You Belong With Me escrita por ancientsoulwriter


Capítulo 7
0.6 - (Re)Descobertas e óculos novos


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, eu não tenho muito a dizer sobre esse capítulo... mas gostei muito de escreve-lo!

Boa leitura! ♡



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—O que mais me enojou não foi nem a confissão da traição. Mas sim, a forma como ela falou de você, dos meus amigos e da minha família! 

Harry estava sentado no sofá da sala de estar da casa Granger. Hermione havia feito um chá para o amigo, que estava muito nervoso, e aproveitou para tomar um também. Logo, se encontrava sentada de frente para ele na poltrona que pertencia a seu pai. 

O garoto desabafava sobre o recente ocorrido enquanto Hermione se perguntava como poderia haver pessoas tão cruéis como Ginny. Por outro lado, se sentia aliviada em saber que a máscara da garota havia finalmente caído para o amigo, que mesmo depois do término, continuava acreditando na boa índole da ex. 

—Ok, dessa vez a Ginny passou de todos os limites! Estou sem palavras!

—Eu devia ter escutado quando vocês me alertaram sobre ela! -tomou um gole do chá.

—Não pense assim. Quando estamos apaixonados tendemos a ficar dessa forma, cegos, não enxergamos mais nada além daquela pessoa e por muitas vezes deixamos passar seus defeitos! 

—Eu não sei se era amor! -sussurou Harry. 

—Como? -perguntou Hermione, com uma sobrancelha arqueada, como se tentasse decifrar o que o amigo havia dito. 

—Mione, você já se apaixonou ou pelo menos gostou de alguém? 

Hermione não podia acreditar que Harry estava mesmo fazendo essa pergunta. Será que durante todos esses anos ele nunca percebeu os seus olhares? Será que ele nunca havia percebido seu comportamento quando ele namorava? 

Isso a fez chegar a apenas uma conclusão: Harry precisava de óculos novos! 

—Sim, eu gosto de um cara, já faz anos. Mas ele é burro demais pra perceber que o que eu sinto por ele não é só amizade! -respondeu, tomando um grande gole do chá. 

Harry se perguntou quem seria esse amigo, já que nunca a viu com nenhum outro garoto além dele e Neville. Mas logo lembrou que a amiga vinha da Pennsylvania e sempre viajava para lá no verão, para visitar seus parentes. Pode ser que ela tenha conhecido um garoto lá em uma dessas viagens e se apaixonado por ele. 

No entanto, não sabia explicar para si mesmo o porquê sentiu seu coração doer um pouco ao pensar nessa possibilidade. 

—Poxa... espero que algum dia ele perceba! -respondeu Harry, tomando mais um gole do chá. 

—Eu também! -respondeu Hermione, colocando sua xícara de volta na mesa de centro. 

De repente um silêncio se instaurou no lugar. Harry vageava o olhar pela sala e no final sempre acabava voltando-o para Hermione, que ao perceber o olhar do amigo, abaixava a cabeça ou vageava o olhar pela sala, bem como ele. 

 

Felizmente o clima tenso fora interrompido por Elizabeth, que havia chegado toda sorridente na sala. 

—Harry! Que bom ver você querido! -disse a mulher, indo em direção ao garoto afim de abraça-lo. 

Elizabeth gostava muito de Harry, desde que o garoto se tornara amigo de Hermione. Ela o considerava um filho, o filho menino que ela nunca teve. Sempre fizera muito gosto da amizade entre os dois, e em seus pensamentos mais profundos, costumava fantasiar um cenário onde Hermione o escolhia como seu amado. Afinal, seria bem melhor ter um amigo como genro do que um desconhecido. Pelo menos, ela pensava assim! 

—Oi tia Elizabeth! -sorriu de canto. 

—Bom, eu vim avisar que o jantar está pronto. Quer ficar? Eu fiz aquela lasanha que eu bem sei que você gosta! 

Harry olhou para Hermione, como quem buscasse respostas. A garota apenas assentiu e sorriu de canto, reforçando o pedido da mãe. 

—Ok, eu fico. Estava mesmo com saudades de vocês e dessa lasanha! 

