POV Jacob

       De onde eu estava, limitado pelo mão do Uley cujo os dedos pressionavam minha clavícula eu pude ver algumas coisas, parecia que eu estava em uma velocidade muito acima do normal ou então todos estavam em câmera lenta, o fato era que meu coração e meu cérebro estavam disputando algum tipo de quebra de braço no momento. Ela sorriu para aquele que seria seu futuro marido, mas o sorriso dela não chegava ao olhar. Não havia o brilho característico que indicava que ela estava feliz com aquilo, e eu me perguntei qual seria então o motivo.

      minha mente vagou para a primeira vez que estive frente a frente com ela. Éramos apenas duas crianças.

Flashback on

       - Essa casa é enorme! – falei de queixo caído, nunca havia ido até ali. Mas na escola já se ouvia falar muito sobre como a família do doutor Cullen era bem de vida.

        Bella continuava a me arrastar de um lado para o outro. Ela tinha medo que eu agisse como meus amigos, ela e minhas irmãs viviam dizendo que eu deveria me comportar melhor pois já tinha doze anos e ainda me comportava como uma criança mal criada. Eu escutei um som diferente, alguém tocava piano e a melodia parecia boa. Era diferente do som de guitarra e bateria que eu costumava tocar ou fingir que tocava com meus amigos.

       Minha prima estava sentada ao lado do tal “amigo”, o sobrinho do doutor. Por algum tempo eu permaneci ao lado dela mas acabei me juntando ao policial Cullen, o filho do doutor para jogar vídeo game. Estava sendo divertido, ele era alguém legal embora tenha me pego várias vezes pixando muros com meus amigos e me entregado ao meu pai e a Emily.

      - Emmett, eu posso jogar também? – uma garota o questionou, sentando-se do outro lado dele.

      - Claro, fica no meu lugar.

    E foi assim que o jogo perdeu a graça, pois a garota ruiva dos olhos verdes não sabia jogar e não parava de perguntar.

Flashblack off

       Como se tivesse levado um soco no estômago, eu percebi que mesmo não sendo nada um para o outro, mesmo sendo dias crianças que não sabiam nada sobre a vida, nós sempre tivemos uma conexão que não dava pra explicar.

        Seth cumprimentou Emmett que lhe disse alguma gracinha e logo seguiu para se sentar ao lado da esposa. Alice e Nicole eram as madrinhas que estavam em pé do lado da noiva, e o buquê foi entregue para Alice, enquanto Renesmee e Seth se posicionaram em frente ao pároco para que a celebração se iniciasse.

Flashblack on

        Londres estava fria é claro, mas não era a temperatura ou o fato de estar com a família da minha prima nesse Natal que me incomodava, na verdade eu não queria estar aqui porém era Charlie que decidia tudo sobre a minha vida desde que passei a morar com ele e até que eu consiga realmente me sustentar e sair da casa do mesmo, como ele mesmo diz, eu terei que obedecer e seguir as normas estipuladas por ele.

        Eu não era alguém que se importava com olhares e críticas de outros, porém o olhar do dono da casa estava começando a me incomodar e em um momento quando Edward deixou Bella sozinha eu tratei de questionar isso a minha prima, afinal de contas se ele não me queria ali que dissesse de uma vez e assim Charlie me deixaria retornar para Forks antes do combinado.

      Os vestidos que ela avaliava estavam todos sobre a cama dela, e ela soltou o azul ali também quando eu finalizei minha pergunta, respirou fundo e seus olhos erma enigmáticos.

       - Meu marido não tem nada contra você, Jake, acredite.

      - Então, por qual motivo ele continua a me olhar como se eu não fosse bem vindo aqui?

       - Por causa de Renesmee. Parece que você é o único que ainda não percebeu que a minha cunhada está apaixonada por você.

       Abri a boca para retrucar, mas tudo o que saiu dali foram risos. Era absurdo pensar que uma garota de treze anos estava apaixonada por mim, pior ainda era ele achar que eu tentaria algo com a menina.

       - Ela é uma criança! – enfim consegui falar.

       - Sim, hoje ela é isso. Mas, ela é só quatro anos mais nova que você, você não vai pensar nela como criança por muito tempo.

Flashblack off

         Leah Clearwater não disfarçava seu orgulho e admiração pelo irmão, e não havia mesmo motivos para ela esconder. Em seu colo nesse instante estava o pequeno Elliot Carter, que logo teria os documentos mudados para Clearwater. Ao lado dela estava a mãe da criança, e mesmo que até então as duas não se conhecessem era indiscutível que em pouco tempo já estavam íntimas.

       - Não pense nisso – os lábios de Leah se moveram sem pronunciar nenhum som, eu está a atento demais a todos os detalhes e consegui interpretar até aquilo. Eu a vi segurar o menino e o passar rápido para a mãe, ela estava quase vindo aqui me tirar do altar.

       Me livrei da mão de Sam e dei um passo a frente, atraindo a atenção de todos incluindo do pároco e dos noivos.

