O coração da ruiva disparou quando com o carro parado próximo a Port Gamble ela se viu cercada por dez homens, a maioria armados apontando suas armas par aumentar de seus seguranças. Em um movimento automático, ela se aproximou de Peter, aquele mesmo que já foi usado por ela para se vingar de Jacob quando soube que ele e Claire haviam feito uma aposta envolvendo ela. Ele segurou no braço dela com firmeza, de repente não se parecia mais com o amigo confiável de sempre, a máscara do loiro havia caído.

     - Fica tranquila, coopere e não sofrerá tanto. Ele não quer realmente te machucar – ele disse frio, mantendo ela no lugar.

     - O que? Não! Me solta!

     Com pavor, ela viu Anthony se aproximando. Seu olhar era vago e ele soltou o ar de uma vez, como se a muito tempo estivesse prendendo a respiração. Tocou no rosto delicado da ruiva com os dedos da mão direita dobrados.

       - Anthony? – ela chamou pelo homem na tentativa de entender tudo aquilo. Ela não gostava dele, é fato. Sempre soube que havia algo muito errado com ele desde que retornou dos mortos. Mas, não podia acreditar no cenário que a sua mente estava montando.

       - Você me lembra muito a sua mãe. – suspirou, como um lamento. – Ela era linda também, e cometeu apenas um único deslize... Ela não merecia o fim que teve, meu filho e neto também não. Mas agora, agora acabou. Estou pagando minha dívida, e Marie poderá crescer sem ser atormentada pelos meus erros. Sinto muito que seja você a pagar o preço. Me diga, você não foi pra cama com o rapaz Black, não é? Dificultaria muito por meu lado e pro seu também.

         Renesmee gritou e se debateu enquanto era arrastada em direção a outro carro. Ela entendeu, aqueles homens armados , eram homens que trabalhavam para Anthony. A porta da Hummer se abriu, e de dentro dela saiu um rosto tão conhecido por Renesmee. Seus olhos se arregalaram, agora tudo se encaixava de fato.

       - Finalmente cumpriu sua parte no acordo – Louis falava diretamente para Anthony.

       - A dívida está paga, eu a entreguei. – disse Anthony fazendo um gesto para que Lutz passasse Renesmee para Reese como uma mercadoria qualquer. O moreno sorriu ao segurar com força o braço da ruiva. – Sugiro que tire ela do país primeiro, só assim poderá ter tranquilidade.

        - Não! Não! Não! Por favor, não! – ela tentava se livrar do aperto dele mas tudo o que conseguiu foi um tapa em sua face que fez seu rosto queimar.

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                                                            25 de Janeiro

        Ela tinha sido alertada para não tentar fugir, ele estava armado e não hesitaria em atirar nela em público se fosse necessário. Renesmee era seu prêmio no fim das contas, ela era dele e ele faria o que me entendesse com ela. Ela não fazia ideia de onde estavam, em sua mente ela se condenava por saber que deixaria Marie totalmente sozinha nesse mundo, ela era a única tia de verdade que a menina tinha.

       Silenciosamente rezava não para se livrar, mas para que pudesse retornar para a menina. Tinha medo principalmente que Marie acabasse sobre a guarda de Anthony.

        - Vamos fazer check-in no hotel, melhor não tentar nada. – ela advertiu ao estacionar o próprio veículo em frente ao hotel em que ficariam em Vancouver.

     Assustada, Renesmee notou que ele já tinha documentos falsos para ambos.

        - Coloca isso. – ele passou o boné e o moletom para ela. – A partir de agora, seu nome é Vanessa Wolf, e é minha mulher. Estamos entendidos? – ela não responde, derramou algumas lágrimas mas acabou deixando escapar um sorriso com a lembrança de Jacob lhe dizendo que o lobo era realmente o animal dela.

       - Sim – respondeu secando as lágrimas. Naquele momento, ela decidiu que poderia até morrer, mas não permitiria que aquele homem a violentasse.

      Louis desceu da Hummer e deu a volta para abrir a porta para a “ esposa”, quase arrastando ela consigo eles pararam em frente ao balcão onde haviam duas recepcionistas. Uma delas atendia com muita educação o senhor ” Christian Wolf” e esposa. Sem deixar que ele visse, ela utilizou um sinal de socorro que a muito tinha aprendido com as mãos chamando a atenção da segunda recepcionista.

       A mulher entendeu de imediato, porém precisava que eles fosse hospedados para então poder chamar a polícia.

      O quarto ficava no último andar, ela estudou cada rota de fuga possível enquanto subiam, todas pareciam incrivelmente falhas. Quando eles entraram no quarto, ela se afastou o máximo que conseguiria daquele homem. Ele tirou o sobretudo, evidenciando a arma em sua cintura.

     - Vou te dar um tempo para se ajeitar, sei que vocês mulheres gostam de se arrumarem para nós na lua de mel.

     - Você é doente! – ela cuspiu as palavras com nojo.

     - Sou, doente por você. Mas hoje eu encontro a cura. – ele segurou com força nos braços dela, a derrubando sobre a cama e se colocando encima.

     A barba roçava no pescoço dela, enquanto ele tocava em todas as partes do corpo que em seu ponto de vista era dele. O peso dele sobre ela tornava impossível se livrar de seus toques.