—Ótimo! -disse e se retirou, deixando novamente os adolescentes sozinhos, que logo depois se dirigiram para a sala de jantar. 

 

Durante a refeição, conversas surgiram, fazendo com que Harry se sentisse bem melhor do que estava meia hora antes. 

—Mas então Harry, como está sua avó? -perguntou Philip, dando um gole no suco de laranja. 

—Ficamos muito preocupados quando recebemos a notícia! -complementou Elizabeth, movimentando os talheres no prato. 

—Ela está melhor, vai receber alta depois de amanhã. Mas ainda vai precisar tomar muitos cuidados, os médicos passaram uma lista enorme dos remédios que ela tem que tomar. O tio Frank até contratou uma enfermeira para ajudar nas primeiras semanas da recuperação. 

—Fico feliz em saber que ela está melhor, logo logo está cem por cento bem de novo! -disse Philip. 

—Com certeza! -concordou Harry. 

—Bom, vou buscar a sobremesa. Já volto. -disse Elizabeth, que logo voltou com uma travessa de pudim. 

—A mamãe fez o doce favorito da Luna! -disse Hermione para Harry, que estava sentado ao seu lado. 

—Ela com certeza adoraria estar aqui! -disse o garoto. 

Hermione assentiu, rindo baixinho. 

 

Após o jantar, Harry disse que precisava ir para a casa. Agradeceu ao casal Granger pelo convite e Hermione pela companhia. 

Quando o garoto já estava na porta prestes a sair, Hermione se lembrou de uma coisa. Subiu as escadas correndo e depois voltou com alguns papéis nos braços. 

—Essas são anotações que eu fiz para você, das matérias que você perdeu. Toma! -entregou para o amigo. 

—Obrigado Hermione! -sorriu. Você é brilhante! Não sei o que seria de mim sem você! 

Hermione ruborizou levemente e sorriu.

—Te vejo amanhã na escola? -perguntou, colocando um fio de cabelo atrás da orelha. 

—Sim. E no ônibus também! 

—Então boa noite. Durma bem e -fez uma pausa- 

"Sonha comigo" ela pensou, mas sabia que não podia dizer isso, então simplesmente disse: 

—Tenta esquecer o que aconteceu hoje, ok? Você é uma pessoa incrível, nunca se esqueça disso! -bagunçou de leve os cabelos de Harry, que também ruborizou. 

Sorriam um para o outro e então Harry se dirigiu para sua casa e Hermione fechou a porta, torcendo para que esse fosse o início de algo que há tempos poderia ter acontecido! 

 

                       •• ★★••

 

Na manhã do dia seguinte, Harry e Hermione entraram no ônibus escolar rindo de algo que haviam dito pouco antes dele chegar. Luna, que estava lendo em um dos bancos, ergueu os olhos rapidamente por causa das risadas e sorriu ao ver os amigos daquele jeito. 

Hermione se sentou perto de Luna, no banco da janela, e Harry se sentou atrás de Hermione. 

—Oi Luna! -cumprimentou Hermione 

—Oi amiga! 

—Oi Luna! -cumprimentou Harry. 

 As garotas se viraram para trás, afim de conversar e dar atenção ao garoto. 

—Oi Harry! É bom te ver rindo de novo. 

Minutos depois Neville entrou no ônibus e se sentou ao lado de Harry e atrás de Luna. 

—Oi pessoal! -cumprimentou Neville- É bom te ver aqui Harry, já faz tanto tempo! 

—Pois é, eu admito que estava com saudades de pegar o ônibus com vocês! 

—Que coisa maravilhosa, não é? Parece que tudo está voltando a ser como antes! -disse Luna, com um olhar sonhador. 

—Tudo está melhorando amiga! Isso sim! -disse Hermione sorrindo. 

 

Pouco depois chegaram na escola. Hermione, Harry e Neville foram para a aula de matemática e Luna para a de artes. 

Os três primeiros horários passaram rápido, e em um deles Hermione pôde observar Neville olhando para Luna com cara de bobo apaixonado enquanto ela apresentava o trabalho que tinha feito. 

Sorriu, estava feliz pela amiga. Finalmente uma delas iria se dar bem no amor! 

