Power Rangers: Esquadrão Z escrita por L R Rodrigues


Capítulo 3
Sede de Matar


Notas iniciais do capítulo

Sinopse do capítulo:

Lokknon envia à Terra um monstro que induz suas vítimas a um estado de sede insaciável, atingindo jogadores de lacrosse da escola. Os Rangers contam com uma fórmula criada por Dickerson, mas aplica-la não será tarefa das mais fáceis.

Tenham uma ótima leitura (e que o poder o proteja)!



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 Havia cerca de três dias que a Alameda dos Anjos fora tomada por uma forte onda de calor anunciada como um fenômeno de despedida do verão, preparando a chegada do aguardado outono. Na verdade, a Califórnia inteira vivenciava esse inferno na terra, mas parecia que a cidade dos nossos heróis coloridos era o ponto de maior concentração em números de residentes sofrendo com os efeitos do clima altamente seco fazendo com que não fosse difícil sair de casa e ver corredores nas orlas praianas com garrafinhas extras de água.

 

 

A cidade se dividia nesse período entre aqueles que clamavam a chegada da próxima estação rapidamente e os que gostariam de aproveitar dos benefícios que as altas temperaturas traziam. Neste segundo grupo estavam os entusiastas de atividades ao ar livre, dentre eles um bom número de estudantes da Angel Grove High School. No início da tarde daquele terceiro dia de termômetros acima dos 34°, duas classes organizaram uma partida de lacrosse. A turma da 5ª série-A desafiou a classe B apostando o uso exclusivo do campo próximo ao colégio para duas semanas.

 

 

O jogo fluía bem tendo Austin e Tim na linha de frente do time da 5ª série-A e sendo assistido por alguns alunos das respectivas classes. Jessie e Zoe vibravam na arquibancada torcendo pelos arremessos com os tacos improvisados - raquetes de tênis bem amarradas a cabos de vassouras. Damian tentava conciliar o foco no jogo e nos estudos, ora dando olhadelas no lacrosse, ora de cara na tarefa. Aquilo intrigou Zoe.

 

 

— Aí, Damian, como é que você consegue dividir a atenção pra duas coisas ao mesmo tempo? Além do mais, não é meio cedo pra fazer dever de casa?

 

 

— Eu costumo dizer que o tempo ajuda a quem cedo estuda. — disse o Ranger Preto olhando rapidamente para a amiga com um sorriso tranquilo — Mas respondendo à primeira questão, eu... A quem tô querendo enganar, né? Não tem como. — disse ele, largando a caneta no caderno — Ainda mais nesse calor.

 

 

— Pois é, hoje tá mais quente que nos primeiros dias dessa maldita onda de calor. — disse Jessie que limpava o suor da testa — Olha aí, tô suando pra caramba e nem estamos jogando.

 

 

— Eu devia ter avisado a minha mãe pra colocar o frango na janela e não no forno. — disse Damian, arrancando risadas das meninas. 

 

 

Enquanto o lacrosse seguia acirrado entre as duas turmas rivais, Brock e Stuart vinham carregando uma bacia enchida com esterco de cavalo no outro lado do campo, deixando cair alguns pedaços na grama. 

 

 

— Olhem ali aqueles dois. — disse Damian, estreitando os olhos e ajeitando os óculos — Aquilo me parece... 

 

 

— Não parece, é! Argh, cocô de cavalo, que nojo! — disse Jessie expressando repulsa — O que esses panacas estão pensando em fazer? 

 

 

— Com certeza não é pra adubar o solo e plantar novas árvores. — disse Zoe, levantando uma sobrancelha. 

 

 

A dupla de valentões passava aperto com a pesada bacia que pendia de um lado para outro.

 

 

— Stuart, vê se segura isso direito, cara! — disse Brock na frente — Já caiu metade só porque você tá fazendo corpo mole! 

 

 

— É fácil pra você falar já que é tão... forçudo. 

 

 

— Tá me chamando de gordo é? — indagou Brock, inclinando para um lado para encarar o amigo. 

 

 

— Você tá acima do peso, por isso consegue carregar melhor! Vamos dar uma paradinha? 

 

 

— Tá legal, seu fracote. — disse Brock baixando a bacia ao chão — Depois vejo se arranjo um daqueles carrinhos, só que eu mesmo vou carregar e você fica de vigia pra ninguém flagrar nosso plano.

 

 

— Olha lá, esses bobocas. — disse Stuart apontando para os alunos. Brock virou-se com ar de deboche — Será que é assim que se joga lacrosse?

 

 

— Só se for na terra dos malucos. — disse Brock, rindo junto ao parceiro. 

 

 

Mas a chacota durou pouco após a bola ser arremessada fora do campo e cair sobre a cabeça de Brock numa típica bolada constrangedora. O impacto fez com que ele caísse de cara no esterco. Os jogadores não se controlaram e uma risadaria tomou conta do espaço. Damian, Jessie e Zoe também soltavam suas gargalhadas. Mas foram os risos de Stuart que despertaram a fúria nele 

 

 

— Tá achando engraçado, é? — perguntou Brock, o rosto totalmente sujo — Pois toma! — jogou uma bola de esterco em Stuart.

 

 

— Ei, espera aí, Brock! Fica frio, eu só tava brincando! — disse Stuart que começou a correr do amigo irritado que lhe jogava fezes, aumentando as risadas dos demais.

