Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 14
Capítulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/810199/chapter/14

—Você está há muito tempo aqui - Crowley disse de forma suave e baixa, muito consciente de que a filha estava claramente dormindo.

—Desculpe, eu não posso evitar - Aziraphale se voltou para ele, no mesmo tom de sussurro - é que ela fica tão lindinha dormindo, falando em dormir, eu descobri por acaso que ela precisa dormir e comer, pra ser mais específica, meu leite, o que é muito estranho de se falar, mas enfim, eu produzo leite, como uma mulher lactante humana, bom, nossa filha precisa dessas duas coisas.

—Uma descoberta e tanto pro dia do nascimento dela - ele respondeu, um tanto atônito pela quantidade de informações - e além disso, foi um dia e tanto pra você, o que me faz te recomendar fortemente ir descansar também, de novo.

—Eu sei, você já disse várias vezes pra eu descansar, mas eu simplesmente não consigo me afastar dela - a mãe novata suspirou contente.

—Nós ainda somos um time, Zira... - seu marido se aproximou, a segurando pelos ombros - eu posso cuidar dela, você precisa relaxar um pouco, sério, vá descansar.

—Está bem, entendi, não precisa dizer mais uma vez - ela sorriu e o beijou rapidamente - obrigada por tudo.

Crowley sorriu de volta e a viu sair do quarto, enquanto ele tomava o posto que era dela anteriormente.

Aziraphale se deitou na cama em que dividia com o marido. No começo, estranhou estar deitada e imóvel, no entanto, se deixou aproveitar pela quietude do momento. Estando quieta daquela maneira, conseguiu perceber melhor o tipo de dor peculiar que sentia. Um cansaço no quadril e no ventre, a região toda dolorida, o que fazia jus ao esforço de ter trazido Lizzie ao mundo. Pensar que ela e Lizzie estavam bem e em casa a fez relaxar e antes que se desse por si, a mãe novata fechou os olhos lentamente e então, o que ela conhecia como corpo tomou conta do seu corpo, e ela se deixou levar por pura necessidade e conforto.

Enquanto isso, seu marido se debruçava no berço, experimentando a mesma sensação orgulhosa e pacífica de olhar Elizabeth apenas dormindo.

—Como eu posso ter criado alguém tão perfeito como você, pequenina? - ele murmurou, pensando alto.

Crowley não soube distinguir se a filha o tinha escutado, mas certamente algo a fez se mexer. Seu pai deduziu que fosse apenas ajeitar sua posição, mas o queixo de Lizzie tremeu, em seguida suas pálpebras e antes que ele pudesse fazer alguma coisa para prevenir o que estava por vir, Elizabeth voltou a chorar.

Um breve pânico tomou conta de Crowley, mas ele resolveu seguir em frente e não deixar se abater. Relembrando seus tempos como babá, ele tirou a filha do berço e a ajeitou em seus braços.

—Tudo bem, garotinha, não é obrigada mais a dormir se não quiser -  ele a balançou de um lado para o outro.

—Está tudo bem? - ele ouviu a clara voz de Aziraphale perguntar não muito longe dali.

—Tudo sob controle, não se atreva a sair daí - Crowley foi rápido em ordenar, já que não queria preocupá-la.

O silêncio da esposa, nesse caso, o tranquilizou. Ele se voltou para Lizzie novamente, concentrado em fazê-la dormir de novo. Ele a mudou de posição, numa tentativa de encontrar a melhor forma para a filha descansar. De repente, ela parou de chorar quando deitou a cabeça perfeitamente no peito do pai. Crowley apenas a apoiou ali. Vendo que ela tinha ficado quietinha, apenas respirando compassadamente, ficou com pena de tirá-la de seu abraço, aliás, seria pior se a colocasse no berço e ela voltasse a chorar.

—Muito bem, garotinha, posso segurá-la o tempo que precisar - ele murmurou a Lizzie, numa  doce promessa em várias formas. 

Em seu coração, ele prometeu estar sempre presente pela filha, não importasse sua necessidade. 

Coube a Crowley se sentar na cadeira de balanço, um item escolhido a dedo por sua esposa, acreditando que seria útil no quarto do bebê, e naquele exato momento, ele não podia negar que era bem verdade. Ele se deixou balançar devagar na cadeira, pensando no que tinha feito durante sua longa vida para merecer um momento tão pacífico como aquele. Mais uma vez, ele foi levado a acreditar que Aziraphale e agora, Lizzie, eram são mundo inteiro. 

A manhã tinha chegado à livraria e, como por um milagre, tanto Aziraphale como Lizzie tinham dormido a noite toda. A mãe novata abriu os olhos lentamente, tentando se lembrar do que tinha acontecido na noite anterior e compreendendo que, sim, tinha dormido porque tinha precisado. Era mais uma mudança em seu corpo que gerar Lizzie tinha trazido a ela.

Conciliando a novidade em sua mente, Aziraphale se atentou mais ao momento presente. Imediatamente, sentiu falta de Crowley ao seu lado e se perguntou como ele tinha passado toda a noite. Ela correu, por instinto, até o quarto de Lizzie e sorriu de alívio ao ver a imagem mais adorável de todas.

Lizzie estava dormindo no colo de seu pai e ele ainda a observava com tamanho encanto, sem tirar os olhos dela. Com toda delicadeza que tinha, se aproximou deles.

—Bom dia - disse Aziraphale, num tom mais baixo, sem querer desfazer o abraço dos dois.

—Bom dia, sra. Crowley, como você está? - ele se levantou com cuidado para não acordar a filha.

—Bem melhor, renovada na verdade - ela descreveu seu estado com um sorriso alegre - ela dormiu a noite toda?

—Sim, até agora, o que é bem impressionante - Crowley chegou a assobiar.

—Talvez seus métodos de colocar para dormir sejam impressionantes - ela elogiou.

—Recém adquiridos métodos - ele comentou - não sabia que era capaz disso.

—Bem, sermos pais tem despertados novas habilidades em nós dois - Aziraphale concordou.

Ouvindo a voz de seus pais, Lizzie acabou reagindo e acordando. Os dois esperaram um choro repentino, mas o que veio a seguir da pequena foi só um pequeno bocejo e bracinhos estendidos para a mãe.

—Oh, ela quer você agora - Crowley a entregou, com um pouco de tristeza, mas entendendo que era o momento mãe e filha.

—Obrigada - Aziraphale aceitou de bom grado - bom dia, meu amor, é bom ver você de novo.

O anjo se sentou na cadeira e se pôs a amamentar Lizzie outra vez, o gesto agora um pouco mais familiar. Crowley apenas sorriu discretamente, contente com o que estava vendo diante de seus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.