Misa Mercenary escrita por plemos


Capítulo 10
Risos


Notas iniciais do capítulo

Ta pequenininho, mas é um capítulo fofo :3



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Misa Mercenary

Risos


Era aquilo menos que eu ouvira? Então L e eu não teríamos mais que trabalhar juntos?

— Exatamente senhorita Amane. - Mencionou o inglês quase que como lendo a minha mente.

— Parece que não gostou muito da ideia, não é? - Comentou o velho tocando os meus ombros.

— Eu?! Tsc, é claro, é claro que eu amei a ideia!

— Tem certeza? Não é o que parece.

— Cala a boca seu inglesinho de nada! Estou livre de você, por que não estaria feliz? - Soltei uma gaitada tão alta que os vizinhos poderiam até ter ouvido, mas havia vizinhos ali?

— Sim, você está livre de mim... - Falou o jovem branquelo tomando um gole na sua irritante xícara de chocolate quente. Levantou-se da sua poltrona com as mãos nos bolsos e dirigiu-se até a escada. Parou no primeiro degrau e sem ao menos olhar pra mim, disse: — Então é isso. Apesar de sua rebeldia, nosso tempo juntos até que me deixou feliz. Tchau Misa-san. - Subiu, desaparecendo de vez da sala.

"Sim, então era isso, L" pensei. Ainda na sala do inglês, sem ação, paralisada. Tipo, fui dispensada é? Eu sou tão inútil assim? Caramba, eu não me entendia. Não era isso que eu queria? Então o que fazer ali ainda? Saí.

Pela noite, não dormia. Mirava o teto do quarto, um teto vermelho, meio desbotado. Pensava nos dias ingleses, dias de paz, apesar de tudo. De uma maneira mágica, poderia ouvir a voz dele se fechasse os olhos. Não gostava nem um pouco daquela sensação, então resolvi tomar um ar, sair um pouco. Pensar menos em tudo. Vesti uma jaqueta e fui.

Era uma madrugada fria, mas iluminada. Apesar da beleza, e a luz que Tóquio possuía, ela não me transmitia àquela paz que eu só encontrei na Inglaterra, lá havia um cheiro almiscarado nos lugares que eu passei, a brisa leve, fina, gostosa.

— Hey Misa! - falou uma garota que saíra de uma loja.

— Oi. - Acenei. Era Jude, uma colega de classe, aproximou-se.

— Como vai, Misa?

— Indo, e você? - Tentei simular um sorriso.

— Também... Er... O que faz na rua esse horário, moça?

— Nada, só vendo as luzes da madrugada.

— Ah, então, vem aqui comigo, tem um lugar que vende um Rámen delicioso. Você vai amar. - Puxou-me pela mão na maior intimidade do mundo.


Era um restaurante bem movimentado. Pediu dois Rámen, e meio que debochando da minha condição social, pediu pra que eu não me preocupasse, que ela mesmo pagaria. Em um primeiro momento não me importei. Comemos e conversamos um pouco logo depois.

— Agora me diga, por que parece meio abalada? - Impressão minha ou ela estava se preocupando?

— Eu?! Estou ótima.

— Claro que não está, é o novato, não é?

— Não sei do que está falando, sério. - Bom, eu sabia sim.

— Pode me contar Misa, sou sua amiga. Como foi na Inglaterra, como ele é? Estou ansiosa para saber.

— Como sabe que eu estava na Inglaterra?

— Um passarinho me contou. - FOFOQUEIRA DOS INFERNOS!


Que coisa, como ela soubera mesmo? Se bem que Jude poderia saber sim tudo, a respeito de todos, já que era redatora do jornal da escola e fofoqueira de primeira. Agora eu percebia seu real interesse, queria informações da minha viagem com o inglês.

— Não sei se devo falar sobre isso. - Apesar de não querer, tentei ser gentil.

— Pode sim, confie em mim. Vou pedir outro Rámen pra comermos, aí você pensa se conta ou não. - Acenou para a garçonete.

— Haha, mas como assim? Não é porque tu me pagas uns Rámens ou é gentil comigo que eu vou falar da minha vida ou da de L. Aliás, quem você pensa que é? Sua fofoqueira de quinta! - Vocês viram, eu tentei me controlar.


Levantei-me revoltada. Ela realmente perdera a noção do perigo. Mas não adiantava ficar ali discutindo com ela. Joguei algumas notas na mesa e fui me retirando.

— Paga o que eu comi, e só pra que não esqueça, você não é minha amiga.

Acho que pior que aquele dia, não poderia ficar. Mas me afastei o máximo que pude daquele local. O cansaço começava a tomar conta do meu corpo, da minha mente. Sentei-me em um banco de uma praça que ficava em frente a um lago no parque. Deitei-me sobre ele, comecei a olhar o céu, estrelado, lindo, aliás. Trazia-me as raras boas lembranças que vivi durante aquela vida.

— Eu vi o que fez no restaurante... - Uma voz conhecida.

— Gostou? - Levantei do banco para averiguar se era quem eu pensava mesmo.

— Sim, surpreendente e perspicaz.

Silêncio. Uma brisa gostosa. Fechei os olhos, ainda sem olhar pra voz e ri de leve, inocentemente. Quanta babaquice.

— Posso me sentar?

— É um país livre. - Abri um espaço no banco.

— Eu sei, mas... Não quero incomodar. - Você sempre incomoda, L.

— É, bem vindo ao clube então.

O garoto sentou-se mesmo ao meu lado, aliás, daquele jeito todo estranho dele.

— Você não me incomoda Misa-san, gosto da sua presença. - MAS COMO ASSIM?

— Sério? - L só podia estar brincando.

—Não, você é irritante, rebelde, narcisista, convencida, do contra, infantil, violenta, grosseira, mimada e tudo mais que odeio em uma pessoa.

— Ou seja, sou exatamente igual a você. - Sarcasmo, meu sobrenome.

— Talvez, há uma grande diferença.

— Você ama doces?

— E sou inglês. - Espertinho.

Risos. Risos que o contagiaram, aliás. Éramos mesmo idênticos, e por isso nos dávamos tão mal. Mas quem diria, um dia nós dois ali, rindo que nem bobos em frente a um lago?

— Por que me seguiu, L?

— Não te segui, só não tinha o que fazer, ai te vi no restaurante... - Mentiroso.

— Você me seguiu, não foi? Queria ver como eu ficaria longe de você, haha, você se acha. É isso, não é?

— Hm, não sei... - Era isso sim, por isso ele negava.

— E o que achou? Tipo, que conclusão tirou de tudo?

— Você realmente é pior sem mim por perto. - Arrogante.

— Sei... Preciso ir, L. - Comentei já levantando do banco.

— Ok... é, Misa-san...

— Sim?

— Nos vemos amanhã na escola, não é? - Aqueles olhos negros estavam mais intensos que o normal, deveria ser por conta da escuridão parcial do parque.

— Acho que sim, mas fique sabendo que vou te evitar ao máximo.

Eu ainda ria da cara de bobo que ele ficou. L continuou ali, observando o lago, olhar perdido, pensando em mil coisas, talvez. Foi quando tirou a barra de chocolate do bolso e a mordeu que eu percebi: Ele não mudaria tão cedo. Pobre de mim...



Continua...



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Notas finais do capítulo

E aí amores, mereço reviews? u.u