 

 

***

 

 

Em sua nave, sentado no opulento trono de metal, Lokknon observava pelo visualizador multifocal recém-consertado a população da Alameda dos Anjos lidando com os problemas trazidos pela onda de calor, notando um exacerbado consumo de água.

 

 

— O que esses terráqueos têm de fragilidade ao clima natural do seu planeta também têm de estupidez. — disse o imperador — Será que não percebem que se continuarem assim vão esgotar os recursos? A água terráquea é valiosa demais pra sofrer todo esse desperdício! 

 

 

— Ao que parece, a cidade dos Power Pirralhos está sendo castigada por uma elevação nas temperaturas. — disse Aracna lixando suas unhas sentada numa cadeira — Gosto da parte de saber que pode ser fatal para os humanos. Eles ficam desidratados e morrem como peixes fora d'água. Patético.

 

 

— Hum, então toda a água da cidade vem sendo tão consumida por conta desse calor extremo... — disse Lokknon pensando em algo — Eureka! 

 

 

Mudok e Barooma se assustaram com o súbito lampejo do imperador.

 

 

— O que foi, mestre? Alguma ideia para prolongar o sofrimento dos terráqueos? — perguntou Mudok.

 

 

— E se pudéssemos acelerar os danos que esse calor provoca na saúde das pessoas? Barooma, prepare a máquina de modelagem bio-artificial!

 

 

— Achei que nunca fosse pedir! Obrigado, milorde! — disse Barooma fazendo uma reverência — Hora de finalmente inaugurar minha maior invenção!

 

 

— Essa engenhoca ocupa muito espaço. — apontou Aracna — Não tinha algo mais compacto? 

 

 

— A eficácia dela é proporcional ao tamanho, acredite em mim! — disse Barooma, mexendo num console para pesquisar palavras-chave no computador — Tudo que preciso é baixar informações diretamente do computador e transferi-las ao modelador que irá converte-las em matéria biológica viva! Tratei de deixar um boneco previamente dentro da máquina!

 

 

— Espero que não seja um teste. — disse Lokknon exigindo bons resultados.

 

 

— Fique despreocupado, mestre! Ela já foi submetida a uma bateria de testes rigorosos!

 

 

— E quantos deles falharam? — questionou Mudok. 

 

 

— Cale a boca, apenas observe e contemple a inovação que jamais sairia da sua mente! — disparou Barooma, afobado com a desconfiança do colega. Puxou a alavanca para cima, acionando a transferência de dados por um tubo ligado ao sistema operacional do computador. A máquina foi energizada dando ao boneco vida própria. A porta dupla do modelador abriu-se liberando fumaça branca. Dela saiu um monstro cuja cabeça possuía formato de nuvem parecendo um grande algodão endurecido. 

 

 

— Quem são vocês? Querem provar do meu belo vapor? 

 

 

— Oh, que surpreendente, ele fala! — disse Aracna em tom claro de ironia. 

 

 

— E saiu com uma estatura normal! — disse Barooma dando a entender que durante os testes as cobaias permaneceram no tamanho de bonecos, o que gerou rápida desconfiança de Lokknon — Digo, ele é perfeito! 

 

 

— O que um traste como esse pode fazer contra os Rangers? — indagou Mudok — E se ele de uma hora pra outra se rebelar contra o mestre?

 

 

— Está o julgando cedo demais! E ele está inteiramente sob minha tutela, eu sou como o progenitor dele! Assim não preciso recalcular meus parâmetros! 

 

 

— Sério? Então porque ele não chamou você de mamãe? — perguntou Aracna, debochada.

 

 

— Chega de brincadeiras, temos uma cidade para conquistar e logo mais um planeta em nossas mãos! — disse Lokknon descendo de seu trono — Tem a minha benção para usar de suas habilidades mortais contra os seres do planeta Terra. Sou Lokknon, seu soberano, e deve obediência incondicional a mim.

 

 

— Tudo o que eu mais quero é soprar meu vapor e ver seres insignificantes indo a loucura! — disse o monstro, empolgado para agir.

 

 

— Então o mandaremos à Terra onde lá terá um banquete farto para saborear à vontade.

 

 

— Chefe, não acho que deveria dar carta branca a uma criatura que acabou de nascer. — disse Mudok, incomodado — Ele precisa de uma supervisão.

 

 

— O meu monstro não é um bebê que precisa de orientação pra fazer o que deve fazer! — disse Barooma, aborrecido com o pitaco do ciborgue.

 

 

— Verdade, quem é você pra sugerir alguma coisa, Mudok? — insultou Aracna. 

 

 

— Eu confio na possibilidade de sucesso que ele me promete. — declarou Lokknon — Mas como iremos chama-lo?

 

 

— Que tal Desidratador? — sugeriu Aracna — É o trabalho dele, né?

 

 

Lokknon virou-se para a criatura bizarra.

 

 

— Dê o seu melhor. Aliás, o seu pior. — disse o imperador com uma risadinha infame. 

 

 

— Pode deixar, meu nobre soberano. A sede que os terráqueos sentirão será muito pior do que estão acostumados! — disse o Desidratador, esfregando as mãos de ansiedade para iniciar.

 

 

***

 

 

Ainda no campo, os Rangers partilhavam da satisfação de levarem a melhor sobre a 5ª série-B. Austin e Tim vinham até os outros após se despedirem dos colegas. 

 

 

— Vocês foram incríveis! — disse Zoe — Apesar desse ter sido o jogo de lacrosse mais suave que já vi.

