You Belong With Me escrita por ancientsoulwriter


Capítulo 6
0.5 - Maus bocados e apoio emocional


Notas iniciais do capítulo

Confesso que me senti aliviada quando postei esse capítulo pela primeira vez, lá no Spirit, porque ele foi o mais difícil de escrever! Sério, chegou um momento que eu pensei que seria impossível conclui-lo ksks. Mas felizmente deu tudo certo e cá estamos nós com ele em mãos, não é?

Mas mesmo assim, gostaria de lembra-los que ele não está muito bom, justamente pelo fato que citei acima. Eu pesquisei bastante mas como não sou médica, fica difícil estar tudo 100% igual. Então por favor, sejam pacientes comigo!



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As luzes do hospital se tornavam cada vez mais fortes a medida que Alice, Lily, Harry e Neville se aproximavam da sala de espera, aonde Frank os aguardava. 

—Graças a Deus vocês chegaram! -disse Frank, aliviado.

—O que aconteceu com a mamãe, Frank? -perguntou Lily, ao abraçar o irmão. 

Augusta Longbottom havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como Derrame, provavelmente causado pela falta de cuidados da idosa para com sua saúde. Ela levava a vida em um ritmo muito acelerado, sempre em constante agitação. 

Frank e Alice estavam no cinema quando receberam a ligação de Mary, cuidadora de Augusta, avisando sobre o ocorrido. Frank imediatamente correu para o hospital e Alice para a casa Potter, afim de buscar a cunhada, o filho e o sobrinho. 

—Aonde ela está? -perguntou Harry. 

—Eu quero ver a vovó! -disse Neville.

Harry assentiu, concordando com o primo. 

—Calma meninos, vocês vão poder ver a avó de vocês, mas não agora. Vamos esperar os médicos autorizarem, está certo? -disse Alice, os abraçando.  

—Frank, eu já perdi o James. Não posso perder a mamãe! -disse Lily, se permitindo cair em lágrimas nos braços do mais velho. 

—Calma Lils, vai ficar tudo bem. Coisas assim são normais de acontecer para quem tem um ritmo de vida como o dela!

—Mas como foi que tudo aconteceu? -perguntou Harry. 

—Mary nos disse que foi após o jantar. Ela tinha ido no andar de cima buscar um disco e quando voltou, encontrou Augusta daquele jeito... -respondeu Alice. Seu olhar parecia perdido.

 

Após alguns minutos o médico finalmente chegou, trazendo consigo as tão esperadas e temidas noticias, fazendo com que todos os olhares se virassem para ele. 

—Conseguimos controlar com medicamentos através de uma injeção na veia arterial! -fez uma pausa- No entanto, vamos precisar fazer uma cirurgia para fechar de vez o vaso sanguíneo que se rompeu. 

—E quanto tempo vai demorar, doutor? -perguntou Frank. 

—Não há como ter certeza exata, mas provavelmente três ou quatro horas.  

—E ela corre riscos de vida? -perguntou Lily. 

—Toda cirurgia há riscos, senhora Potter. Mas vamos fazer o possível para que corra tudo bem!

—E quando vamos poder ver a nossa avó? -perguntou Harry. 

—Assim que ela acordar após a cirurgia, mas não garanto que será uma visita agradável. 

—Como assim? -perguntou Alice.

—Quando alguém sofre um derrame é muito comum ter sequelas, e essas sequelas variam muito. Elas podem ser: esquecimento, perda de memória, perda da fala, dificuldade em se movimentar, comer, se expressar, paralisia facial, entre muitas outras. Pode ser que a senhora Longbottom tenha ou não, é muito difícil dizer por agora. No mais, manterei todos vocês informados! Com licença.

 

Após o médico sair, todos começaram a chorar. 

 

                         •• ★★••

 

Meia hora depois Harry e Neville estavam sentados em um dos bancos do jardim do hospital, em uma tentativa falha de fugir um pouco da realidade daquele momento. 

—Nev, como vai ser se a vovó... morrer? -indagou Harry.

