálida que eu tanto conhecia, mãos nos bolsos, pirulito na boca, cabelo desgrenhado, olheiras profundas.

— Espero não estar atrapalhando nada, mas é que quero previní-los de um grande problema.

— L? - sussurrei surpresa.

— O que você faz aqui? Estava nos espionando? - Interrogou Raito, raivoso com a intromissão do inglês.

— Não, so queria falar com a senhorita Amane, perdão, cheguei em uma hora incômoda.

— Comigo? O que você quer falar comigo?

— Deixe para lá, vou indo, até mais.

— L! Volte aqui! Tarde demais, ele entrou em um carro que o esperava e partiu, me deixando ali, com um milhão de dúvidas na cabeça.

— Misa, você está bem? - Falou Raito, meio enrubescido por eu ter me desprendido de seu abraço para gritar o nome do outro que lhe irritara.

— Estou sim Raito, vamos embora...
Raito me deixou em casa, despedindo-se com um beijo em minha testa.


Entrei direto para o meu quarto, ja escurecia. Soltei as coisas no chão e desabei na cama. "Como é que pode uma coisa dessas hein? Acordei com tao bons pressentimentos acerca desse dia, e ele acaba virando uma merda! Que droga!"

— Filha? Chega e nem avisa. - grita a minha mãe por trás da porta.

— Desculpe mãe, vou tomar um banho e estudar um pouco, ja desço.

— Abra a porta, chegou um pacote pra você.

— Pra mim?! Abri a porta e minha mãe entregou uma caixa mediana, ficou me olhando enquanto eu abria para ver o que era. — O que é?

— Um... notebook?! Quem foi que enviou isso mãe? Quem veio deixar?

— Não tem identificação filha, mas é para você. Ligue ai, sempre quis lhe dar um, será que você ganhou em um concurso? Não dei muita bola para o que ela falava. Dentro da caixa havia um cd, liguei o notebook rapidamente, apesar de nunca na minha vida ter tido a oportunidade de ter um computador ou essas coisas tecnológicas, eu sabia muito bem lidar com elas. Após ligar, inseri o cd, aparecendo uma imagem na tela: "ESPERO QUE ESTEJA SÓ, ISSO MESMO, SÓ, ESSA GRAVAÇÃO É CONFIDENCIAL, E VOCÊ MISA AMANE, PODERÁ VÊ-LA. ENTÃO EU REPITO, ESPERO QUE ESTEJA SÓ AO VER ESSA GRAVAÇÃO." Minha mãe ficou boquiaberta com o que lia, ainda mais surpresa que eu.

— Mãe, desculpe, vai ter que se retirar, nunca se sabe o que pode acontecer ne?

— Eu que não quero correr riscos. Até mais filha, depois me conte o que é isso.
Dei segmento a gravação no cd, até que...

— Olá Misa-san...


Continua...



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Notas finais do capítulo

Olá amigos, sei mais nem que desculpa dar, vou falar a verdade para vocês, meio que um desabafo, acabei abandonando a fic por conta de problemas pessoas, é, eu me apaixonei xD Sim, isso pra mim é um problema D; Enfim, mas nenhuma paixão no mundo vai superar o amor que tenho por vocês que me acompanham desde sempre *-* Curtam o capítulo, tentei caprichar nele. E o próximo ja está pronto, ok? Não vai demorar. Beijos!