POV Renesmee

       Ignorar a presença de Anthony nesse hospital podia sim ser fácil, porém, saber que ele estava com a Marie me deixou inquieta e dez minutos foram o suficiente e o máximo que consegui antes de me levantar a caminhar a passos largos em direção ao quarto dele. A porta entre aberta me permitiu escutar o choro contido da minha menina, com cuidado observei e vi Jacob a envolvendo e tentando afastar ela enquanto a equipe médica vinha correndo e então eu entendi, Anthony estava morrendo.

       - Tira ela daqui, Jacob! – gritei e assumi minha função colocando todos os meus sentimentos pessoais presos na minha mente, eu era médica e não importava o quão mal esse homem tenha me feito, eu fiz um juramento e precisava honrar ele.

         - Vem Marie! – ele insistia, por um micro segundo, eu pude olhar nos olhos arregalados de Anthony, havia arrependimento neles e então já não havia mais nada.

        - Doutora Cullen, se afaste do paciente. – ordenou o doutor McCartney e imediatamente atendi a ordem do meu superior, caminhando pra fora e quase perdendo o equilíbrio quando Marie se afastou de Jacob e me abraçou com força. – Eu sinto muito meu amor, eu sei que tinha sentimentos por ele. – murmurei beijando seus cabelos.

          - Ele pediu perdão tia, ele queria ter pedido perdão a você também – conseguiu falar com dificuldade entre soluços.

          - Eu o perdoei, Marie. Eu perdoei seu avô. – a expressão que Jacob fez deixou claro que ele não acreditava nas minhas palavras, mas ao menos Marie acreditou e isso bastava. Não queria mais guardar tanta mágoa de alguém que já não está mais entre nós.

    ~~☆~~

            Uma semana havia se passado desde que Anthony faleceu, Marie estava muito calada e por isso pedi para que Kim passasse uns dias conosco para ver se animava e parecia funcionar pois já podia ouvir o barulho de música e risos altos vindo do quarto de Marie. Encostada no balcão, cortando algumas frutas para uma salada , senti braços fortes me envolvendo e o queixo do meu marido repousando no meu ombro.

        - Eu quero também – ele disse. Peguei um pedaço de manga e a coloquei na boca dele - Que delicia! – engoliu a fruta e selou seus lábios nos meus – Deixa aí. – ele me fez largar tudo no balcão e me puxou com ele, sentou-se em uma das cadeiras e me posicionou em seu colo de frente pra ele. – Tivemos uma semana cheia, eu não tive tempo de conversar com você.

        Jacob levou uma das mãos até minha nuca e guiou meu rosto até o dele, para um beijo um pouco mais intenso.

         - Sobre o que?

         - Que papo é esse de tratamento? – suspirei pesadamente.

         - Você já deve imaginar do que se trata. – murmurei esperando que ele entendesse e vi seu rosto se distorcer par aumentar versão menos agradável dele.

         - Não! Já falamos sobre isso, não quero que passe por tudo isso quando o resultado não é garantido. Só vai te fazer mal, você não tem psicológico para enfrentar algo assim. – mais uma vez ele batia o martelo.

        - Por favor, podemos tentar...- ele me cortou, me erguendo rápido de seu colo.

         - Já disse que não! Esse processo...Isso depende de duas pessoas não é? Tipo, vai precisar da minha participação, estou certo? – assenti- Então agora mesmo é que digo não.

      Meus olhos já se enchiam de lágrimas quando as mãos dele seguraram meu rosto entre elas.

        - Tá vendo? É por isso que não concordo com o método que eu sei que você tá pensando e já até iniciou o processo. Se não der certo, se o óvulo não fecundar você só vai sofrer mais e vai ter passado pro tudo a toa... Vamos ter o nosso filho, Ok? Ele vai chegar pra nós de algum jeito, mas não será da sua barriga. Não quero, e não vou ver você sofrendo repetidas vezes por isso. Por favor, não insiste.