—Não fala isso, Harry! 

—Desculpa... 

Ficaram alguns minutos em silêncio, apenas pensando e refletindo. 

Harry havia recebido uma mensagem de Hermione, perguntando como as coisas estavam se saindo no hospital. Ele apenas respondeu que a avó precisaria ser submetida a uma difícil cirurgia, e logo depois guardou o celular de volta no bolso. 

—A Hermione me mandou um Sms, perguntando como as coisas estão aqui...

Neville olhou para ele

—Eu disse sobre a cirurgia... 

—A Luna também me mandou um perguntando a mesma coisa, mas eu ainda estou em choque, sem saber como raciocinar... então não respondi. 

—É louco como tudo muda tão de repente, não é? -disse Harry, tirando os óculos e esfregando as pontas dos dedos sob as pálpebras. 

—Muito! -concordou Neville. 

—A gente viajou com ela nesse verão, semana passada ela jantou lá em casa... -fez uma pausa para colocar os óculos novamente- não me conformo que agora ela está lá dentro daquela sala de cirurgia entre a vida e a morte! -Harry já sentia as lágrimas correrem pela face, ainda que insistisse em limpa-las-. Nev, eu não estou preparado para me despedir de mais alguém que eu amo! 

Neville apenas abraçou o primo. 

Ainda que estivessem compartilhando a mesma dor, Neville sabia que para Harry, a atual situação era muito pior. Tendo em vista o fato de a morte de James ter deixado marcas muito grandes nele, muito maiores do que se podia calcular! O garoto havia assumido uma responsabilidade emocional muito difícil de sustentar. Aprendeu a esconder suas emoções e nunca chorava em público, pois sentia que precisava ser forte, principalmente por sua mãe! 

—Está tudo bem -disse Neville- pode chorar, desabafar... comigo você não precisa se fazer de forte! 

—Obrigado Nev... eu te amo primo! 

—Eu também te amo! 

 

                       •• ★★••

 

No dia seguinte, os garotos foram surpreendidos pela visita de Hermione e Luna, que decidiram ir até o hospital após as aulas do período da manhã. 

—Oi gente! -cumprimentou Hermione, se aproximando das cadeiras aonde Harry e Neville estavam sentados. 

—Oi meninas, é bom ver vocês! -disse Harry.

—Desculpa não ter respondido sua mensagem, Luna, foi muita coisa ao mesmo tempo! -disse Neville, olhando envergonhado para a garota de cabelos loiros. 

Luna sorriu de canto 

—Está tudo bem Nev, -se sentou ao lado dele- eu entendo! 

—Como a senhora Longbottom está? -perguntou Hermione. 

—Aparentemente bem. -respondeu Harry- A cirurgia foi um sucesso! Mas ela ainda não acordou.

Hermione se sentou ao lado do amigo, que deitou a cabeça em seu ombro, a surpreendendo. 

—E aonde estão o resto? -perguntou Luna. 

—A minha mãe está na cantina com a tia Lily e o meu pai foi em casa buscar algumas roupas para a vovó e para ele, ele decidiu dormir aqui essa noite, vão revezar!. -respondeu Neville. 

Luna o abraçou. 

—Mas espera aí! -disse Harry, levantando a cabeça de supetão- Vocês não tinham que estar na escola? E as aulas da tarde? 

Hermione e Luna se entreolharam 

—Mione você... você matou aula? -perguntou Harry.

Hermione abaixou a cabeça, tentando segurar a risada. 

—Pra você ver as coisas que ela faz por você! -disse Luna, provocando os amigos. 

—Amanhã eu procuro os professores para repor o que eu perdi. Sua avó agora é mais importante! 

Harry não resistiu e abraçou a amiga 

—Muito obrigado Mione, não sei o que seria de mim sem você! 

 

Até que foram surpreendidos pela chegada de uma outra pessoa: 

—Oi pessoal! -disse Hannah, ao se aproximar do grupo. 

—Hannah? O que você está fazendo aqui? -perguntou Neville, estranhando a presença da ex. 