 

 

— Eu não ia arriscar levar uma pancada sem proteção. — disse Tim, a camisa azul de mangas bastante suada no peito e nas axilas — Mas com ou sem ela a gente arrebenta! — comemorou batendo sua mão direita na esquerda de Austin num toque amistoso.

 

 

— A torcida de vocês surtiu efeito dessa vez. — disse Austin, a regata vermelha ensopada, bem como a bermuda preta.

 

 

— Dessa vez!? Engraçadinho. — retrucou Jessie em tom bem-humorado, fazendo os amigos rirem.

 

 

— Aí, estão afim de passar lá em casa e verem como anda meu mais novo projeto? — perguntou Damian.

 

 

— Depende do que seja. — disse Austin.

 

 

— Não é outra máquina de adivinhar pensamentos, né? — perguntou Tim.

 

 

— É uma surpresa. E então, topam? 

 

 

— Ele tocou direto no meu ponto fraco. Não dispenso surpresas. — disse Jessie.

 

 

— Nenhum de nós. Vamos nessa. — disse Austin andando entre Tim e Damian, tocando nos ombros deles.

 

 

Os Rangers saíram do campo entorpecidos de curiosidade para saber o que Damian preparou para mostra-los. Mas após se distanciarem, o Desidratador surgia teleportando-se, escondido numa árvore. Notou os alunos da 5ª série-B tomando água em copos de vidro deixados sobre uma mesa de madeira. 

 

 

— Aí estão eles, meus incautos alvos. — disse o monstro observando os estudantes descansarem e se hidratarem após um cansativo jogo — Agora sintam meu vapor gelado.

 

 

O monstro soprara a fumaça branca que alcançou os alunos envolvendo-os como numa névoa. Todos eles sentiam-se repentinamente mais sedentos por água com o dissipar do vapor. Alguns tomavam dois copos ao mesmo tempo desesperadamente. Outros chegavam a brigar pelo direito de beber mais.

 

 

— Isso, continuem assim, tentem inutilmente matar essa sede até matarem uns aos outros! — disse o Desidratador com uma risada travessa.

 

 

***

 

 

Na casa de ferragens do seu pai que Damian usava como laboratório improvisado para projetar, desenvolver e testar suas invenções, os Rangers entravam no recinto de madeira para conferir a engenhoca da vez. 

 

 

— E voilá! — disse Damian retirando um pano que cobria sua máquina — Ops, acho que essa não é bem a palavra correta pra apresentar um projeto que nem foi concluído. 

 

 

— Ainda não ficou pronto? Algum problema? — indagou Austin.

 

 

— Nada demais, eu só tô levando mais tempo na fase intermediária pra reorganizar alguns componentes de modo que o primeiro teste seja à prova de falhas. — disse Damian — O chamo de Vaporizador. 

 

 

— Legal e o que ele faz exatamente? — indagou Jessie — Transforma coisas sólidas em gás?

 

 

— Não, muito mais útil do que qualquer cientista já pressupôs. A função dele é gerar artificialmente uma nuvem de chuva de longa extensão, é capaz de cobrir todo o território da Alameda dos Anjos e áreas adjacentes.

 

 

— Ah, então você projetou esse negócio pra conter os efeitos da onda de calor, né? — disse Austin.

 

 

— A princípio, foi essa a intenção. — respondeu Damian, orgulhoso.

 

 

— Genial. Imagina só a quantidade de chuva que pode banhar a cidade e controlar esse calor. — disse Zoe — Eu agora tô ansiosa pra ver isso.

 

 

— Ei, Damian, quando ficar pronto você bem podia botar na potência máxima pra causar uma chuva de inundar toda a cidade nos dias de aula de matemática pro diretor cancelar as aulas. — disse Tim perto de Damian o tocando no ombro — Essa é uma outra ideia genial, né, amigão?

 

 

Os outros Rangers se entreolharam risonhos. O quarteto não conteve a gargalhada.

 

 

— Ah, Tim, uma ideia como essa só podia sair dessa sua cabecinha de vento mesmo. — disse Austin.

 

 

— Ué, iria dar certo. Não iria? — disse Tim levando a sério sua "brilhante" sugestão.

 

 

Paralelamente, Karen já se encontrava sentada frente ao painel de controle e os monitores da Central de Comando, navegando pela rede mundial da Intercorp. A chegada de Dickerson a arrancou bruscamente do seu mundo.

 

 

— Boa tarde. O que está fazendo?

 

 

— Hã? Eu? É que... — disse Karen, virando-se rápido para ele — Boa tarde pra você também, Dickerson.

 

 

— O que foi? Parece pálida. Como se tivesse sido pega em flagrante... – disse Dickerson vindo até ela com expressão brincalhona.

 

 

— Tá, tá bom! Eu confesso, estive xeretando os arquivos da Intercorp sem a devida autorização. Mas não com o objetivo de baixa-los pra mim, se é o você pensou...

 

 

— Não, você tava errada. — disse Dickerson — A autorização parte de mim. Portanto... Você é livre pra buscar cada informação que desejar.

 

 

— Eu... não sabia. — falou ela, desconcertada — Nossa, que alívio. E eu ativei o modo de navegação anônima pra que nem o comandante nem ninguém do alto escalão soubesse.

