Coração de Sombra escrita por llRize San


Capítulo 10
Poder Letal




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Lee Minho examinou Jisung de cima a baixo, observando cuidadosamente cada detalhe do rapaz misterioso que despertava nele um sentimento enigmático e indescritível. 

— Han Jisung? — Min Ho o olhou com desconfiança. 

Jisung olhou ao redor, percebendo que estava em um palácio moderno que exalava uma aura de poder e riqueza. Seu olhar se desviou para os homens caídos ao chão e, sem hesitar, ele se agachou para verificar se eles estavam bem.

— Não sou médico — Disse Han — Mas to achando que esses caras não estão muito vivos. Não é melhor chamarmos uma ambulância? Quer dizer, eles desmaiaram do nada e não estou sentindo seus batimentos cardíacos. 

— Preocupe-se consigo mesmo — Disse Min Ho — Eles já estão mortos. 

Jisung caiu para trás, assustado, ao confirmar sua desconfiança. 

— Mortos? Como assim, mortos? Eu não falei sério. Como eles morreram? Estavam bem até um minuto atrás. 

— Pessoas cujo coração é impregnado com as sombras não conseguem sobreviver na minha presença. 

— Isso é incrível — Disse Han, forçando um sorriso, apesar do medo. Achou Lee Minho um pouco lunático, mas seu lema era nunca contrariar um doido e sempre dançar conforme a música — Não esperaria menos de alguém tão sublime quanto o senhor. Mas se ainda estou vivo é porque passei no teste, correto? Isso significa que não tenho sombras no coração, sou inocente e carrego uma pureza sem limites, então eu já estou liberado, não é mesmo?

Lee Minho se aproximou de Jisung, ajoelhando-se no chão para examinar mais de perto o rosto do jovem. Com tamanha curiosidade, ele tocou suavemente o rosto de Jisung, buscando entender melhor quem era esse rapaz que lhe despertava tanto interesse.

— Como você está vivo? 

— Essa é uma boa pergunta, e creio que a resposta é que eu sou um ser puro, praticamente um anjo, super santo… 

— Você está muito longe de ser um anjo. 

— Não tão longe, devo estar nas redondezas. Olha, eu estou vivo e eles não. Soube que são homens cruéis, assassinos e estupradores, eu não me classifico nessa área. Veja bem, eu fui pego por engano. 

Changbin se aproximou e sussurrou no ouvido de Min Ho. 

— Por engano? — Perguntou Min Ho arqueando as sobrancelhas — Você estava tentando roubar um de nossos bens valiosos, isso não foi engano. 

— Não é bem “roubar”, essa é uma palavra muito forte, Senhor. Eu só estava… avaliando se o bem era verdadeiro, sabe como é, tem muitos trapaceiros por aí. 

Min Ho se levantou e encarou Jisung com intensidade, perturbado pela aura pura e brilhante que emanava do jovem. Era incomum ver um humano com uma aura tão resplandecente, especialmente um que se envolvia em furtos. Pelo poder de Min Ho, que normalmente eliminava qualquer vestígio de maldade, Jisung já deveria estar morto. No entanto, ele exibia uma luz natural e inexplicável que desafiava as capacidades de Min Ho.

Jisung também se levantou, esforçando-se para recompor-se e ocultar seu medo. Tentou manter a calma, apesar da situação tensa e da presença imponente de Min Ho diante dele.

— Você não é deste reino. De onde veio e o que faz aqui? — Perguntou Min Ho. 

— De fato não sou daqui. Sou sul coreano e vim até seu reino atrás de novas oportunidades. Soube que aqui é o melhor lugar para se viver e por isso vim para cá. 

— Clandestinamente — Min Ho fechou o cenho — As oportunidades que veio atrás é um lugar melhor para cometer seus furtos? 

— Não, não Senhor, jamais. É que eu realmente admiro seu país e desejo de todo meu coração ser um cidadão que honra e luta pela sua pátria. 

— Você é só um ladrão oportunista. 

— Veja bem, Senhor Minho, acho que começamos com o pé esquerdo. Tudo não passa de um mal entendido. Não sou um ladrão, sou um homem muito justo e nobre. Aliás, eu não tenho direito a um advogado? 

— Eu sou o juiz aqui — Disse Min Ho, parecendo ainda mais imponente.

— Claro, isso faz muito sentido, vossa excelência. E como um Juiz de coração tão bondoso e correto, sei que me dará uma segunda chance — Han sentiu uma estranha familiaridade ao olhar para Min Ho, como se já o tivesse encontrado antes, mas não conseguia lembrar onde ou quando. Ele pensava consigo mesmo que seria impossível esquecer um rosto tão bonito e uma presença tão marcante. No entanto, a sensação de que Min Ho lhe era familiar persistia, deixando-o intrigado e um pouco desconcertado com a própria incerteza — Peço encarecidamente que poupe minha vida, Senhor Minho. 

— Lord Min Ho — Min Ho o corrigiu. 