—Vim ver vocês. Fiquei bastante preocupada quando a Hermione me contou o que houve!

—Então por que não veio com a gente? -perguntou Hermione. 

—Porque eu não gosto de ser ou sentir que estou sendo invasiva!

—Eu... eu não sabia que você ainda se importava comigo. -disse Neville.

Hannah revirou os olhos 

—Ora Neville, não seja bobo! Não é porque não namoramos mais, que não somos ou não podemos ser amigos! 

Neville sorriu ao ouvir as palavras da garota, que também sorriu. 

Era nítido como a visita das três fizeram bem aos meninos, que após terem passado por um grande susto, agora conseguiam conversar e distrair um pouco. E o alívio se tornou ainda maior quando o médico entrou na sala e avisou que Augusta havia finalmente acordado, no mesmo momento em que Lily e Alice voltaram da cantina.

Apesar de ainda não poder conversar, a primeira pessoa que a idosa quis ver foi a filha. Na verdade ela queria ver os dois filhos juntos, mas só pôde ver Frank quando o mesmo chegou ao hospital, meia hora depois. Em seguida recebeu a visita de Harry, Neville e Alice através do vidro da janela do quarto, já que os médicos ainda não haviam permitido uma visita maior. Afinal, ela ainda precisaria ficar mais alguns dias no hospital, para se recuperar e verificar se teria ou não alguma sequela. 

E quando esses se passaram, e Augusta não demonstrou nenhum sinal negativo além de um problema com a coordenação motora, perceberam que o susto havia finalmente passado! 

 

                        •• ★★••

 

Faltava apenas dois dias para a matriarca da família Longbottom receber alta. Lily decidiu que dormiria no hospital naquela noite. Foi para a casa com o filho, pegou algumas roupas, convenceu Harry em ficar dizendo que ele precisava descansar e voltar para a escola no dia seguinte, afinal, havia perdido muita aula. E logo depois voltou para fazer companhia a mãe.  

Harry mal tinha terminado de tomar um copo de suco de melancia quando a campainha da casa tocou. O garoto pensou que sua mãe havia esquecido a chave. No entanto, quando abriu a porta, se assustou com a pessoa que se encontrava em sua frente. 

—Ginny? O que você faz aqui? Eu achei que eu tivesse terminado com você! 

A garota apenas entrou, mesmo sem ter sido convidada. Harry não fechou a porta. 

—Eu vim aqui te falar tudo que eu não pude naquele dia que você me humilhou!

Ela o olhava com fogo nos olhos, e sua voz estava alterada. 

—Humilhei? Garota eu só terminei com você, isso não é o fim do mundo!

—É o fim do MEU mundo, você feriu o MEU orgulho, eu fui chacota do MEU grupo de amigos por SUA CAUSA! 

—Ginny... eu acabei de voltar do hospital, estou exausto, sem ir à escola há dias, então eu não tenho que ficar aqui ouvindo você falar essas merdas. Por favor, vá embora! 

—Ah mas eu não vou mesmo! Não sem antes falar tudo o que eu tenho que te dizer! Você, Harry Potter nunca foi um bom namorado, estava sempre mais preocupado com os outros do que comigo! Quantas vezes eu quis que você me valorizasse da mesma forma que você valoriza sua família, principalmente a Hermione, sua amiguinha -fez aspas com os dedos- de infância! Nossa, como me irritava toda vez que você se aproximava dela, como me irritava ter que ouvir aquela voz irritante dela! 

—NÃO FALA ASSIM DA HERMIONE! 

—FALO SIM! FALO PORQUE É VERDADE! EU A ODEIO E ODEIO SUA FAMÍLIA, PORQUE ELES ROUBARAM TODA A ATENÇÃO QUE DEVERIA TER SIDO MINHA! 

Harry sentiu o estômago revirar ao ouvi-la dizendo essas coisas. 