 

                        •• ★★••

 

No almoço todos se sentaram juntos. Hermione estava ao lado de Harry e Luna ao lado de Neville. 

—Harry, você vai lá em casa hoje visitar a vovó? -perguntou Neville, dando uma mordida na maçã. 

—Mas ela não iria ter alta só amanhã? -perguntou, dando um gole no suco de morango.

—Bom, esse era o plano inicial. Mas ela bateu tanto o pé e encheu tanto a paciência dos médicos, que eles não aguentaram e a liberaram um dia antes. 

—Ah sim... bom, então eu vou. Estou ansioso para ver a vovó! -deu uma mordida no sanduíche. 

—Se eu fosse você levaria flores. -disse Luna- É sempre bom agradar as pessoas, principalmente as que mais amamos! 

—De preferência lírios, que são as favoritas dela! -argumentou Neville. 

Harry sorriu.

—Vou levar sim! 

No entanto, Hermione parecia incomodada.

—Ai gente... não acredito que vamos ter aula de educação física hoje, eu odeio me exercitar! -disse Hermione, levando uma batata frita a boca. 

—Aff, eu também! -concordou Luna. Preferia ter duas aulas de artes do que isso! 

—E eu preferia ter aula de inglês! É muito mais agradável ler e estudar gramática do que suar em plena duas da tarde! -disse Hermione. 

—Eu não sei nem o que é pior, fazer a aula ou perder ponto por não participar da aula! -disse Neville. 

—Com certeza a segunda opção. -disse Harry- Imagina você perder ponto por uma coisa que você não quer fazer? 

—O sistema escolar americano precisa mudar! -disse Luna. 

—Concordo! -todos disseram em uníssono, enquanto riam e terminavam de comer. 

 

                       •• ★★••

 

Mais tarde, Harry e Lily passaram em uma floricultura e logo em seguida foram visitar Augusta na casa Longbottom. 

Quando chegaram, foram recepcionados por Frank, do qual disse que a idosa estava em seu quarto no andar de cima junto com Alice, Neville e a enfermeira Pomfrey. 

—Oi mãe! -cumprimentou Lily, indo abraçar Augusta, que se encontrava sentada na cama com uma sonda de oxigênio no nariz. 

—Oi filha! Como é bom ver você e o Harry! -sorriu-

Após alguns minutos de emoção e conversas sobre os velhos tempos, Augusta insistiu que queria ficar sozinha com os dois netos. Sua vontade foi prontamente atendida e os adolescentes se sentaram na cama, um de cada lado. 

—E então, me contem todas as novidades que não pude saber por causa da minha estadia naquele lugar infernal! -disse Augusta, enquanto se acomodava na cama. Odiava ter de ficar sentada durante muito tempo. 

—O meu time ganhou! -disse Harry, sorrindo.

—E foi muito difícil de vencer porque o Harry não tinha treinado direito! -disse Neville. 

Augusta sorriu

—Não esperava menos dos Gryffins! Mas por que você não tinha treinado direito meu querido? 

—Culpa da Ginny! -disse Neville. 

Augusta revirou os olhos

—Nunca gostei dessa garota! Nem quando ela era uma criança. Estava sempre tirando as coisas do lugar, chorando quando não faziam suas vontades... eu só não a xingava porque não tenho e nunca tive autoridade para isso! Mas se ela fosse minha neta... 

Harry se esforçou para não rir

—Então a senhora vai gostar de saber que eu terminei com ela! 

Harry e Neville puderam ver claramente quando os olhos da avó se iluminaram e seus lábios se abriram em um largo sorriso. 

—Mas que notícia maravilhosa! Finalmente você reagiu, Harry!

—Pois é, e ele fez isso no dia em que o time dele ganhou! -disse Neville. 

—Sim! Mas houve outro termino antes do meu...

Harry olhou para Neville, enquanto Augusta ergueu uma sobrancelha, como quem procurava respostas. 

—Alguns dias antes do término do Harry com a Ginny, a Hannah terminou comigo! -disse Neville. 

—Ah, sério? -indagou Augusta, desmanchando o sorriso. Mas por que? 

