O charme que me conquistou escrita por Nara Garcia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM :)
Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810634/chapter/3

Mac

Seguíamos em silêncio até o endereço que Don havia me passado. Stella estava distraída, olhando através da janela ao seu lado. Volta e meia eu tirava os olhos da estrada para poder olha-la. 

— Nick me ligou antes de você chegar no meu apartamento. Ele queria se desculpar de novo por ter desmarcado o jantar, e perguntou se poderíamos deixá-lo para amanhã. 

 - Parece que ele está realmente disposto a te conquistar. - Falei, sentindo os olhos dela sobre mim. 

— É, acho que sim. - Estacionei em frente a cena, retirei o cinto e encontrei o olhar dela. 

— Stella, eu quero ver você feliz. Quero ver aquele sorriso, mesmo que o motivo não tenha a ver comigo. 

— Você sabe que é o único culpado por trás dos meus sorrisos. - Ela disse, em tom de provocação. - Em outras circunstâncias Nick poderia ter me conquistado e, quem sabe, teríamos dado certo. 

— Em outras circunstâncias? - A encarei com curiosidade, vendo um sorrisinho se formar no canto de seus lábios. 

— Eu não estava apenas te provocando quando disse que você mexe comigo. Tudo o que você fala e faz de alguma forma, mesmo que inconscientemente, tem um certo charme que me tira do eixo. - Não pude conter um sorriso nesse momento. - A questão é que desde o começo eu sabia que não daria certo, simplesmente porque não era você. Eu insisti porque talvez, só talvez, ele pudesse ser capaz de me fazer parar de desejar ter você por perto o tempo todo. 

— Espero que ele não tenha conseguido. - Ela sorriu. 

— Bom, eu estou aqui. - Stella me lançou aquele mesmo olhar de quando estávamos em seu apartamento antes de sair do carro. Reprimi um sorriso e a segui, tentando agir como se suas palavras não estivessem causando uma festa na minha cabeça. Eu precisava entrar em modo chefe, o que normalmente não era uma tarefa difícil. Naquele momento, no entanto... 

— Trabalhando quando não está de plantão? Se você quiser, conheço um cara que pode ajudar com isso. Abuso de autoridade. - Flack sussurrou a última parte, apontando discretamente para mim. 

— Sabe como é, achei que com a minha ajuda ele resolveria mais rápido. - Ela pegou sua câmera e piscou pra mim, me fazendo sorrir. 

— Olha, vou acreditar em você porque é minha amiga. Mas devo admitir que isso está com cara de aposta. - Don ajeitou o sobretudo e me encarou com um sorriso travesso.

— Sabe que não somos como você e Danny, certo? - Falei, aproximando-me dos corpos. - Agora, será que podemos focar no caso, Júnior? - Stella soltou uma risadinha, começando a tirar fotos da cena. 

— Claro, claro. As vítimas são Margô Wilson e Jennette Dawson. De acordo com aqueles dois caras ali, - disse, apontando para dois jovens aparentemente assustados, conversando com um policial. - elas tinham acabado de sair de uma loja quando o tiroteio começou. Um dos meus homens estava efetuando uma prisão aqui perto quando escutou os tiros. Ele viu quatro caras entrando em um carro, mas não deu para anotar a placa. Estamos de olho nas câmeras de segurança. 

Agachei próximo a um dos corpos, analisando a marca de bala no peito de Jennette. Meus olhos então correram até Margô, que estava mais atrás. 

— Elas deviam estar correndo naquela direção. - Apontei. - Jennette estava mais à frente. Em algum momento ela se virou e tomou o tiro. - Stella se aproximou, passando a tirar fotos de Jennette. 

— Margô pode ter levado o tiro primeiro. Ela gritou e Jennette se virou para vê-la. - Supôs Stella. - Parece que Margô e Jennette são danos colaterais. Estavam no lugar errado e na hora errada. 

Me levantei, dando alguns passos em direção à um cartucho mais distante dos corpos.

— Ele ainda está de smoking. Parece que a festa foi boa. - Ouvi Don murmurar para Stella. 

— O pós festa é muito melhor. - Ela respondeu, e eu tive que me esforçar para não encara-la naquele momento. Reprimi um sorriso e me agachei, pegando o cartucho com uma pinça. 

— A arma que eles usaram não é fácil de conseguir. - Comentei. - Pode ser trabalho de gangue. - Don se aproximou.

