Quase três  anos se passaram e Alice brincava na varanda com sua irmã Amelie.Elizabeth tricotava na cadeira de balanço,enquanto Orlando observava da soleira da porta, as filhas brincando. Mesmo querendo, não conseguia evitar,Alice era sua preferida.Ela tinha um brilho nos olhos que o encantava.A vida da família Brandon seguia muito bem.Mas Orlando tinha planos maiores para o futuro...

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O sol estava brilhando muito, e fazia muito calor. Willian,o filho mais velho dos Brown –chamado por todos de ‘Bill’ - ,da mesma idade de Alice, corria com ela pelo gramado.As crianças jogavam um graveto para que o cachorro fosse buscar.Bobby era um labrador de pelagem cor-de-areia que adorava brincar com as crianças.Eles corriam pelo jardim,perto da entrada da fazenda,sob a supervisão atenta de Célia.Repentinamente o cachorro correu porteira afora, indo na direção de uma pequena estrada que havia ali.As crianças e Célia correram atrás do cão.Bobby latia muito e corria junto à roda de uma carroça que por ali passava. Eles o chamavam,mas o cachorro continuava sua perseguição.Estavam quase o perdendo de vista, quando um ganido alto se ez ouvir no lugar dos latidos..

-BOBBYYYYYYY !!!!- A pequena Alice gritou...

Um choro infantil preencheu o silêncio do quarto.Célia levantou-se da cama em um átimo.tentando identificar qual das duas meninas chorava. Reconheceu o choro agudo de Alice e sentou-se a beirada da cama da menina:

-Pequena, o que há? – a ama perguntou,puxando-a para seu colo.

O pequeno corpo de Alice tremia,e os soluços não a deixavam falar.

-Vamos Allie, o que foi hãn? – Célia afagou as costas da menina  tentando acalmá-la.

- Eu e Bill estávamos brincando no quintal – a menina soluçou novamente – com o Bobby..Lá na frente, no portão, e ...

- O que foi? – A voz de Amelie interrompeu  Alice.O choro e a conversa a acordaram também.

- Não é nada.Alice só teve um pesadelo.

Amelie correu até a cama da irmã:

- Com o que você sonhou? – ela indagou curiosa.

Alice suspirou profundamente.Soltou o ar devagar,as lágrimas ainda desciam por seu rosto.Ela recomeçou:

-Eu tava brincando com o Bill, lá perto da porteira,jogando um graveto pro Bobby e aí... – ela hesitou, o choro preso novamente na garganta - ... aí o Bobby correu atrás da carroça...

Alice começou a chorar compulsivamente.

-Ele morreu? – Amelie perguntou espantada

-E-Eu  na-ão sei..Eu acordei! – ela respondeu soluçando.

Célia tentara de tudo para acalmar Alice,mas o choro da menina não cessava.Estavam na cozinha, a mulher sentou a garotinha em uma cadeira e foi preparar-lhe um chá de camomila. Nesse instante, Orlando entrou pela cozinha:

- Mas o que vocês fazem acordadas á essa hora?

Célia se assustou ao ouvir a voz do pai da menina, virou-se na direção dele abruptamente:

- Sr. Orlando, eu sinto muito se o acordamos.Alice teve um pesadelo, vim preparar-lhe um chá para acalmá-la!

-Vocês não me acordaram não,Célia.Não se preocupe!Eu é que não conseguia dormir,vi as luzes acesas ¹ e vim até aqui.

Então ele se agachou na frente de Alice:

- O que aconteceu,meu bem? – ele disse acariciando o pequeno rosto da filha.Nem ele sabia dizer porque era mais apegado com Mary Alice.Simplesmente era.

A menina repetiu á ele o sonho,enquanto tomava o chá.Ela sentia-se mais calma na presença do pai.

Orlando pegou a menina no colo, e disse para Célia ir deitar-se que ele a faria dormir novamente. A empregada obedeceu, e puxou Amelie pela mão.A irmã mais velha de Alice, observava tudo em silêncio.Viu quando o pai colocou a irmã no colo, e sentou-se na cadeira de balanço,ninado-a.essa visão só alimentou o sentimento de ciúmes que Amelie nutria desde o nascimento de Alice.

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Poucos dias se passaram, o sol estava á toda em Columbus. Os irmãos David e Bill brincavam com as irmãs Brandon no quintal.Corriam alegremente pelo gramado. Ernesto veio do pasto montado no cavalo, e acompanhado por Bobby - o cachorro.

As crianças riam, brincando de pega-pega, e Célia os pajeava.Acharam um graveto na grama e jogaram para Bobby, que o pegava e corria de volta com ele na boca.Estavam há quase uma hora brincando assim,quando um barulho de carroça soou ao longe. Bobby correu porteira afora,latindo.Ele tinha o terrível hábito de perseguir carroças.

As crianças correram afobadas logo atrás.Célia os acompanhou, e Ernesto desmontou o cavalo e foi junto.Eles gritavam alvoroçados para que o cachorro voltasse.Um ganido choroso substitui os latidos.

-BOBBYYYY...- As crianças gritaram em coro.

Ernesto correu na frente para socorrer o cachorro.

Alice se agarrou as pernas de Célia,fechando os olhos.

-Ele está bem,só machucou a pata...Vamos entrar para que eu cuide dele! – Ernesto acalmou-os.

Todos seguiram o empregado até o celeiro.David e Amelie estavam chorando.Alice tremia de mãos dadas á Célia.E Bill estava assustado.Eles observavam enquanto Ernesto tratava do ferimento do cachorro, que chorava e rosnava.  

Ao final dos curativos, Ernesto deixou as crianças se aproximarem.Apenas Amelie permaneceu longe, observando.Ela puxou a saia de Célia,reclamando por sua atenção:

- Você viu? Foi igual o pesadelo da Allie. – a menina disse espantada.

Célia levou a mão a boca,assustada.Ela não havia se dado conta.

-Foi só uma coincidência! –Ela disse para a menina. Mas seu pensamento foi outro:

“-Preciso contar isso à Sra. Elizabeth...é bom levar essa menina para benzer...”

(N/A)¹- A luz elétrica foi criada em 1879.Esse capítulo é no ano de 1905.