      - Eu odeio você, me solta! Tenho nojo de você!

      Outro tapa foi deferido em seu rosto, a fazendo se calar.

      - Não quero ouvir nada, calada!

     Uma batida na porta anunciava a chegada de alguém

       - Quem é?

       - Serviço de quarto senhor

       - Não pedi nada

       - Nosso hotel oferece um lanche da tarde especial para recém casados, vocês são recém casados correto senhor? – a voz do outro lado da porta era feminina, então não passou pela sua cabeça que pudesse haver alguma coisa “errada” ali.

       No entanto quando ele abriu a porta encontrou não só a recepcionista a qual Renesmee havia pedido socorro, mas também três policiais.

        - Ele tá armado! – Renesmee gritou de cima da cama, antes que Louis pudesse fazer algo os policiais o derrubaram e o terceiro foi até ela, a ajudando a sair dali. – Obrigada, obrigada! – ela voltava a chorar e abraçou a recepcionista.

                                          24 de Fevereiro

    Um mês havia se passado desde o dia em que ela havia sido levada, Louis estava preso, Anthony e Peter foragidos. Mas esses dois não importavam, provavelmente nunca mais apareceriam para causar nenhum mal e se aparecessem seriam presos imediatamente. Renesmee estava em Nova Iorque, havia ido visitar sua família. No.l momento se encontrava diante do túmulo de Edward, logo ao lado do de Bella.

      - Eu sei o quanto você odiava a ideia de ter tatuagens, sempre que eu falei nessa possibilidade você brigava comigo. – ela riu olhando para a pequena figura de uma sombra de um lobo em seu pulso. – Então me perdoe por mais essa afronta, mas eu senti que precisava disso. É como Alice disse, agora eu estou por conta própria e preciso fazer minhas próprias escolhas. Quando eu consegui escapar daquele monstro, eu vi todas as pessoas que são importantes para mim me abraçando e compartilhando da felicidade que eu estava bem, que ele não me matou e nem conseguiu o que queria. Eu tive sorte sim, mas de alguma forma eu sinto que você e a Bella estavam lá por mim, eu sei que me protegeram como sempre fizeram em vida. Meu irmão, me perdoa, me perdoa por cada vez que briguei com você e reclamei do seu jeito, hoje eu entendo cada uma das suas decisões. E eu prometo, prometo a vocês dois que farei o mesmo com a Marie mesmo que ela me odeia por isso, vou cuidar dela, vou proteger ela desse mundo horroroso . Eu não deixei que ela soubesse do que aconteceu, ela não faz ideia que fui sequestrada e que foi o avô dela que me entregou. Um dia eu contarei, por hoje, por enquanto não. Deixarei que ela acredite que a família inteira são de pessoas boas, afinal, é isso o que ela conhece : o amor entre a gente.

        Renesmee olhou de lado, vendo o rapaz que a havia acompanhado nessa viagem e sorriu para ele.

       - Bella, seu pai tem ótimos conselhos, queria mesmo ter pedido os conselhos dele antes. Teria me livrado de muitos problemas. Ele até me ajudou a decidir sobre o que estudar, então, podem anotar ai: serei a nova doutora Cullen, talvez cirurgiã plástica como Edward, mas não tem anda certo ainda. Eu não quero falar muito, sei que vocês estão acompanhando tudo de camarote, mas eu quero fazer uma promessa aqui além da que já fiz de cuidar e proteger a Marie. Eu prometo ser feliz, prometo encontrar meu próprio caminho e fazer mais coisas por mim mesma, prometo que vou descobrir o que quero da vida. Então, não fiquem com raiva se eu tropeçar no meio do caminho, agora que todo o perigo realmente passou, eu finalmente posso dizer que vou começar a viver. Não me julguem por isso, não há mais nada que realmente limite meus passos. Eu sou livre agora.

       O céu nublado começou a derrubar pequenas gotas de chuva, o rapaz que acompanhava a ruiva percebeu que não demoraria para que as gotas se tornassem uma chuva forte.

      - Nessie, temos que ir logo ou não vamos conseguir chegar no dúplex antes da chuva começar. – alertou ele

     - Tudo bem, Seth. Eu já vou.- ela o responde, olha para as lápides a sua frente e suspira – Eu amo vocês, obrigada por terem sido os melhores “pais” que eu poderia ter tido.

       Ela se levantou, andando apressada até onde o moreno estava, ele esticou o braço e passou pelo ombro dela e seguiram para forma caminhando em uma espécie de abraço lateral.

     - Vai ver a Camille hoje? – ela quis saber quando entraram no carro.

     - Hmm... Não, ela voltou pra Califórnia. – ele parecia chateado com isso. – Quem sabe eu não reencontro ela por aí.

     Depois de tudo, quando Jacob se afastou de sua vida a pedido da mesma, uma amizade crescente estava se formando entre Seth e Renesmee. Eles já eram amigos antes, mas não costumavam se ver tanto quanto estava acontecendo nas últimas duas semanas, muito menos viajar com ela. Ela precisava de um amigo que fosse realmente só amigo, e Seth estava sendo isso pra ela.