 

 

— Ah não, aí você foi descuidada, Karen. Pelo visto, também não sabia que a navegação oculta deixa rastros e que isso pra eles pode indicar ameaça de ataque hacker. Agora vou ter que fazer um relatório explicando que não há nada errado. — disse Dickerson, se apoiando no painel com a mão esquerda e pondo a direita na cabeça em preocupação. 

 

 

— Olha, deslize de novata, eu sei... — disse Karen que teve sua fala interrompida pelo som do alarme, a fazendo voltar-se ao computador e fechando a aba dos arquivos — Seu relatório terá que esperar. Problemas na cidade.

 

 

— O que é isso? Por que estão... todos bebendo água como se ela fosse acabar amanhã? — indagou Dickerson tomando um copinho d'água.

 

 

— Eis o culpado. — disse Karen, abrindo o vídeo do Desidratador soprando seu vapor — Melhor chamarmos os Rangers.

 

 

Na casa de Damian, a conversa dos Rangers foi cortada graças ao som dos comunicadores em forma de pulseiras. Austin ligou o seu tocando no minúsculo disco prateado para falar. Os demais ficaram bem próximos dele para escutar.

 

 

— Sr. Dickerson, aqui é o Austin. O que houve?

 

 

— Preciso que venham até aqui. A cidade está sofrendo ataque de uma criatura enviada por Lokknon.

 

 

— Já vamos. — disse Austin, logo desligando — É, galera, nosso descanso acabou. Vamos lá.

 

 

Todos os cinco apertaram nas pulseiras os botões de teleporte que os transformava em pilares de luz, cada em sua respectiva cor de Ranger, que desapareciam velozmente.

 

 

Surgiram na Central de Comando para ouvirem acerca da problemática que assolava a cidade. 

 

 

— Ótimo que estão aqui. Vejam isso. — disse Dickerson. Karen foi passando os vídeos com imagens da população da cidade sedenta.

 

 

— Caramba, o que é que tá rolando? — indagou Tim, surpreso — Deu a louca na cidade?

 

 

— Gente, eu não ficaria tão assustada com as pessoas agindo assim nesse calor. — disse Zoe.

 

 

— Nem eu. — disse Jessie — Mas olha aquele ali, bebendo até do hidrante! Que loucura é essa?

 

 

— Estão todos com mais sede do que o normal nessa época do ano. — disse Austin.

 

 

— Mesmo nessa onda de calor, ninguém reagiria com toda essa histeria. A razão não podia ser outra senão... Lokknon. — disse Dickerson. Karen mostrou imagens do Desidratador. 

 

 

— Inalando esse vapor, as pessoas são acometidas por uma sede literalmente insaciável. — disse a tecnóloga — Diria que o número de afetados se aproxima dos 50%. Ainda não fiz uma estimativa mais precisa.

 

 

— Agora o Lokknon tá contratando monstros alienígenas pra fazer o trabalho sujo dele? Pra um imperador tão temido, ele é bem folgado. — disse Damian entre Austin e Tim.

 

 

— Não sabemos, por enquanto. Mas não creio que seja uma criatura de espécie catalogada. — disse Dickerson — Karen pode verificar nos arquivos depois... — a olhou fixamente — ... com a minha permissão, desta vez.

 

 

— OK, vamos deter esse monstrão feioso e acabar de vez com essa onda de sede. — disse Austin sacando sua célula e morfador — Prontos?

 

 

— Prontos! — disseram os demais com já com suas células e morfadores. 

 

 

— Hora de morfar! — bradou Austin, os braços esticados para frente, encaixando a célula por baixo do morfador assim como os amigos.

 

 

***

 

 

No parque ecológico onde havia bastante tráfego de cidadãos, os Rangers se viam em meio a um bom número de pessoas tentando loucamente matarem suas sedes.

 

 

— Ah não, vendo isso ao vivo me deixa mais nervosa. — disse Jessie. 

 

 

— Parece até que a cidade inteira foi pega. — disse Tim. 

 

 

— Temos de procurar o feioso que tá por trás disso! Vambora! — disse Austin, correndo.

 

 

Um pouco distante dali, o Desidratador alvejava novas vítimas, no caso Brock e Stuart levando garrafões secos. 

 

 

— Com toda essa farra de água, a gente tem que ir depressa pegar a nossa! — disse Stuart — Do jeito que tá a coisa, vai começar a faltar.

 

 

— Relaxa aí, não vai acontecer nada. Nós que somos esportistas bem hidratados, não temos que nos preocupar com esse calor. — disse Brock — A gente é forte, Stuart! Eles que são fracos! — falou pondo a mão no ombro dele.

 

 

— Isso aí, somos mais fortes! Nem o calor nos derruba! — reforçou Stuart. 

 

 

— Será que são mesmo? — indagou o Desidratador aparecendo de surpresa após sair detrás de uma árvore, assustando-os — O calor talvez não derrube, mas isto daqui sim! 

 

 

— Bro-Bro-Brock... Vamos dar o fora daqui! — disse Stuart ao amigo que mal conseguia falar, apesar da boca aberta na expressão de horror. 

 

 

O monstro soprara seu vapor branco contra a dupla que gritou aterrorizada. Os dois estavam cambaleantes, sentindo a sede dominadora tomar conta.

 

 

— Não tem nada! Cadê a água? — disse Brock, tenso, virando o garrafão de ponta a cabeça.

 

 

— Nenhuma gota! Brock, o que a gente faz? Nós vamos morrer?

