A Mente escrita por Akemi Mori


Capítulo 54
Inferno


Notas iniciais do capítulo

IUPPIIIIII!!!!!
GEEENTE AMADA E CONTENTE:
PASSAMOS DOS 300 REVIEWS!!!
Sério gente, eu estou tão feliz! É muito mais do que eu esperava! Muito obrigada mesmo!
Um avisinho: nessa e semana que vem tenho as provas unificadas, então não estranhem se os capítulos saírem no meio da tarde e coisa assim.
Obrigada de novo! Isso me dá esperanças.



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Droga.

Eu não conseguia falar ou gritar. Rouca.

Mal sentia minha perna. Meus olhos se reviravam nas órbitas. Dor, era só o que eu sentia. Dor.

Minha cabeça estava girando. Ainda não conseguia raciocinar direito.

Havia sangue...

E então a memória veio junto a tona.

Levantei num sobressalto. Ignorei a ardência ou o sofrimento.

Tínhamos que fugir. Não sabia do quê. Mas tínhamos que fugir.

Olhei em volta. Lá estava. Com as mãos apertando firmemente a barriga, Peter resistia.

Mancando, fui até ele. Observei melhor. A camiseta estava quase que ensopada de vermelho. Pingava na terra úmida.

Foi profundo. Muito profundo.

Lentamente, me ajoelhei e comecei a levantar sua camisa para ver melhor.

E quase vomitei.

Pior que o meu. Sim, estava muito pior que o meu.

O sangue jorrava. Não parecia que ia estancar em breve. O corte era quase que retangular. Meio aberto.

Eu conseguia enxergar a carne.

Tirei um moletom que havia posto quando saí de casa e coloquei em cima do machucado. Não ia adiantar muito. Já começava a avermelhar.

- Preste atenção!- ordenei para o garoto sem saber se o mesmo estava consciente ou não- Você vai ignorar a dor. Vai pressionar essa blusa contra o corte com força inimaginável. Vai levantar e vamos continuar a correr. Certo?

Para minha surpresa, ele assentiu. E então, com certa dificuldade, se levantou e começou a andar.

E eu, novamente, o segui.

Repentinamente ele acelerou o passo.

- Corra. Corra o mais rápido que puder. – disse-me.

- Para onde?

- Para longe.

Uma coisa que eu tinha aprendido durante essa loucura: nunca questioná-lo.

Comecei a correr em uma direção aleatória. E parei.

Ele não em seguia. Continuava parado.

- Vamos! – gritei.

- Você primeiro. – falou.

- Não vou sem você.

Ele me olhou com uma expressão incrédula. E eu lhe devolvi um olhar desafiador.

- Certo. – disse- Vamos juntos.

Peguei sua mão para me assegurar que ele não fugiria ou ia voltar no meio do caminho e continuamos o percurso invisível.

E então as árvores foram se distanciando umas das outras, deixando uma luz pálida nos iluminar.

Eu mal tinha me tocado que já era noite.

Conforme corríamos, o bosque foi se arrastando para o fim. Como que para nos refrescar, uma fina garoa começou a cair.

E então finalmente acabaram as árvores e começou o cimento.

Gritei.

A garoa se transformou em uma chuva cortante familiar. Os cortes reabriram e a dor veio com mais intensidade que antes. O sangue voltou a escorrer.

- Ah!- berrei enquanto desabava sobre o asfalto, sem conseguir me manter em pé- Inferno!


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