— Faz sentido. Duas gangues tentaram acertar as contas e as coisas saíram de controle. Só precisamos saber quais gangues estavam envolvidas. 

— E qual delas matou nossas vítimas. - Stella completou, aproximando-se. - Onde me quer, chefe? - Me levantei, observando o olhar divertido de Don sobre Stella. 

— Chefe? - Questionou, indignado. - E ainda quer me dizer que estar aqui não é fruto de uma aposta? - Stella revirou os olhos, o que foi o suficiente para me fazer intervir. 

— Cuidamos dos corpos primeiro e depois da cena, pode ser? - Stella apenas assentiu, em silêncio. Antes dela se afastar, lançou um olhar duro na direção de Don, que apenas sorriu. - Por que não para de pegar no pé dela e vê se os dois rapazes ali não viram mais alguma coisa, hein? 

Don sorriu com diversão e depois se afastou. 

•••

Stella

— Tem marcas de derrapagem. - Observei enquanto caminhávamos na direção que uma das gangues havia fugido. - Elas terminam aqui. - Apontei a lanterna para uma lixeira, na entrada de um beco. - Acha que eles foram descuidados ao ponto de jogarem as armas ali? 

Mac parou próximo a mim, apontando sua lanterna na mesma direção. 

— Bom, só há uma forma de descobrir. - Ele encontrou o meu olhar e sorriu levemente. Eu sabia exatamente o que aquilo significava. 

— Estou quase arrependida por ter vindo. - Reclamei, deixando minha maleta no chão antes de entregar minha arma para ele. - Vou buscar o macacão. - Dei meia volta e segui para o carro, que não estava muito longe dali. Peguei o macacão do CSI no porta-malas, tirei meu casaco e o vesti por cima da roupa, junto com o par de botas pretas que separávamos para ocasiões como essa. 

Enquanto terminava de fechar o macacão, observei pela primeira vez a linda noite que estava fazendo. Já havia parado de nevar e o céu estava estrelado. Se eu estivesse em casa não poderia contemplar aquela paisagem incrível, então, mesmo prestes a entrar em uma lixeira, até que eu estava feliz. 

Caminhei de volta até o beco e vi Mac parado com um par de luvas extras na mão. Eu as coloquei, enquanto nos aproximávamos da lixeira. 

— Você sabe, eu poderia entrar, mas eu pretendo usar esse smoking amanhã. - Justificou, estendendo a mão na minha direção. Ele me ajudou a entrar na lixeira e se afastou, passando a buscar outros vestígios por perto. 

— É bom que seja comigo. - Resmunguei, ouvindo o som baixo da sua risada. 

— Não tenha dúvidas quanto a isso. 

Me agachei e com o auxílio da lanterna comecei a procurar por qualquer coisa que pudesse estar relacionado ao crime. Para a minha sorte, não demorou muito até que eu encontrasse. 

— Achei algumas máscaras pretas. - Falei, erguendo-as para que Mac pudesse ver. - São 4. Podem ser dos caras que entraram no carro. - Eu as entreguei para ele, que guardou no saco de evidências. 

— Isso não parece ter sido trabalho de gangue. - Comentou, apontando com a lanterna para os fundos do beco. - Acho que vi alguma coisa. - Apontei com a lanterna na mesma direção, mas não vi nada. 

— O que? - Mac não disse nada, apenas estendeu a mão mais uma vez e me ajudou a sair da lixeira. Ele me entregou a minha arma e depois colocou a mão no coldre, adentrando lentamente o beco. Eu o seguia com a arma em posição, buscando atentamente qualquer movimentação estranha. 

Quando estávamos na metade do beco, observei algumas ripas de madeira encostadas na parede. Foi quando escutamos um barulho. Logo em seguida um gatinho derrubou uma das madeiras e saiu assustado, correndo desesperadamente em direção a rua. Observei Mac relaxar e retirar a mão do coldre, se voltando para mim. 

— O gatinho parecia bem suspeito pra mim. - O provoquei. - O que acha de o interrogarmos? 

— Não pode me julgar por ser cauteloso. - Ele se virou pra mim com um sorrisinho no rosto antes de pegar o celular que começara a tocar em seu bolso. - Don disse que um dos caras que fugiram foi pego. Ele pode saber onde estão os outros, então vou lá interroga-lo. 

— O que quer que eu faça? 

— Leve as evidências que coletamos para o laboratório. Eu te encontro lá assim que der. - Ele retirou as chaves do carro de seu bolso e as entregou para mim. - Vou pedir ao Don para me encontrar aqui. Pode levar o carro. 