       Renesmee arregalou os olhos, de repente assustada temendo o que eu iria fazer. Recuei no instante seguinte.

       Percebi que Seth se incomodou, não era pra menos. Ele afrouxou um pouco a gravata e continuou sem olhar pra mais ninguém, nem mesmo para a noiva.

       - Seth e Renesmee, viestes hoje unir-vos em matrimônio. E de livre é espontânea vontade que os fazeis.

       - Sim. – eles responderam em uníssono.

      - Para manifestar o vosso consentimento em selar a sagrada aliança do matrimônio diante de Deus e da igreja aqui reunida, daí um ao outro a mão direita.

        Engoli em seco quando a vi ficar de frente pra mim. Eu queria gritar para que ela não fizesse aquilo, queria arrastar ela comigo e minha mente já trabalhava em mil maneiras diferentes para isso. Como ela reagiria se eu simplesmente avançasse e a levasse embora comigo?

       - Eu, Renesmee Cullen, te recebo Seth Clearwater como meu legitimo esposo e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a morte nos separe.

         Foi o nome dele que ela disse, mas seus olhos focavam em mim.

         Houve burburinhos preenchendo o silêncio na capela, houve uma mão pesada segurando firme meu braço quando eu sem perceber dei dois passos em direção aos noivos.

       - Se não pode se conter, saia daqui. Você não tem esse direito. – Sam falou firme , eu sabia que ele havia sido instruído por Leah.

        - Me solta! – falei o encarando.

         - Eu, Seth Clearwater...- a cerimônia continuava, e meu mundo ia caindo. Ela já o havia aceitado no fim das contas, já havia dito sim, mas quando ele pausou a própria fala meu peito se encheu de esperanças. – Desculpa, Nessie. Eu não posso fazer isso com nós dois. – ele virou seu rosto para me olhar.

        - Seth, o que você tá fazendo? – ela perguntou em choque.

       Seth se afastou logo após dar um singelo beijo na bochecha dela.

         - Eu amo você, e por isso não posso manter essa situação. Sei que me ama, mas também sei que eu não sou o amor da sua vida. Não podemos concluir essa cerimônia, padre, eu não aceito me casar com essa mulher.

        Visivelmente desestabilizada, Renesmee ergueu um pouco o vestido e rapidamente retirou os saltos. Não havia ninguém na igreja que falasse algo. Ela correu para fora.

        - O que tá esperando? Vai atrás dela, imbecil! Antes que eu mude de ideia. - As palavras de Seth me surpreenderam, e foi exatamente o que fiz.

      Vestida de noiva ela corria descalça como se não soubesse o que estava fazendo. E não sabia, ela estava assustada e com muita vergonha. Eu a alcancei a dois quarteirões de distância, segurando em seu braço a puxei pra mim, colando nossos corpos. Seus olhos verdes estavam vermelhos, seu rosto estava todo vermelho como um tomate.

       - Me solta! Me deixa sumir daqui! Eu...eu...meu Deus, quanta vergonha! - ignorei sua fala e tentativas de se livrar dos meus braços 

       - Você se lembre da primeira vez que nos beijamos ? Foi sua a iniciativa, eu está a com medo do olhar pesado que Edward me dava. O mesmo olhar que ele me deu quando você ainda tinha treze anos e se dizia apaixonada por mim. Sabe de uma coisa? Eu acredito que destino, acredito em vidas passadas e diante de tudo, eu não sei o que fiz de tão bom em outra vida para que nessa meu destino esteja ligado ao seu. Eu não sei se você lembra, mas eu lembro. Eu lembro como foi bom sentir o gosto da sua boca pela primeira vez, como desejei nunca mais te soltar.

        - Jake...

        - Shiii. – a interrompi, levando meu indicador aos seus lábios- É a minha vez de falar, o que a muito tempo eu deveria ter dito. Somos adultos, e eu não vou mais deixar ninguém se meter na minha vida. Farei minhas próprias escolhas, e nesse momento eu escolho não te dar a chance de fugir de mim.

       A segurei, a prendendo nos meus braços e choquei meus lábios contra os dela. Minha língua invadindo a sua boca, iniciando uma deliciosa disputa entre elas. Ali, na praça com brinquedos infantis onde crianças e mães assistiam a cena estranha de uma noiva descalça fugindo e sendo literalmente agarrada por um cara de terno que claramente não era o noivo; eu me ajoelhei, segurando em suas mãos.

       - Vamos envelhecer juntos, eu desisto de tudo por você. Eu me mudo hoje mesmo para Nova Iorque, eu te ajudo a cuidar e proteger a Marie. Só, me aceita de volta na sua vida. Casa comigo, minha Ness?

       - Sim. – ela respondeu sorrindo. Eu me levantei e a beijei novamente.

       - Finalmente! – Marie gritou e veio saltando até nos dois, circulando seus finos braços entre nós dois. – Seremos uma família completa.