Peeta Mellark 

— Você é pintor. Você é padeiro. Gosta de dormir com a janela aberta. Nunca põe açúcar no chá. E sempre dá dois nós nos cadarços. 

Fico olhando para ela. E lembro de uma conversa sobre cores. Sua cor preferida é verde. Como as árvores, a cor que representa a liberdade. Quando ela canta os pássaros param para escutar. Ela é o tordo da rebelião. 

E agora está se afastando para não demonstrar nenhum sentimento. 

Eu sou tudo isso. E sou uma arma programada para acabar com ela. Uma arma confusa porque sei que amei essa garota. Não a imagem da rebelião.  Não a bestante criada pela Capital. Mas a Katniss Everdeen que quando canta todos param para escutar, que fez de tudo para proteger a irmã mais nova, que reverteu as regras dos jogos vorazes. A garota que não consegue me encarar por muito tempo, mas que parece me conhecer muito bem. 

Certamente nós dois estamos perdidos. Lutando internamente contra nós mesmos. Tentando definir em que acreditar e a qual caminho seguir. O jogo continua. 

Sou uma peça quebrada, mas começo a acreditar que ela também é.