— Tudo bem. Nos vemos depois. - Me virei e dei alguns passos antes que Mac me chamasse, me fazendo olha-lo novamente. Ele se aproximou, pondo as mãos nos bolsos. 

— Sobre a nossa conversa no carro.. Eu fui sincero quando disse que só quero ver a sua felicidade. Mas confesso que fico feliz que ele não seja o cara que te faz sorrir de verdade, no fim das contas. - Disse, sem tirar seus olhos dos meus. 

— Eu falei sério quando disse que você é o único culpado por trás dos meus sorrisos, detetive, e eu quero que continue assim. - Me aproximei o suficiente para deixar um beijo em sua bochecha e logo me afastei. - Me encontra assim que der, está bem? 

Ele assentiu, e, com um sorriso, fui embora. 

•••

Mac

Entrei no laboratório quando já eram 2h da manhã. Não havia quase ninguém, umas das consequências por se estar no plantão da madrugada. 

Caminhei até o escritório de Stella, mas ela não estava lá. Continuei, indo até a sala de descanso, mas também estava vazia. Segui então para o vestiário. Ela estava distraída, mexendo em seu armário. 

Recostei no batente da porta e a observei. Ela retirou um suéter de inverno do armário e o colocou, ajeitando os cachos em seguida. Ela estava linda, pra variar. 

— Sabe que eu conheço o seu cheiro, né? - Disse ela, fechando o armário. 

— Devo me sentir lisonjeado? - Falei, adentrando o vestiário. 

— Claro. - Ela sorriu levemente e recostou no armário. Parei à sua frente, mantendo uma distância razoavelmente segura, dado o lugar em que estávamos. - Como foi na delegacia? 

— O cara admitiu que estava envolvido no tiroteio, mas não entregou os outros ainda. As máscaras que você encontrou eram dele e dos comparsas. - Falei. - Ele disse que não se trata de gangues, apenas um grupo de traficantes do norte que tentou enrolar o chefe dele. 

— Acerto de contas. - Eu assenti. - O que faremos agora? 

— Flack está conversando com ele de novo. Tentando arrancar mais alguma informação que nos ajude. Enquanto isso vou analisar o que temos e ver se descubro alguma coisa. - Stella assentiu. - Vou te deixar em casa. Você merece algumas horinhas de sono antes do turno começar. Obrigado pela ajuda. 

— Bom, eu disse que não estava preparada para encerrar a noite. Acho que meus motivos foram meio egoístas. - Disse ela, relembrando do meu presente de mais cedo. Não pude conter um sorriso. - Só preciso pegar umas coisas no meu escritório e te encontro. 

— Tá bem. - Eu me afastei um pouco e a vi desencostar do armário, dando alguns passos em direção a saída. Foi quando ela me olhou novamente, do mesmo jeito que no seu apartamento. Aquele olhar que me tirava do eixo. Eu segurei sua mão e a puxei gentilmente, fazendo-a se virar para mim. Coloquei uma mão na sua cintura e a outra em seu pescoço, deslizando o polegar pela sua bochecha.

— Parece que eu realmente mexo com você, né? - Ela sussurrou, em tom de provocação. Eu aproximei meu rosto do dela, o suficiente para que nossos narizes se tocassem. 

— Com certeza. - Stella fechou os olhos e sorriu. Rocei meus lábios nos dela antes de começar um beijo calmo. Ela jogou os braços em volta do meu pescoço, enquanto minha mão descia até sua cintura. Gentilmente eu a girei e caminhei alguns passos, encostando-a novamente no armário. 

Ergui uma das mãos e segurei seu queixo, afastando nossos lábios. Foi quando encontrei seus olhos novamente. 

— Você sabe que não será fácil. - Ela não precisou ser mais específica para que eu soubesse do que estava falando. Eu era seu chefe. Não era o cenário ideal. 

— Eu sei. - Sussurrei em resposta. - Mas somos profissionais. A gente da um jeito. 

— Eu estou disposta a tentar, se você estiver. - Disse ela. Toquei seus lábios novamente, beijando-a brevemente. 

— Isso responde? - Ela sorriu levemente, roçando o nariz no meu. 

— Parece que o seu charme me conquistou, detetive Taylor. - Não pude conter um sorriso. Mal sabia ela que o seu charme já havia me conquistado muito antes. 

Continue... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O charme que me conquistou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.