        - Mas, Jake, essa é a única forma de conseguir te dar um filho do seu sangue. Você mesmo já disse que sonhava em ser pai dos meus filhos. Muitas mulheres tem sucesso...

         - Por Deus, Nessie! Eu já disse mil vezes que sou completo com você, eu nunca colocaria um desejo meu acima da sua saúde física e mental. Que ótimo que outras conseguem, fico muito feliz por cada uma delas, mas você não vai fazer isso. Passou por coisa demais e eu sei como fica quando algo não sai como planejado.

      Acariciou meu rosto delicadamente.

        - Vamos seguir as orientações do nosso advogado, vamos dar entrada no processo de adoção. Menino ou menina? Tanto faz! E será tão nosso quanto se tivesse mesmo saindo da sua barriga, com a vantagem que você não passará pelo processo de parto, eu não gosto nem de imaginar você passando por tudo aquilo. Acho que não aguentaria de qualquer forma

       - Eu aguentaria muito bem um parto normal! – retruquei

       - Você com certeza aguentaria sorrindo até, eu é que não aguentaria.

        - Você é ridículo, sabia disso?! – grunhi dando um tapa de leve em seu peito.

       - Sim, ridiculamente apaixonado por a minha mulher.

     Ele riu e me agarrou novamente, dessa vez me deixando presa entre a superfície plana da geladeira e seu corpo, as mãos dele segurando nos meus ombros. Uma de suas mãos desceu até o meu quadril, apertando minha bunda com força e eu sabia que aquilo deixaria marcas. Ele se curvou um pouco, levando a outra mão até o meu joelho e puxando minha perna pra cima para que ficasse em volta do seu quadril. Mordi o lábio contendo qualquer barulho indiscreto que pudesse sair da minha boca quando senti um volume se formando por baixo de sua bermuda.

        - O que acha de levarmos a salada de frutas pro frigobar no nosso quarto, deixamos lá um pouco enquanto curtimos um bom e demorado banho na nossa banheira? – ele falava enquanto roçava a barba no meu pescoço.

        - Acho uma ótima ideia. – disse esticando a mão e pegando um morango inteiro o mordendo.

       Marie e Kim nos olhava desconfiadas ao entrarem na cozinha ao nos verem trocar beijos.

      - Eu quero! - Marie fala ao ver a travessa cheia de frutas cortadas nas minhas mãos.

       - Nem vem baixinha, essa é nossa. Prepare a sua! – Jacob retrucou, Marie mostrou a língua pra ele.

        - Você é um péssimo tio, sabia? As vezes acho que Seth teria sido melhor. – não precisei me virar para olhar a face do meu marido pra saber que não devia estar nada bonita

         - Repete. – ele desafiou, Marie deu um passo para trás de imediato. – Repete se tiver coragem.

        - Jake. – repreendi, segurando firme no braço dele.

        - Gostaria muito de que Seth...- ela não terminou, Jacob já estava com as mãos encima dela e a enchia de cócegas fazendo com que ela se contorcesse de tanto rir. – Para, tio! Eu to brincando, para por favor. – Marie já perdia o fôlego e tentava se desvencilhar das mãos do tio

          Kim aproveitou a minha distração com aqueles dois e pegou a travessa das minhas mãos

      - Corre, Marie! – ela grita já saindo rápido da cozinha, sequestrando minha travessa. Jacob deixa Marie sair. - já garanti o nosso lanche 

      - Você é mais criança do que elas as vezes. – eu digo levando minhas mãos ao rosto dele.  E eu te amo ainda mais por isso, obrigada por tudo que fez e faz não só por mim como pela Marie também.

       - Eu amo você, eu amo ela. Amo a família que temos, e vou amar muito o nosso filho ou filha que não será gerado por você, combinados?

      - Sim. Mal posso esperar por isso, por uma felicidade completa.