—Ah vó, a gente confundiu as coisas, entende? Mas ainda somos amigos! 

—É... apesar de eu gostar muito dela, devo mesmo admitir que vocês combinam muito mais como amigos do que como um casal! E fico feliz em saber que vocês não deixaram o antigo envolvimento amoroso estragar a linda amizade que vocês tem! 

—Pois é. Até porque ele já está caidinho por outra garota, não é Nev? -disse Harry provocando o primo, que ruborizou. 

—Ah é? E quem seria essa garota, meu querido? 

—A Luna! -respondeu, sorrindo de canto- Luna Lovegood. A senhora conhece, ela é minha amiga desde criança! 

Augusta sorriu 

—Ah sim, me lembro... sempre gostei dela! Ela é um pouco avoada mas é uma boa garota, e com certeza te faz muito bem! 

—Sim! Só que eu não sei o que fazer agora, devo pedir ela em namoro, vó? 

—Faça o que a sua consciência e o seu coração mandarem querido! E eu digo o mesmo para você, Harry! 

—Eu? -perguntou atônito. 

—Sim! Ou você acha que eu nunca percebi que você e Hermione Granger formam um lindo casal? 

Harry engoliu em seco, e se estivesse bebendo algo, poderia simplesmente cuspir o líquido pra fora. 

—O que? 

—Ah Harry, para de bancar o desentendido! -disse Neville- Além de vocês estarem bem próximos ultimamente, eu sempre percebi a cara de idiota que você faz quando a vê. 

—Na verdade todos já notaram meu querido, menos você! Acho que vou precisar ter uma conversa com a Lily, talvez você precise trocar seus óculos! 

Neville assentiu, concordando com a avó. 

 

Harry agora já não sabia mais o que pensar. Ele nunca havia percebido a forma como olhava para Hermione, mas a garota sempre o fizera se sentir bem, de uma forma que ninguém mais fazia! No dia anterior seu coração acelerou quando ela abriu a porta e o abraçou. Por alguma razão ele gostava de senti-la em seus braços, por alguma razão ele gostava de sentir seu perfume adocicado e por alguma razão ele gostava da forma como ela ruborizava sempre quando ele a elogiava. 

Se lembrou da forma como sentiu seu coração doer quando pensou na possibilidade dela estar apaixonada por algum garoto do qual ele não conhecia. E ainda que o conhecesse, com certeza se sentiria da mesma forma!

Se lembrou também de quando comparou os olhos dela com o brilho das estrelas. Não sabia exatamente o porque havia dito aquilo, mas era o que ele sentia e precisava falar a ela. 

E também se lembrou da forma como ela ficou quando soube de seu namoro com Ginny, anos atrás. Soube por Luna que a amiga havia chorado a noite inteira, apesar de não ter demonstrado no dia seguinte. 

E então soube que o garoto pelo qual Hermione dissera estar apaixonada, era ele, Harry Potter! E não um garoto aleatório que ela supostamente conheceu na Pennsylvania. Afinal, não havia nenhum indício disso, era apenas uma coisa que ele havia criado em sua mente, talvez na tentativa falha de desvencilhar qualquer sentimento que poderia acabar com sua amizade para com a garota.

Logo caiu a ficha: ele com certeza precisava de óculos novos, pois estava perdidamente apaixonado por Hermione Granger, da mesma forma que ela estava por ele! E se sentia um idiota por não ter percebido nada disso antes! 

—Vó, Nev, preciso ir! -disse, enquanto se levantava da cama de supetão. 

—Mas para aonde você vai? -perguntou Augusta. 

—É você acabou de chegar. Fica mais um pouco! -disse Neville. 

—Não vai dar, desculpa! 

E saiu correndo, deixando o primo e a avó confusos. 

 

                         •• ★★••

 

Na manhã do dia seguinte, Hermione estava voltando da biblioteca quando passou por um parque e avistou Harry de longe sentado na grama, encostado em uma árvore, com fones de ouvido e lendo um livro cujo título era indecifrável de longe, mas pelo o que pode ver da capa, deduziu ser O Assassinato no Expresso Oriente, o livro favorito dele. 

