Yerin jogou Yoongi no chão depois de aparatarem na sua sala de estar, junto aos outros. A morena estava furiosa e ela precisou jogar sua varinha na cozinha para não matar nenhum dos três a sua frente.

— O que vocês querem, hã? Me destruir? – Yerin pergunta entredentes, negando e respirando fundo, ela realmente poderia matar alguém e nem precisaria da varinha para aquilo – olha só Yoongi – ela esfrega as têmporas enquanto andava de um lado para o outro – eu entendo a sua chateação por causa do Hoseok, eu entendo que o que aconteceu no passado deixou ele mal, mas porra, aquela poção nunca foi feita por mim, eu não tive nada a ver com aquilo e mesmo que tivesse, por que porras você envolveu a Agnes nisso?

— Hoseok foi claro, era uma garota de Beauxbatons, ela se parecia com você e a poção era para o Jimin, vocês estavam brigados naquela época, quem mais poderia ser? – Yoongi pergunta na defensiva e aquilo só irritou mais ainda a morena que teve que ser segurada por Amélia.

— Eu não sei inferno – Yerin grita e fecha os olhos só por um segundo, na tentativa de se acalmar, mas a verdade é que não tinha como.

Yoongi havia não só ferrado com ela, mas com a própria irmã dele e o pior é que Agnes e Jeon eram perfeitos um para o outro, independentemente de qualquer coisa, a poção só fez efeito porque eles haviam sido destinados e apenas Yerin sabia disso.

— Yoon, a questão aqui é que Jungkook e Agnes não estão agindo pela poção, nada daquilo é fabricado, eles se dão bem mesmo – Amélia explica com toda calma que podia, Yoongi podia ter feito besteira, mas ele ainda era seu melhor amigo – a vingança de vocês contra nós, não tem sentido.

— Você poderia ser uma jogadora de quadribol, professora, sei lá, o caralho, mas decidiu criar uma loja que fabrica poções, e vende para qualquer um – Taehyung dita irritado.

— Você tem razão, eu poderia, mas isso é o que eu quero fazer Taehyung, eu quero aquela loja, eu quero continuar produzindo poções e eu não sou tão irresponsável como você julga, e para isso existe o teste de filtro, ele garante que a pessoa que esteja adquirindo qualquer produto meu, não seja um mal feitor, ou um comensal da morte – Yerin diz, não estava calma, mas também não tão irritada, apenas, chateada.

Nenhum deles tinha argumento suficiente para retrucar aquilo, a verdade é que eles de fato se deixaram levar por um passado que não tinha como afirmar. E naquela guerra, quem mais sairia perdendo seria Yerin.

— Bem, agora não tem mais o que fazer – Jimin dá de ombros e vê Yerin afirmar.

— Você tem razão, a merda já está feita – ela sorri de escarnio enquanto encarava o loiro – mas não pense que isso vai sair barato, é guerra que vocês querem? Pois é guerra que terão.

Jimin abriu a boca para retrucar e ela estendeu a mão, em um claro sinal de pare. Ela não queria saber, não queria ouvir. Por isso apenas abriu espaço e indicou a porta, queria que eles saíssem imediatamente.

— Não faça nada que se arrependa depois – Jimin disse parado na porta, enquanto encarava ela.

— Não se preocupe, vocês já fizeram isso por mim – Yerin dita e aponta para a saída, vendo o loiro deixar seu apartamento.

As três se largaram no sofá e suspiraram.

— O que vamos fazer? – Mihee pergunta, estava até aquele momento calada, mas se sentia tão irritada quanto.

— Vamos fazer eles pagarem bem caro – Amélia quem respondeu, respirando forte.

E em um pacto mudo, elas juraram que aquilo ia ter volta, mas bem, antes dessa volta elas precisariam lidar com a repercussão no seu negócio. A segunda-feira chegou e trouxe Hermione Granger com ela, Yerin e Amélia estavam sentadas em uma mesa, organizando as finanças, já que o final de semana foi totalmente desastroso.

— Bom dia meninas – Hermione entra com um meio sorriso e Amélia sorri, mas não Yerin, a morena estava focada nos papeis.

— O que lhe traz aqui Mione? – Amélia pergunta confusa.

— Bem, Mihee queria que soubesse por ela, mas como ela não pôde, então... – ela deixa uma cópia do Profeta Diário em cima da mesa e vê as duas direcionar o olhar para ela – me desculpem, mas sabe como funciona o mundo bruxo.

— Com sensacionalismo, não faz mal, não é sua culpa, é o seu trabalho – Yerin suspira enquanto via as palavras “amor fabricado” e uma foto delas duas no jantar se mexerem no jornal.

O silencio se instalou ali, nenhuma das duas tinha o que dizer e Hermione sentia muito por ter publicado aquela matéria, mas era o seu trabalho, não é como se ela pudesse evitar.

— Estão com muitos problemas? – Hermione pergunta em dúvida e Amelia apenas assente – se eu puder fazer algo, falem comigo.

Elas apenas assentem e Hermione se despede, saindo em seguida. A semana passou lenta e torturante, era como se fosse de proposito para elas descobrirem o quão doloroso aquilo podia ser. A quantidade de cliente havia diminuído consideravelmente, os fiéis mesmo eram os aurores que precisavam de poções especificas para o trabalho e mesmo assim, todos eles tinham que assinar um formulário que era enviado ao ministério, de fato, Taehyung estava errado sobre aquilo.

— Precisamos de um plano – Amélia diz enquanto olhava para a placa de fechado, o que significava que do outro lado estava aberto, mas a loja estava vazia.

— Precisamos matar alguém, o ministério nunca vai saber – Yerin diz olhando para o mesmo lugar que a amiga – o que vamos fazer?

As duas se olham, tinham o cotovelo apoiado na vitrine e o queixo sobre a mão. Elas suspiraram e negaram, tendo a atenção roubada para a porta, que se abriu e tocou o sino.

— Precisando de uma mãozinha? – a morena pergunta sorrindo.

— Achei que tinha sido engolida por Nagini – Amélia diz com um meio sorriso, não havia visto a amiga a semana inteira, e agora ali estava ela, disposta a ajudar.

— Talvez eu tenha dado Yoongi para ela comer – Agnes dá de ombros e se aproxima da vitrine – eu tenho um plano.

— Sabe que toda vez que você diz essa frase, dá muita merda né? – Yerin retruca de mal humor.

— Vamos lá gatinha, vem na minha, finge que é o Rocky e se joga.

— Não entendi a referência – Yerin diz confusa.

— Esquece – Agnes nega – feche a loja, vamos dar uma volta.

Amélia e Yerin se olham e negam, com certeza daria merda, mas elas com certeza não estavam ligando para aquele fato.