 

 

Os dois se entreolharam, logo gritando de medo e correndo para buscar água numa competição para ver quem chegava primeiro ao depósito de garrafões, um empurrando o outro. Enquanto isso, os Rangers encontravam o Desidratador, saltando de arbustos e o cercando. 

 

 

— Não tem mais pra onde fugir, cabeça de algodão! — disse Austin — Pistolas Z!

 

 

Os Rangers sacaram as pistolas e dispararam contra Desidratador, gerando estouros de faíscas. Porém, viram que ele havia desaparecido.

 

 

— O quê? Ele tava bem aqui! — disse Jessie.

 

 

— Sumiu num piscar de olhos! — disse Zoe.

 

 

— Saudações, Rangers! — disse Mudok parado próximo a uma árvore — Lembram de mim?

 

 

— É aquele capanga do Lokknon que vimos na praça controlando as aranhas robóticas no nosso primeiro dia! — disse Damian — Mudok, não é?

 

 

— Boa memória, Ranger Preto. Mas hoje vocês se arrependerão de terem declarado guerra ao meu imperador. Psycho-Bots, ao ataque! 

 

 

Mudok jogara as esferas pretas de metal no ar, deixando seus soldados saírem. 

 

 

— Droga, esses caras chatos de novo! — disse Austin.

 

 

— Rangers, sejam rápidos contra os Psycho-Bots, a estimativa de sedentos só cresce a cada minuto! — alertou Karen.

 

 

— Tá legal! Rangers, atacar! — disse Austin, partindo para a luta. Os heróis e os robôs inconvenientes chocaram-se na batalha. Os Rangers combatiam-os usando de seus talentos marciais aplicando chutes e socos eficazes. Mas sabiam que confronto físico não os faria se livrarem. Austin alternava os ataques corpo a corpo com tiros de laser da pistola, chegando a disparar contra dois ao mesmo tempo e os danificarem. Os outros fizeram o mesmo, se saindo excelentes.

 

 

O Desidratador alvejara uma menina perdida e chorando à procura dos pais.

 

 

— Socorro! Papai, mamãe, onde estão vocês?

 

 

— Logo se juntará a eles! — disse o monstro soprando seu vapor. Porém, o vapor foi barrado a tempo pelos Rangers que tomaram a frente.

 

 

— Escudo Z! — disse Austin que ativou um modo defensivo consistindo em uma barreira vermelha formada pelo emblema do esquadrão no seu peito parecendo um holograma. O vapor foi rebatido contra o Desidratador que caíra.

 

 

— Obrigada, Power Rangers. — disse a menina negra com trancadas no cabelo.

 

 

— Vai atrás dos seus pais. Corre. — disse Jessie.

 

 

— E aí, cara de nuvem, gostou de provar do seu veneno? — insultou Tim, socando a palma da mão esquerda.

 

 

— E o que acham disso? — perguntou Desidratador expelindo um novo vapor, este preto e mais agressivo. Os Rangers foram atordoados com explosões de faíscas nos seus uniformes sendo derrubados — Não terminei ainda!

 

 

— E nem nós! Rangers, combinar armas! — disse Austin, levantando com dores. Os heróis acionaram suas respectivas armas, conectando-as para fusiona-las e criar o Abatedor Selvagem — Pronto? Disparar!

 

 

O laser duplo foi lançado contra o monstro, causando uma explosão destrutiva e definitiva. Contudo, para o espanto dos heróis, o Desidratador ressurgia em vapor, se regenerando como se nada tivesse ocorrido.

 

 

— Adivinha quem voltou? — brincou ele.

 

 

— Não é possível! Detonamos com ele inteiro! — disse Austin.

 

 

— Então foi assim que ele desapareceu! — apontou Zoe — Se vaporizou antes de ser atingido!

 

 

— Sugiro que desistam e voltem pras suas casinhas porque a sede dessas pessoas não vai sumir. Quanto mais bebem água, mais sede sentem! Ninguém está a salvo! 

 

 

— Pior que ele tem razão. — disse Damian — Água em excesso no organismo pode até intoxicar. Não temos muito tempo pra reverter a situação.

 

 

— E se usarmos o seu Vaporizador? — perguntou Jessie.

 

 

— Boa, daí podemos tirar todo mundo desse transe maluco! — disse Tim.

 

 

— Pessoal, falei que tá em fase intermediária. Levaria o tempo que não temos disponível agora pra criar uma nuvem suficientemente grande.

 

 

— Damian, acreditamos em você. — disse Austin, tocando no ombro do amigo — Não tem noção do quanto é genial. Pode ser muito bem capaz de acelerar a conclusão do projeto.

 

 

— Vocês acham? — indagou Damian, incerto.

 

 

— Temos absoluta certeza. — disse Zoe — Não custa tentar. Você consegue.

 

 

— Tudo bem. Mas não vou garantir nada hein. Segurem as pontas, eu volto logo. — disse o Ranger Preto que tocou no morfador acoplado ao cinto, se teletransportando para sua casa.

 

 

— Ei, pra onde foi o Ranger Preto? Peçam pra ele voltar agora! — reclamou o Desidratador.

 

 

— Ele foi só tirar a água do joelho e já volta. Por enquanto, somos nós quatro contra você! — disse Austin, posicionando-se para a luta.

 

 

 ***

 

 

Ao retornar a sua casa, mais precisamente a casa de ferragens, Damian se dirigir ao Vaporizador o pusera no chão. Se agachou e abriu o compartimento pegando a faixa de ferramentas básicas para ajustes.

