10 de Junho de 2009

      O tempo passou muito mais rápido do que eu poderia imaginar, e isso se deu principalmente pelo fato de que eu me mantinha quase todo o tempo ocupada só para não ter que arriscar que alguém trouxesse o assunto Anthony a tona novamente. Eu sabia que ele estava por lá, eu sabia que madre superiora, também conhecida como Bella Cullen levava meus sobrinhos para ver ele ao menos uma vez. Eu sabia que toda a documentação legal estava sendo organizada pelo advogado da família para que fosse anulado o registro de óbito daquele homem, Edward também sentia a mesma aversão que eu sentia então até mesmo ele acabava discutindo com Bella sempre que o assunto Anthony ser presente na vida dos netos vinha a tona.

      Eu não colocava meus pés em Forks a pouco mais de dois meses, Jacob estava fora do país a um pouco mais do que isso, mas estava quase voltando. Conversávamos todo dia.

     Tinha acabado de desligar minha webcam, após passar algum tempo conversando com Alice e Jasper. Alice estava linda de barriga, e nunca havia sido tão mimada desde que soubemos que ela esperava o primeiro filho, que seria uma surpresa até o dia do nascimento. Ela estava com um pouco mais de seis meses, o bebê deveria nascer em Outubro e Esme torcia para que acontecesse no mesmo dia do aniversário de Carlisle.

        - Como estou ? – perguntei ao meu irmão, dando uma voltinha a sua frente. Seus olhos percorreram todo o meu corpo e seu olhar deixava claro sua reprovação.

        - Vulgar – reclamou- Não tem algo mais parecido com uma roupa não?

       - É uma festa de aniversário de uma amiga, seja razoável. – projetei meu lábio pra frente.

       - Ok, você está...está...sexy?! – eu gargalhei ao ver a forma como a última palavra rompeu seus lábios com desgosto. – Gutemberg e Jones irão com você.

      - Não pode estar falando sério. O objetivo da noite é diversão, como espera que eu me divirta com aqueles dois armários na minha cola? – Edward abandona o livro que está lendo e me encara.

       - Tentaram te matar, sua segurança não está em negociação.

       Eu não consegui me livrar das minhas sombras, ao menos esses não eram os piores seguranças contratados por Edward.

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          Bebida era derramada na boca de cada uma das minhas amigas, o irmão da anfitriã estava com a garrafa na mão. Entrei na brincadeira mas não aguentei muito me afastando em direção ao banheiro. E a cada passo que eu dava, lá estavam minha sombras dispostos a tudo para me manter em segurança. Tive a leve impressão que eles me defenderiam até de mim mesma caso começasse a perder o controle.

        O celular preso ao meu decote começou a vibrar e eu me afastei um pouco para poder escutar algo.

     - Já vai? – Kelly, a anfitriã questionou ao me ver afastando.

     - Não, só vou atender. – respondi

        O nome Jacob piscava no visor, resolvi atender.

       - Oi amor. – saudei, mas não obtive resposta alguma do outro lado, achei aquilo bem estranho.

      Gutenberg pôs sua mão enorme no meu ombro, eu sacudi me livrando de seu toque. Ele queria que eu entrasse ou fosse logo embora, de acordo com ele e o outro não era seguro que eu ficasse tão exposta assim na frente da casa de Kelly.

      - Jake? Jacob? – chamei por ele mais algumas vezes, dei uma olhada no relógio no meu pulso, se aqui em Nova Iorque eram 21h49min, onde Jacob estava em Paris devia ser umas quatro da manhã de amanhã. Me concentrei um pouco mais na ligação, e consegui ouvi gemidos. – Isso só pode ser piada! – esbravejei, mesmo já entendendo do que aquilo se tratava.

       - Senhorita Cullen...- Jones tentava me chamar.

       - Me deixa em paz! – dei a ordem, e escutei a última coisa que esperava ouvir.

        - Isso Tânia, deliciosa.- a voz rouca gemia alucinada.

      Deixei o aparelho cair entre meus dedos, a raiva tomando conta. O problema era que quando eu estava com raiva eu chorava, e as lágrimas já vinham em cascata.

        - Renesmee? – Gutemberg abandonou a formalidade quando segurou meus dois braços – Está passando mau?

        - Estou bem, estou maravilhosamente bem. – falei me recompondo. – Estou solteira e vou comemorar, então, acho que são vocês dois que vão ter problemas hoje.

11 de Junho de 2009

           Não faço ideia de como cheguei ao apartamento do meu irmão. Eu fedia a álcool e já começava a imaginar o que tinha acontecido para que eu estivesse nesse estado hoje. Minhas roupas tinham sido trocadas em algum momento da noite.

        Ah, meu Deus, o que eu fiz?! Meu rosto estava em estado deplorável, maquiagem borrada que me fazia parecer um panda, marcas roxas no meu pescoço que denunciavam que eu havia mesmo revidado. Tomei um longo banho e quando finalmente saí do quarto para encarar minha família, eu vi Edward saindo de casa e sei que ele também me viu mas preferiu ignorar minha presença.

       - Precisamos conversar – disse Bella assim que fechou a porta da frente – O que aconteceu com você ontem? Você não é assim!

       - Jacob aconteceu. Aliás, você tinha certa razão, Tânia não estava querendo meu irmão, ela queria meu namorado.

        - Do que você tá falando?

        - A vagabunda estava dando pra ele ontem, e o cafajeste do seu primo não percebeu quando o próprio celular ligou pra mim. Tive o desprazer de ouvir parte da transa deles.

         - Eu vou conversar com ele, vou tentar...- eu gesticulei para que ela parasse de falar

          - Não, Bella. No fundo Eddie tinha razão, eu não devia ter rme envolvido com Jacob.

           - Você ao menos se lembra de como chegou em casa? – balancei a cabeça negativamente. – Gutemberg te trouxe nos braços, apagada. Bebeu muito além do que devia, Edward está furioso com você.

           - Edward. Louis e agora também Jacob. Todos esperam que eu faça algo, todos esperam que eu seja alguém... alguém vá satisfazer as vontades deles de alguma forma, quando não o faço, eles ficam com raiva e arrumam um jeito de colocar a culpa em mim, eles querem me moldar as próprias vontades e se frustram quando não conseguem.

         - Não compare seu irmão com Louis ou Jacob! Seu irmão te ama.

         - Ama, ama demais. Enquanto eu for a santinha, é só eu passar um pouco do limite que ele finge que eu não existo. Estou cansada de ter sempre que satisfazer os outros. Quando as minha vontades, os meus desejos vão ser levados em consideração?! Eu valho tão pouco assim que precioso sempre estar mostrando que estou aqui, que existo e que tenho meus próprios desejos e vontades? No fundo, eu sou mesmo o estorvo de quem todos querem se livrar.