Sorriu e foi em direção ao amigo, se sentando ao seu lado, que por incrível que pareça notou sua presença e retirou um dos fones de seus ouvidos. 

—Oi Hermione! 

—Oi Harry! O que faz aqui? 

—Eu queria um tempo para pensar e terminar de ler esse livro. -ergueu o exemplar para a amiga ver, que por sua vez confirmou sua suspeita sobre o título. 

—Que coincidência, eu acabei de voltar da biblioteca! Fui devolver Um Corpo na Biblioteca e peguei mais três -retirou os exemplares da sacola- A Abadia de NorthangerA Moreninha O Grande Gatsby

E os guardou novamente. 

—O que você está ouvindo? -perguntou- Ah não, não fala, me deixa adivinhar! Hum... alguma música do Coldplay? 

—Sim! Como você sabe? -perguntou Harry, admirado com a sagacidade da amiga. 

—É a sua banda favorita! 

—Sim! -sorriu- E a música é Yellow, a favorita do meu pai. -abaixou a cabeça, levemente.

Percebendo que o amigo estava prestes a chorar com a lembrança, Hermione decidiu faze-lo rir contando uma história de sua infância que havia acontecido alguns anos antes de ela se mudar com os pais para Nashville. Obtendo sucesso, pois Harry começou a rir como uma criança! 

Logo depois o garoto estava deitado em seu colo enquanto conversavam sobre o futuro. Normalmente Harry não gostava de falar sobre o futuro porque tinha medo de se decepcionar. No entanto, estava ali com Hermione, falando sobre os sonhos e metas que tinha desde sempre. 

Talvez esse fosse apenas mais um dos vários efeitos que ela causava nele.

—Você nunca me contou que quer ser advogado! -disse Hermione, admirada. 

—Eu nunca contei para ninguém! Mas sempre quis seguir a mesma profissão que os meus pais, apesar de já ter cogitado ser marinheiro.

Hermione começou a rir

—Marinheiro? Sério? 

—Em minha defesa eu tinha cinco anos! -respondeu Harry, também rindo. Mas e você senhorita Granger, quais são os seus sonhos? 

—Eu quero ser professora de literatura em uma universidade, porque o salário é melhor, -deu uma risadinha- e montar uma biblioteca que não tenha apenas livros, mas sim, um lugar para as pessoas se socializarem. Tipo uma cafeteria dentro de uma biblioteca, sabe? 

—Sei sim. E eu tenho certeza que você vai ser uma excelente professora e empresária! 

—E eu tenho certeza que você será um excelente advogado! Já até imagino você voando em cima das pessoas para defender seus clientes. 

Harry começou a rir e logo depois levantou seu corpo, ficando de frente para a amiga.

—Eu não vou voar em cima das pessoas, mas com certeza vou brigar para defender meus clientes, assim como eu faço com todos aqueles que eu amo! 

Hermione sentiu seu coração acelerar com a fala do amigo. Harry também sentiu quando percebeu o que havia dito. 

Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância e ambos não conseguiam dizer nada, era como se suas bocas simplesmente não conseguissem se abrir e suas cordas vocais se fechassem. 

De repente Harry se deu conta de que queria fechar o espaço entre eles. 

Ele queria muito beijar Hermione Granger! 

No entanto, sabia que não podia fazer isso, pelo menos, não por agora! Ele não queria dar um passo a mais antes de contar a ela sobre seus sentimentos. Não queria que a relação deles passasse de uma linda amizade para algo baseado em paixão física, porque o que sentia não era nada parecido com isso. Pelo contrário, era amor! 

Harry sentia vontade de protegê-la, abraça-la, andar de mãos dadas pela rua, apoia-la no que ela quisesse fazer, e quem sabe, construir uma família ao seu lado. Então não, não era paixão física! 

Por outro lado, ainda não tinha reunido coragem o suficiente para se declarar, um passo em falso e ele poderia estragar a amizade que tinham. Mas tentava sempre demonstrar como se sentia através de gestos, falas e olhares. 

 

Se afastaram um pouco quando ouviram um barulho ao lado. Era uma criança que havia caído da bicicleta, sendo imediatamente socorrida por seu pai. 