— Perdoe-me, Lord Min Ho — Han conteve a risada, achou aquele nome ridiculamente cafona — Se o senhor me poupar posso ser de muita utilidade, sou bom em muitas coisas. Sei que o Senhor é muito sábio e não iria querer perder alguém tão útil quanto eu. 

— E por que você seria útil para mim? 

— Posso fazer qualquer coisa que me mandar, sou inteligente e aprendo tudo muito rápido. 

Han tratou o encontro com Min Ho como se fosse uma das inúmeras entrevistas de emprego pelas quais já havia passado ao longo de sua vida, embora desta vez, ao invés de uma carteira assinada, estivesse em jogo a sua própria vida. Um pensamento reconfortante veio à sua mente: Min Ho já poderia tê-lo eliminado, mas não o fez, e isso indicava que ainda havia uma chance. Isso deu a Han um fio de esperança de que talvez pudesse, de alguma forma, sair daquela situação vivo.

— Creio que você entrou em um lugar que nem sabe o que é. 

— As notícias de seu reino próspero e justo repercutem por todo o mundo, muitas pessoas querem viver aqui. Lord Min Ho é conhecido e até mesmo venerado por muitos, e pode ter certeza que sou um deles. 

— Tem certeza que me conhece? — Minho se aproximou e parou a centímetros de distância do rosto de Han.

— Olha, conhecer, conhecer, conhecer, acho que não, somente pelos noticiários. Por isso, acho muito válido o Senhor me dar essa oportunidade de conhecê-lo realmente. 

Min Ho encarou Han, que sustentou o olhar sem desviar. A intensidade desse confronto visual começou a incomodar Min Ho, mas ele estava decidido a não ser o primeiro a desviar os olhos. Olhar diretamente nos olhos de Han provocava nele uma sensação inexplicável, e, sem um coração para ajudar a discernir se aquilo era bom ou ruim, seu corpo inteiro estremeceu. Han possuía algo poderoso dentro de si, algo que deixava Min Ho confuso; apesar de fisicamente parecer frágil e vulnerável, como um pequeno passarinho com asas quebradas, havia uma força em Han que provocava uma inquietude em Min Ho. Incapaz de suportar aquela troca de olhares, Min Ho finalmente desviou o olhar e se virou, tentando demonstrar indiferença.

— Sou um Anjo, o Anjo da Justiça. Você não tem medo?  — Min Ho o olhou de canto. 

— Já encontrei pessoas muito piores, não tenho medo de um Anjo, Anjos são bons, ainda mais um Anjo da Justiça. 

Min Ho virou para ele e se aproximou novamente. 

— Já encontrou pessoas piores? Sabe que posso explodir seu coração com um simples estalar de dedo? 

Apesar do tom ameaçador de Min Ho, Han sentia seu medo se dissipar a cada minuto que passava. A presença de Min Ho, embora imponente, não o intimidava mais tanto quanto deveria. Han estava plenamente consciente de sua culpa, não se considerava inocente, já que realmente havia tentado furtar objetos valiosos do palácio. No entanto, por razões que ele mesmo não conseguia entender completamente, havia algo em Min Ho que lhe transmitia uma sensação de segurança, como se, no fundo, não representasse um perigo real para ele.

— Sim, eu sei que você poderia acabar comigo facilmente. Mas não o fez, meu coração ainda bate.

Han deu um passo em direção a Min Ho, tomou coragem e segurou a mão dele, guiando-a até seu próprio peito. Queria que Min Ho sentisse os batimentos de seu coração. Ao contato, Min Ho permaneceu imóvel, surpreso com a sensação dos batimentos cardíacos de Han sob seus dedos. Era como uma doce melodia que invadia seu ser, uma vibração que pareceu dar vida ao seu coração morto. 

Assustado com a intensidade dessa experiência e temendo que pudesse ser algum tipo de magia ou feitiço, Min Ho rapidamente se afastou de Han, criando uma barreira física entre eles. A confusão e o medo de ser vulnerável a um poder desconhecido fizeram com que ele recuasse, buscando proteger-se de uma conexão que não entendia.

Han, apesar de sua aparente fragilidade e simplicidade humana, possuía algo em seu interior que desafiava e até neutralizava o imenso poder de Min Ho. Isso deixava Min Ho confuso e perplexo, pois nunca antes havia encontrado um humano imune aos seus poderes. Agora, sua curiosidade estava mais aguçada do que nunca em relação a esse jovem de alma pura e bochechas gordinhas. Intrigado por essa anomalia, Min Ho sentia-se compelido a entender melhor quem era Han e o que tornava possível tal resistência ao seu poder.


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Notas finais do capítulo

Lino sem entender o que é que o atrai tanto ao Hannie, alguém explica pra ele que eles são almas gêmeas :3

Han jogando uns migué no Lino pra conseguir sair ileso da situação kkkkkkkk adoro o Hannie.

Minha cena favorita desse capitulo foi a hora que o Lino sentiu os batimentos do coração do Han, na minha cabeça imaginei essa cena linda, queria ter conseguido transmitir ela melhor, mesmo assim, gostei rsrsrrs.



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