 

 

— Preciso reconfigurar depressa pra gerar a ampliação climática. — disse ele mexia nos circuitos do aparelho, em especial na placa de alimentação de energia. Porém, um movimento desajeitado com a chave de fenda provocou um pipoco de faíscas e fumaça. Damian recuou, sentindo no chão com o susto — Não dá! Num ritmo acelerado com um tempo tão curto, não consigo aprimorar o funcionamento! Droga!

 

 

Na Central de Comando, Dickerson e Karen assistiam apreensivos a luta difícil dos Rangers contra o Desidratador. O mentor tiveram um súbito lampejo que lhe soava um milagre.

 

 

— É isso! Eureka! 

 

 

— O quê? O que você pensou?

 

 

— Me lembrei de uma fórmula que havia criado pra um projeto de ciências da escola que nunca terminei. Basicamente um aparelho semelhante ao Vaporizador do Damian com a finalidade de matar a sede da população mais pobre. Pois é, eu... era bastante filantropo quando criança. — disse o explorador, não contendo sua inquietação para encontrar a tal fórmula — Devo ter deixado no meu armário, trouxe boa parte das minhas coisas pra cá.

 

 

— E se Damian não conseguir finalizar a invenção dele, não há tempo pra criarmos um catalisador. — disse Karen, pouco otimista.

 

 

— Nós já temos o catalisador. — disse Dickerson que logo foi até seu armário que ficava nos fundos da sala. Puxou a gaveta do armário, mexendo rapidamente.

 

 

Em paralelo, os Rangers seguiam travando a desvantajosa luta contra o Desidratador. 

 

 

— Garras de Águia! — disse Jessie pronta para atacar.

 

 

— Ferrão de Arraia! — disse Zoe com sua afiada estava de metal. As duas pularam contra ele dnsdo um quádruplo que só o afastou, em seguida atacando uma por vez com as armas. Porém, o monstro tomava a forma de vapor sempre que sofria um golpe. Deu uma bofetada em Jessie primeiro que produziu faíscas, a derrubando. Depois foi a vez de Zoe sendo jogada ao longe e batendo numa árvore.

 

 

— Zoe, cê tá bem? — perguntou Austin, ajudando-a a levantar.

 

 

— Tô, mas... Não sei quanto mais aguentaremos! — disse a Ranger Rosa.

 

 

— Eu odeio admitir, mas ele tá dando a maior surra na gente! — disse Jessie, ferida, ajudada por Tim.

 

 

— O amigo de vocês os deixou na mão, foi? Que peninha! — disse o monitor lançando mais do vapor escuro contra os Rangers. Jessie e Tim foram pagos sendo bombardeados com mais estourou de faíscas nas roupas assim como Austin e Zoe.

 

 

Na base, Dickerson finalmente encontrava sua fórmula escrita num papel amassado.

 

 

— Achei! É esta! 

 

 

Correu de volta a sala para contatar a Damian.

 

 

— Aqui está, procurei entre as folhas mais amareladas. Ponha Damian na escuta.

 

 

— E o problema vai se agravando cada vez mais. — disse Karen passando um vídeo alarmante — Veja, as pessoas da cidade se reuniram numa multidão pra invadir um depósito de garrafões. 

 

 

— Essa não... — disse Dickerson olhando temeroso — Esse monstro transformou os cidadãos numa manada de zumbis. 

 

 

No meio do povaréu, Brock e Stuart se acotovelavam disputando a rápida chegada.

 

 

— Vê se sai da minha frente, Brock! 

 

 

— Sai da minha frente você, cara! Eu sou gordinho, sou prioridade! 

 

 

— Mas você nunca gostou de ser chamado de gordo! 

 

 

Dickerson entrava em contato com Damian.

 

 

— Dickerson falando! Damian, na escuta?

 

 

— Positivo! Como anda a situação?

 

 

— Pior a cada minuto. Mas se você aplicar as instruções que eu te der, é provável que vençamos. Pare tudo o que está fazendo e me ouça com atenção. Tenho uma fórmula que se combinada ao seu projeto já em estágio de finalização pode resultar na potência desejada pro Vaporizador. Pode-se dizer que já tentei criar um quase na sua idade.

 

 

— Que beleza saber disso! Eu agradeço desde já, vou me concentrar ao máximo! Pode falar!

 

 

Os Rangers continuavam sofrendo dificuldades, se esquivando dos vapores. Lokknon festejava em sua nave, torcendo para a derrota imediata dos heróis.

 

 

— Só mais um pouco e eles chegarão ao limite! Barooma, você é o maior gênio que já conheci! Estou pensando em promovê-lo por isso!

 

 

— Fico muito lisonjeado, mestre! Obrigado!

 

 

— Cadê o Mudok que não está aqui pra ouvir esse absurdo também? — indagou Aracna baixinho, a inveja estalando na sua mente.

 

 

***

 

 

Damian teletransportava-se por trás de uma árvore voltando ao parque com o Vaporizador concluído em mãos. 

 

 

— Legal, aqui é um ponto bem discreto. Agora é só ligar... e acionar a condensação artificial. — disse o Ranger Preto, ativando a máquina — Prontinho! O procedimento de liberação do vapor vai começar.

 

 

— Cansados, Rangers? Que tal uma água pra refrescar? 

 

 

— Que tal você se render? — disse Damian retornando para os amigos rapidamente.

 

 

— Damian, você voltou! — disse Austin — Tava mais que na hora! E aí, deu tudo certo?