Ao se dar conta de que já era meio dia, Hermione se levantou e fez um convite ao amigo:

—Quer ir comer alguma coisa? -apontou com a cabeça para uma barraquinha de cachorro quente que estava estacionada no parque, poucos centímetros deles. 

—Só se for agora! -concordou Harry, também se levantando. 

 

                         •• ★★••

 

Algumas semanas se passaram desde esse dia. Harry e Hermione estavam tão próximos ultimamente, que suas famílias comemoraram o natal juntas naquele ano, como há tempos não faziam. 

Harry presenteou Hermione com uma pulseira de ouro branco que continha um pingente de livro aberto. E Hermione o presenteou com o novo cd do Coldplay; Viva La Vida! 

 

Quanto ao ano novo, passaram a virada de 2008 para 2009 na pracinha junto com Luna e Neville, que a essa altura já estavam namorando e trocaram um beijo apaixonado quando bateu meia noite, fazendo com que Harry e Hermione ruborizassem e imaginassem como seria esse momento entre eles. 

 

1 mês depois de as aulas voltarem, o assunto do qual pairava pelos corredores além das provas, era o baile de primavera, que aconteceria no final de março. 

Era um baile relativamente simples, apenas para comemorar o início da nova estação, mas ainda assim era um baile, e todos estavam ansiosos pelo acontecimento. As meninas discutiam sobre qual roupa iriam usar enquanto os meninos tentavam descobrir quais seriam as músicas que tocariam e se teria ou não seus cantores preferidos na playlist.  

 

Quando o tão esperado dia chegou, não houve aula na escola, pois toda a equipe pedagógica e alguns alunos estavam organizando o baile no ginásio. 

No entanto Hermione não estava nem um pouco animada. Havia descoberto que ficara de recuperação em geografia e se sentiu muito mal por isso, afinal, era muito difícil para ela pegar recuperação, e quando isso acontecia nunca sabia explicar exatamente o porque daquilo. Por sorte seus pais eram compreensivos e nunca ficaram bravos com ela por conta disso, eles diziam que ela era muito mais do que as notas que tirava, apesar de Hermione discordar dessa fala. 

 

A jovem estava no quarto estudando quando levantou a cabeça rapidamente e viu Harry na janela de seu quarto segurando um papel com a seguinte frase escrita:

"Você vai ao baile essa noite?" 

Hermione logo pegou um papel e escreveu a resposta: 

"Não, estou estudando!" 

Pouco depois recebeu a resposta:

"Eu gostaria que você fosse!"

Harry sorriu para ela e fechou as cortinas. 

 

De repente Hermione se sentiu mal. Afinal, ela gostava de festas, apesar de não parecer, e até estava animada com esse baile. Mas depois que o professor Slughorn a entregou sua nota da mais recente prova, toda aquela animação se dissipou e em seu lugar ficou a decepção, a tristeza e a raiva consigo mesma. 

Por outro lado, esse era seu último ano na escola, do qual teria fim daqui a três meses, não era para ela estar aproveitando esse momento de descontração com seus amigos? Queria fugir um pouco daquele quarto... sua vista já estava começando a doer depois de passar três horas trancada lendo textos e fazendo anotações nos cadernos. 

Bufou e colocou o livro na mesa de cabeceira. Parou para procurar na pilha de cadernos e livros que havia em sua cama, uma anotação que fizera no dia anterior, até que encontrou um papel por acaso. Era o papel com a frase "eu te amo", que escrevera quando conversou com Harry naquele dia em que ele estava chateado com Ginny. De repente, se deu conta do sinal que havia recebido, e esse sinal a dizia para estar aonde Harry estava!

Sorriu, pegou o celular que estava no meio de vários papéis e discou o terceiro número. 

—Luna? Preciso da sua ajuda!


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Notas finais do capítulo

Quem aí percebeu o paralelo com o capítulo 3?

O tema da validação acadêmica é algo que nunca pensei em colocar nessa fanfic. No entanto, percebi que seria bom, considerando que hoje em dia é muito comum as pessoas terem. O que é muito ruim, na minha opinião!



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