—AGORA CHEGA! PIOR DO QUE FALAR DA HERMIONE E FALAR DA MINHA FAMÍLIA! Ginny, eu gostei muito de você, e no começo nosso relacionamento era maravilhoso! Mas depois você começou a agir de modo muito diferente. -fez uma pausa- Você me acusa de nunca ter te valorizado, mas saiba que muitas vezes eu faltei treinos, briguei com meus amigos, deixei de estudar para provas POR SUA CAUSA sim, porque você sempre exigiu que eu comparecesse em todos os seus treinos, saísse para todos os lugares que você queria e eu nunca pude decidir nada! -fez outra pausa enquanto tentava controlar as emoções- A minha avó teve um derrame e está no hospital há dias, se você se importasse pelo menos um pouco comigo, teria mandado uma mensagem ou ido até o hospital, teria oferecido apoio de alguma forma, como a Hannah fez. Ela e o Neville também não estão mais juntos e nem por isso ela não deixou de se importar. Mas você não fez isso. Então não, eu não fui o culpado do fracasso do nosso relacionamento! 

A essa altura, Ginny havia ficado tão vermelha, que Harry jurava que podia ver faíscas saindo da garota. 

—COMO VOCÊ OUSA? VOCÊ SÓ CONQUISTOU UMA CERTA POPULARIDADE POR MINHA CAUSA! EU FIZ VOCÊ!

—E EU NUNCA QUIS NEM ME IMPORTEI COM ISSO! A vida não é resumida a como você é no ensino médio! 

Essa fala fez com que o orgulho de Ginny fosse novamente ferido, a enfurecendo ainda mais! 

—AGORA JÁ CHEGA! EU VOU EMBORA! 

Virou as costas mas logo se virou novamente, olhando para Harry com aquele clássico sorriso sarcástico. 

—E a propósito, eu te traio com Draco Malfoy toda quinta-feira na sala de projeção atrás do auditório, desde o ano passado! 

Ao ouvir isso, Harry olhou atônito para a garota a sua frente. Ele não conseguia entender o porquê ela estava fazendo aquilo, o perturbando com coisas já resolvidas. Logo com ele, que havia passado por maus bocados nos ultimos dias e tudo o que mais queria era dormir quantas horas fosse possível para ir a escola revigorado no dia seguinte. E o pior, ela o acusava de coisas que ela mesma fazia. Logo, percebeu que não valia mais a pena discutir. Afinal, esse relacionamento sempre foi algo errado, e só agora ele percebia o quanto! 

—Você é louca Ginny! Sai, sai da minha casa agora! -apontou para a mesma com a mão e a cabeça. 

—Com o maior prazer, baby. Já fiz o que tinha que fazer aqui! 

A garota saiu e Harry logo correu para trancar a porta, deixando-se escorregar na mesma até o chão, enquanto chorava. 

 

                      •• ★★••

 

Na casa Granger, a lareira crepitava enquanto Hermione se aquecia ao mesmo tempo em que se aventurava em tentar descobrir o assassino de Ruby Keene. Estava muito intrigada, pois todos os personagens de seu convívio social eram suspeitos! E isso estava mexendo com seu cérebro de todas as formas possíveis. 

Nunca havia lido Agatha Christie antes, e a cada página era surpreendida pela escrita fácil e ao mesmo tempo confusa. Não que para ela fosse difícil ler esses livros, mas a Rainha do Crime brincava muito com a mente do leitor, o que tornava tudo muito complicado! 

—Ah, mas que droga! Por que você é assim Agatha? -resmungou, enquanto pensava se o melhor seria desistir por ora e continuar no dia seguinte. 

 

Por fim, acabou se sentindo inconscientemente aliviada quando ouviu a campainha tocar.

Fechou o livro e abriu a porta, se deparando com a imagem de Harry. Ele estava abatido e os olhos inchados indicavam que havia chorado. 

—Posso falar com você? -perguntou, e Hermione o envolveu em um abraço. 


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Notas finais do capítulo

Quem aí pegou a referência (clássica) a Meninas Malvadas?

Depois desse capítulo deve ser difícil de acreditar que eu gosto da Ginny e que ela é uma das minhas personagens favoritas, não é?



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