Namjoon havia acabado de chegar no St. Mungus, Jin havia enviado uma coruja a ele, avisando que seu andarilho havia acordado. A poção de cura dera certo. O homem parecia assustado por não conhecer ninguém e por aquele espaço ser tão misterioso para si.

— Olá, eu sou Kim Namjoon, pode me dizer seu nome? - o loiro pergunta, fazendo o homem mirá-lo com curiosidade, Namjoon estava com sua habitual roupa de auror, ou seja, um colete de couro, uma blusa preta e calças militares.

— Horam Gaunt - o rapaz diz trêmulo, fazendo Jin e Namjoon se olharem assustados, não ouviam aquele sobrenome a anos, e o último Gaunt, estava morto, ou pelo menos era isso que achavam.

— Horam, você reconhece qualquer coisa daqui? - Jin pergunta com cautela, fazendo o homem olhar por ali novamente, negando para o moreno a sua frente, de fato ele não conhecia nada daquilo, mas definitivamente conseguia ver - onde você vivia?

— Em Londres - ele diz com um suspiro, mexendo nas têmporas - onde eu estou?

— Do que se lembra, antes de acordar aqui? - Namjoon pergunta temeroso.

— Bem... - ele avalia um instante - eu me lembro de sair para trabalhar, de repente alguém sussurrou no meu ouvido algo como - ele parecia confuso ao tentar lembrar das palavras – petrifico.

— Pretificus Totalus - Namjoon corrige fazendo o homem dar um pulo e apontar para ele, fazendo os dois a sua frente se assustar.

— Isso, isso aí mesmo, ela contou que minha família verdadeira era bruxa e que éramos puros sangue, que devíamos acabar com todos vocês mestiços, sei lá mais o que, na minha opinião ela estava louca, mas eu não conseguia falar, só ouvir.

— E se lembra de algo mais? Tipo, como veio parar aqui - Jin parecia indeciso sobre contar ou não a origem dele.

— Meu pai havia me contado uma vez que existia um mundo diferente para pessoas como nós, mas que eu não devia entrar aqui, porque a indiferença era tamanha, e as pessoas não me aceitariam - ele conta meio nostálgico - quando eu tinha 16 anos, ele disse que precisava fugir, porque tinha um parente nosso muito perigoso para minha existência e estar com ele o traria direto para mim.

— Acha que ele é... - Jin parecia confuso a aquele ponto, porque se sua especulação estivesse correta, de fato, a linhagem dos Gaunt tinha alguém além de um mestiço, alguém que ele faria questão de manter fora da linhagem.

— Isso mesmo que estão pensando, eu sou um aborto, meu pai me disse - ele suspira e nega - e a mulher achava que eu era um sangue puro, fugindo das minhas origens - ele suspira - então eu lembro dela me mandar pegar algo para ela, um caderno e uma poção, disse que o caderno eu deveria ficar e a poção, eu tinha que entregar a ela, então eu apenas obedeci, era como se...

— Não tivesse vontade própria - Namjoon completa e ele assente.

Agora aqueles dois compreendiam definitivamente o que havia acontecido. Aquele Gaunt vivo havia vindo de outra linhagem, uma não tão pura, e por isso estava escondido no mundo dos humanos, era a forma do seu pai impedir que ele morresse.

Sabendo disso, agora Namjoon precisava descobrir quem era a tal mulher misteriosa, e por isso, aquele homem ficaria sobre os cuidados do Ministério, e ninguém deveria saber de sua procedência, ou tudo iria por água abaixo.

Namjoon, Jungkook, Yoongi, Blásio, Theodore, Harry e Rony estavam reunidos em uma sala, enquanto Namjoon dividia com eles as informações novas que tinham sobre o andarilho em seu mundo e foi uma surpresa para eles saberem que ainda existia um Gaunt vivo.

— Espera aí Namjoon - Harry diz de repente, parando para analisar a situação em um todo - Astoria enfeitiçou o Draco, Yoongi, você não disse que a poção veio do estoque da Filter?

Ele realmente tinha razão, e havia pensado da forma mais óbvia possível, diferente dos outros que pareciam considerar os dois casos como coisas diferentes e a verdade estava diante deles.

— Disse? - Yoongi parecia confuso a aquele ponto e Harry revirou os olhos com impaciência - sim, eu disse - Yoongi afirma apenas por afirmar.

— Então a mulher misteriosa foi a Astoria - Namjoon diz, fazendo Harry assentir para ele.

Agora tudo se encaixava, mas o que eles ainda não sabiam era o porquê, pois se fosse apenas para ter Draco, ela poderia ter ido diretamente até ele, mas ela montou algo muito complexo, ao ponto de envolver mais pessoas do que deveria e talvez aquele tenha sido seu erro.

— Como estão na busca por ela? - Yoongi pergunta a Harry.

— Estranha, Astoria não parece estar em lugar algum do planeta - o moreno suspira cansado, de fato estava, procurar por Astoria parecia uma agulha no palheiro.

— Nós solicitamos recurso de aurores ao ministério, o ministro realocou alguns aurores e todos receberam uma coruja - Rony comenta - Astoria se tornou nossa prioridade nível 1.

— Uau, é como caçar Voldemort novamente - Blásio diz rindo e todos até acharam graça.

De fato, aquilo se tornara um exagero para apenas uma mulher que eventualmente fora uma das melhores alunas de Hogwarts, Astoria havia se formado com honras, tinha nome no mundo bruxo, mas chegara até aquele ponto miseravelmente. Procurar por ela era um beco sem saída e eles não faziam ideia de onde ela poderia estar, mas achá-la e descobrir o motivo de todo aquele rebuliço era a prioridade do mundo bruxo e eles não parariam enquanto não a encontrasse, não enquanto Harry Potter estivesse liderando aquilo.

Eles não podiam se dar ao luxo de ter outro Voldemort a solta, aquela mulher se tornara astuta e eles mal sabiam que ela havia planejado tudo aquilo, durante todo aquele tempo.

— Como está o Draco? - Jungkook pergunta curioso.

— Está bem, Hermione tem cuidado dele - Theo diz com um suspiro - ele volta a trabalhar amanhã.

— E quanto a proteção do nosso andarilho? - Blásio pergunta confuso.

— Você e Theo ficarão responsáveis por ele - Yoongi diz rindo ao ver a careta dos dois - sejam boas babás.

E assim Yoongi levantou e deu a reunião como encerrada, se retirando dali com pressa, levando Jungkook e Namjoon consigo.

Ele precisava urgentemente de conselhos e quem melhor, do que seus únicos dois amigos que estavam embarcando em romances promissores? Bem, ele não conseguia pensar em ninguém, então teriam que servir.