 

 

— Melhor do que eu esperava. — respondeu ele. O vapor artificial produzia a nuvem de chuva de extensão apropriada para anular o efeito do vapor maligno — Acho que vai chover. Será que a previsão do tempo nunca vai acertar?

 

 

A precipitação veio instantânea e em abundância para a alegria de toda a cidade. Os cidadãos que se direcionaram ao depósito de garrafões pararam a caminhada, recebendo a chuva com entusiasmo. Muitos se abraçaram com o fim da sede sofrível, inclusive Brock e Stuart que pulavam de felicidade.

 

 

Os Rangers refaziam o Abatedor Selvagem após a chuva parar. 

 

 

— Você não escapa dessa vez! — disse Austin com os demais Rangers segurando o canhão.

 

 

— Não! Por que essa chuva de repente? Não consigo mais soprar meu vapor!

 

 

— A umidade do ar especial tá interferindo na sua habilidade! — disse Damian — Acabou! 

 

 

— Disparar! — gritou Austin. O laser duplo foi disparado, acertando em cheio o Desidratador. Os Rangers viraram as costas com a arma, logo a explosão do monstro ocorrendo tremenda.

 

 

Lokknon urrou furioso e voltou-se para Barooma 

 

 

— Me diga que o laser regenerador está pronto!

 

 

— Si-sim, senhor! Vou dispara-lo neste instante!

 

 

Barooma foi ao painel principal, batendo sua mão direita sobre o grande botão verde que disparou o laser da mesma cor da parte inferior da nave diretamente ao ponto onde o Desidratador foi destruído. O raio desceu dos céus, não apenas reconstuindo cada parte do monstro como também o agigantando a um tamanho colossal. Soltou o vapor negro, derrubando os Rangers novamente.

 

 

— Agora é problema tamanho família! — disse Tim.

 

 

— Sr. Dickerson, nós tínhamos acabado com ele! — disse Austin.

 

 

— De fato. Mas pelo visto Lokknon desenvolveu uma tecnologia de regeneração biológica que aumenta a estatura consideravelmente. Quando os antigos Power Rangers se viam diante disso... Era o momento de usar artilharia pesada. — disse Dickerson, apertando alguns botões. Figuras de animais robóticos surgiam na tela — Estou enviando os zords de batalha. Hora de pilotarem máquinas pesadas.

 

 

Os zords animais saiam de seus hangares de contenção que ficavam atrás do observatório. Os zords Leão, Touro e Águia seguiam velozes ao local do confronto. Já os zords Tubarão e Arraia saiam de hangares subaquáticos, nadando entre os peixes orgânicos. A dupla emergiu à terra firme com rodinhas liberadas de suas partes inferiores para transitarem.

 

 

— Nossa! — disse Zoe — Me besliquem pra ver se eu tô sonhando.

 

 

— Aquilo são... — disse Jessie.

 

 

— Vamos pilotar robôs! Yeah! — disse Tim.

 

 

— Eu sabia que o Sr. Dickerson tava guardando uma surpresinha! — disse Austin — Vamos lá!

 

 

Os Rangers saltaram para adentrarem nos seus respectivos zords. 

 

 

— Iniciem a sequência Megazord! — orientou Dickerson — Seus zords se conectarão uns aos outros para formar um robô que luta de igual pra igual.

 

 

— Beleza! Iniciar sequência Megazord agora! — disse Austin inserindo uma chave no console e girando-a — Chave de comando ativada! 

 

 

Os zords realizaram o processo de combinação. O zord Leão funcionando como o corpo e a cabeça, sendo o elo mais forte. O touro dando origem às pernas se ligando a Águia que formava a cintura. A dupla aquática Tubarão e Arraia se transformava nos braços direito e esquerdo, respectivamente.

 

 

— Megazord Z, armado e equipado! — disseram os Rangers no cockpit do robô que compartilhavam.

 

 

— Pronto pra enfrentar alguém do seu tamanho, cabeça de algodão? — perguntou Austin no principal assento com os Rangers ao redor.

 

 

— Se pensam que apenas porque montaram esse brinquedo vão me derrotar, estão muito enganados! — disse Desidratador que lançou novamente o vapor escuro agressivo.

 

 

— Escudo Selvagem! — disse Austin invocando um escudo prateado com uma letra Z similar a que se via nos uniformes em amarelo dourado.

 

 

— Ativar propulsores! — disseram todos os Rangers, ligando os foguetes traseiros para impulsionar o robô.  

 

 

O Megazord avançou veloz aplacando o vapor com o poder do escudo até empurrar o Desidratador que caíra. Mas o monstro se reerguia logo depois, outra vez disparando o vapor negro, pegando os heróis um pouco desprevenidos. O efeito explosivo do gás atingia o Megazord fazendo o cockpit chacoalhar salientando faíscas.

 

 

— Pensava que tinha blindagem de alto nível contra isso! — disse Tim não gostando nada da sensação de ser sacudido ali dentro.

 

 

— Tim, se liga! O Sr. Dickerson não pode prever os ataques de cada monstro que o Lokknon mandar pra criar defesas contra todos! — disse Jessie.

 

 

— Verdade, vamos ter que contar com todo o arsenal disponível independente do que vier! — complemento Damian.

 

 

— Ele pode mandar esse vapor quantas vezes quiser, não vamos cair! — disse Zoe segurando firme os controles.

 

 

— Só que a gente não pode ficar na defensiva o tempo todo! — disse Austin — Sabre Selvagem!

 

 

— Isso! Deem o golpe final, não esperem o próximo ataque pra desestabilizar. — disse Dickerson.

 

 

— Sabre Selvagem, Insígnia das Feras! — bradaram os cinco em uníssono.

 

 

Em sentido horário, o Megazord formava a insígnia que nada mais era que um círculo de laser branco contendo outros pequenos círculos com figuras representativas dos animais de cada Ranger brilhando em suas respectivas cores - o de Austin no centro, o de Jessie a direita, o de Zoe a esquerda, o de Tim acima e o Damian abaixo.

 

 

— Corte Feroz! — disseram os Rangers levando o Megazord a fazer um corte diagonal na insígnia que foi lançado como um ataque fatal contra o monstro. O Desidratador cambaleou ferido envolvido em raios azuis.

 

 

— Me perdoe, mestre Lokknon... — suas últimas palavras antes de cair e explodir em pedaços.

 

 

Os Rangers comemoravam a vitória com braços erguidos, palmas e gritos animados. Por outro lado, Lokknon era somente fúria e desânimo.

 

 

— Barooma! Livre-se dessa máquina agora! Seu plano foi um fracasso retumbante! Que prejuízo!

 

 

— Não se preocupe, milorde! Estarei aprimorando constantemente o modelador! Não podemos desistir dele agora!

 

 

Lokknon não resistiu ao sabor amargo da derrota e impulsivamente apontou o braço esquerdo ao visualizador para destruí-lo novamente. Mas Mudok reapareceu o contendo.

 

 

— Acalme-se mestre! Vou buscar sua aspirina.

 

 

***

 

 

Na Cantina do Earl, os Rangers estavam reunidos numa mesa redonda grande para prosseguir a comemoração com um enorme sundae de múltiplos sabores.

 

 

— Nos jornais não se fala em outra coisa fora a onda de calor. — disse Jessie tomando do sorvete com seu canudinho — Tô amando ser Power Ranger tanto quanto esse sundae dos deuses.

 

 

— Aí Earl, valeu! Se superou dessa vez! — disse Austin em voz alta. O cozinheiro respondeu dando um joinha e uma piscadela sorrindo.

 

 

— Arrebentamos demais. Já quero outro monstro pra poder pilotar aquela belezinha de tubarão gigante. — disse Tim, entusiasmado.

 

 

— É, galera, saímos na frente hoje, mas não quer dizer que será assim sempre. — disse Austin — Lokknon provou que é um cara de muitos truques na manga.

 

 

— Nem o Sr. Dickerson pode antecipar o que ele vai aprontar amanhã, então melhor não baixarmos a guarda. — disse Zoe.

 

 

— Como minha vó também dizia: um dia da caça, outro do caçador. — disse Damian.

 

 

Brock e Stuart vinham carregando garrafões d'água cheios com certa dificuldade. Aos notarem, os Rangers riam baixinho.

 

 

— O que será isso? Penitência por terem saído sem pagar? — questionou Jessie aos dois.

 

 

— Não enche! — disse Brock — É confidencial!

 

 

— Confidencial! — repetiu Stuart.

 

 

— Cala a boca! — repreendeu o outro.

 

 

— Se for pra alguma travessura, deviam ter vergonha em pedir garrafões de água potável emprestados. — disse Zoe — Não assistiram a aula sobre o consumo consciente?

 

 

— Pois é, a porcentagem de água doce tá se reduzindo anualmente. — disse Damian.

 

 

— Blá-blá-blá esse lance de ciência! — disse Brock — A gente só pegou pra abastecer nossas casas. Não foi, Stuart? — o parceiro confirmou com a cabeça — Satisfeitos, manés?

 

 

— Aham, a gente acredita. — disse Tim, irônico.

 

 

A dupla seguiu adiante, porém Stuart perdia a força para segurar o garrafão, tremendo os braços.

 

 

— Brock, tá pesado demais! Eu não vou conseguir... — disse Stuart. Brock acabou escorregando e Stuart derramou a água sobre o parceiro atras dele, fazendo-o beber involuntariamente dela. Os Rangers não seguraram as risadas. O garrafão de Stuart foi quase todo esvaziado em Brock, o deixando furioso. Stuart riu do amigo encharcado.

 

 

— Ih, esqueci de avisar que eu tinha encerado o chão. — disse Earl vendo a trapalhada.

 

 

— É bom que isso sirva de lição sobre desperdício. — disse Jessie se inclinando para Brock.

 

 

— Ora, seu... Olha o que você fez! Te pego dessa vez! — disse Brock cerrando os punhos e correndo atrás de Stuart para molha-lo com o restante da água e largando seu garrafão.

 

 

— Não, peraí Brock! Foi sem querer! Tava pesado, não deu pra mais pra segurar!

 

 

Os Rangers riram ainda mais se divertindo com a dupla atrapalhada que escorregava enquanto corriam para fora do local.

 

 

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Notas finais do capítulo

Abecedário Ranger:

Abatedor Selvagem: Canhão duplo resultante da junção das cinco armas exclusivas dos Rangers com finalidade para ataque definitivo. Devido ao seu peso, os cinco heróis devem segura-lo juntos para melhor ajustar a mira. Quando os Rangers conectam seus equipamentos, ocorre um processo de fusão, moldando a potente arma que é carregada através da energia canalizada da rede de morfagem.



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